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2. O QUADRINHO

4.1 Escrita

No começo de 2020, pensei em desenvolver uma história de garotos mágicos negros, que eu chamei pelo nome genérico de Magical Black Boys. Esse termo é uma modificação do original, Black Girl Magic, movimento americano criado em 2016 por CaShawn Thompson para celebrar a beleza, o poder e a resiliência das mulheres negras (WILSON, 2016). Eu queria celebrar as possibilidades de encarar garotos negros como potencialidades, fora da figura estereotipada deteriorante que o Estado e a Mídia transmitem sobre eles. Há potência,

fragilidade, fraternidade, medo, alegria, amor e complexidade em suas existências. Da mesma forma, há pressão social, perseguição institucional e risco que ameaçam essas existências. Há trauma, mas também há construção.

Para a narrativa, pensei em desenvolver um grupo de meninos negros periféricos que estão no Ensino Médio e passam por diferentes aventuras. A ideia é criar múltiplos personagens em um universo complexo, que possa ser explorado de forma serializada. Ou seja, manter a possibilidade de desenvolvimento de várias histórias, episódios, volumes, temporadas, com eles se revezando ou não no papel de protagonistas. Para a primeira, pensei em uma história de coming out32 de um deles. Depois, poderia explorar diversos gêneros ou subgêneros de narrativa (livros, quadrinhos e filmes) e diferentes conflitos, como coming of age33, investigação, assalto, etc. A mensagem que eu quero transmitir é a de que todos os meninos periféricos têm em si o poder de transformação da comunidade em que vivem ou da sociedade em geral. Assim, esses meninos estariam localizados em uma exageração do atual contexto brasileiro de encarceramento em massa e genocídio da população negra. Eles estão em um Brasil fascista, militarizado, e sua classe de garotos mágicos são alvos assumidos do governo, apoiado pela mídia. O objetivo é fazer uma analogia com a guerra do Estado brasileiro contra a população negra, tendo como alvo jovens rapazes negros.

Há outros garotos mágicos nesse universo e, como nas histórias recentes de garotas mágicas, os personagens começam sem poderes e o adquirem com algum ente/objeto mágico. Nesse universo também há monstros, que manifestam fisicamente os preconceitos sofridos pelos rapazes ao longo dessas histórias.

Tracei um esqueleto geral do que seria a história, desde o momento inicial até o final, quando os meninos já não são mais garotos mágicos, passando por todos os episódios que eu achava que levariam até o final. No início, eram cinco garotos, porque as garotas mágicas dos mangás marcantes, como Sailor Moon ou Madoka, normalmente são cinco, mas percebi que a energia narrativa de um deles poderia ser absorvida por outros dois. Não havia espaço narrativo para o quinto, então eu o cortei da história.

Nesse momento, precisei desenvolver quem são eles, além do conceito (chamava-os apenas por letras). Eu tinha uma ideia geral de como seriam as personalidades dos meninos, mas não sabia como desenvolvê-las. Eu já tinha imaginado que Ian era tímido e estava no armário, Amin era leal e simpático, Bruno era bonito e desenvolto, Dino era explosivo e

32 Narrativas que mostram a história de um personagem LGBT se assumindo para si mesmo e para a sociedade. 33 Narrativas que exploram o amadurecimento de um personagem e o encontro dele consigo mesmo. Normalmente coming of age e coming out estão entrelaçados.

fisicamente forte. Em um primeiro momento, imaginei que Bruno já seria um garoto mágico e convidaria os meninos a se juntarem a ele. No entanto, pensei que seria melhor se todos iniciassem seu contato com o mundo mágico ao mesmo tempo.

