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O espaço escolar constitutivo: Relações de poder travadas no cotidiano escolar

No documento A MULHER PROFESSORA NA CIDADE DE SÃO PAULO (páginas 104-127)

Para traçar o percurso histórico do cotidiano escolar, na cidade de São Paulo, entre 1971 a 1990, buscamos variadas fontes, entre elas, fontes orais; depoimento de docentes, aqui utilizados como levantamento das percepções vivenciadas no período. Como revela o professor Mário, outrora aluno:

...lembro que uma professora da Educação Infantil, no 2º estágio, a minha

professora era a Raquel e até hoje eu lembro bem, mas, muito bem mesmo, do perfume dela, então, quando eu passo e sinto o perfume à lembrança vai direto nela e assim, ela me marcou bastante que eu lembro que no final do ano a gente fez um passeio, tão bom, que ela me levou pra casa dela. Acho

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que todo aluno queria conhecer a casa do professor... 165

E a partir dessa lembrança pretendemos demarcar o quão insignificante foi a trajetória da profissão para as novas gerações, como comentado pelo professor Francisco,

Esse professor nosso, de hoje, ele estudou em escola pública ele não tem aquela formação que trazia de casa, de família, ele está quase que no nível do aluno, então é assim meio chocante.

Eu tive exemplos, encontrar professores com aquela merenda escolar na mão, comendo aquelas bolachas, com o tênis todo rasgado, era uma pessoa, vamos dizer, quase que favelada, sem nenhum preconceito mas o que essa pessoa pode transmitir em termos de valores, em termos de cultura para o

aluno, então fica mais ou menos nivelado né, professor e aluno. (sic)166

Ao optar pelo profissional paulistano, não só o fizemos pela grande afinidade que temos por ambos, pela cidade e por seus educadores, mas também por reconhecer que ao constituir-se em cidade do trabalho, São Paulo acolheu a todas as etnias harmoniosamente e no seu espaço geográfico oportunizou intensa relação. Aqui, esses sujeitos da história acumularam-se, apertados, quase que com objetivos comuns - vencer as barreiras econômicas, acender as classes sociais, fazer parte do mundo econômico, enfim, representar-se como sujeito social. É essa expansão urbana uma das causas que intensificam a hibridação

cultural. As identidades coletivas encontram cada vez menos na cidade e em sua história, distante ou recente, seu palco constitutivo 167,

Uma cidade que vive a se transformar destruindo as relíquias e estimulando os seus habitantes sempre a uma nova adaptação; transformando-os em sujeitos anônimos, descaracterizando-os, ao mesmo tempo em que os envolve a buscar, a criar outras habilidades, novos conhecimentos, outras descobertas. Uma cidade que propicia uma integração entre os seus mais de 11 milhões de habitantes que podem dizer que trazem na bagagem histórias de conquistas, exemplos de desenvolvimento tecnológico e amplas referências geopolíticas, enquanto isso:

O mercado reorganiza o mundo público como palco do consumo e dramatizações dos signos. As ruas tornaram-se saturadas de carros, de

165

Entrevista que nos concedeu o professor Mario Serri Neto no dia 15 de maio de 2006.

166 Entrevista que nos concedeu o professor Francisco Arcângelo Damito no dia 10 de outubro de 20006. 167

pessoas apressadas para cumprir obrigações profissionais ou para desfrutar uma diversão programada, quase sempre conforma a renda econômica. Uma organização diferente do tempo livre, que o transforma em prolongamento do trabalho e do lucro, contribui para essa reformulação do público. Dos cafés da manhã de trabalho ao trabalho, aos almoços de negócios, ao trabalho, para ver o que nos oferece a televisão em casa, e alguns dias aos jantares de sociabilidade rentável. O tempo livre dos setores populares, coagidos pelo subemprego e pela deteriorização salarial, é ainda menos livre por ter que se preocupar com o segundo, o terceiro trabalho, ou

em procurá-lo.168

Ter freqüentado a escola básica dos últimos trinta anos não representou sentir-se preparado para adentrar ao mundo profissional desses novos tempos, nem ter apreendido satisfatoriamente a cultura formal, também não foi estimulante ou desafiador encarar as abordagens pedagógicas que visavam à apreensão do conhecimento, nem mesmo seus docentes podem ter acumulado sentimentos de satisfação por uma carreira estimulante. Podemos dizer, então, que a miséria cultural produzida pela educação elementar dessa cidade é fundamental para a compreensão das relações de poder, travadas no cotidiano escolar, como argumenta o professor Mário,

