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As análises incluíram oxigênio dissolvido, pH, amônia, ferro, fosfatos, cloro e sais dissolvidas totais. Da interpretação dos mesmos percebe-se que, no caso dos rios do Sertão e Itacorubi, no momento da análise encontraram-se águas ligeiramente ácidas ou neutras, com baixo conteúdo de oxigênio dissolvido total.

As concentrações de oxigênio dissolvido nos canais principais do manguezal oscilaram entre 1mg/l a 2mg/l. Estes valores são sensivelmente inferiores aos registrados na área e publicadas por PANITZ em 1986.

A influência dos refluxos de água salgada sobre as características químicas foi detectada em todas as análises, evidenciando-se de forma global esta situação nos sais dissolvidos totais (300 a 1000mg/l a montante e 5000 a 8000mg/l a juzante). No setor Norte da área estudada apresentou-se a maior variabilidade nos teores salinos da água, não contando-se com os valores extremos.

Tabela 3.1.: Características químicas da água em pontos primários de amostragem Fonte: Trabalhos de campo Roque A. Sánchez Dalotto, 2002

AMOSTRA Nº 2 3 4 5

LUGAR Ponte Rio do Sertão Av. M. Benvenuta Ponte Rio do Sertão Av. da Saudade Ponte Rio Itacorubi Av. da Saudade Ponte Rio Itacorubi Av. M. Benvenuta

N (m) 6945641 6947114 6947214 6946043

E (m) 22745338 22744873 22745176 22746358

TIPO córrego córrego córrego córrego

DIA Segunda-feira Segunda-feira Segunda-feira Segunda-feira

DATA 18/02/02 18/02/02 18/02/02 18/02/02

HORA 15:05 15:51 16:36 17:28

CONDIÇÕES Quente c/nuvens Quente c/nuvens Quente c/nuvens Quente c/nuvens

TEMPERATURA (ºC) 26.0 25.5 26.0 25.5 TURBIDEZ (UT) <1 <1 <1 <1 pH 7.0 6.5 7.0 6.5 O2 (mg/l) 1.00 1.00 2.00 1.00 NH3- (mg/l) 7.00 5.00 3.00 3.00 TOXICIDADE NH3- (%) 0.73 0.19 0.73 0.19 NH3- TÓXICO (mg/l) 0.05 0.01 0.02 <0.01 Fe++ (mg/l) 2.00 0.75 0.25 0.50 PO4≡ (mg/l) 0.50 0.25 <0.10 <0.10 Cl2 (mg/l) <0.10 0.10 <0.10 <0.10 SAIS TOTAIS (mg/l) 1000.00 5000.00 8000.00 500.00

Tabela 3.2.: Características químicas da água em outros pontos da área de estudo Fonte: Trabalhos de campo Roque A. Sánchez Dalotto, 2002

AMOSTRA Nº 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

LUGAR Saída ItambéBeira Mar

Beira Mar Trapiche destruído Beira Mar Saída Granville Beira Mar Estação

Rodoviária PassarelaBeira Mar Beira Mar Passarela

Saída Depósito

sanitário GonzagaAdemar UDESC Santa Mônica

N (m) 6946037 6946289 6946504 6946549 6946777 6946916 6947267 6947073 6946238 6945930

E (m) 22745005 22744910 22744663 22744651 22744571 22744547 22745372 22745944 22746718 22745399

TIPO esgoto canal esgoto esgoto esgoto esgoto esgoto canal esgoto canal esgoto canal esgoto esgoto

DIA Terça-feira Terça-feira Terça-feira Terça-feira Terça-feira Terça-feira Terça-feira Terça-feira Terça-feira Quarta-feira

DATA 19/02/2002 19/02/2002 19/02/2002 19/02/2002 19/02/2002 19/02/2002 19/02/2002 19/02/2002 19/02/2002 20/02/2002

HORA 15:42 16:15 16:36 16:52 17:24 17:41 18:16 18:45 19:09 15:50

CONDIÇÕES c/nuvensQuente c/nuvensQuente c/nuvensQuente c/nuvensQuente c/nuvens Quente Nublado Nublado Nublado fresco Fresco Ensolarado