Para desenvolver mais os personagens, eu procurei inspiração entre os orixás. Minha tia é ialorixá (mãe de santo) e eu passei parte da minha infância frequentando o terreiro dela e conversando sobre a mitologia herdada dos iorubas. Além disso, uma edição da revista Dossiê Super Interessante dedicada às religiões afro (HARGREAVES, 2018) e o livro Lendas Africanas dos Orixás, do Verger (2019), serviram de inspiração. Como Ian seria tímido e se escondia, Omulu poderia ser seu orixá pai. Bruno, por ser bonito e desenvolto, teria como pai Xangô, vaidoso e atrevido. Dino, com sua característica explosiva e força física, seria filho de Ogum, o orixá da guerra. Amin, por seu acolhimento e lealdade, seria Oxóssi, o orixá da caça, que provém a casa. Com os orixás definidos, também ficaram definidos seus poderes. Como a história pode ser desdobrada em várias outras, julguei ser interessante seguir uma progressão dos poderes, assim como há uma progressão dos religiosos do candomblé dentro da prática dos terreiros. Os praticantes se desenvolvem antes de receber um orixá, alguns jamais incorporam.

Seus nomes vieram ao mesmo tempo e refletem nomes brasileiros comuns na periferia (Bruno e Ian), nomes ancestrais (Benedino) e nomes árabes, que fazem parte da formação negra brasileira (Amin). Busquei por nomes curtos, que não repetissem a sonoridade, começassem com letras diferentes entre si e não fossem acentuados. Além disso, seus nomes têm significados que acrescentam aos personagens. Ian significa algo como Graça Divina, Bruno significa moreno, mas também “pardo” (brown), Benedino significa bendito e é uma variação italiana do nome Benedito, nome do meu avô, e Amin significa fiel em árabe. Escrevi post-its sobre eles, que transcrevo abaixo:

Ian

15 anos (2º ano), faz 16 em seis meses. Tímido, inteligente e companheiro gay

medos: ser julgado pelos outros, ser rejeitado

gosta: açaí e cupuaçú, filmes geeks, fanfics, matemática e física

Bruno

atrevido, vaidoso e extrovertido gay

medos: fracassar, ser insuficiente

gosta: milkshake de ovomaltine, esportes, livros de fantasia, história e química

Dino (Benedino)

16 anos (2º ano), faz 17 em seis meses. extrovertido, explosivo e alegre

hetero

medos: rejeição, não achar um amor e não ser correspondido

gosta: churrasco, milkshake de chocolate, jogos de RPG, fantasia, portugês e geografia

Amin

16 anos (2º ano), faz 17 ano que vem leal, fofo, extrovertido e cativante hetero

medos: desapontar quem ele gosta, ser visto como fraco

gosta: milkshake de morango, tocar violão, música pop, futebol e educação física

Também criei uma imagem de referência com os poderes deles e conceito para as roupas que usariam, uma vez completamente em contato com seus poderes. Como inicialmente Bruno abriria o caminho para que eles se tornassem garotos mágicos, pensei que ele pudesse ser filho de Exu, o orixá dos caminhos. No entanto, pelas atitudes e personalidade que imaginava que o personagem teria, achei que ele combina mais com Xangô, o orixá da justiça e da beleza masculina.

Recapitulando: para o primeiro passo, construí um mundo mágico, controlado por um governo fascista que tenta cercear a liberdade das comunidades periféricas e dos corpos negros. Não foi difícil. Nele, inseri a presença de monstros, que também antagonizam os garotos mágicos, simbolizando os preconceitos que sofrem. Para o segundo passo, apesar de ainda não terem nomes, localizei esses personagens, chamando-os por letras, dentro desse mundo. Assim, defini vagamente qual o arco que esses personagens teriam em relação a sua magia e ao mundo ao redor, desde a aquisição dos poderes até o fim. Com isso, construí algum nível de personalidade para eles e de envolvimento afetivo uns com os outros e com as pessoas que constroem esse universo, fora eles mesmos. Terceiro passo, desenvolvi quem são

esses personagens, quais são suas personalidades básicas, características físicas e nomes. No quarto passo, comecei a pensar na primeira história, que é este projeto apresentado. Para isso, antes de qualquer coisa, escrevi uma sinopse sobre a história, com profundos tons de Boys Love:

“Ian se apaixona pelo estranho terceiranista (Bruno) e, depois de ouvir seus amigos (Dino e Amin) serem homofóbicos durante uma partida de futebol, ele se assume para eles. Quando os valentões da escola ouvem e espalham, ele precisa lidar com todas as consequências disso, o afastamento de Dino e o estreitamento dos laços com Amin e Bruno. Enquanto isso, os quatro garotos precisam decidir se querem se tornar garotos mágicos depois de um animal oferecer os poderes a eles durante o ataque de um monstro à cidade.”

