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3. METODOLOGIA

3.4. PROCEDIMENTO PARA A AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS GASTOS

3.4.1. Análise por Envoltória de Dados

3.4.1.2. Escolha das Variáveis Relativas à Saúde

Primeiramente apresentou-se a divisão dos motivos dos inputs na função pública saúde e as referências, sendo eles:

a) Gastos/despesas na função saúde; b) Profissionais ligados à função saúde; c) Infraestrutura hospitalar;

d) Atendimentos hospitalares; e e) Índices sociais.

Quadro 10 - Motivos e referências dos inputs na função pública saúde GASTOS/DESPESAS NA FUNÇÃO SAÚDE

INPUTS REFERÊNCIA

Gasto per capita do SUS com recursos

municipais; FLACH, MATTOS & MENDES (2017)

Transferência federal SUS per capita; Gasto anual em saúde (GANS) / Despesas totais com saúde

MAIA (2016)

MAZON, MASCARENHAS & DALLABRIDA (2015)

PORTULHAK, RAFFAELLO & SCARPIN (2013)

ANDRED et al (2018) ZARE (2017)

GASTOS/DESPESAS NA FUNÇÃO SAÚDE

Gastos per capita em saúde; PORTULHAK, RAFFAELLO & SCARPIN

(2013)

NUNES E SOUZA (2019) SILVA (2010)

DIAS (2016)

CAMPOS-LUCENA, SANZ-DÍAZ, MORENTE & OVANDO (2017);

Despesas em saúde em percentagem do PIB

ASANDULUI, ROMAN & FATULESCU (2014) DÉNES, KECSKÉS, KOLTAI & DÉNES (2017) IBRAHIM &DANESHVAER (2018)

TOUZANI (2012)

Valor médio das internações VASCONCELOS et al (2017)

Gastos com prescrição GARCIA; SERRANO, MARCUELLO &

URBINA (2002)

Orçamento GONZÁLEZ & FIDALGO (2004

INFRAESTRUTURA HOSPITALAR

Equipamentos; PORTULHAK, RAFFAELLO & SCARPIN

(2013)

MEDEIROS & MARCOLINO (2018) FONSECA & FERREIRA (2009) COSTA & RODRIGUES (2016) VASCONCELOS et al (2017)

STEFKO, GAVUROVA & KOSICOVA (2018)

Estabelecimentos de saúde; PORTULHAK, RAFFAELLO & SCARPIN

(2013)

FONSECA & FERREIRA (2009) NUNES & SOUZA (2019) ZARE (2017)

Quantidade de leitos VASCONCELOS et al (2017)

DIAS (2016)

ASANDULUI, ROMAN & FATULESCU (2014) ZARE (2017)

DÉNES, KECSKÉS, KOLTAI & DÉNES DÉNES (2017)

KIRIGIA EMROUZNEJA SAMBO MUNGUTI, & LIAMBILA (2004)

IBRAHIM & DANESHVAER (2018) YEŞİLAYDIN (2017)

FLACH, MATTOS & MENDES (2017) STEFKO, GAVUROVA & KOSICOVA (2018) PROFISSIONAIS LIGADOS À FUNÇÃO SAÚDE

Equipes de Estratégia Saúde da Família por mil habitantes;

FLACH, MATTOS & MENDES (2017) DIAS (2016)

GASTOS/DESPESAS NA FUNÇÃO SAÚDE Profissionais de saúde (enfermeiros e

médicos)

FLACH, MATTOS & MENDES (2017)

PORTULHAK, RAFFAELLO & SCARPIN (2013)

MEDEIROS & MARCOLINO (2018) FONSECA & FERREIRA (2009) NUNES & SOUZA (2019)

ASANDULUI, ROMAN & FATULESCU (2014) CAMPOS-LUCENA, SANZ-DÍAZ, MORENTE & OVANDO

ZARE (2017)

