181. O Dr. James Mwanzia, Director da Divisão do Combate às Doenças Transmissíveis, apresentou o documento AFR/RC56/20, intitulado ʺErradicação da varíola: destruição dos stocks do vírus varíolaʺ. Lembrou que a 52ª Assembleia Mundial da Saúde (1999), através da sua Resolução WHA52.10, autorizou a retenção temporária das reservas existentes do vírus vivo da varíola em dois locais, o mais tardar até 2002. Esses locais são o Centro de Investigação em Virologia e Biotecnologia, na Federação Russa, e o Centro de Prevenção e Combate às Doenças, em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos da América.
182. Esta retenção temporária foi objecto de uma inspecção anual da Comissão Consultiva da OMS para a Investigação do Vírus da Varíola, que foi criada na sequência da mesma resolução e de um relatório anual apresentado pelo Secretariado à Assembleia Mundial da Saúde. Durante a sua reunião de 10‐11 de Novembro de 2005, a Comissão Consultiva da OMS para a Investigação do Vírus da Varíola concluiu que não eram precisas mais investigações com o vírus vivo da varíola, para efeitos de desenvolvimento de vacinas mais seguras, de testes de diagnóstico ou de sequenciação dos genomas completos.
183. Alguns delegados sublinharam a necessidade de: uma análise mais profunda das investigações já completas, das investigações actualmente em curso e das investigações que estão a ser planeadas; uma avaliação anual da necessidade de continuar a retenção das reservas existentes do vírus vivo da varíola; inspecções mais rigorosas dos dois repositórios autorizados, para garantir que os laboratórios cumpram os mais altos requisitos de bio‐segurança; uma apresentação de um relatório anual pormenorizado à Assembleia Mundial da Saúde; a garantia de que quaisquer investigações realizadas não envolvam manipulação genética do vírus da varíola; um esclarecimento sobre a situação legal das estirpes do vírus nos dois repositórios, no que respeita ao direito de propriedade; definir medidas que garantam que todos os Estados‐Membros tenham igual acesso aos resultados da investigação e direitos de propriedade resultantes de tais resultados.
184. Os delegados fizeram ainda propostas no sentido de: aumentar o número de membros da Comissão Consultiva da OMS para a Investigação do Vírus da Varíola, de forma a garantir um maior equilíbrio na sua composição; criar uma equipa
internacional de monitorização; e garantir transparência no armazenamento das reservas do vírus da varíola.
185. Os delegados propuseram que o Comité Regional considerasse as questões relacionadas com o projecto de resolução a ser apresentado ao Conselho Executivo e que desse pleno mandato aos representantes da Região Africana.
186. O Secretariado garantiu aos delegados que as suas preocupações e sugestões tinham sido registadas e que seriam apresentadas à Sede da OMS, aquando da reunião do Conselho Executivo, em Janeiro de 2007. Foi assinalado que será necessário um consenso mundial no que respeita à destruição do vírus da varíola. DOCUMENTOS INFORMATIVOS Erradicação da Poliomielite na Região Africana: Relatório de progresso (documento AFR/RC56/INF.DOC/1)
187. O documento contém cinco secções: introdução, progresso, problemas e desafios, intervenções planeadas e conclusão. Ele relembrou que, em 2004, o Comité Regional Africano da OMS tinha adoptado uma Resolução que apelava à intensificação das actividades de erradicação da poliomielite, para interromper a transmissão do poliovírus selvático na Região.
188. No final de 2005, o número de países com poliomielite endémica na Região Africana tinha diminuído de dois (Níger e Nigéria) para um (Nigéria), enquanto 12 países, que tinham sofrido importações do poliovírus selvático em 2003‐2005, tinham recuperado o seu estatuto de países livres da poliomielite. Alguns países anteriormente livres da poliomielite (República Democrática do Congo, Etiópia, Namíbia e Níger) continuam a registar casos de poliomielite como resultado da importação do vírus selvático. O ressurgimento tem sido atribuído a uma cobertura vacinal de rotina persistentemente baixa, a falhas na vigilância e à má qualidade das campanhas de resposta aos surtos.
189. Vários países partilharam experiências sobre a erradicação da poliomielite. Os dados relativos a Cabo Verde, indicados no Quadro 1, têm de ser corrigidos, visto
que o ano da última notificação foi 2001 e não 2002. Alguns delegados expressaram a necessidade de fundos adicionais para acelerar a erradicação da poliomielite e implementar planos de resposta à importação do poliovírus.
Implementação do Regulamento Sanitário Internacional
(documento AFR/RC56/INF.DOC/2)
190. O documento contém seis secções: introdução; contexto e antecedentes do processo de revisão do Regulamento Sanitário Internacional (RSI); aplicação imediata, em regime voluntário, das disposições pertinentes do Regulamento Sanitário Internacional (2005) em relação ao risco de uma grave pandemia de gripe; implicações da aplicação imediata e voluntária do RSI (2005) para os Estados‐ Membros da Região Africana; capacidade de implementação do RSI (2005) na Região Africana; e conclusão. 191. Em 23 de Maio de 2005, a Quinquagésima‐oitava Assembleia Mundial da Saúde, através da sua Resolução WHA58.3, adoptou o Regulamento Sanitário Internacional (2005). Este Regulamento, de acordo com o Artigo 59º, deverá entrar em vigor em 15 de Junho de 2007. Os Estados‐Membros da Região Africana participaram plenamente nas várias reuniões destinadas a negociar o Regulamento, permitindo assim obter um consenso alargado sobre os eventos de saúde pública internacionalmente preocupantes. A aplicação do RSI (2005) na Região Africana prosseguirá no contexto da Estratégia de Vigilância e Resposta Integradas às Doenças (IDSR) que o Comité Regional Africano adoptou em 1998, através da sua Resolução AFR/RC48/R2.
