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As espécies de contratos administrativos são determinadas de acordo com o objeto e peculiaridades do ajuste, pois a própria Lei 8.666/93 não determinou claramente quais seriam os contratos administrativos. Assim, o presente trabalho optou por adotar a classificação proposta pelo Professor e Doutrinador José dos Santos Carvalho Filho141, que divide os contratos administrativos em contratos de obras, contratos de serviços, contratos de fornecimentos (ou compras), contratos de concessão e de permissão e contratos de alienações e locações, adotando o disposto no art. 1º da Lei de Licitações e Contratos Administrativos142.

Contratos de obras são contratos cujo objeto consiste na construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de determinado bem público, cuja realização se dá por execução direta ou indireta, conforme se depreende do conceito dado pelo art. 6º da Lei 8.666/93143. Para melhor controle desse contrato, o legislador exige a realização de um projeto básico, um projeto executivo, padronização e integralidade144.

O projeto básico nada mais é do que o conjunto de elementos necessários e suficientes para caracterizar a obra ou serviço, objeto da licitação. Deve demonstrar a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento. Tem

139 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36ª ed. São Paulo: Ed. Malheiros Editores

LTDA., 2010.

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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Ed. Atlas S.A., 2014.

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CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Ed. Atlas S.A., 2014.

142BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 01out2014.

143BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Disponível

em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 01out2014.

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CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Ed. Atlas S.A., 2014.

por objetivo possibilitar a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução (inciso IX do art. 6º, Lei 8.666/93)145.

Já o projeto executivo (art. 6º, inciso X, Lei 8.666/93)146 é o conjunto dos elementos necessários à execução completa da obra. Esses projetos devem obedecer ao requisito de padronização, ou seja, existem alguns pontos referentes a obras que devem sempre estar presentes quando este for o objeto do contrato147.

Contratos de serviços são aqueles celebrados para a prestação de atividade destinada a obter determinada utilidade para a Administração ou para seus administrados148 como, por exemplo, conserto, instalação, montagem, locação de bens, publicidade, dentre outros serviço (inciso II do art. 6º, Estatuto)149. Também exige-se apresentação prévia do projeto básico e do projeto executivo.

Cumpre destacar que os serviços podem ser divididos em: serviços comuns, serviços técnicos-profissionais e serviços artísticos150. São serviços comuns todos aqueles em que não se exige uma habilitação técnica específica. Contrariamente, os serviços técnicos- profissionais são aqueles em que é exigido do contratado uma habilitação legal, seja com a apresentação de formação em curso superior ou registros em órgãos legalmente determinados151. Por fim, os contratos de trabalhos artísticos são aqueles que visam a realização de uma obra de arte. Embora, se faça distinção entre esse tipo de serviço e os demais, os trabalhos artísticos não deixam ser um serviço técnico-profissional, pois exigem conhecimentos técnicos e profissionais de quem os executa152.

Contratos de fornecimento (ou compras) são contratos realizados para aquisição de bens móveis necessários à execução dos serviços administrativos. Em verdade,

145BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Disponível

em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 01out2014.

146BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 01out2014.

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CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Ed. Atlas S.A., 2014.

148 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36ª ed. São Paulo: Ed. Malheiros Editores

LTDA., 2010.

149BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Disponível

em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 01out2014.

150 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36ª ed. São Paulo: Ed. Malheiros Editores

LTDA., 2010.

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CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Ed. Atlas S.A., 2014.

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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36ª ed. São Paulo: Ed. Malheiros Editores LTDA., 2010.

trata-se de um contrato de compra e venda, da mesma forma como no direito privado153 e se submete às regras por ele ditadas, apenas com a ressalva da incidência normativa própria dos contratos administrativos154.

Para realização desse contrato, a Administração deve caracterizar o objeto de compra, indicar os recursos orçamentários para o seu pagamento, observar o padrão de qualidade e economicidade do produto, conforme previsão do art. 14 da Lei 8.666/93155.

Os contratos de concessão e de permissão são classificados em dois grupos: concessões de serviços públicos, concessões de uso de bem público e concessão de obra pública156.

As concessões de serviço público é uma forma de descentralização administrativa em que o Poder Público delega ao particular a execução de serviços públicos de sua titularidade. Esse processo de descentralização é formalizado por meio de instrumento contratual157.

As concessões de uso de bem público apenas conferem ao particular o direito de uso de algum bem pertencente à pessoa de direito público. Os concessionários de uso podem utilizar o bem tanto para realizar atividade de caráter público quanto para realizar atividade de caráter privado, vai depender da destinação do bem público que lhes tiver sido autorizada158.

O contrato de concessão de obra pública é aquele em que o ajuste tem como objetivo delegar ao particular a execução e a exploração de uma obra pública de interessa próprio da Administração ou de seus administrados159.

153 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36ª ed. São Paulo: Ed. Malheiros Editores

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CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Ed. Atlas S.A., 2014.

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BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 01out2014.

156 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36ª ed. São Paulo: Ed. Malheiros Editores

LTDA., 2010.

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CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Ed. Atlas S.A., 2014.

158 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Ed. Atlas S.A.,

2014.

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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36ª ed. São Paulo: Ed. Malheiros Editores LTDA., 2010.

Por fim, os contratos de alienações e locações são, na visão do doutrinador José dos Santos Carvalho Filho160, espécies de contrato privado, “exigindo-se apenas a observância de alguns requisitos especiais a serem cumpridos pela Administração, sem, no entanto, descaracterizar a natureza privada do ajuste.”161 Embora tenha natureza privada, os contrato de alienação e locação são considerados contratos administrativos, conforme se depreende do §3º do art. 62, Lei 8.666/93162.