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Os valores de vazão de projeto utilizados foram calculados para a região onde se localiza a barragem em estudo. O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) forneceu dois valores de vazão de projeto: 80 m3/s (considerando a estrutura funcionando como um canal) e 67 m3/s (funcionando como um vertedor) (SILVA et al, 2002). Entretanto, o laudo técnico sobre os rompimentos das barragens nos Distritos de Joaquim Egídio e Souzas estabeleceu que a vazão na entrada de Souzas chegou ao valor de 154,9 m3/s (SILVA et al, 2002). Logo, optou-se por utilizar todos estes três valores de vazão no dimensionamento do vertedor de emergência de vegetação.

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.1 Introdução

Neste capítulo será apresentado o dimensionamento do Vertedor de Emergência de Vegetação utilizando o método de dimensionamento desenvolvido por TEMPLE. Diferente dos métodos convencionais de dimensionamento de canais (com ou sem revestimento), o método escolhido, e aqui exposto, foi elaborado levando em consideração características específicas de canais cobertos por grama, propiciando cálculos mais precisos, exprimindo melhor o observado em condições reais.

A idéia inicial era realizar coletas de amostras de solo do local da barragem e analisá-los nos laboratórios da UNICAMP, com o objetivo de obter assim valores reais das variáveis. Porém, o proprietário do Condomínio onde se localiza a barragem em estudo, não permitiu a visita ao local, impedindo assim a retirada das amostras. Sendo assim, os dados necessários para analise do solo, entre outros requisitos utilizados no cálculo do vertedor de emergência foram extraídos do Relatório Técnico Nº 62.317 do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de 2002 (IPT, 2002).

É importante ressaltar que, como os trabalhos foram baseados em ábacos e software provenientes de pesquisas de origem americana, optou-se por seguir os padrões de medidas originais, convertendo apenas os resultados para o sistema internacional de medidas.

7.2 Dimensionamento do Vertedor de Emergência de Vegetação

A primeira abordagem do roteiro de cálculo foi iniciada pela seleção das variáveis pré-estabelecidas, conforme os passos a seguir, onde foram utilizados os parâmetros da grama bermuda como tipo de cobertura vegetal:

7.2.1 Dimensionamento para grama Bermuda (Cynodon dactylon)

a) Cada valor de vazão de projeto fornecido anteriormente no item 6.3, foi individualizado na Tabela 7.1.

Tabela 7.1 Vazão de Projeto

Vazão Q (m3/s) Q (pes3/s)

Q1 67,0 2366,0

Q2 80,0 2825,0

Q3 154,9 5470,0

Na etapa de definição das variáveis foram feitas diversas tentativas usando diferentes declividades para o fundo do canal.

Com base nos dados de estruturas existentes, que apresentaram bom desempenho, as variáveis a seguir foram estabelecidas.

b) Adotou-se um valor adequado para a declividade do fundo do canal (S) de 5%, fundamentado em valores de declividade de vertedores de emergência em operação.

c) Definiu-se a forma de seção do canal do vertedor como sendo trapezoidal, garantindo assim maior estabilidade nos taludes das margens do canal, como é apresentado na Figura 6.1. Ainda seguindo as diretrizes de projeto, admitiu-se o valor da declividade dos taludes do canal do vertedor (z) igual a 3. Na Tabela 7.2 são apresentadas as características da seção do canal em estudo.

Tabela 7.2 Características da seção do canal em estudo

Seção transversal Trapezoidal

Declividade de fundo do canal 5%

Inclinação dos taludes 3H:1V

d) Os parâmetros da cobertura vegetal do canal foram retirados do tipo de grama mais utilizado nos vertedores em operação, a grama bermuda; Com comprimento dos talos de aproximadamente 0,33 pés; O fator de cobertura (CF) igual a 0,90; A densidade dos talos (M) igual a 500

(talos/pés2) fornecida no item 5.6.3, considerando o estado da vegetação em boas condições. Calculando assim o índice da curva de retardamento (CI) = 4,87 pela equação (5.3).

e) Esses parâmetros da cobertura foram utilizados para a determinação da tensão admissível do vegetal (

τ

Va) = 3,65 (lb/pés2), fornecida pela equação (5.25). A Tabela 7.3 mostra os dados sobre a cobertura vegetal do canal em estudo.