Relatório sobre os Recursos Humanos da OMS na Região Africana
(documento AFR/RC56/INF.DOC/3)
192. O documento contém quatro secções: introdução; tipo de contratos; categoria, escalão e distribuição por sexo; e representação geográfica. Comporta um panorama dos perfis do pessoal da OMS na Região Africana existente a 1 de Junho de 2006. Engloba a situação do pessoal por categoria e escalão, sexo, representação geográfica, nacionalidade e posto de serviço.
193. A 1 de Junho de 2006, a Região Africana da OMS contava com 2701 funcionários com vínculo quer a longo prazo, quer temporário. Destes, 527 (19,6%) pertenciam à categoria profissional, 385 (14,2%), eram técnicos profissionais nacionais e 1789
(66,2%) funcionários da categoria dos serviços gerais. Exortou‐se os Estados‐ Membros sub‐representados a incentivarem os seus profissionais a concorrerem às vagas existentes. Situação Actual do Controlo da Oncocercose na Região Africana (documento AFR/RC56/INF.DOC/4) 194. O documento contém cinco secções: antecedentes; situação actual; problemas e desafios; perspectivas e conclusões. A principal estratégia do Programa Africano de Combate à Oncocercose consiste no tratamento com ivermectina direccionado para as comunidades, permitindo que estas se encarreguem da distribuição dos fármacos e do seu próprio estado de saúde. A gestão pela comunidade resultou num rápido aumento da cobertura do número de pessoas cobertas pelo tratamento, tendo passado de 1,4 milhões de pessoas em 1997 para mais de 40 milhões, em mais de 95.000 comunidades.
195. Devido à movimentação das populações humanas, convulsões sócio‐políticas na Região e à migração da mosca negra Simulium (vector do parasita que causa a doença), há um risco elevado de recorrência da transmissão e recrudescência da doença através da reintrodução da cegueira dos rios em países vizinhos devido a programas de combate menos eficazes. Os países e os parceiros para o desenvolvimento, precisam de encontrar mecanismos eficazes de colaboração entre si e com o Centro de Vigilância Multi‐Doenças de forma a assegurar uma vigilância e avaliação eficazes, para evitar qualquer recrudescência da doença. Um total de 29 países precisam de reforçar as suas contribuições financeiras face aos programas de distribuição de ivermectina e garantir a integração eficaz do controlo e vigilância da oncocercose nos seus sistemas de saúde, para conseguirem manter os resultados sem precedentes alcançados pelos programas de luta contra a oncocercose. Termos de Referência da Reunião do Grupo Africano à Assembleia Mundial da Saúde (documento AFR/RC56/INF.DOC/5) 196. O documento propõe termos de refêrencia aos quais os delegados dos Estados– Membros da Região Africana podem referir no que concerne às suas reuniões diárias durante a Assembleia Mundial da Saúde. Reconheceu‐se que tais reuniões têm um
peso político considerável e podem ser cruciais para uma representação mais efectiva dos interesses da Região Africana no âmbito da Assembleia Mundial da Saúde e do Conselho Executivo.
197. Os delegados indicaram que esperavam ter orientações a respeito da relação entre o Grupo Africano baseado em Genebra e a Assembleia Mundial da Saúde. Salientaram que o parágrafo 3 do documento fizesse referência a uma reunião informal já que, dada a sua importância, esta deveria ser considerada uma reunião formal.
198. O Comité recomendou que a reunião das delegações africanas durante a Assembleia Mundial da Saúde fosse uma reunião formal, sendo no entanto diferente das reuniões formais do Comité Regional. As mesmas deverão ter início às 8h00 ao invés das 8h15, terminando antes das 9h00, para permitir que os delegados possam estar presentes a horas nas sessões. O Grupo Africano baseado em Genebra deverá ser mantido de modo a dar os contributos necessários para que se adoptem posições comuns das delegações da Região Africana durante as sessões da Assembleia Mundial da Saúde e do Conselho Executivo.
MESA‐REDONDA: Acção intersectorial para a promoção da saúde e prevenção das doenças (documento AFR/RC56/RT/1)
199. O debate da Mesa‐Redonda realizou‐se em paralelo com a reunião do Comité Regional e centrou‐se no seguinte tópico: Acção intersectorial para a promoção da saúde e prevenção das doenças. O presidente da Mesa‐Redonda, Dr. S. Faugoo, Ministro da Saúde e Qualidade de Vida, das Maurícias, apresentou o relatório (ver Anexo 5).
PAINEL DE DISCUSSÃO: Controlo do paludismo na Região Africana: Experiências e perspectivas (documento AFR/RC56/PD/1)
200. O Painel de Discussão ocorreu paralelamente à sessão do Comité Regional e abordou o seguinte tópico: Controlo do Paludismo na Região Africana: Experiências e Perspectivas. O Presidente foi o Dr. David Parirenyatwa, Ministro da Saúde do Zimbabwe. O Vice‐Presidente foi o Senhor Basílio Masso Ramos, Ministro da Saúde de Cabo Verde. (ver o relatório no Anexo 6).
DATAS E LOCAIS DA QUINQUAGÉSIMA SÉTIMA E QUINQUAGÉSIMA‐