TEMPERATURA (ºC) 28.0 27.0 27.0 26.5 27.0 26.0 26.0 24.5 25.0 29.0 TURBIDEZ (UT) >2 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 pH 6.0 6.3 6.5 6.5 6.7 6.5 7.2 6.5 6.5 6.5 O2 (mg/l) 0.8 0.8 0.8 0.8 0.8 1.0 0.5 4.0 1.0 2.0 NH3- (mg/l) 2.0 7.0 7.0 7.0 7.0 7.0 7.0 7.0 7.0 7.0 TOXICIDADE NH3- (%) <0.19 <0.19 0.19 0.19 0.35 0.19 1.20 0.19 0.19 0.19 NH3- TÓXICO (mg/l) <0.00 <0.01 0.01 0.01 0.02 0.01 0.08 0.01 0.01 0.01 Fe++ (mg/l) 5.0 0.5 0.4 5.0 0.3 0.4 5.0 0.5 4.0 3.0 PO4≡ (mg/l) 0.2 0.2 2.5 3.0 0.8 0.3 0.3 1.5 4.0 1.5 Cl2 (mg/l) 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 SAIS TOTAIS (mg/l) n.d. 3000.0 1000.0 n.d. 3000.0 1000.0 n.d. 300.0 3300.0 n.d.

No caso dos esgotos, encontraram-se efluentes com concentrações máximas de 0.08mg/l de amônia e 5mg/l de ferro. O pH ácido a neutro predominante nas águas do setor estudado diminui a toxicidade de alguns componentes, em especial a amônia. Estas águas de esgotos chegam ao manguezal com baixos conteúdos de oxigênio dissolvido (0,5 – 1,0mg/l), particularmente os originados nos bairros Trindade e Santa Mônica. Casos atípicos e pontuais estão representados por aqueles esgotos onde a saída da água apresenta um salto, o que contribui à oxigenação pontual da mesma. Em tais casos, o oxigênio dissolvido total alcançou valores de 2mg/l a 4mg/l.

Com relação ao aspecto operativo dos esgotos, e de acordo a verificações de funcionamento realizadas na área, estabeleceu-se que 37 esgotos (43% do total registrado) evacuam exclusivamente efluentes, 20 esgotos (23%) evacuam tanto de efluentes como águas pluviais e 28 esgotos (33%) transportam só águas pluviais. Existe um número não registrado de esgotos de PVC, seção circular e diâmetros menores, que operam principalmente como descargas domiciliárias, tanto pluviais como de efluentes.

Segundo a procedência dos esgotos, estes são originados nos bairros da Trindade, Santa Mônica e Itacorubi, bem como nos sistemas pluviais das avenidas da Saudade e

Beira Mar. Registraram-se 7 esgotos de efluentes que somam 2,0m2 de seção útil (4%

total) originados no bairro da Trindade. Do bairro Santa Mônica identificaram-se 11 esgotos de efluentes que somam 2,90m2 de seção útil (6% do total).

Do bairro Itacorubi provêm 19 esgotos de efluentes que somam 3,0m2 de seção útil

(6% do total), 11 esgotos de efluentes e pluviais que totalizam 0,30m2 de seção útil

(<1% do total) e 12 esgotos pluviais que totalizam 6,5m2 de seção útil (13% do total).

Os sistemas de esgotos pluviais das avenidas da Saudade e Beira Mar contribuem com

13 e 3 esgotos, totalizando 2,0m2 e 0,7m2 de seção útil (4% e 1% do total). As

características métricas e construtivas dos 85 esgotos registrados estão apresentadas na Tabela 3.3.

Os resultados apresentados estão referidos a Março de 2002. Ressalta-se que a partir de Junho do mesmo ano foi realizada a construção de esgotos de seção quadrada (1.50m) em terrenos próximos à UDESC, totalizando-se mais de 300m lineares de obras.

Tabela 3.3.: Características dos esgotos registrados na área de estudo Fonte: Trabalhos de campo Roque A. Sánchez Dalotto, 2001

SEÇÃO MATERIAL DIMENSÕES (m) QUANTIDADE

Circular Concreto 0,40 23 Circular Concreto 0,30 13 Circular Concreto 0,10 11 Circular Concreto 0,60 7 Circular Concreto 0,80 7 Circular Concreto 0,50 4 Circular PVC 0,10 4 Quadrada Concreto 2,00 4 Quadrada Concreto 0,10 3 Circular Concreto 1,00 2 Retangular Concreto 3,00 x 1,50 2 Retangular Concreto 2,00 x 1,00 2 Circular Concreto 1,80 1 Circular PVC 0,06 1 Retangular Concreto 1,50 x 1,00 1 – —

CAPITULO 4

MATERIAL E MÉTODO

RESUM0 DO CAPÍTULO 4 Apresentam-se as cinco etapas nas quais foi dividido o método utilizado. Na primeira foi sintetizada a forma pela qual se chegou a definir o problema e a formular as hipóteses de trabalho. Na segunda se detalham os processos para preparação dos dados de entrada ao SIG estruturado. Na terceira etapa se descreve como foi efetuado o zoneamento da área de estudo por meio da técnica da ACP. Na quarta etapa se especifica a estruturação e aplicação do SE. Na quinta etapa ensaiaram-se soluções aos problemas ambientais específicos por meio de um SEAD.

