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3. OS CAMINHOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

3.2 A ESCOLHA DO CAMPO DE PESQUISA

O campo escolhido para a pesquisa foi a Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, pela trajetória que esta rede de ensino tem com a pesquisa em educação, bem como, o número considerável de unidades que atendem bebês. Em 2015, 38 unidades educativas12 atendiam bebês com faixa etária de 6 meses a 1 ano de idade;e, ao todo, o município administra 88 unidades de Educação Infantil. Há unidades com mais de um grupo de bebês, já que a organização dos grupos corresponde à demanda da comunidade, ou seja, as solicitações de matrícula e a obrigatoriedade da pré-escola orientam a constituição dos grupos nas creches e NEIs.

A aproximação do campo de pesquisa deu-se pela participação na formação oferecida pela Rede Municipal de Ensino em 2014. A Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, em parceria com Diretoria de Educação Infantil, vem organizando uma formação continuada para as professoras que compõem o quadro de magistério, visando tratar de questões específicas da prática pedagógica com as crianças na Educação Infantil. A organização dos conteúdos formativos considera as exigências da função e busca uma articulação entre as experiências vividas pelas professoras e a produção acadêmica sobre a Educação Infantil.

Em 2014 a Rede organizou os grupos para formação continuada por faixa-etária. Assim, as professoras que atuavam com os grupos G1 e G2 formaram um grupo com o objetivo de refletir sobre as práticas pedagógicas com os bebês e as crianças bem pequenas. O grupo,composto por mais de 100 professoras,estruturou-se em 4 subgrupos, que trataram de refletir sobre

12 Dados disponíveis em: http://www.pmf.sc.gov.br/entidades/educa.Acesso em: 11/2014.

temáticas como: as práticas de educação e cuidado; a organização do tempos, dos espaços e materiais; a importância da observação e do registro.

A inserção nas creches e NEIs aconteceu de forma efetiva em 2015, quando o quadro de profissionais da rede sofreu grandes alterações, exigindo que organizássemos critérios para as profissionais que responderiam ao questionário. A Gerência de Formação da Rede Municipal de Ensino nos auxiliou na seleção das unidades educativas que participaram da pesquisa. Ao todo foram 9 unidades educativas que aceitaram acolher a pesquisa. As unidades localizam-se em diferentes regiões do município, desde regiões mais centrais até bairros localizados no norte e no sul da ilha de Florianópolis. As creches e NEIs apresentam uma estrutura física e de pessoal totalmente diferenciada; há instituições que atendem 6 grupos e outras que atendem 20 grupos, variando, desse modo,o número de profissionais e de grupos atendidos.Nas creches e NEIs que atendem mais de 12 grupos, foram encontrados 2 grupos de bebês.

O primeiro contato direto com as unidades foi realizado por meio de uma conversa com a direção e supervisão das creches selecionadas. Com o encaminhamento autorizando a realização da pesquisa, foi agendada uma conversa com os gestores no intuito de explicar o objetivo da pesquisa e os procedimentos metodológicos. Em algumas situações, a creche foi visitada mais de uma vez para conversar com a direção e supervisão e combinar data e horário para realização do questionário com a professora.

Na primeira conversa com os gestores e supervisores, percebeu-se que as unidades já conheciam os objetivos da pesquisa e os procedimentos metodológicos, tendo em vista que já haviam recebido o projeto via e-mail e o encaminharam para as professoras que aceitaram participar da pesquisa. As creches e NEIs que possuíam 2 grupos de bebês convidaram ambas as professoras para participarem da pesquisa, contudo 2 profissionais se recusaram a participar, constituindo, assim, um grupo de 12 docentes. A previsão dos encontros seria nos dias de hora-atividade das professoras13.

13 A Portaria n. 005/2015 define diretrizes para organização da hora-atividade na rede municipal de Florianópolis. Esta rede de ensino compreende como Hora- Atividade o tempo destinado a atividades de estudo, planejamento e avaliação, correspondendo a 30% da jornada de trabalho do professor. Mais informações em:

http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/07_05_2015_13.36.42.652b0e b8449d54f5533404f30c6e290b.pdf

Os encontros com as professoras dos bebês (6 meses a 1 ano de idade) e a realização dos questionários aconteceram no fim do primeiro semestre de 2015, juntamente com os compromissos de fechamento de semestre, entrega de avaliações, comemorações, assim como, o pagamento/compensação dos dias de greve. Esses compromissos de fim de semestre causaram alguns desencontros e transtornos. Na primeira visita agendada, percebeu-se que o tempo das professoras de bebês é vivido de modo aligeirado, até mesmo no período de hora-atividade.

Pensando na qualidade das respostas e nos desencontros iniciais, procurou-se organizar os próximos encontros do seguinte modo: a primeira visita tinha como intuito conhecer as professoras, explicar os objetivos da pesquisa e esclarecer possíveis dúvidas sobre o questionário, o qual, em seguida, era entregue à professora, que teria uma semana para respondê-lo, quando, então, findo o prazo, se retornava à unidade para buscar o questionário.

As visitas às unidades foram consideradas profícuas. Esses encontros possibilitaram conhecer mais o cotidiano dos bebês por meio da conversa com as professoras. Ao chegar às unidades, percebeu-se que as profissionais já conheciam a temática da pesquisa e encontravam-se preocupadas com as respostas que dariam no questionário, querendo responder corretamente. Essa preocupação foi interpretada como demonstração de compromisso dessas profissionais em contribuir da melhor forma possível. Já nessa primeira conversa, foi esclarecido que o intuito da pesquisa era compreender o lugar da dimensão corporal na relação educativa por meio da palavra delas, para isso a descrição de como se relacionam com eles e como percebem os bebês nesta relação fazia-se muito importante.

O processo de devolutiva dos questionários que foram deixados nas unidades ocorreu com tranquilidade, obtendo-se 100% de devolução. Nos casos em que não se conseguiu agendar um segundo encontro com as professoras, organizou-se a devolutiva e após uma semana e, passado esse tempo, entrou-se em contato com as unidades, acordando-se uma visita apenas para recolher os questionários.

Com os questionários em mãos, iniciou-se o trabalho de tabulação dos dados de pesquisa, começando pela organização das sessões que compuseram a estrutura do questionário. Uma planilha14 foi organizada com todos os dados

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da pesquisa, desde as respostas descritivas até os gráficos com os dados quantitativos. Essa organização proporcionou o primeiro olhar para os dados de pesquisa para, a partir dessa tabulação, iniciar-se um processo de categorização, descrito seguir.