Tabela 7.3 Dados Sobre a Cobertura Vegetal do Canal em Estudo

Tipo de cobertura Grama bermuda

Comprimento dos talos (h) 0,33 (pés)

Fator de cobertura (CF) 0,90

Densidade dos talos (M) 500 (talos/pés2)

Índice de retardamento (CI) 4,87

Tensão admissível do vegetal (

τ

Va

)

3,65 (lb/pés

2)

Determinadas as características da seção e o tipo de cobertura do canal do vertedor, definiram-se os parâmetros do solo necessários para o dimensionamento.

f) Para a determinação dos parâmetros do solo, houve a necessidade de adotarem-se valores teóricos, em virtude da impossibilidade da coleta de

a descrição geológica do relatório do IPT, o solo pode ser classificado como argiloso e, portanto tratado como coesivo.

g) Sendo o solo argiloso, e tendo como valor estimado do índice de plasticidade Iw = 18, a tensão admissível básica do solo (

τ

ab) = 0, 064

(lb/pés2), foi extraído da Figura 5.11. Admitindo-se a razão de vazios (e) = 1, fator de correção da razão de vazios (Ce), extraído da Figura 5.12

resultou no valor de 0,91. Outro recurso utilizado foi baseado no equacionamento para a determinação da tensão admissível básica do solo e do fator de correção da razão de vazios respectivamente,

fornecido pelo SCS e que para este trabalho é:

4 2 14,3 47,7) 10 07 , 1 ( + + − = Iw Iw x ab

τ

e Ce =1,48−0,57e. Chegando-se nos

valores de (

τ

ab) = 0, 065 (lb/pés2) e Ce = 0,91. Valores estes, muito

próximos aos obtidos graficamente.

h) A rugosidade do grão (nS), para este tipo de solo foi adotada igual a

0,0156 com base no item 5.3.2. Fazendo uso da equação (5.23) para a determinação da tensão admissível do solo foi obtido o valor de (

τ

a) = 0, 054 (lb/pés2). A Tabela 7.4 resume os dados relacionados às condições do solo onde seria implantado o vertedor de emergência de vegetação.

Tabela 7.4 Parâmetros característicos do solo no local do vertedor

Solo Argiloso

Índice de vazios (Iw) 18

Tensão admissível básica do solo (

τ

ab

)

0,064 (lb/pés

2) (gráfico)

Razão de vazios (e) 1

Fator de correção da razão de vazios (Ce) 0,91 (gráfico)

Tensão admissível básica do solo (

τ

ab

)

0,065 (lb/pés

2) (cálculo)

Fator de correção da razão de vazios (Ce) 0,91 (cálculo)

Rugosidade do grão (nS) 0,0156

Tensão admissível do solo (

τ

a

)

0,054(lb/pés

Posteriormente foram determinadas as variáveis relacionadas à geometria do canal do vertedor, da seguinte forma:

i) Iniciando com método baseado na vazão unitária (q) e fazendo a verificação das restrições do item 5.3.2, obtiveram-se os valores de (q) = 7,07 pés3/s/pés, e do coeficiente de “Manning” (n) = 0,0342 pela aplicação do grupo de equações (6.2).

j) Na seqüência, as características geométricas do canal foram estabelecidas para os valores de vazões pré-determinadas, fazendo uso das equações para canal de seção trapezoidal, em que W é largura do canal na metade da altura y, apresentadas no grupo de equações (7.1):

q Q W = 6 , 0 2 1 49 , 1         = S qn y B=WZy (7.1) A Tabela 7.5 apresenta um resumo dos valores calculados das respectivas variáveis geométricas para cada uma das três vazões de projeto.

Tabela 7.5 Valores das Características Geométricas Calculadas

Q1(pes3/s) Q2(pes3/s) Q3(pes3/s)

W (pés) 334 399 773

y (pés) 0,90 0,90 0,90

k) Devido a que a largura do canal (W) (medida na metade da profundidade do mesmo) é muito maior do que o valor da profundidade (y) adotou-se o valor de (W) como sendo o valor da largura da base do fundo do canal (B).

l) Considera-se que a profundidade exigida para que o vertedor opere adequadamente é determinado admitindo que o escoamento ocorra

estiverem em condições máximas. Assim sendo, um acréscimo no comprimento do talo da grama, h = 0,66 pés e considerando as condições da cobertura vegetal em excelente estado, M