4.1. MATERIAL

O propósito de documentar o material utilizado foi mostrar os elementos que formaram parte do trabalho, os quais serviram como meio para alcançar os objetivos. Neste sentido, o desenvolvimento da investigação apoiou-se no emprego de equipamento específico e programas para processamento.

Independentemente das características técnicas dos equipamentos e dos programas utilizados, as quais serão superadas no tempo, interessou apresentar e analisar qual foi a relação funcional entre estes componentes durante o desenvolvimento da pesquisa. Na Figura 4.1 é apresentada essa relação.

No material utilizado, estruturaram-se dois núcleos ou grupos operativos que estabeleceram relações funcionais entre eles. O primeiro grupo esteve integrado por

notebooks, navegador GPS, sensor digital, filtros, linguagens de programação e

programas para obtenção e processamento de dados e controle de periféricos; o segundo integrou-se com um computador, impressoras e plotters jato de tinta, programa para cálculos e programas para gestão e manejo de dados.

Figura 4.1.: Relação entre o material utilizado

O primeiro grupo cobriu necessidades de tarefas que se efetuaram em campo, enquanto que o segundo resolveu trabalhos de pós-processamento em escritório. O material utilizou-se alternadamente em função do avanço da pesquisa. A comunicação entre notebooks e computador estabeleceu-se por meio de uma conexão de rede local de 10/100 Mbits/s, a qual ofereceu taxa de transferência adequada para transmissão dos dados obtidos em campo.

4.1.1. Equipamento

Constituído pela infra-estrutura física que utilizou-se diretamente na obtenção e armazenamento dos dados coletados. Entre o equipamento utilizado se encontram os equipamentos computacionais e os equipamentos adicionais.

O equipamento computacional esteve constituído por computadores de escritório e notebooks, impressoras e plotters, e sistema digital de reconhecimento. Apresentam-se algumas das características técnicas do equipamento utilizado.

- Computador tipo PC com processador de 550Mhz, 64Mb de memória RAM, capacidade de armazenamento de 12Gb, gravadora e leitora de CD-Rom e disquetes de 3 ½ polegadas, monitor de 17 polegadas;

- Impressoras de jato de tinta resolução de 720 pontos por polegada e plotters de jato de tinta resolução de 600 pontos por polegadas.

- Notebooks com processadores de 550Mhz e 450Mhz, 128Mb de memória RAM, capacidade de armazenamento de 4Gb e 6Gb, leitora de CD-ROM e disquetes de 3 ½ polegadas, tela de 12 polegadas.

- Sensor digital marca Logitech, com conexão Universal Serie Bus (USB) ao computador (Figura 4.2.); capacidade de captura de quadros independentes ou geração de seqüência de vídeo digital. Este sistema digital de reconhecimento está equipado com um dispositivo de carga acoplada (CCD) tipo CIF, de 6mm (¼ de polegada), formado por 352 elementos sensíveis no sentido horizontal e 288 no sentido vertical. O CCD está caracterizado por baixo consumo (60mW), possui óptica incorporada de 16mm de distância focal, angular de 52º e conversor analógico/digital incorporado.

Figura 4.2.: Sensor digital

Fonte: http://www.sharp-world.com (05/07/01) e Roque A. Sánchez Dalotto, 2003

O equipamento adicional esteve constituído por navegador GPS, filtros, testes colorimétricos para análises de água e outros acessórios. Não se detalham outros elementos utilizados, pelo fato de serem próprios da maior parte dos trabalhos de investigação, e por sua incidência menor, não são relevantes para alcançar os objetivos da pesquisa. Apresentam-se algumas características técnicas do equipamento adicional utilizado.

- Navegador GPS (Figura 4.3) para orientação no terreno durante as fases iniciais do trabalho, 12 canais de rastreamento, sistemas de coordenadas e datum configurável, 200 pontos de memória e precisão melhor que 25m para 95% dos pontos medidos.

