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Erosão Fluvial – o desastre que ocorre na área de estudo

Mapa 5 Mapa de deslocamento interno de moradores da ilha da Coroa

4.2 DESCRIÇÃO DO FENÔMENO DO PONTO DE VISTA GEOFÍSICO

4.2.1 Erosão Fluvial – o desastre que ocorre na área de estudo

A dinâmica natural da paisagem litorânea tem sido muito intensa nos últimos anos, o que vem provacando mudanças significativas ao meio ambiente, em diversos lugares

do mundo todo incluise na costa brasileira, o que inclui a paraense. A ação do mar tem provocado intensas modificações, gerando cada vez mais a degradação ambiental dos ecossistemas costeiros, entre eles recifes de corais e manguezais. Segundo Atlas do Meio Ambiente (2010, p.54):

Na Europa, um quinto das praias e falésias é atingido pela erosão. São cerca de 20 mil quilometros. Entre os países mais afetados estao Polônia, Letônia, Chipre e Grécia. Na França, o processo pode ser visto em 25% do litoral, ou seja, em 1.720 quilômetros habitados por 7 mil habitantes. Números semelhantes continuam crescendo no mundo todo. As ilhas de coral, os deltas e os mangues estao entre os territorios mais expostos.

Embora, a mobilidade da costa seja apreciada como um fenômeno natural ocasionado pelo movimento das ondas e ventos, a erosão é considerada uma ameaça há ilha e litorais e deltas. A erosão se agrava, dentre outros fatores: devido as mudanças climáticas e há especulação imobiliária que potencializa o ocupaçao territorial. Podemos citar, por exemplo, a construçao de portos, imoveis, a urbanizaçao e pavimentaçao dos solos, e “obras de proteçao o que pertuba profundamente as correntes marinhas e transportes de sedimentos”. (ATLAS DO MEIO AMBIENTE, 2010, p.54).

Para o melhor entendimento do processo que esta ocorrendo na área de estudo, precisamos primeiramente definir erosão. Para isso, escolhemos alguns autores como Galeti(1931) e Guerra (1999), entre outros que serão citados.

No Glossário da Defesa Civil Nacional encontramos a definição de erosão como: “desagregação e remoção do solo ou de rochas, pela ação da água, vento, gelo e/ou organismos (plantas e animais).” (Castro, 1998, documento não paginado).

A erosão do solo pelas águas das chuvas é o mais comum tipo de erosão que acontece no mundo, sendo denominado de erosão hídrica. Diferentes fatores conduzem à perda dos solos: o clima, solo, relevo e vegetação. A perda do solo quando ocasionada por erosão hídrica consiste em transferências de energias e matérias provocadas por um desequilíbrio do sistema natural, que integra: água/solo/cobertura vegetal. (GALETI,1931; GUERRA, et al., 1999).

Todos os conceitos estudados sobre erosão hídrica nos levaram a fazer um generalização sobre o fenômeno. Podemos considerar a erosão como um conjunto de forças que agem sobre um determinado ambiente causando a degradação do solo. A erosão é considerada um processo complexo que pode ocorrer através das seguintes etapas: desagregação, transporte e sedimentação, que não necessariamente ocorrem ao mesmo tempo.

Esse processo é agravado pela chuva: a incidência das gotas no solo geram rupturas nos componentes do solo (agregados) que ficam dispersos e vulneráveis, sendo jogados para os lados e para cima, e daí transportados para outros lugares (GALETI,1931; GUERRA, et al., 1999; CASTRO, 1998; VALLE JÚNIOR, 2008; VASCONCELOS, 2010).

Segundo Guerra, et al. (1999) a erosão apresenta um diversificado número de tipos, dentre eles podemos citar a erosão antrópica, eólica, fluvial, laminar, marinha. Na área de estudo configuram-se como principais fenômenos a erosão hídrica, agregada à erosão eolica e ao aumento do nivel das marés. Contudo, nos limitamos a tratar nesse trabalho somente sobre a erosão fluvial, uma vez que foi o tipo de erosão reconhecido pela Defesa Civil do município.

Segundo Silva et al (2008), a erosão fluvial pode ocorrer desde o leito até as margens dos rios. Este autor atribui a erosão à ação das águas agregada ao atrito de materias transportados; é causada pelos rios, especialmente na época de cheias e, dependendo de sua intensidade, poderá destruir as margens por solapamento12 ou escorregamento. Em Jungles (2011 p. 43) encontramos a seguinte definição: “ A erosão fluvial corresponde ao processo erosivo que ocorre na calha dos rios e enquadra-se em desastres naturais relacionados com a geomorfologia, o inteperismo13, a erosão e acomodação do solo” É um processo que resulta das ações dos rios sobre a superfície terrestre; tem início com a erosão laminar, seguida por sulcos ou ravinas, depois pela erosão fluvial, que é um trabalho efetuado por quatro mecanismos:

Um deles é a ação hidráulica da água, que ocorre quando a corrente hídrica é suficientemente forte, levando pelo curso do rio areia e detritos de rochas, depositados no leito do rio, prosseguindo assim até uma nova sedimentação e de uma nova intensificação da corrente hídrica. A ação corrosiva das partículas em suspensão na água ocorre quando fragmentos de rocha ou areia, em suspensão no fluxo, atritam sobre camadas rochosas das margens e dos fundos dos rios, provocando escavação das mesmas. Já a ação abrasiva é o processo onde o material em trânsito nos rios é erodido, formando partículas cada vez menores ao atritar com superfícies rochosas, formando pedras roladas, cascalhos, areia grossa, areia fina pela suspensão e transporte das partículas na água. E por ultimo, a corrosão ou diluição química, processo segundo o qual a água, na condição de solvente universal, dilui os sais solúveis, liberados das rochas, em consequência da ação mecânica, e os transporta sob a forma de soluções (CASTRO, 2003 apud JUNGLES, 2011 p. 43).

12Solapamento: Queda das encostas provocadas pelo aprofundamento das calhas fluviais e erosões das margens dos cursos d' água. Solapamento são as erosões em margens de rios. (Dicionário eletrônico Informal)

13 Intemperismo: Conjunto de processos condicionados pela ação de agentes atmosféricos e biológicos que ocasionam a destruição física e a decomposição química de minerais e rochas. (Dicionário eletrônico Michaelis).

Para Guerra et al. (2010) as características do solo influenciam no processo erosivo. Essa influência determina se o solo possui maior ou menor resistência à ação dos processos erosivos, esse se constitui como o principal fator natural relacionado à erosão. Sua influência deve-se às suas propriedades físicas, textura, permeabilidade, consistência e matéria orgânica. Outra característica relevante ao processo erosivo, diz respeito à quantidade pluviométrica de chuvas, sua intensidade e sazonalidade. As chuvas podem ser consideradas como uma das maiores interferências da erosão, podendo “também ser associadas a desastres como inundações, deslizamentos, contaminação de corpos d’água, descargas elétricas, vendavais e outros.” (VALENCIO ET AL. 2006, p. 98).

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