3

5 , resulta,

portanto M = 840 (talos/pés2) (item 5.6.3).

m) Um novo valor será obtido para o índice da curva de retardamento (CI) =

6,69 que é determinado pela equação (5.3).

n) O coeficiente de “Manning” também é recalculado com o novo valor de

(CI) e mantendo-se o valor de (q) = 7,07 pés3/s/pés, resultando em n =

0,046 pelo grupo de equações (6.2).

o) A profundidade do escoamento foi recalculada com base no novo valor de (n), aplicando o grupo de equações (7.1), apresentadas na Tabela 7.6

Tabela 7.6 Valores da Profundidade do Escoamento Recalculados

Q1(pes3/s) Q2(pes3/s) Q3(pes3/s)

W (pés) 334 399 773

Y (pés) 0,99 0,99 0,99

Uma estimativa da velocidade média foi realizada com o objetivo de verificação da velocidade média permissível no escoamento, dando inicio a um ciclo de cálculo, pelo método iterativo descrito a seguir:

p) Cálculo da velocidade estimada (V) = 7,14 ft/s pela equação

(6.9), estando dentro dos parâmetros aceitáveis

apresentados na Tabela 5.5.

q) Determinação das características geométricas, a área (A), o raio hidráulico (Rh) e a profundidade do escoamento (y) da seção trapezoidal

V Q A=

(7.2)

Um resumo dos valores das variáveis geométricas está apresentado na Tabela 7.7 a seguir:

Tabela 7.7 Valores das Características Geométricas Baseados em (V)

Q1 (pes3/s) Q2(pes3/s) Q3(pes3/s) A (pés2) 331 396 766

B (pés) 334 399 773

y (pés) 1 1 1

Rh (pés) 0,98 0,98 0,98

r) Com as variáveis da equação de Manning determinadas, consegue-se

chegar a um valor da velocidade média (Vm) = 7,15 (pés/s), fazendo uso

da equação(7.3). 2 1 3 2 49 , 1 S R n Vm = h (7.3)

Comparando-se a velocidade média estimada (V) e a velocidade média da equação de Manning (Vm), pode-se considerar uma convergência dos valores.

Portanto, as características geométricas do canal do vertedor foram estabelecidas. s) A verificação do Número de “Froude” (Fr) = 2,28 garante a condição de

escoamento supercrítico necessária ao canal de saída, fornecido pela equação (7.4):

y V Fr 81 , 9 = (7.4) É necessário que se mantenha o escoamento do canal de saída em regime supercrítico para atender as normas de segurança na operação do vertedor. Segurança que implica no escoamento seguro de qualquer tipo de material, tais como, galhos, troncos, que possam passar pelo canal de saída do vertedor. Nesta situação um escoamento subcrítico em que predominam velocidades mais baixas poderia proporcionar um acumulo de material no canal, obstruindo o mesmo.

t) A verificação da estabilidade do canal do vertedor é efetuada pelo cálculo da tensão efetiva de contorno do solo

( )τ

e = 0,036 (lb/pés

2)

calculada pela equação (5.20). Em seguida, a tensão da vegetação (

τ

v)

= 3,08 (lb/pés2) é determinada pela equação (5.26).

Para finalizar a verificação do projeto de estabilidade do canal do vertedor, a comparação entre as tensões admissíveis do solo e a da vegetação (τV > τa), e ainda

(τa > τe) demonstram que os parâmetros para o projeto de estabilidade do canal do

vertedor de emergência de vegetação foram atendidos. A Tabela 7.8 apresenta os valores das variáveis do canal do vertedor de emergência de vegetação e a Tabela 7.9 mostra o resumo dos valores dos parâmetros de projeto.

Tabela 7.8 Características Geométricas do Vertedor de Emergência de Vegetação

Q1(m3/s) Q2(m3/s) Q 3(m3/s)

A (m2) 31 37 71

B (m) 102 122 236

y (m) 0,31 0,31 0,31

Tabela 7.9 Parâmetros de Projeto do Vertedor de Emergência de Vegetação

Declividade do canal 0,05 (m/m) Cobertura vegetal Grama Bermuda Comprimento do talo 0,20 m Índice da curva de retardamento 6,69 Tensão admissível do solo 2,59 (N/m²) Tensão efetiva do solo 1,72 (N/m²) Tensão admissível do vegetal 175 (N/m²) Tensão do vegetal 148 (N/m²)