Acho que precisaria de uma nova... Um acompanhamento, na verdade, dos professores que estão lá. Tem muitos professores que já fazem um tempinho que estão lá, então eles se acomodaram naquele jeito de dar aula, se acomodaram... E assim, por mais que eles já se acomodaram, eles falam que está certo. A gente não pode mandar isso embora, que está certo. Só que eles

não acompanham esse novo olhar. 169

Então, há de se compreender que, apesar das circunstâncias postas, as relações não foram tão pacíficas, tão acolhedoras ou tão inconscientemente ineficientes. Mais do que as relações de força – a Lei outorgada, as relações de poder se impuseram, mais do que um sistema fracassado, uma sociedade que desacredita nas possibilidades da apreensão do conhecimento, exemplificada na fala da professora Wilma,

...a escola ficou mais democrática. Eu lembro que quando eu fui pro Zuleika, três professores da área de exatas se juntavam e reprovavam quem eles queriam. E hoje em dia o diretor não deixa acontecer isso e o conselho está muito mais moderno muito mais atualizado. Progressão Continuada, progressão continuada não tem como-ela tem que continuar. Só que ela tem

168 Ibidem, p.288 169

que ter acerto de percurso. Sabe? Tem que ter, isso que eu falei pra você, um psicólogo, pra atender o aluno que está com problema, o médico pra atender outro, aqui... Não? Tem que ter uma equipe, muito disciplinada pra ajudar esse aluno. Agora ele tem problema?, Então ele vai ter aula com uma outra professora que vai dar reforço. Claro que progressão tem que ser continuada só que tem que ter todo um aparato pra que isso aconteça. E no mundo todo é assim!, Não tem mais essa de ficar reprovando como a gente reprovava! A gente reprovava de um jeito absurdo! Nesse aspecto o governo tem razão, não podia continuar daquele jeito! Só que ele não deu estrutura pra fazer o

certo, que não estava certo, não estava.170

A importância de se construir autonomia, vivenciar descobertas, participar, constituir novas possibilidades profissionais, estar entre os sobreviventes de uma geração que enfrenta a história, não encontra ecos nessa atual juventude e, se o faz é por intermédio das atitudes violentas. Com o passar dos anos, a comunidade educativa – professores e alunos perderam-se, acostumaram-se a não mais participar de movimentos sociais significativos, muitos dos jovens só encontram motivação nas atividades violentas e quase nunca se referem a uma escola melhor. Talvez, o desenvolvimento de habilidades que estimulassem os sonhos, desenvolvidos pelas fábulas, pelas histórias infantis, pelo amor à professora, pela ambiente mágico escolar, valores esses que, sem dúvida, deveriam ter ajudado a cooperar na construção das estruturas intelectuais, não foram vivenciados, portanto, não ajudaram a formar as estruturas mentais, como relata o professor Francisco,

Olho, eu acho o seguinte: eu acho que naquela época talvez, fosse melhor que hoje. Apesar de a gente não ter professores, os alunos, os estudantes das universidades, eles eram muito bons, porque as universidades eram muito boas, ainda eram as universidades quase que centradas nas universidades públicas, as universidades de nome como a PUC, Mackenzie, eram faculdades boas, então os estudantes das faculdades eles eram, eles tinham muito conteúdo, tinham a competência técnica, então o problema nesse ponto eu não acho que foi complicado. Eu acho que foi mais complicado foi o problema, como houve o aumento, a quantidade então caiu muito à qualidade né, então essa qualidade que a escola que era uma escola de elite passou a ser uma escola pública, uma escola de todo mundo e eu acho o seguinte...às vezes as pessoas dizem: Ah, a escola do meu tempo era boa. Eu não acho que a escola do meu tempo era boa, o que era bom eram os professores, eles eram quase sempre de classe média e classe alta, então eles traziam de casa uma cultura que eu costumo chamar de herança cultural então, esses professores transmitiam além do conteúdo, da parte técnica, também o exemplo, porque educar educa com o exemplo. Os professores tinham uma formação melhor, muito bem vestida, nisso tudo o aluno se espelhava no