Para desenvolver essa história de forma a alcançar um grande público, pensei em utilizar os doze passos da Jornada do Herói, com os quais tive contato na adolescência. Um amigo me recomendou criar cartões para organizar visualmente a jornada, então os desenhei e grudei na parede. Embaixo de cada um deles, com post its, descrevi os acontecimentos dos passos da jornada. Ficou, no final, assim:

1. Mundo Comum: Ian estuda no Ensino Médio, com seus melhores amigos, Amin e Dino. Eles jogam bola, passam o tempo livre e estudam juntos. Ele guarda de todos o segredo de ser gay. No momento, os alunos se organizam para a festa junina.

2. Chamado à Aventura: Enquanto joga futebol com os meninos, Dino usa uma ofensa homofóbica contra um integrante do time rival e isso atinge Ian.

3. Recusa do Chamado: Ele não quer fazer nada a respeito, pois tem medo, mas fica refletindo sobre isso.

4. Encontro com o Mentor: O menino por quem Ian é apaixonado, Bruno, fala para ele que seus amigos são legais, mas que esse tipo de atitude do Dino não é legal. É nesse momento que aparece um monstro e eles têm contato com o gato, que lhes oferece os poderes especiais de garotos mágicos. A internet também dá um empurrãozinho na autoconfiança.

5. Travessia do Primeiro Limiar: Ele conta aos meninos, em um local escondido, que é gay. Nesse momento, ele teme perder a amizade deles, mas espera pelo melhor.

6. Testes, aliados e inimigos: No dia seguinte, ele percebe que os alunos da escola estão olhando diferente para ele. Amin explica que de alguma forma todo mundo descobriu que ele é gay. Dino não fala com ele, mas Amin e Bruno continuam do seu lado. O diretor conversa com ele. Eles ainda não sabem que foi Pietro e Nicholas que contaram para todos. Depois de um dia sem sossego, ele corre para casa e quer passar um tempo sozinho. Amin e Bruno oferecem companhia. Eles têm a ideia de fazer cartazes contra a homofobia. Eles

expõem os cartazes, mas, por causa disso, brigam com Nicholas e Pietro.

7. Aproximação da Caverna Secreta: Ian se sente bem por ter agido, mas percebe que ainda não tem Dino de volta, além de ter que enfrentar a repressão dos outros alunos. É nesse momento que sua mãe o ajuda a enxergar melhor seu papel nisso tudo. Ian e os amigos vão à festa junina juntos.

8. Provação: Lá, todos o encaram. Carol, Nicholas e Pietro se colocam contra eles. Seus amigos se reúnem e vencem os três.

9. Recompensa: Com os três vencidos e Dino com eles, Bruno e Ian se beijam e dançam a quadrilha juntos.

10. Caminho de Volta: Um monstro ataca a festa.

11. Ressurreição: Ian aceita se tornar garoto mágico, porque agora é um menino corajoso e autoconfiante. Ele luta contra o monstro e o derrota.

12: Retorno com o Elixir: No dia letivo seguinte, Ian se encontra com Bruno, Amin e Dino. Ele não tem medo de segurar a mão de Bruno, tem o apoio dos amigos contra as afrontas de Nicholas e Pietro e ouve as desculpas de Dino, com quem conversa.

Depois disso, escrevi uma história em 23 capítulos. Foi quando falei com minha orientadora, Patrícia, que, antes de ler o roteiro, recomendou que eu participasse do curso da Pixar na KhanAcademy sobre storytelling. Nele, os profissionais da empresa guiam os estudantes, através de explicações e exercícios, sobre temas como construção do mundo, personagens e a estrutura da história.

Sobre o mundo, eu escrevi:

“Nesse mundo, há uma versão paralela do Brasil, comandada por um governo militar fascista. Monstros aparecem do nada e atacam todos os lugares, e o governo culpa os garotos mágicos por isso. Na verdade, eles não poderiam ter menos a ver com a existência dos monstros, mas essa é uma forma de criminalizá-los e persegui-los, porque o governo tem medo de garotos periféricos poderosos, que podem questionar suas ações. Além desses três poderes, há um grupo guerrilheiro que se opõe ao governo, sua brutalidade sobre a periferia e sua ausência nesses espaços.”