7.2.2 Dimensionamento para grama Estrela (“Cynodon nlemfuensis”)

Uma segunda abordagem de dimensionamento foi realizada, fazendo uso de outro tipo de grama, a Estrela, mas mantendo-se os mesmos valores de declividade de fundo do canal (S) e de inclinação dos taludes (z) para efeito de comparação. Justifica- se a constância desses valores, para assim poder analisar a influência da cobertura vegetal nas características geométricas e de operação deste tipo de vertedor. O uso de outro tipo de grama como a Braquiaria usada pelos pecuaristas apresenta características de desenvolvimento que não são apropriadas para servir de cobertura vegetal, visto o problema da erosão que deve ser controlada no canal.

Usando a metodologia descrita, a seguir apresenta-se a sequência de cálculos usando a grama Estrela como cobertura vegetal. A grama Estrela, espécie do gênero “Cynodon”, de origem africana, perene, fortemente estolonífera, isto é, o caule fica

acima do solo e emite as raízes para baixo e as folhas para cima, que cresce com muito vigor. Este tipo de grama vem ganhando dia a dia, a simpatia de técnicos e pecuaristas.

a) Foram utilizados os mesmos valores de vazão de projeto, determinados na Tabela 7.1.

b) Características da seção do canal, como os valores de declividade do fundo do canal (S) e inclinação dos taludes (z) também foram mantidos para análise comparativa dos resultados em função do tipo de cobertura. Estes valores são encontrados na Tabela 7.2.

c) Para os parâmetros da cobertura vegetal do canal, do tipo grama Estrela, foi adotado o mesmo comprimento dos talos da grama Bermuda (0,33 pés). Por meio de dados coletados em campo, para a grama Estrela, o valor da densidade dos talos (M) obtido foi 364 (talos/pés2) ou 3918 (talos/m2). O fator de cobertura (CF) deste tipo de grama iguala-se

ao da grama Azul (TEMPLE, 1987), portanto (CF) = 0,87 para estado da

vegetação em boas condições. Sendo assim, o índice da curva de retardamento é (CI) = 4,62 pela equação (5.3).

d) O valor da tensão admissível do vegetal com os dados acima foi de (

τ

Va) = 3,47 (lb/pés2), fornecida pela equação (5.25). A Tabela 7.10 apresenta os dados sobre a nova cobertura vegetal do canal em estudo.

Tabela 7.10 Dados Sobre a Cobertura Vegetal do Canal em Estudo

Tipo de cobertura Grama Estrela

Comprimento dos talos (h) 0,33 (pés)

Fator de cobertura (CF) 0,87

Densidade dos talos (M) 364 (talos/pés2)

Índice de retardamento (CI) 4,62

Tensão admissível do vegetal (

τ

Va

)

3,47 (lb/pés

2)

e) Os parâmetros do solo no local de implantação do vertedor de emergência de vegetação foram mantidos e estão resumidos na Tabela 7.4

f) Fazendo uso do método baseado na vazão unitária (q), obtiveram-se os valores de (q) = 5,02 pés3/s/pés, e do coeficiente de “Manning” (n) = 0,0355 com aplicação do grupo de equações (6.2).

g) As características geométricas do canal determinadas pelo grupo de equações (7.1) estão apresentadas na Tabela 7.11 a seguir:

Tabela 7.11 Valores das Características Geométricas Calculadas

Q1 (pes3/s) Q2 (pes3/s) Q3 (pes3/s)

W (pés) 471 563 1090

y (pés) 0,70 0,70 0,70

h) Admitindo as mesmas considerações do item 7.2.1 para condições máximas, comprimento do talo da grama, h = 0,66 pés e condições da cobertura vegetal em excelente estado, M

3

5 , obtém-se M = 610

(talos/pés2). Portanto, o valor do índice da curva de retardamento (CI) =

6,34.

i) Para o valor de (CI) de 6,34 , o coeficiente de “Manning” recalculado foi n

= 0,0482 (mantendo-se o valor de (q) = 5,02 pés3/s/pés).

j) Na Tabela 7.12 estão apresentados os valores obtidos para a profundidade do escoamento.