DÉNES, KECSKÉS, KOLTAI & DÉNES (2017) KIRIGIA EMROUZNEJA SAMBO MUNGUTI, & LIAMBILA (2004)

YEŞİLAYDIN (2017) TOUZANI (2012)

ROMANO & CHOI (2016)

GARCIA; SERRANO, MARCUELLO &

URBINA (2002) Número de Agentes Comunitários de

Saúde

DIAS (2016)

Outros funcionários: Técnico de laboratório + Tecnólogo de laboratório + Pessoal administrativo

KIRIGIA EMROUZNEJA SAMBO MUNGUTI, & LIAMBILA (2004)

YEŞİLAYDIN (2017)

Total de recursos humanos GONZÁLEZ & FIDALGO (2004)

ATENDIMENTOS HOSPITALARES

Média de permanência. VASCONCELOS et al (2017

Avaliação da Eficiência Hospitalar YEŞİLAYDIN (2017) Número de encaminhamentos para o RX,

laboratórios e interconsultas

GONZÁLEZ & FIDALGO (2004

ÍNDICES SOCIAIS

Taxa de Alfabetização PORTULHAK, RAFFAELLO & SCARPIN

(2013)

Renda per capita PORTULHAK, RAFFAELLO & SCARPIN

(2013)

Gastos per capita em educação PORTULHAK, RAFFAELLO & SCARPIN

(2013)

Saneamento PORTULHAK, RAFFAELLO & SCARPIN

(2013)

Índice de morbidade GARCIA; SERRANO, MARCUELLO &

URBINA (2002)

Nível de educação TOUZANI (2012)

Cobertura população SUS dependente DIAS (2016)

Grupo de risco clínico; ROMANO & CHOI (2016

População < 75 anos ROMANO & CHOI (2016

Como se observa nos quadros 7, 8, 9 e 10, há grande variedade na utilização de dados como inputs tanto na área da saúde, semelhante ao verificado na área da educação. Nesta área também se destaca com clareza a utilização como input os gastos nessa função pública.

Verifica-se que prevaleceram dados de despesas com saúde em quase todos os estudos pesquisados, discriminados por diversas denominações como: Gasto per capita do SUS com recursos municipais; Transferência federal SUS per capita; Gasto anual em saúde (GANS) / Despesas totais com saúde; Gastos per capita em saúde; Despesas em saúde em percentagem do PIB; Valor médio das internações; Gastos com prescrição; e Orçamento,

Além desses insumos aparece, com frequência menor, porém assemelhadas a infraestrutura educacional, profissionais que atuam da função educação, alunos/matrículas e, ainda, índices socias, estes, porém, bastante diversificados.

Para se buscar a melhor opção para este trabalho, procurou-se, da mesma forma que na área da educação, realizar testes com cada um dos motivos encontrados em trabalhos pretéritos por autores nacionais e internacionais. Assim, fez-se os testes para análise de envoltória de dados com os motivos gastos/despesas na função saúde; infraestrutura hospitalar; profissionais que atuam na função pública saúde; atendimentos hospitalares e índices sociais. E, também, em cada um desses motivos elencados, fez-se a experimentação, dois a dois, de todos os inputs possíveis, no sentido de verificar quais, em cada motivo, seria o mais indicado para a utilização na análise de envoltória de dados. Os

outputs, tendo em vista que o resultado esperado é o resultado atingido nesta

função pública, foram fixados no Índice IPARDES de Desenvolvimento Social – Saúde e o Inverso da Taxa de Mortalidade Infantil.