Além desse texto, desenvolvi um maior, incentivado pelo curso, onde me coloquei como um habitante médio desse universo, sujeito aos discursos do governo, da mídia, de conversas com as outras pessoas e suas próprias opiniões, e escrevi sobre como é encarar o dia a dia com tantas anormalidades:

“As pessoas estão acostumadas com as visitas e a destruição causadas pelos monstros. Em algum lugar, o exército luta contra um grupo de criminosos terroristas que querem atentar

contra a pátria. Os monstros não estão sempre presentes, mas volta e meia os vemos nos noticiários ou nas redes sociais. As pessoas sabem que o exército está aqui para protegê-las deles. Ao mesmo tempo, as pessoas temem serem abordadas pelo exército, levadas sob custódia, confundidas com um dos terroristas. Mas isso não vai acontecer se você não faz nada de errado, afinal quem não deve não teme. Além das imagens dos monstros, vemos sempre nos noticiários e nas redes sociais imagens de jovens com superpoderes lutando contra eles. Nas redes, dá para ver que eles lutam contra os monstros. No noticiário, não exatamente. Os militares dizem que eles são criminosos, sem autorização do governo e sem controle institucional sobre seus poderes. Que eles deveriam ser presos. Nem todo mundo concorda com isso. Se eles lutam contra os monstros e apenas isso, tudo bem. Agora, os militares começaram a dizer que são esses jovens que criam os monstros, mas não explicaram como. Nas redes, mais e mais pessoas replicam essa ideia, que começa a ganhar força no mundo offline. Alguns só acreditam no que veem e o mundo real mostra o oposto do que os militares dizem. De qualquer maneira, a incerteza e o medo são constantes e, enquanto não sabemos a verdade, seguimos com nossas vidas.”

Depois, o curso nos incentiva a pensar sobre as características internas e externas do personagem. Ele não fala para fazer fichas de todos os personagens, mas, como a ideia é criar um grupo de garotos que talvez possam protagonizar, cada um deles, outras histórias, julguei interessante acrescentar novas camadas de complexidade em suas personalidades. Os demais personagens podem vestir as máscaras dos arquétipos e serem entendidos através de tropos narrativos.

Personagem Características Internas Características Externas

Ian Ele gosta de ler mangás e fanfics. Ele gosta de passar um tempo com os amigos e apenas joga futebol com eles para estar junto.

Ele teme ser tirado do armário, teme ser ostracizado por ser gay e teme mostrar-se para os outros.

Ele sente bastante

constrangimento social.

Um rapaz negro do

segundo ano do Ensino Médio.

Ele usa roupas

confortáveis, mas não desleixadas, como shorts, camisetas e casacos.

Ele anda na dele, meio fechado para o mundo.

As primeiras coisas que você notaria nele seriam seu rosto fofo e seu corte de cabelo lateral.

Bruno Ele gosta de jogar esportes, prefere basquete. Gosta de passar um tempo com seus amigos e de conhecer pessoas. Nas horas vagas, assiste a competições esportivas.

Ele teme ser separado de sua família e ou desapontá-los.

Ele é bastante alegre, encara tudo com bastante esportividade.

Um rapaz negro do terceiro ano do Ensino Médio.

Ele veste roupas baseado no que fica estiloso, segue uma moda urban. Ele é vaidoso.

Ele anda com intenção e olhando sempre para frente.

As primeiras coisas que você notaria ao olhar para ele são sua altura, seus dreads e seus brincos.

Dino Ele gosta de jogar futebol, não há outro esporte para ele. Ele também gosta de andar de bicicleta com os amigos.

Ele teme fracassar e ser insuficiente.

Ele é bastante ansioso, é extrovertido e não entende muito bem seus sentimentos.

Um rapaz negro do

segundo ano do Ensino Médio. Veste roupas esportivas. Não pensa exatamente no que vestir. Uma bermuda e uma camiseta de time são válidas para qualquer lugar.

Ele anda distraído, pensando em tudo.