Tabela 7.12 Valores da Profundidade do Escoamento Recalculados

Q1 (pes3/s) Q2 (pes3/s) Q3 (pes3/s)

W (pés) 471 563 1090

Y (pés) 0,83 0,83 0,83

k) Para este tipo de cobertura vegetal a velocidade estimada foi de (V) = 6,05 ft/s, que se enquadra dentro dos parâmetros aceitáveis apresentados na Tabela 5.5.

l) As características geométricas, área (A), raio hidráulico (Rh) e a

profundidade do escoamento (y) da seção trapezoidal do canal do vertedor são apresentados na Tabela 7.13 a seguir:

Tabela 7.13 Valores das Características Geométricas Baseados em (V)

Q1 (pes3/s) Q2(pes3/s) Q3(pes3/s) A (pés2) 391 467 904

B (pés) 469 561 1088

y (pés) 0,83 0,83 0,83 Rh (pés) 0,76 0,76 0,76

m) Com as características geométricas da Tabela 7.13 se obtém o valor da velocidade média na equação de Manning (Vm) = 5,80 (pés/s)

A comparação entre a velocidade média estimada (V) e a velocidade média da equação de Manning (Vm), apresentou uma divergência de 4,3%, que é aceitável

considerando as variáveis estimadas.

n) A verificação do valor do Número de “Froude” (Fr) = 2,12 garante a

condição de escoamento supercrítico necessária ao canal de saída. O que atende as normas de segurança na operação do vertedor.

o) O cálculo da tensão efetiva de contorno do solo

( )τ

e = 0,0353 (lb/pés 2) e

da tensão da vegetação (

τ

v) = 2,55 (lb/pés

2) foi realizado para a

verificação da estabilidade do canal do vertedor. Para finalizar a verificação do projeto de estabilidade do canal do vertedor, a comparação entre as tensões admissíveis do solo e a da vegetação (τV >

τa), e ainda (τa > τe) demonstram que os parâmetros para o projeto de

estabilidade do canal do vertedor de emergência de vegetação foram atendidos. A Tabela 7.14 apresenta os valores das variáveis do canal do

vertedor de emergência de vegetação e a Tabela 7.15 o resumo dos valores dos parâmetros de projeto.

Tabela 7.14 Características Geométricas do Vertedor de Emergência de Vegetação

Q1= 67 (m³/s) Q2 = 80 (m³/s) Q3= 154,9(m³/s)

A (m2) 36 43 84

B (m) 143 171 332

y (m) 0,25 0,25 0,25

Rh (m) 0,46 0,46 0,46

Tabela 7.15 Parâmetros de Projeto do Vertedor de Emergência de Vegetação

Declividade do canal 0,05 (m/m) Cobertura vegetal Grama Estrela Comprimento do talo 0,20 m Índice da curva de retardamento 6,34 Tensão admissível do solo 2,59 (N/m²) Tensão efetiva do solo 1,69 (N/m²) Tensão admissível do vegetal 166 (N/m²) Tensão do vegetal 122 (N/m²)

7.3 Dimensionamento do Vertedor de Emergência de Vegetação

usando o Software “Grass Channel Design”

Com os avanços da informática, os sistemas computacionais são cada vez mais utilizados para automatizar os procedimentos de cálculo descritos nos capítulos anteriores. TEMPLE (1987) apresenta uma rotina, escrita na linguagem BASIC para PCs, que coleta as informações de forma interativa e automatiza os cálculos, fornecendo os resultados ordenadamente. Neste trabalho o software desenvolvido por

TEMPLE, chamado "Grass Channel Design" (código fonte no Anexo A), também foi

utilizado para ilustrar os resultados obtidos para grama Bermuda (Tabela 7.16, Tabela 7.17, Tabela 7.18). Para o caso de uso da grama Estrela os resultados estão apresentados na Tabela 7.19, Tabela 7.20 e Tabela 7.21. Fica como sugestão a leitura

Tabela 7.16 Resultados do Modelo Matemático (Q = 67 m3/s) Grama Bermuda

Dados do canal Trapezoidal

Declividade do fundo do canal = 0.05(m/m) Vazão de projeto = 67(m3/s)

Inclinação dos taludes = 1:3

Classificação do solo = CL (argiloso) Índice de plasticidade = 18

Razão de vazios = 1

Cobertura vegetal = grama Bermuda Comprimento do talo = 0.10(pés) Densidade do talo = 5382 (talos/m2) Fator de cobertura vegetal = 0.9