170

professor pra crescer, coisa que hoje eu não vejo.171

Para a ampliação da educação básica, as políticas públicas educacionais não contaram com um diagnóstico prévio para atender às demandas desse mercado, nem mesmo estiveram preocupadas com o perfil profissional dos jovens e das crianças dessa sociedade, basta observar que a Lei nº 5.692/71 de abordagem Tecnicista – Profissionalizante172. Foi implantada num período em que

a cidade se transformava, saía da industrialização para o setor de serviços, o que representa dizer que, antes mesmo de ser implantada, já era obsoleta. Como comenta a professora Suely a respeito da abordagem tecnicista:

Pedagógica também muito, é porque aí passou a se ter o estudo dirigido? Os livros tinham estudo dirigido de tudo, até livro de psicologia tinha estudo dirigido, eu nunca vi, achava um absurdo! Mas era estória em quadrinho. Quer dizer, como eu estudei psicologia em livros de psicologia mesmo?, Quando eu via aquilo eu falava: nooosssaaaaa!! Era um caos?, Porque como é que você vai estudar psicologia, teoria, tudo com estória em quadrinhos. Tudo estudo dirigido, você ia procurar a palavra que completava a sentença, quer dizer: o aluno não pensava, o aluno não refletia, nada, simplesmente ele respondia pra passar de ano e isso foram anos e ainda nós temos isso ?...

Que era abordagem tecnicista? Que prevalece...173

Complementado pela professora Maria Antonieta:

(...) A única diferença que eu vejo dessa... Foi que... Aí começaram a ter os coordenadores pedagógicos que antes não tinham né, foi um caso que foi instituído a partir dessa época acho... Não foi?

Porque antes não tinha, era uma ou outra escola que tinha um coordenador, e depois acabou sendo instituída mesmo, a coordenação pedagógica, a orientação educacional.

...Diferença, com certeza, por conta do número de alunos que a escola... Ela era elitisada, não era aquela obrigatoriedade da..., então o conteúdo regrediu terrivelmente, pela qualidade do professor, que tinha na escola, também. Porque até aquela época a formação do professor era diferenciada, o conteúdo que se dava numa 4ª série... Falava-se sobre 1º e 2º Reinado, a Guerra, todas as Guerras internas... Do Paraguai, todas essas Guerras no Brasil, Farrapos, Farroupilhas dos Canudos, tudo isso se falava na 4º série e

hoje nem na 8º se fala isso. 174

Esse descompasso entre função social da escola e necessidades sociais foi analisado por uma extensa produção acadêmica nos anos 80 e 90.

171 Entrevista que nos concedeu o professor Francisco Arcângelo Damito no dia 10 de outubro de 2006. 172

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, op. cit., p. 213. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 5.692/71 A tendência tecnicista resulta da tentativa de aplicar na escola o modelo empresarial, que se baseia na racionalização, própria do sistema de produção capitalista. Um dos objetivos dos teóricos dessa linha é, portanto, adequar a educação ás exigências da sociedade industrial e tecnológica, evidentemente com economia de tempo, esforços e custos.