As primeiras coisas que você notaria nele são seu porte físico e sua sobrancelha grossa. Amin Ele gosta de tocar violão, ouvir

música pop e prefere jogar futebol em videogame.

Ele teme desapontar os amigos e a família.

Ele está sempre tentando viver o momento e se divertir.

Ele fica gago quando fica nervoso.

Um rapaz negro do

segundo ano do Ensino Médio. Veste roupas um pouco boho, como um artista musical.

Ele anda despojado e se movimenta muito.

necessidades do protagonista, que é o personagem que move a história. Sobre o Ian, desenvolvi que ele quer ser aceito pelos amigos e pela comunidade (escola) e quer ser alguém sem problemas (externos) a respeito da sexualidade. Ele precisa, no entanto, se aceitar. Em jogo, temos sua vida social e sua reputação. Ele enfrenta o medo da rejeição e da homofobia. O risco é psicológico, mas também é físico. Em uma sociedade marcada pela homofobia, como a sociedade brasileira, exponenciada pelo exercício imaginativo de transformá-la em um universo paralelo onde um governo autoritário e moralizante governa, os riscos de se assumir LGBT são imensos.

Depois disso, eles nos convidam a conhecer a espinha da história e a pensá-la em função dos beats. Para eles, contamos a história em oito beats. Os três primeiros são referentes ao primeiro ato, os três do meio ao segundo e os dois últimos ao terceiro. No final, temos a moral da história, que reflete o tema dela. Para a nossa, os beats são desenvolvidos assim:

Atos Beat Acontecimentos da história

Ato 1 Era uma vez… Um rapaz gay no armário que morria de medo de sair dele. Ele mora em um mundo cheio de magia, mas também de repressão governamental. A população não sabe se tem mais medo do exército ou dos monstros que às vezes aparecem. Todo dia… Ele joga, estuda e passa o tempo livre com seus melhores

amigos, Dino e Amin. Ao mesmo tempo, ele tem uma quedinha por Bruno. Os monstros, o exército e os garotos mágicos são assunto constante, assim como a festa junina por vir e as meninas.

Até que um dia… Seu amigo Dino usa uma ofensa homofóbica contra um jogador do time adversário na Educação Física, o que atinge Ian. Bruno, então se aproximando dele, se assume para ele. Um ser mágico os convida a se tornarem garotos mágicos.

Ato 2 Por causa disso… Ele busca na internet como se assumir para os amigos. Com essa informação, se assume e os amigos parecem aceitar sem questionamento.

Nicholas e Pietro o atacam, Dino não fala mais com ele e ele é desconvidado para a festa.

Por causa disso… Ian, Amin e Bruno fazem uma intervenção contra a homofobia no colégio. Apesar de todos os esforços, Ian ainda é repreendido pelos alunos, não tem Dino de volta e precisa lutar para se auto-afirmar.

Ato 3 Até que

finalmente…

Ele se levanta, cria coragem para desafiar os outros e vai para a festa, sem se preocupar com o que os outros pensam. Lá, ele beija Bruno na frente de todos, desafiando Carol, Pietro e Nicholas. Quando um monstro ataca a escola, ele aceita se tornar um garoto mágico.

E desde então… Ele se aceita em todos os sentidos e tem um relacionamento melhor com os amigos e consigo mesmo.

Ao final da história, a moral é a de que todos os espaços devem ser ocupados por pessoas LGBTs e que suas existências são válidas.

Conversando com minha orientadora, como leitora do texto original, ela me apontou algumas falhas do roteiro e questões que podem levar a interpretações equivocadas, completamente diferentes daquelas que eu queria, então a reescrevi, conforme as novas elucidações, através do curso da Pixar e de seus apontamentos.

O nome da webcomic surgiu por último. De Black Boy Magic, foi para Garotos Mágicos durante muito tempo, ao longo do trabalho de finalização do roteiro, mas me mantive insatisfeito pelo tom genérico. Refletindo sobre outras histórias que têm muito em comum com essa, pensei em Cavaleiros do Zodíaco (Seinto Seiya, no original) e Puella Magi Madoka Magica (que pode ser traduzido como Garota Mágica Madoka Mágica), ambas com o nome do personagem no título. Por isso, cheguei à conclusão de que seria interessante

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