Solução da estabilidade (Estabelece o controle da geometria) Índice da curva de retardamento = 4,87

Coeficiente de Manning = 0,034 Velocidade média = 2,6(m/s) Vazão de projeto = 67(m3/s) Fator de cobertura = 0,90

Tensão admissível do solo = 2,59 (N/m2) Largura do fundo do canal = 101(m) Largura do topo do canal = 102(m) Profundidade do escoamento = 0,25(m) Inclinação dos taludes = 1:3

Área da seção = 26(m2) Raio hidráulico = 0,25(m)

Declividade do fundo do canal = 0,05(m/m)

Soluções para capacidade (estabelece profundidade do escoamento exigida)

Densidade do talo = 9042(talos/m2) Cobertura vegetal = Bermuda

Comprimento do talo = 0,20(m) Contagem dos talos = 9042(talos/m2) Índice da curva = 6,69

Coeficiente de Manning = 0,046 Velocidade média = 2,19(m/s) Vazão = 67(m3/s)

Largura do fundo do canal = 100(m) Largura do topo do canal = 102(m) Profundidade do escoamento = 0,30(m) Inclinação dos taludes = 1:3

Areada seção = 31(m2) Raio hidráulico = 0,30(m)

Declividade do fundo do canal = 0,05(m/m)

Tabela 7.17 Resultados do Modelo Matemático (Q = 80 m3/s) Grama Bermuda

Dados do canal Trapezoidal

Declividade do fundo do canal = 0,05(m/m) Vazão de projeto = 80 (m3/s)

Inclinação dos taludes = 1:3

Classificação do solo = CL (argiloso) Índice de plasticidade = 18

Razão de vazios = 1

Cobertura vegetal = grama Bermuda Comprimento do talo = 0.10 (m) Densidade do talo = 5382(talos/m2) Fator de cobertura vegetal = 0.9

Solução da estabilidade (Estabelece o controle da geometria) Índice da curva de retardamento = 4,87

Coeficiente de Manning = 0,034 Velocidade média = 2,6(m/s) Vazão de projeto = 80(m3/s) Fator de cobertura = 0,90

Tensão admissível do solo = 2,59 (N/m2) Largura do fundo do canal = 120(m) Largura do topo do canal = 122(m) Profundidade do escoamento = 0,25(m) Inclinação dos taludes = 1:3

Área da seção = 31(m2) Raio hidráulico = 0,25(m)

Declividade do fundo do canal = 0,05(m/m)

Soluções para capacidade (estabelece profundidade do escoamento exigida)

Densidade do talo = 9042(talos/m2) Cobertura vegetal = Bermuda

Comprimento do talo = 0,20(m) Contagem dos talos = 9042(talos/m2) Índice da curva = 6,69

Coeficiente de Manning = 0,046 Velocidade média = 2,2(m/s) Vazão = 80(m3/s)

Largura do fundo do canal = 121(m) Largura do topo do canal = 122(m) Profundidade do escoamento = 0,30(m) Inclinação dos taludes = 1:3

Área da seção = 37(m2) Raio hidráulico = 0,30(m)

Tabela 7.18 Resultados do Modelo Matemático (Q = 154,9 m3/s) Grama Bermuda

Dados do canal Trapezoidal

Declividade do fundo do canal = 0.05(m/m) Vazão de projeto = 154,9(m3/s)

Inclinação dos taludes = 1:3

Classificação do solo = CL (argiloso) Índice de plasticidade = 18

Razão de vazios = 1

Cobertura vegetal = grama Bermuda Comprimento do talo = 0,10(m) Densidade do talo = 5382(talos/m2) Fator de cobertura vegetal = 0.9

Solução da estabilidade (Estabelece o controle da geometria) Índice da curva de retardamento = 4,87

Coeficiente de Manning = 0,034 Velocidade média = 2,6(m/s) Vazão de projeto = 154,9(m3/s) Fator de cobertura = 0,90

Tensão admissível do solo = 2,59(N/m2) Largura do fundo do canal = 233(m) Largura do topo do canal = 235(m) Profundidade do escoamento = 0,25(m) Inclinação dos taludes = 1:3

Área da seção = 59(m2) Raio hidráulico = 0,25(m)

Declividade do fundo do canal = 0,05(m/m)

Soluções para capacidade (estabelece profundidade do escoamento exigida)

