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A ESCOLA PRIVADA CONFESSIONAL

No documento claudiadepaulapinto (páginas 62-65)

3 A PESQUISA: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

3.2 A ESCOLA PRIVADA CONFESSIONAL

A escola privada e confessional está vinculada à Igreja Católica. Foi fundada na cidade de Mariana no ano de 1927. A instituição funcionou no antigo Palácio dos Bispos naquele município até o ano de 1934, quando foi transferida para uma sede própria, na cidade de Ouro Preto. Neste município, o prédio dessa escola foi construído ao lado de uma igreja setecentista. Sua arquitetura segue o estilo colonial.

De 1934 até a década de 1970, a escola funcionou sob o regime de internato para rapazes, sendo difícil a obtenção de uma vaga. Na década de 1980, a escola ampliou a oferta de ensino e passou a oferecer o Pré-escolar e a primeira fase do Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries). Em 1986, através de um Convênio com a Prefeitura Municipal de Ouro Preto, foi criado o Curso Técnico em Agropecuária. Sete anos depois, ou seja, em 1993, o curso foi extinto. A instituição tem uma entidade religiosa como sua mantenedora.

No decorrer de seus 82 anos de funcionamento, essa escola foi dirigida somente por clérigos. Em Ouro Preto, a direção foi ocupada por quatro padres, sendo que os últimos foram nomeados pelo Bispado. O atual diretor está no cargo desde 1989.

Na década de 1980, a escola entrou em parceria com a Rede Pitágoras e passou, desde então, a adotar o material didático e pedagógico fornecido por essa rede. Em 2007, a escola adotou o material didático “Bernoulli” para o 3º ano do Ensino Médio objetivando aumentar o número de aprovados no Vestibular.

A estrutura física da escola conta com as salas da diretoria; secretaria; sala de professor; sala de televisão; um laboratório de línguas (inglês e espanhol); um laboratório de informática; um laboratório de ciências/química/biologia; 2 bibliotecas; cozinha; refeitório; dispensa de alimentos; cantina,; sanitários (os da escola infantil são adaptados); parque infantil; 3 quadras de esporte e 18 salas de aula. Trabalhando nesse estabelecimento são 29 funcionários (área administrativa, limpeza) e 58 professores distribuídos pelos níveis de ensino.

Em 2008, havia na escola um total de 597 alunos matriculados. Estes estavam distribuídos da seguinte forma: Educação Infantil, 45; Creche, 25; nove turmas de Ensino Fundamental I (1ª ao 5º ano), 197; oito turmas de Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), 224; e quatro turmas de Ensino Médio, 106. Segundo o Coordenador da escola, desse montante, cerca de 80% recebiam algum tipo de bolsa ou desconto. A escola concede bolsas parciais e

integrais sobre a mensalidade, além dos descontos às famílias que têm mais de um filho matriculado no estabelecimento. Esses níveis de ensino funcionam nos turnos da manhã e da tarde.

No Ensino Médio têm 20 professores atuando, enquanto no Ensino Fundamental II (6º ao 9º anos) são 23. Entretanto, têm professores que lecionam nos dois níveis. Ao conversarmos com a secretaria dessa escola, aquela não soube informar a quantidade total dos professores que lecionavam nesses dois níveis. Buscando analisar o perfil desses professores, foram enviados aos mesmos questionários, dos quais retornaram somente 23 preenchidos. Optamos por enviar esse material somente aos professores desses dois níveis de ensino, por ser nessas fases que foi percebido o uso do “atalho”.

A partir dos 23 questionários preenchidos, foi possível apurar as seguintes informações: 57% dos professores são homens, enquanto 43% são mulheres. A faixa etária desses profissionais perpassa desde os 23 aos 68 anos. 83% do corpo docente residem no mesmo município que abriga a escola, enquanto 17% vêm de outros municípios.

A maioria desses profissionais se graduou em instituições federais (74%), enquanto que 17% em instituições privadas e 9% em estaduais. Mais da metade desses profissionais estão formados há mais de 10 anos (52%), temos um percentual de 17% que têm de 5 a 10 anos que se formou, 22% de 1 a 5 anos, enquanto só 2 profissionais declararam ter menos de um ano (9%) de formatura.

Analisando essa amostra, se verifica que 69% dos profissionais que preencheram o questionário trabalham nessa escola há mais de 5 ou 10 anos (39% mais de 5 anos e 30% mais de 10 anos). Do restante, 17% têm mais de um ano, para 11% com menos de um ano. A carga horária desses professores nessa instituição é bem diversificada, cabendo desde professores que cumprem 3 horas/aula, até outros com 28 horas/aula. 70% desses profissionais disseram que mantêm com os alunos uma relação “muito boa”, para 22% que disseram ser “ótima”. Somente um professor identificou como regular o contato com o corpo discente. A relação mantida com os colegas foi considerada por 96% como “muito boa”, enquanto somente um desses profissionais classificou como “ótima”.

A grande maioria desses profissionais avaliou a instituição como “ótima” (83%), enquanto 17% consideraram “muito boa”. A relação com a coordenação da escola é considerada “muito boa” por 91% dos pesquisados. Um professor considerou regular e um não se manifestou. 96% desses profissionais consideram que a escola “sempre” oferece boas condições de trabalho enquanto um professor respondeu que “eventualmente”. Seguindo essa mesma proporção, a maioria dos professores considerou que têm o apoio da direção da escola.

Desses profissionais, somente 35% lecionam exclusivamente na escola, enquanto 57% trabalham em outras escolas e 9% em empregos fora da área educacional.

No material publicitário, essa escola apresenta a sua política educacional cuja intenção educativa é desenvolver em seus educandos as seguintes competências:

Uma atitude de curiosidade, reflexão e crítica frente ao conhecimento e à interpretação da realidade, seus códigos e suas tecnologias; a capacidade de realizar, crítica e criativamente, as diversas formas de linguagem do mundo contemporâneo; a compreensão dos processos naturais e o respeito ao ambiente como valor vital, afetivo e estético; o desenvolvimento de uma atitude de valorização, cuidado e responsabilidade individual e coletiva em relação à saúde e à sexualidade; a autonomia, a cooperação e o sentido de co-responsabilidade individual e coletiva; a competência para atuar no mundo do trabalho dentro de princípios de respeito por si mesmo, pelos outros e pelos recursos da comunidade; o exercício da cidadania para a transformação crítica e ética das realidades sociais; a motivação e a competência para dar prosseguimento à sua própria educação de forma sistemática.14

Esse estabelecimento divide o ano letivo em três trimestres. Ao final de cada trimestre, ou etapa, como é chamado, há uma recuperação. Esta é denominada recuperação de etapa. Esse expediente possibilita ao educando recuperar as notas abaixo da média. Se ao final do ano letivo, o aluno não recuperar a média, ele vai para a recuperação final. Nesta só é permitido o máximo de três disciplinas. Caso o número de recuperações exceda esse limite, o aluno é reprovado.

No documento claudiadepaulapinto (páginas 62-65)

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