De acordo com o Diagnóstico realizado, o sistema de esgotamento sanitário de Santana de Pirapama é operado apenas em parte da sede do município, sendo composto por aproximadamente 13,56 km de rede coletora (manilhas e PVC) – com diâmetros variando de 150 a 200 mm e coletando, em média, 86% dos seus efluentes. Já na área rural, é comum a adoção de alternativas rudimentares no distrito Fechados e nas demais localidades.
A responsabilidade pela prestação dos serviços de esgotamento sanitário em Santana de Pirapama é da Prefeitura Municipal. Todavia, assim como ocorre com o abastecimento de água, não existe um órgão específico para tratar desses serviços. Neste caso, a Prefeitura conta com apoio de alguns técnicos da Divisão de Saneamento Rural da COPASA e com a SEDRU e a Emater para execução de algumas ações.
Constata-se, ainda, que o município apresenta muitas fragilidades no seu sistema de esgotamento sanitário, tais como:
Lançamento de efluentes domésticos nos corpos hídricos, como ocorre no rio
Cipó e no rio das Velhas;
Existência, na sede municipal, de um sistema de tratamento que opera de
maneira ineficiente;
Necessidade de implantação de redes coletoras nos bairros Santo Reis e
Floresta;
Existência de alternativas rudimentares que apresentam alto risco de
contaminação para o meio ambiente, como: fossas negras, disposição a céu aberto ou lançamento direto em corpos hídricos, principalmente no distrito de Fechados;
Existência de grande quantidade de fossas negras nas áreas rurais e;
Inexistência de projetos e de outras propostas para o esgotamento sanitário
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Tais fragilidades podem ocasionar uma série de acidentes ao longo do sistema de esgotamento sanitário, como: na coleta do efluente através das redes de esgoto, nas elevatórias e nos interceptores que transportam o efluente e nas estações de tratamento. Esses acidentes, além de prejudicar o sistema impedindo o tratamento e a destinação do efluente tratado para o corpo receptor, podem acarretar em contaminação dos corpos d’água e do solo, prejudicando o meio ambiente e colocando em risco a saúde pública. As causas dos acidentes podem decorrer do vazamento nas redes, de inundações ou de extravasamento nas instalações, de falta de energia elétrica, de movimentação de terra ou de deslizamentos.
O tratamento dos efluentes no município de Santana de Pirapama é realizado através de fossa filtro e tanque séptico, seguido de filtro anaeróbio com vazão aproximada de 0,1 L/s. No entanto, devido à precariedade da infraestrutura do sistema (como o abandono das estruturas e a necessidade de poda no entorno), a eficácia do processo torna-se praticamente nula.
No entanto, existe um projeto para a implantação de uma ETE, aprovado pela FUNASA, para a qual está sendo aguardada a liberação de recursos da esfera federal. O projeto engloba a expansão da rede coletora, assim como a construção de quatro estações elevatórias de esgoto.
A futura ETE será implantada para tratamento dos aproximados 4,52L/s de esgoto gerados na sede municipal no mesmo terreno onde atualmente opera a fossa séptica coletiva. O projeto será implantado com recursos da CODEVASF.
É importante ressaltar que a nova ETE projetada deve ser capaz de atender à universalização dos serviços de coleta e de tratamento de esgotos da sede urbana municipal, o que significa o atendimento de 3.261 habitantes, conforme o Censo do IBGE de 2010. Esse sistema será composto por: tratamento preliminar; reator UASB seguido de filtro biológico percolador; decantador secundário e leitos de secagem. Quanto à eficiência, não foi informada a capacidade de remoção de carga orgânica pela ETE, sendo adotada, neste PMSB, a eficiência média de 60% a 75%, calculada para tratamentos com tecnologia UASB.
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Assim, do ponto de vista das medidas de contingência, as instalações mais relevantes serão a própria ETE e seus respectivos sistemas de coletores e de emissários.
A Figura 8.3 apresenta os principais componentes do sistema de esgotamento sanitário da sede urbana de Santana de Pirapama levantados durante a etapa de Diagnóstico.
A Tabela 8.2 apresenta a localização das unidades componentes do referido sistema e na Tabela 8.3 constam os principais eventos que podem acarretar em poluição (por problemas de destinação inadequada de esgotos sanitários), bem como as medidas de contingência correspondentes.
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Figura 8.3 – Representação do sistema de esgotamento sanitário na sede ubana de Santana de Pirapama Fonte: COBRAPE (2014)
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Tabela 8.3 – Pontos de referência do Sistema de Esgotamento Sanitário do município de Santana de Pirapama
Ponto Localidade Descrição
Coordenadas (UTM WGS 84)
Cota
Long. Lat.