Densidade do talo = 9042(talos/m2) Cobertura vegetal = Bermuda

Comprimento do talo = 0,20(m) Contagem dos talos = 9042(talos/m2) Índice da curva = 6.69

Coeficiente de Manning = 0,046 Velocidade média = 2,20(m/s) Vazão = 154,9(m3/s)

Largura do fundo do canal = 233(m) Largura do topo do canal = 235(m) Profundidade do escoamento = 0,30(m) Inclinação dos taludes = 1:3

Área da seção = 71(m2) Raio hidráulico = 0,30(m)

Tabela 7.19 Resultados do Modelo Matemático (Q = 67 m3/s) Grama Estrela

Dados do canal Trapezoidal

Declividade do fundo do canal = 0.05(m/m) Vazão de projeto = 67(m3/s)

Inclinação dos taludes = 1:3

Classificação do solo = CL (argiloso) Índice de plasticidade = 18

Razão de vazios = 1

Cobertura vegetal = grama Estrela Comprimento do talo = 0.10(pés) Densidade do talo = 3918 (talos/m2) Fator de cobertura vegetal = 0.87

Solução da estabilidade (Estabelece o controle da geometria) Índice da curva de retardamento = 4,62

Coeficiente de Manning = 0,0355 Velocidade média = 2,2(m/s) Vazão de projeto = 67(m3/s) Fator de cobertura = 0,87

Tensão admissível do solo = 2,59 (N/m2) Largura do fundo do canal = 143(m) Largura do topo do canal = 144(m) Profundidade do escoamento = 0,21(m) Inclinação dos taludes = 1:3

Área da seção = 30(m2) Raio hidráulico = 0,21(m)

Declividade do fundo do canal = 0,05(m/m)

Soluções para capacidade (estabelece profundidade do escoamento exigida)

Densidade do talo = 6566(talos/m2) Cobertura vegetal = Grama Estrela Comprimento do talo = 0,20(m) Contagem dos talos = 6566(talos/m2) Índice da curva = 6,34

Coeficiente de Manning = 0,0482 Velocidade média = 1,85(m/s) Vazão = 67(m3/s)

Largura do fundo do canal = 143(m) Largura do topo do canal = 144(m) Profundidade do escoamento = 0,25(m) Inclinação dos taludes = 1:3

Areada seção = 36(m2) Raio hidráulico = 0,25(m)

Declividade do fundo do canal = 0,05(m/m)

Tabela 7.20 Resultados do Modelo Matemático (Q = 80 m3/s) Grama Estrela

Dados do canal Trapezoidal

Declividade do fundo do canal = 0,05(m/m) Vazão de projeto = 80 (m3/s)

Inclinação dos taludes = 1:3

Classificação do solo = CL (argiloso) Índice de plasticidade = 18

Razão de vazios = 1

Cobertura vegetal = grama Estrela Comprimento do talo = 0.10 (m) Densidade do talo = 3918(talos/m2) Fator de cobertura vegetal = 0.87

Solução da estabilidade (Estabelece o controle da geometria) Índice da curva de retardamento = 4,62

Coeficiente de Manning = 0,0355 Velocidade média = 2,2(m/s) Vazão de projeto = 80(m3/s) Fator de cobertura = 0,87

Tensão admissível do solo = 2,59 (N/m2) Largura do fundo do canal = 171(m) Largura do topo do canal = 172(m) Profundidade do escoamento = 0,21(m) Inclinação dos taludes = 1:3

Área da seção = 36(m2) Raio hidráulico = 0,21(m)

Declividade do fundo do canal = 0,05(m/m)

Soluções para capacidade (estabelece profundidade do escoamento exigida)

Densidade do talo = 6566(talos/m2) Cobertura vegetal = Grama Estrela Comprimento do talo = 0,20(m) Contagem dos talos = 6566(talos/m2) Índice da curva = 6,34

Coeficiente de Manning = 0,0482 Velocidade média = 1,85(m/s) Vazão = 80(m3/s)

Largura do fundo do canal = 171(m) Largura do topo do canal = 172(m) Profundidade do escoamento = 0,25(m) Inclinação dos taludes = 1:3

Área da seção = 43(m2) Raio hidráulico = 0,25(m)

Tabela 7.21 Resultados do Modelo Matemático (Q = 154,9 m3/s) Grama Estrela