Figura 4.3: Navegador GPS Fonte: Topcon Optical Corporation, 2000.

- Filtros e acessórios para obter imagens digitais em diferentes comprimentos de onda do espectro eletromagnético, utilizados conjuntamente com o sistema digital de reconhecimento. As características dos filtros (Figura 4.4) e acessórios se encontram na Tabela 4.1.

Figura 4.4.: Filtros infravermelho Fonte: Hoya Optical Corporation, 2002

Tabela 4.1.: Características dos filtros utilizados Fontes: Manuais de especificações técnicas dos fabricantes Hoya Optical Corporation / Tamron / Canon / Marumi / Toshiba / B+W

Adaptação: Roque A. Sánchez Dalotto, 2001

FILTRO / ACESSÓRIO FABRICANTE PAÍS DE ORIGEM DIÁMETRO CARACTERÍSTICAS

ADAPTADOR 49→52 Hoya Japão 49mm Adaptador de diâmetro de filtros 49mm para 52mm

ADAPTADOR 52→49 Hoya Japão 52mm Adaptador de diâmetro de filtros 52mm para 49mm

AMARELO Y1 Tamron Japão 52mm Cor amarelo (Yellow 1)

INFRAVERMELHO R72 Hoya Japão 49mm Bloqueia comprimentos de onda até 720nm. Eqüivalente Schott RG-715

INFRAVERMELHO RM90 Hoya Japão 49mm Bloqueia comprimentos de onda até 900nm. Eqüivalente Kopp 2563

LARANJA O1 Canon Japão 52mm Cor laranja fator 3X (Orange 1)

PARASOL DE BORRACHA Hoya Japão 49mm Proteção contra entrada de raios tangenciais PARASOL METÁLICO Hoya Japão 49mm Proteção contra entrada de raios tangenciais

POLARIZADOR Marumi Japão 52mm Polarizador circular

SKYLITE SL-1A Toshiba Japão 49mm Tipo SL-1A cor salmão

ULTRAVIOLETA B+W Alemanha 49mm Elimina comprimentos de onda do ultravioleta

Destes filtros, os infravermelhos R72 e RM90 foram os mais utilizados por suas características espectrais vinculadas aos objetivos deste trabalho. Na Figura 4.5. apresentam-se as sensibilidades espectrais dos filtros R72 e RM90, e a sensibilidade espectral genérica do CCD. O comprimento de onda que define a cada filtro se considera partindo de 50% da transmissividade em cada caso.

Figura 4.5.: Sensibilidade espectral de filtros R72 e RM90, e CCD CIF

Fontes: http://www.sharp-world.com (05/07/01); Carlson Center for Imaging Science; BES Optics Inc. Adaptação: Roque A. Sánchez Dalotto, 2001

A partir da intercessão das curvas de sensibilidade espectral do CCD e dos filtros, ficaram determinadas duas janelas espectrais que caracterizaram a resposta do sistema de captura de imagens funcionando em dois modos: a primeira janela no modo IR1 (Figura 4.6), utilizando o filtro R72 e o CCD CIF abrangeu os comprimentos de onda de 720nm a 950nm; a segunda janela no modo IR2 (Figura 4.7), correspondente ao filtro RM90 e CCD CIF, abrangendo aproximadamente de 900nm a 950nm. Pelo fato que a intercessão entre as curvas de transmitância do CCD e o filtro verifica-se em aproximadamente 50%, obtiveram-se imagens mais escuras no modo IR2, problema resolvido a partir da modificação do brilho das mesmas por meio de programas quando foi necessário otimizar sua visualização.

Ressalta-se também que nas imagens obtidas utilizaram-se duas janelas espectrais, observou-se uma separação considerável entre as assinaturas espectrais de vegetação, água e solo, fato que otimizou as tarefas de identificação e discriminação temática dos elementos das imagens.

Figura 4.6.: Janela espectral 720nm – 950nm do sistema digital de reconhecimento

Fontes: http://www.sharp-world.com (05/07/01); Carlson Center for Imaging Science; BES Optics Inc. Adaptação: Roque A. Sánchez Dalotto, 2001

Figura 4.7.: Janela espectral 900nm – 950nm do sistema digital de reconhecimento

Fontes: http://www.sharp-world.com (05/07/01); Carlson Center for Imaging Science; BES Optics Inc. Adaptação: Roque A. Sánchez Dalotto, 2001

Efetuaram-se determinações da qualidade físico-química das águas superficiais da área de estudo por meio de testes colorimétricos (Figura 4.8). Composto por reagentes químicos, recipientes para toma e análise de amostras e tabelas colorimétricas, este equipamento foi utilizado para formar uma idéia sobre as características físico-químicas da água superficial da área de estudo. As análises efetuaram-se por titulação, determinando-se temperatura, turbidez, pH, oxigênio dissolvido, amônia, fosfato, cloro, dureza total e sais dissolvidos totais.