Após todos os testes verificou-se que seriam utilizados os seguintes inputs para a função saúde:

Quadro 11 - Motivos e inputs na função pública saúde

MOTIVO INPUT

INFRAESTRUTURA HOSPITALAR Número de Leitos PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA FUNÇÃO

SAÚDE

Número de profissionais que atuam na saúde

ATENDIMENTOS HOSPITALARES Média de Permanência

Fonte: Elaborado pelo autor

Para a função saúde aparece como output com maior frequência as taxas de mortalidade (óbito) por faixa etária, porém verifica-se também a presença do índice FIRJAN Saúde, a produção ambulatorial, as equipes estratégicas de saúde da família, famílias acompanhadas, vacinação, famílias cadastradas nos modelos de atenção básica, número de estabelecimentos de saúde, número de atendimentos realizados, esperança de vida ao nascer e número de internações.

Nas pesquisas internacionais, na área da educação prevalece de forma destacada como resultados o aproveitamento dos alunos, seja com índices educacionais, ou com outras formas de avaliação. Na área da saúde há uma maior variedade de outputs, não sendo possível padronizar.

Neste trabalho, como um dos produtos, optou-se pelo Índice IPARDES de Desempenho Municipal – Saúde, tendo em vista que este índice mede o desempenho dos 399 municípios do Estado do Paraná, considerando três dimensões: renda, emprego e produção agropecuária; saúde e educação. Sua elaboração se baseia em diferentes estatísticas de natureza administrativa, disponibilizadas por entidades públicas. Para a área de saúde, utilizam-se os bancos de dados da Secretaria da Saúde (SESA) e a Projeção Populacional calculada pelo IPARDES e leva em conta as seguintes variáveis: (1) percentual de

mais de seis consultas pré-natais por nascido vivo: mede o atendimento às

gestantes nos serviços de saúde e constitui um dos atendimentos mais básicos que um município deve oferecer à sua população (2) percentual de óbitos por causas

mal definidas: este indicador está relacionado tanto com o acesso aos serviços de

saúde quanto com a disponibilidade de recursos médico-assistenciais de uma localidade, inclusive para diagnóstico; e (3) percentual de óbitos de menores de

cinco anos por causas evitáveis por nascidos vivo: traduz a relação entre a

quantidade de óbitos de menores de cinco anos por causas evitáveis a cada 100 nascidos vivos no mesmo período (IPARDES, 2019).

Como output será utilizada também o Inverso da Taxa de Mortalidade em Menores de 5 anos (mil nascidos vivos), uma vez que “a mortalidade em menores de 5 anos, e especialmente em menores de um ano, continua em muitos locais em níveis altos e representa uma das principais expressões dos baixos níveis de saúde dos países em vias de desenvolvimento” (AMIGO, et. al, 2019).

4 RESULTADOS DA EVOLUÇÃO DOS GASTOS PÚBLICOS DE EDUCAÇÃO E SAÚDE E AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DESSES SERVIÇOS NOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DE PARANAGUÁ

Os resultados aqui apresentados foram obtidos a partir dos procedimentos para a análise da evolução do comportamento dos gastos públicos com educação e saúde nos municípios da microrregião de Paranaguá, PR.

Para a análise da evolução dos gastos em educação e um paralelo com possível evolução da qualidade do ensino fundamental da primeira fase foi pesquisado o gasto per capita nesta área e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB na primeira fase do ensino fundamental em cada município da microrregião, onde se buscou avaliar se o volume de recursos investidos per capita em educação implica necessariamente na melhoria do Índice de Desenvolvimento Educacional - IDEB dos municípios.

Em relação à função pública saúde foi pesquisado o gasto per capita nesta área em cada um dos municípios da microrregião e, para verificar a qualidade da execução deste tipo de política pública o Índice IPARDES de Desempenho Municipal - Paraná - IPDM, para, então, verificar se a quantidade de gastos interferiria no desempenho na área da saúde.

Para avaliar a eficiência da execução de políticas públicas nas funções educação e saúde foi utilizada a técnica de Análise Por Envoltória de Dados.

A seguir serão apresentados cada um desses procedimentos.

4.1 EVOLUÇÃO DOS GASTOS COM EDUCAÇÃO E DO ÍNDICE DE