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A Escola de Educação Básica "Dr. Francisco Izabel" iniciou seu funcionamento como escola mista em 01 de fevereiro de 1955 no bairro chamado Vila Buenos Aires, denominada "Escola Reunidas Vila Buenos Aires". Em 03 de maio deste mesmo ano passou a ser chamada "Escola Reunida Dr. Francisco Izabel" em homenagem ao Dr. Francisco Izabel, professor e diretor escolar do município.

Em 22 de agosto de 1962 foi denominada Grupo Escolar “Dr. Francisco Izabel. Neste mesmo ano mudou-se da Vila Bueno Aires para o bairro Jardim América, onde está localizada até hoje. A partir do decreto E/SEE 162 de 18 de abril de 1973 passou a ser chamada "Escola Básica Dr. Francisco Izabel". Com a implementação do 2° grau (ensino médio), no ano de 1988 passou a ser Colégio Estadual "Dr. Francisco Izabel". E pela portaria E/017/SED de 28 de março de 2000 passa a ser chamada, por fim, Escola de Educação Básica "Dr. Francisco Izabel".

A escola atende atualmente cerca de 330 estudantes, divididos nos turnos matutino e vespertino, de 1º a 5º ano (Ensino Fundamental Anos Iniciais), 6º a 9º ano (Ensino Fundamental Anos Finais) e 1º a 3º anos (Ensino Médio), dos quais 07% utilizam o transporte escolar. Atendendo as localidades Jardim América (onde está localizada), Vila Clementina, Vila Argentina (área urbana) e Fazenda do Potreiro (área rural).

Como já dito anteriormente, a escola foi escolhida por ser da comunidade onde reside a pesquisadora, onde, portanto, existem vínculos com a realidade e o contexto local. Para além disso, há questões que se aproximam com o debate das relações de gênero, como por exemplo os/as embaixadores/as do Dia Laranja2, que são alguns dos/as estudantes da escola, que realizam palestras e ações em escolas e outras instituições, falando sobre a violência contra as meninas e mulheres, a necessidade de combatê-las e as formas de denúncia existentes. Nessas palestras também são abordados brevemente temas como feminismo e papéis de gênero.

Além disso, de acordo com o PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola, neste local devem haver as seguintes práticas, demandas pelos PCNs:

- Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si mesmo e respeito;

- Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;

- Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais. (PPP, 2019).

São percebidos no contexto escolar e da comunidade diversas questões relacionadas a essa temática, que perpassam a vida de estudantes, professores/as e pais. Por isso se propôs, a partir desse trabalho, desenvolver ações que estivessem vinculadas a essas realidades, aos questionamentos e dúvidas que não aparecem somente na infância e na adolescência, com tabus que, muitas vezes, acompanham os/as sujeitos/as por toda a vida.

Sendo assim, todos os processos foram desenvolvidos coletivamente, as reuniões, os planejamentos, as escolhas de materiais, até a efetivação das ações na escola com os/as estudantes.

2 Dia de combate a violência contra meninas e mulheres. Marcando dia 25 de novembro como

1.4.1 Reuniões e Planejamentos

Antes das ações propriamente ditas, foram realizadas três reuniões na escola, uma de apresentação da proposta, e duas de conversas para alinhar o desenvolvimento da pesquisa com a equipe gestora e outras professoras envolvidas. Posteriormente realizou-se o planejamento coletivo e encaminhamento das ações.

O contato inicial foi através do agendamento de uma conversa com a diretora da escola. Nesta conversa foi apresentada pela bolsista uma Carta de Apresentação, onde foram descritos os objetivos da pesquisa, das ações do projeto e o vínculo com a Educação do Campo.

A diretora da escola demonstrou interesse pelo tema a ser trabalhado, dando abertura para que a pesquisa fosse desenvolvida no local. Contando um pouco sobre como percebe as relações de gênero, a violência, a sexualidade e até mesmo questões sociais sérias e complexas como o aborto, dentro da escola e para além dela, na comunidade.

Em outra reunião, a estudante reuniu-se na escola com a diretora da unidade escolar, para uma conversa a fim de definir alguns pontos das ações e da pesquisa. Ficou estabelecido, portanto, que as ações aconteceriam no período matutino, pois é neste período que os estudantes do Ensino Médio encontram-se em horário de aula na escola. O desenvolvimento da pesquisa-ação dependia da disponibilidade das aulas e do contato com professores/as de outras disciplinas.

As oficinas foram realizadas em três turmas (1º, 2º e 3º anos) com mais ou menos 30 estudantes em cada uma. Desta forma, foram realizados dois encontros com cada uma das turmas separadamente. Totalizando uma média de 90 estudantes.

Optamos por desenvolver todo o planejamento das ações coletivamente. Definindo juntas tudo que seria trabalhado e debatido nos momentos com os/as estudantes posteriormente.

Os encontros foram pensados para serem realizados com cada uma das turmas separadamente, para que os debates ocorressem de uma forma mais

tranquila e para que se sentissem mais a vontade somente com os/as colegas de turma. Considerando que, eram pessoas “estranhas” chegando e falando sobre esse tema, que muitas vezes não é feito em nenhum espaço, nem na escola, nem em casa. Então é compreensível que inicialmente sintam-se envergonhados de alguma forma.

Para isso, foram definidos dois encontros com cada uma das turmas, com sete blocos de debates, os quais serão explicitados na terceira parte deste trabalho, sendo eles:

● Gênero. Gênero e Sexo / Sexualidade; ● Ideologia de Gênero? O debate atual; ● Identidade de Gênero e Orientação Sexual; ● Os diferentes papéis de gênero;

● Trabalho Produtivo X Trabalho Reprodutivo; ● A mulher no mundo do trabalho;

● As diferentes abordagens da Educação Sexual e de Gênero.

Para explicitar os procedimentos metodológicos e pedagógicos do trabalho, que envolvem os temas das relações de gênero e sexualidade, o texto segue realizando uma discussão teórica sobre esta temática no âmbito educacional. Na sequência será apresentada a pesquisa propriamente dita, que compete na ação e análise da prática desenvolvida na realidade escolar.

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