1 Sede Municipal Sistema de tratamento de esgoto
fossa-filtro 601246,000 7898001,000 595,000
2 Sede Municipal Elevatória de esgoto (EES) para a
fossa, próxima a córrego 601251,000 7898156,000 596,000 3 Sede Municipal Elevatória de esgoto (EES 2) 600147,000 7898490,000 644,000 4 Sede Municipal Lançamento de esgoto a céu
aberto (vazamento da EES 2) 600131,000 7898470,000 644,000 Fonte: COBRAPE (2014)
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Tabela 8.4 – Planos de Emergências: Serviço de Esgotamento Sanitário
Ocorrência Origem Causa Estado Medidas de Contingência
Poluição por fossas sanitárias
Contaminação do lençol freático
Excesso de pluviometria
2
- Procedimentos emergenciais para contenção dos extravasamentos; - Encerramento das fossas;
- Comunicação às famílias residentes no entorno do evento;
- Efetivação de campanha emergencial para análise da qualidade da água;
- Promoção do abastecimento por caminhão tanque/pipa, especialmente para as famílias afetadas. Rompimento do sumidouro
Contaminação do solo
Excesso de pluviometria
2
- Procedimentos emergenciais de contenção dos extravasamentos; - Encerramento das fossas;
- Comunicação às famílias residentes no entorno do evento;
- Efetivação de campanha emergencial para análise da contaminação do solo;
- Promoção do abastecimento por caminhão tanque/pipa, especialmente para as famílias afetadas; - Execução do Plano de Remoção e reassentamento das famílias afetadas.
Rompimento do sumidouro
Extravasamento superficial do
esgoto Transbordamento e saturação 2
- Procedimentos emergenciais para contenção dos extravasamentos; - Encerramento das fossas;
- Comunicação às famílias residentes no entorno do evento;
- Execução do Plano de Mitigação do derramamento de esgoto para sistemas de drenagem, corpos hídricos e mananciais.
Poluição por falhas em sistemas de esgotamento
sanitário
Extravasamentos de esgotos em estações elevatórias localizadas
Danos em equipamentos eletromecânicos e sistemas de
suprimento de energia elétrica
2
- Comunicação à concessionária de energia elétrica; - Reparação das instalações danificadas;
- Instalação de equipamentos de reserva;
- Contenção e controle dos impactos no meio ambiente; - Comunicação aos órgãos de controle ambiental;
- Instalação de sistemas emergenciais de controle e de armazenamento do esgoto extravasado.
Rompimento de linhas de recalque, coletores tronco, interceptores e
emissários
Desmoronamentos de taludes/ paredes de canais
2
- Reparação e/ou substituição das tubulações danificadas; - Recomposição dos taludes e canais;
- Contenção e controle dos impactos no meio ambiente; - Comunicação aos órgãos de controle ambiental. Erosões de fundos de vale
Rompimento de travessias Fadiga de materiais de tubulações
Retorno de esgotos em imóveis
Lançamento indevido de águas pluviais em redes coletoras de esgoto
2
- Reparação das instalações danificadas;
- Execução dos trabalhos de limpeza e de desinfecção;
- Acompanhamento e realização de campanha para avaliação das condições de saúde das famílias afetadas;
- Realocação provisória das famílias afetadas. Obstruções em coletores de esgoto
Extravasamentos de esgotos em estações elevatórias finais/grande
porte
Interrupção no fornecimento de energia elétrica nas instalações de
bombeamento
3
- Comunicação à concessionária de energia elétrica; - Reparação das instalações danificadas;
- Instalação de equipamentos de reserva;
- Comunicação aos órgãos de controle ambiental;
- Instalação de sistemas emergenciais de controle e de armazenamento do esgoto extravasado; - Implementação do Plano de Recuperação das áreas degradadas.
Excesso de pressão no sistema Danos nos equipamentos
eletromecânicos
Paralisação da estação de tratamento de esgotos
Interrupção no fornecimento de energia / pane no sistema elétrico
3
- Execução de reparos das instalações danificadas e troca de equipamentos, se necessário; - Comunicação ao titular do serviço e aos órgãos de fiscalização e de controle;
- Acionamento do plano emergencial de recebimento e de armazenamento dos efluentes; - Comunicação à população;
- Comunicação aos órgãos ambientais;
- Comunicação à CEMIG para o acionamento dos planos emergenciais de fornecimento de energia; - Implementação do Plano de Recuperação das áreas degradadas.
Pane em equipamentos eletromecânicos
Danos estruturais
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