Figura 4.8.: Testes colorimétricos para análise de água

4.1.2. Programas

No que diz respeito aos programas utilizados durante o trabalho de investigação, utilizaram-se diferentes aplicações que cobriram as necessidades específicas de processamento. Os programas, segundo sua função na pesquisa, classificaram-se em linguagens de programação, programa para obtenção e processamento de dados e controle de periféricos, programas para cálculos e programas para gestão e manejo de dados.

4.1.2.1. Linguagens de programação

Utilizou-se a linguagem de programação Visual Basic® para elaborar as rotinas que

vincularam dados geográficos com cálculos para o planejamento, como assim também para pré-processar imagens ou realizar cálculos estatísticos relacionados às mesmas. Esta linguagem se caracteriza por dispor de um administrador de componentes visuais. Com este programa foi possível armazenar, organizar e compartilhar componentes reutilizáveis, criar assistentes, componentes específicos, objetos de conexão a base de dados e outros utilizados em projetos de Visual Basic®.

A designação "Visual" da linguagem de programação faz referência ao método que se utiliza para criar a interfase gráfica entre o usuário e o ambiente operacional. A diferença de outras linguagens de programação, nas quais é necessário escrever numerosas linhas de código para descrever a aparência e a localização dos elementos da

interfase (janelas, botões, menus, etc.), em Visual Basic® se adicionam objetos

preestabelecidos em lugares definidos dentro da tela. A linguagem Visual Basic®

evoluiu a partir do original BASIC, criado faz várias décadas, contendo na atualidade um número significativo de instruções, funções e palavras chave, muitas das quais estão diretamente relacionadas com a interfase gráfica do ambiente operacional utilizado. A aplicação terminada foi um arquivo executável que utiliza uma máquina virtual de Visual Basic® para seu funcionamento.

4.1.2.2. Programas específicos elaborados

Visando estruturar o conjunto de programas necessários para desenvolver a pesquisa considerando o material utilizado, elaboraram-se 14 módulos para captura de imagens, processamento de dados e controle de periféricos. As mesmas estão detalhadas na Tabela 4.2, totalizando-se mais de 13.000 linhas de programa.

Os aplicativos desenvolvidos estiveram apoiados em programação orientada a objetos. A mesma representa uma perspectiva diferente com relação à programação convencional por procedimentos. Nesta última, considerava-se o fluxo do programa desde a primeira até a última linha de código, enquanto que na programação orientada a objetos cada um deles é considerado como componente de uma aplicação que têm funcionalidade privada independendo da funcionalidade geral que se oferece ao usuário.

Tabela 4.2.: Detalhe das aplicações desenvolvidas

APLICATIVO FUNÇÃO PRINCIPAL TAMANHO (Kb) LINHAS DE PROGRAMA camera.exe Inicializa o dispositivo digital e controla a

captura de imagens ou vídeos 148480 1529

correlation.exe Efetua correlação bivariada para

reconhecimento automático de feições 241664 3163 desktop.exe Administra as aplicações e facilita menu de

ajuda 197120 961

digitize.exe Digitaliza on-screen e gera arquivos de

coordenadas 40960 357

distribution.exe Aplica teste chi2 para determinar

normalidade de nuvens de pontos 299520 3443 histo.exe Calcula o histograma de imagens em

vermelho, verde, azul e cinza 71680 357

lanheader.exe Organiza os parâmetros dos arquivos

associados às imagens LandSat 36864 277

profile.exe Calcula perfis dos números digitais de uma

imagem 82944 364

pyramid.exe Calcula e gera sete níveis de pirâmides a

Tabela 4.2. (continuação): Detalhe das aplicações desenvolvidas

APLICATIVO FUNÇÃO PRINCIPAL TAMANHO (Kb) LINHAS DE PROGRAMA segment.exe Efetua a segmentação dos histogramas