173

Muitos trabalhos de pesquisa responsabilizaram direta ou indiretamente os professores da escola básica, a partir de uma crítica aos seus métodos e a sua linguagem pedagógica, considerados impróprios e ineficientes, olhando pela tangente um problema que tinha raízes mais profundas. Dessa maneira, a situação de declínio da qualidade do ensino público no período, aqui analisado, contou além dos problemas inerentes ao próprio sistema, com um discurso que indica os professores como agentes da crise, denunciando um desentendimento, isto é, (...) palavras proferidas em que os interlocutores ao mesmo tempo entende

e não entende o que o outro diz.175, entre condições efetivas de trabalho e

incapacidade de compreensão das normas e medidas estabelecidas em prol do desenvolvimento do ensino. Desse modo,

(...) o povo tem de ser pensado num tempo-duplo; o povo consiste em objetos históricos de uma pedagogia nacionalista, que atribui ao discurso uma autoridade que se baseia no pré-estabelecido ou na origem histórica constituída no passado; o povo consiste também em sujeito de um processo de significação que deve obliterar qualquer presença anterior ou originária do povo-nação para demonstrar os princípios prodigiosos, vivos, do povo como contemporaneidade, como aquele signo do presente do qual a vida nacional é

redimida e reiterada como processo reprodutivo. 176

No tocante à categoria docente, podemos afirmar que ela foi adquirindo um sentimento ou uma consciência de classe sem mesmo perceber que ela estava ocorrendo, mas que foi se acumulando no cotidiano escolar e político, formando-se de modo imperceptível até estar formalmente pronta. Desse modo, a

noção de “consciência de classe”, é ao mesmo tempo, considerada abstrata e formalmente, uma inconsciência, determinada em conformidade com a classe pela própria situação econômica, histórica e social.177 Instaura-se, assim, um

sentimento antagônico entre os projetos propostos pelo governo de reforma educacional de modo impositivo, assessorados intelectualmente pela universidade e a escola com seu corpo docente que se unia em torno da disputa sobre quem tinha razão. O cotidiano escolar, nas palavras da professora Suely, após o período militar,

174 Entrevista que nos concedeu a professora Maria Antonieta A. de Oliveira no dia 12 de setembro de 2006. 175

RANCIÈRE, Jacques, op. cit., p.11.

176 BHABHA, Homi, op. cit., p.206-207 177

... Ah! Ela mudou muito, muito mesmo, nossa... né?, Mudou no sentido, bom, no tecnicista foi assim um. Desastre. Qualquer um, a pessoa só dava técnica: então hoje nós vamos aprender a técnica do lápis de cor, a técnica de guache, a técnica de colagem, a técnica disso, a técnica daquilo, só aprendia técnica né?, Então o aluno não criava o aluno não..., e... Então você me dava principalmente não me gostava queria que eles criassem... eu queria que eles..., então eu senti muito assim barreira, porque eu sempre fui uma professora que eu sempre criei, eu sempre quis fazer coisa diferente, eeee! Eu nunca conseguia terminar o meu trabalho porque eu queria fazer um trabalho interdisciplinar naquela época, mas, imagina!, Os professores não

conseguiam nem pensar!178

O problema da baixa qualidade do ensino na escola pública ainda em pauta, vinte anos após a saída dos militares do poder, propicia repensar a memória construída sobre seu passado, posto que os professores começam a compreender que: (...) O destino de uma classe depende da sua capacidade em

discernir com clareza e resolver os problemas que lhe impõe a evolução histórica em todas as suas decisões práticas. 179 Isso posto, as narrativas, aqui recortadas,

procuraram didaticamente oferecer uma idéia do intuído no cotidiano escolar, recriar uma história pautada nas lembranças daqueles que vivenciaram a construção da escola básica, refletindo sobre as condições impostas pela legislação e as relações de poder que se estabelecem a partir de um grupo constituído. Como revelado pela professora Luiza:

