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Esta é mais uma fonte de confusão. As memórias SDRAM podem ser classificadas de acordo com o seu clock, ou de acordo com o tempo de acesso. Ambas as classificações são equivalentes. Por exemplo, um clock de 125 MHz resulta em um período de 8 ns, portanto o fabricante pode utilizar qualquer um dos indicadores para a velocidade: -125 ou –8, o que significa 125 MHz e 8 ns, respectivamente. A tabela abaixo mostra a correspondência entre os clocks e os tempos de acesso.

Clock Ciclo 66 MHz 15 ns 83 MHz 12 ns 100 MHz 10 ns 125 MHz 8 ns 133 MHz 7,5 ns 143 MHz 7 ns 166 MHz 6 ns

Ocorre que, na prática, nem sempre os clocks máximos indicados pelos fabricantes das memórias podem ser utilizados. O problema não está relacionado a enviar um dado a cada período de clock, e sim, ao longo

tempo necessário para enviar o primeiro dado. As primeiras memórias SDRAM operavam com temporizações como 7-1-1-1, 6-1-1-1 e 5-1-1-1, ou seja, precisavam de um tempo mais longo para encontrar o primeiro dado de um grupo, depois enviavam os dados seguintes na sua velocidade máxima, com um dado a cada ciclo de clock. As memórias atuais são ainda mais rápidas, e podem operar nos modos 3-1-1-1 e 2-1-1-1. Esses modos são diferenciados por um parâmetro chamado CAS Latency, e está relacionado ao tempo transcorrido entre o início do ciclo e o sinal de CAS. São indicados como “CL=3” e “CL=2”. A maioria das memórias consegue operar com facilidade usando CL=3, mas nem todas podem operar com CL=2. Um módulo de memória com marcação –75 (133 MHz) pode conseguir operar a 133 MHz usando CL=3, mas pode não conseguir operar com CL=2, sendo necessário utilizá-lo com clocks mais baixos. Tome por exemplo as informações apresentadas pela Mícron, fabricante de memórias (www.micron.com) sobre seus chips com ciclos de 7 e 7,5 ns:

Marcação Ao usar o clock Precisa de Latência do

CAS de... Classificação

-75 66 MHz 2 PC66

-75 100 MHz 2 PC100

-75 133 MHz 3 PC133

-7 133 MHz 2 PC133

-7 143 MHz 3

O chip de marcação –75 opera com ciclos de 7,5 ns, ou 133 MHz. Esta memória pode ser instalada em placas que exijam o funcionamento externo a 66, 100 e 133 MHz, entretanto, para 66 e 100 MHz pode utilizar CL=2 (resultando em temporizações 2-1-1-1). Estaria assim atendendo aos requisitos dos padrões PC66 e PC100. Para operar em placas com clock externo de 133 MHz, precisaria utilizar CL=3, operando então com a temporização 3-1-1-1, ainda assim atendendo à especificação PC133. O ideal entretanto é utilizar a temporização 2-1-1-1, obtida com CL=2. Segundo este fabricante, isto é possível com os seus chips de marcação –7. Esses chips podem operar ainda com o clock máximo de 143 MHz, porém usando CL=3. Note que essas regras não são gerais, sempre é preciso confirmar no manual do fabricante, qual é o CL que pode ser usado (2 ou 3) para cada clock. De um modo geral, para fazer um chip de SDRAM operar com a sua máxima freqüência é preciso usar CL=3.

Muitas placas de CPU possuem no CMOS Setup, especificamente na seção Advanced Chipset Setup, um item para indicar a latência do CAS, oferecendo as opções CL=2 e CL=3. Isto permite ao usuário fazer um

pequeno “envenenamento”, utilizando memórias mais rápidas que o necessário e programando CL=2. A configuração mais segura entretanto é utilizar o SPD (Serial Presence Detect). Esta identificação das memórias SDRAM informa ao BIOS os seus parâmetros temporais, e assim pode ser feita automaticamente a programação do CL e outros parâmetros de modo a obter o melhor desempenho e com segurança.

De um modo geral, memórias de 10 ns (100 MHz) podem operar a 66 MHz com CL=2. Essas memórias recebem a classificação PC66. Memórias de 8 ns (125 MHz) normalmente podem operar 100 MHz (padrão PC100) e CL=2, mas alguns chips requerem CL=3. Memórias de 7.5 ns (133 MHz) em geral funcionam a 133 MHz (PC133) com CL=3. Para utilizar 133 MHz com CL=2, em geral é preciso que as memórias sejam mais rápidas, como –7 ou –6 (143 MHz e 166 MHz, respectivamente). Use a tabela abaixo como referência:

Memórias de.... Podem operar com... Usando CL

166 MHz (6 ns) 133 MHz CL=2 100 MHz CL=2 66 MHz CL=2 143 MHz (7 ns) 133 MHz CL=2 100 MHz CL=2 66 MHz CL=2 133 MHz (7,5 ns) 133 MHz CL=3 100 MHz CL=2 66 MHz CL=2 125 MHz (8 ns) 100 MHz CL=2 66 MHz CL=2 100 MHz (10 ns) 100 MHz CL=3 66 MHz CL=2

Note que esta tabela tem a intenção de ajudar, mas dependendo do chip de memória utilizado, pode ser necessário usar CL=3 em situações nas quais a tabela recomenda CL=2. A palavra final é a do fabricante das memórias. Em caso de dúvida, usar CL=3 sempre funciona quando o clock da memória é igual ou superior ao clock da placa de CPU.

Figura 6.28

Acessos de leitura com CL=1, CL=2 e CL=3. para memórias Micro MT48LC1M16A1

A figura 28 mostra as operações de leitura em uma SDRAM modelo MT48LC1M16A1, produzida pela Micron, usando CL=1, CL=2 e CL=3. Os dados não devem ser generalizados para qualquer chip de SDRAM, são específicos para o chip citado. Na prática, CL=1 não é utilizado, pois as memórias SDRAM não podem operar com freqüências elevadas neste modo. Com CL=1, o dado (DQ) é acessado depois de apenas 1 ciclo de clock. Note na figura que com CL=1, o comando de leitura (READ) foi dado a subida do pulso de clock T0, e o dado (DQ) ficou pronto um ciclo depois, ou seja, na subida de T1. Com CL=2, o dado está pronto depois de dois ciclos de clock, e com CL=3, pronto com 3 ciclos de clock. Memórias operando com CL=2 e CL=3 operam com temporizações 2-1-1-1 e 3-1-1-1, respectivamente. A figura mostra ainda uma pequena tabela indicando a freqüência máxima que pode ser usada com CL=1, CL=2 e CL=3. A tabela mostra que usando CL=1, memórias –6 (166 MHz) podem operar no máximo a 50 MHz, memórias –7 (143 MHz) podem operar no máximo a 40 MHz, e memórias –8 (125 MHz) podem operar no máximo a 40 MHz, valores muito baixos. Já com CL=2 essas memórias operam de forma mais confortável: 125 MHz, 100 MHz e 77 MHz, respectivamente. Apenas com CL=3 essas memórias conseguem operar com suas freqüências máximas.

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