vermelho, verde, azul e cinza 79360 724

tiffheader.exe Extrai os parâmetros de cabeçalho TIFF 59904 513 tifffileinfo.exe Extrai a um arquivo ASCII os dados de

arquivos de imagens TIFF 174592 194

timeanalysis.exe Calcula as diferenças de estatísticos para

uma seqüência de imagens 77824 525

viewbmpfiles.exe Visualiza arquivos tipo BMP, JPG e JPE 29184 170

4.1.2.3. Programas para cálculos

Utilizou-se a planilha de cálculos Excel para efetuar processamentos específicos de dados obtidos com os aplicativos desenvolvidos. Este programa, utilizado em vários âmbitos de investigação e desenvolvimento, oferece uma ampla variedade de funções e cálculo sobre blocos de dados de tamanho considerável, o que a apresenta como um meio adequado para processar os dados obtidos.

4.1.2.4. Programas para processamento, gestão e manejo de dados

Como foi citado, utilizou-se o Sistema de Informação Geográfica ArcView® SIG versão

3.2 para PC. Este programa computacional permite estabelecer relações espaciais entre os dados e a informação gerada, possibilitando a aplicação de critérios lógicos para relacionamentos de certa complexidade. Dada a natureza dos dados e a informação utilizada, o vínculo dinâmico entre os mesmos atendendo essas relações lógicas, seria alcançado com dificuldade se tivesse sido empregado outro tipo de programa. Na fase

final do trabalho utilizou-se o SIG ArcView® versão 8.2 for Windows™, compatível

com os produtos antes elaborados por meio da versão 3.2.

Os processamentos de imagens e aplicações de Sistema Experto realizaram-se por

meio do sistema ERDAS® Imagine Version 8.4. Este sistema apresentou

compatibilidade com os formatos de arquivos utilizados pelo SIG ArcView®.

A base cartográfica em formato vetorial e as imagens obtidas por meio de diferentes técnicas de sensoriamento remoto, tais como imagens de satélite e imagens de fotografias aéreas, foram materiais que se utilizaram como fontes de dados pelos programas para processamento, gestão e manejo durante as atividades da pesquisa. Suas características gerais e função na pesquisa estão detalhadas na etapa II do método.

4.2. MÉTODO

Para demonstrar que o desenvolvimento e a consolidação da base de conhecimentos técnicos destinada a um plano de gestão de recursos costeiros pode ser alcançada por meio de um SEAD apoiado em geoprocessamento, utilizou-se um método organizado em cinco etapas, as quais abrangeram a totalidade de processos utilizados durante a investigação. No desenvolvimento do método preponderou a seqüência dedutiva de análise, de implementação de atividades e de desenvolvimentos, partindo-se de critérios ou diretrizes gerais para chegar à aplicação específica no âmbito estudado.

Para apresentar integralmente a forma que se estruturou o método e o fluxo geral de atividades desenvolvidas, mostra-se na Figura 4.9. um esquema simplificado das tarefas centrais de cada etapa, assim como os principais dados de entrada, processos e resultados que integraram as mesmas.

Figura 4.9.: Fluxo geral de atividades no método

Na primeira etapa realizou-se a análise e a caracterização do problema, obtendo-se como resultado a formulação das hipóteses de trabalho e dos objetivos a ser alcançados, bem como a definição da área de estudo. Na segunda etapa prepararam-se e integraram- se os dados de entrada para ser incorporados no SIG que serve de núcleo gerador do

SEAD, obtendo-se como resultado principal modelos matriciais que serviram de dados de entrada ao SE. Na terceira etapa realizou-se o zoneamento da área de estudo por meio de técnicas de estatística multivariada, gerando-se modelos matriciais com o zoneamento da área. Na quarta etapa estruturou-se e retroalimentou-se o SE apoiado em uma rede de decisões destinada à obtenção de imagens classificadas da área por meio de processos de emulação das atividades de fotointerpretação do especialista. Finalmente, na quinta etapa se procedeu a implementar o SEAD, estruturado a partir dos resultados obtidos nas etapas anteriores, complementado com o uso de módulos específicos que possibilitaram a incorporação de dados tabulares no SEAD.

As inovações ou contribuições específicas do método se concentraram nas Etapas II e IV, ressaltando o uso do sistema digital de reconhecimento para aquisição de seqüências de imagens em infravermelho 900nm. As mesmas foram utilizadas em fusão de dados conjuntamente com imagens de fotografias aéreas para geração de modelos matriciais contínuos destinados à incorporação de novas variáveis no SEAD. A

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