• Nenhum resultado encontrado

A escala de Avaliação Global do Funcionamento- AGF refere-se ao funcionamento atual psicológico, ocupacional e social de uma pessoa. É uma escala relatada no Eixo V do DSM-IV-TR do Anexo I (American Psychiatric Association, 2002), “dividida em 10 faixas de funcionamento” (p. 64), atribuindo-se uma pontuação de uma 100 para cada participante. Cada faixa de 10 pontos é descrita por duas partes, sendo a primeira relacionada à gravidade dos sintomas e a segunda ao funcionamento, propriamente dito.

Durante a revisão bibliográfica, não encontramos trabalhos científicos, envolvendo a escala AGF e mulheres idosas com câncer de mama. Dentre os estudos abordados a seguir, em que se empregou a AGF,somente um envolve pessoas idosas na amostra.

Em artigo, Alvarenga, Flores-Mendoza e Gontijo (2009) abordaram a evolução do DSM, tendo como foco o critério categorial de diagnóstico para o distúrbio da personalidade anti-social, citando a escala AGF, como parte do Eixo V, quando o DSM-III foi dividido em cinco grandes eixos.

A AGF foi também utilizada em outras pesquisas, como na de Jung, Nunes e Eizirik (2007), que avaliaram a efetividade da psicoterapia psicanalítica (PP) em

45 uma amostra de 34 pacientes, formando dois grupos com 17 pessoas, um deles constituído por pacientes que se submeteram à PP por até 11 meses e o outro por pessoas que eram acompanhadas em PP por um ano ou mais. Nesse trabalho, a AGF foi considerada instrumento adequado para verificar que os pacientes tratados com psicoterapia psicanalítica alcançaram melhora, em seu funcionamento global, já que o tempo de tratamento isolado não foi um fator determinante para o resultado da PP.

Na pesquisa de Mallon e Hetta (2002), composta por uma amostra de pessoas com idades mais avançadas, 57 a 79 anos, o estabelecimento do nível global de funcionamento dos participantes na pesquisa foi realizado por meio da AFG. Nesse estudo, tendo como tema a detecção, via questionário, do quadro clinico de depressão, foi verificado que quanto ao nível de funcionamento, a pontuação média entre os 28 participantes foi de 66 pontos.

Dias, Brissos, Martinez-Arán e kapczinski (2008) utilizaram a AGF para avaliar o funcionamento psicossocial de uma amostra de 65 pessoas bipolares tipo I eutímicos, que foram comparados com um grupo controle de pessoas saudáveis. Os participantes bipolares apresentaram pontuações, por meio da AGF, significativamente inferiores àquelas alcançadas pelo grupo de pessoas saudáveis. Além disso, houve correlação significante entre o funcionamento psicossocial e o desempenho cognitivo apresentado nos testes a que se submeteram.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo é verificar e comparar a eficácia adaptativa e o funcionamento psicológico, social e ocupacional de mulheres idosas submetidas à ablação mamária, total ou parcial, em decorrência do câncer de mama e compará-las.

2.2 Objetivos Específicos

A Verificar, pelas duas propostas de avaliação da EDAO, a eficácia adaptativa de mulheres idosas e não idosas quando mastectomizadas, total ou parcial, por câncer de mama, em dois grupos: o Grupo 1, mulheres com mais de 60 anos quando submetidas à cirurgia mamária, e Grupo 2, mulheres submetidas ao procedimento cirúrgico antes dos 60 anos.

B Identificar os fatores – F e microfatores – MF, tanto positivos como negativos dos setores A-R, Pr, S-C e Or dessas mulheres.

C Comparar intra e intergrupos a eficácia adaptativa, segundo as duas propostas de avaliação da EDAO, nos dois grupos de participantes deste estudo (G1 e G2).

D Comparar a eficácia adaptativa entre as participantes dos dois grupos, segundo a EDAO, com a adequação de cada um dos quatro setores.

47 E Comparar a eficácia adaptativa entre as participantes dos dois grupos,segundo a EDAO/R, com a adequação do setor A-R/R e Pr/R.

F Correlacionar o somatório dos valores da adequação dos setores A-R e PR, segundo a EDAO e EDAO/R, em cada um dos dois grupos de participantes, assim como a eficácia adaptativa, segundo as duas propostas de avaliação da EDAO.

G Correlacionar as variações dos graus de adaptação em cada um dos dois grupos de participantes, segundo as duas propostas de avaliação da EDAO.

H Comparar entre as participantes do G1 e G2 os fatores – F e microfatores – MF, tanto positivos como negativos de cada setor, A-R, Pr, S-C e Or, bem como do conjunto dos setores.

I Correlacionar a Avaliação Global do Funcionamento – AGF, ora com a eficácia adaptativa das participantes, segundo a EDAO, ora com o somatório da adequação dos setores A-R, Pr e S-C, em cada um dos grupos de participantes.

3 MÉTODO

3.1 Local

A coleta de dados ocorreu com pacientes em tratamento no Ambulatório de Mastologia Malígna, parte do complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).

3.2 Procedimento

Em busca de informações sobre mulheres, potenciais participantes da pesquisa proposta, solicitamos ao Setor de Estatísticas do HC-UFU uma relação com nomes completos das pacientes submetidas a intervenções cirúrgicas por câncer de mama, figurando o número de identificação nos prontuários médicos e idade dessas pacientes no momento da cirurgia,data e tipo de cirurgia e a cidade onde residiam.

No ato de entrega dessa solicitação, o Setor de Estatísticas informou que essas informações estavam disponíveis on-line somente a partir do ano de 1999.

De posse da planilha com os dados, foram construídas três tabelas com pacientes residentes na cidade de Uberlândia - MG. A Tabela 1 trata do número de pacientes, com 60 anos ou mais no momento da cirurgia. A Tabela 2 apresenta o número de pacientes com idade inferior a 60 anos no momento da cirurgia, mas já idosas em 2009. Já, a Tabela 3 refere-se ao número total de mulheres, com idade inferior, igual ou superior a 60 anos, no momento da cirurgia, mas todas já idosas no ano de 2009. Assim, foi possível identificar e quantificar os dados por

49 faixa etária de cinco em cinco anos, além de calcular o intervalo de idade das pacientes no ano da cirurgia e a sua idade em 2009 (Apêndice A), ano em que pretendíamos iniciar a coleta dos dados referente ao estudo proposto.

Com o objetivo de facilitar novos encontros com as entrevistadas, caso fosse necessário complementar a coleta de dados,tínhamos a intenção, a princípio, de não entrevistar pacientes que morassem fora de Uberlândia. Assim, para a construção das tabelas citadas,levamos em consideração somente as pacientes residentes nesse município. Contudo, como era considerável o número de pacientes residentes em cidades vizinhas e presentes no ambulatório, percebemos a importância de inseri-las no presente estudo, visto que o HC-UFU é uma unidade de saúde de referência para toda a população do Triângulo Mineiro e regiões vizinhas.