(...) o conteúdo era puxado, o aluno comprava o livro e acompanhava o curso. O ambiente era bom, nada acontecia de diferente na escola, na verdade ela cuidava das aulas, nesse período a esquerda estava desgastada, esvaziada. Freqüentei a escola pública como aluna e fiz Educação Física na Universidade de São Paulo, foi lá que percebi que não valia a pena enfrentar o Regime Militar, a repressão existia e estava aparentemente controlando tudo. Sabia que estava errado, mas não tinha consciência, não punha a cara para bater. Saí da escola pública e voltei anos mais tarde, agora nos anos 90, tudo é diferente, o salário continua baixo, mas não quis ficar lá, nem para entender o

que se passa. 180

Analisar os dados estatísticos, como veremos no próximo capítulo, do início dos anos 90 é defrontar com o estrago produzido por esta instituição educacional. Mutilamos gerações e ainda arrastamos centenas de crianças e

adolescentes ao mundo dos excluídos das letras, dos símbolos e dos signos,

como explicado pela professora Cláudia:

178

Entrevista que nos concedeu a professora Suely Alonso Prestes Correa, no dia 12 de junho de 2006.

No ensino de matemática: vezes é o ponto, depois da 5ª série e isso não é explicado pro aluno. O professor simplesmente faz. E o aluno fica até a 7ª série tentando imaginar o que é aquele ponto final entre dois números, sabe? De repente quando você pega uma turma de 5ª e fala: olha! Isso aqui, a partir de hoje vai virar o “vezes” é uma brincadeira minha... Acho que deveria ser institucionalizado, sabe?, Que o ponto de “vezes”, deveria ser explicado por todos os professores e todos falarem a mesma língua, porque parece que não fala, isso é o que mais choca e eles são felizes com o salário que eles têm e

eles deveriam lutar por isso e eles não lutam...181

Complementado pela professora Regina: E a inclusão?

Agora eles vão incluir... Incluir tem, tem... Agora como é que eles vão incluir sem te dar uma, aí é o suporte né, é o suporte. Como é que eles vão incluir? Outra coisa que funcionava no Estado. Eram justamente as classes especiais. Porque as classes especiais tinham 8 alunos, então quando eles estavam preparados eles eram incluídos! ... Já eram incluídos nas salas normais. Só que ficava caro pro Estado um professor ficar com 8 alunos. Então eles não têm interesse em melhorar e isso quando a gente vai começando a perceber essas coisas isso deixa a gente muito chateada. Muito. Tem algumas pessoas tem alguns professores que estão na rede até hoje e não conseguem ver isso. E isso eu fico mais triste ainda, não sei se a gente vê demais, enxerga além, mas tudo que o governo vem com uma novidade, você fala assim: oh! Vocês têm que começar a enxergar por detrás, qual a intenção, que

a intenção nunca é boa. Não é.182

Podemos perceber que, as professoras, como nós, talvez não entendessem as imposições políticas, mas por meio de suas concepções e práticas pedagógicas revelaram os condicionantes vividos no período, prova disso está nos anos 90: por mais que se tenha estimulado uma nova prática pedagógica, ainda, não foi tempo suficiente para a mudança de comportamento, da visão de mundo, como, o conjunto de aspirações, de sentimentos e de idéias

que reúne os membros de um mesmo grupo na maioria das vezes, de uma classe social. 183 , ainda não foram redefinidas.

Defendemos a idéia de que a crise na escola pública foi construída ao longo desses últimos trinta anos, a partir de vários meios: um deles - a imprensa -, pelos “desinformados”, jornalistas que ao se referirem à escola transformaram-na em palco de guerra, quando não resolveram ajudar, encontrando amigos para

180 Entrevista que nos concedeu a professora Maria Luiza P. Solha, no dia 11 de novembro de 2005. 181

Entrevista que nos concedeu a professora Claudia Pereira de Rezende de Castro Ramos no dia 07 de agosto de 2006.

182

Entrevista que nos concedeu a professora Regina de Fátima Carlucci, no dia 08 de dezembro de 2005.

183 CHARTIER, Roger. A Beira da falésia. A História entre certezas e inquietudes. Trad. Patrícia Chittoni

auxiliar nas tarefas pedagógicas.

A universidade, tão especializada, não deu conta de compreender que os problemas não estavam nos conteúdos e na forma de tratá-los, mas nas relações entre eles e seus divulgadores. Enfim, pela administração incompetente do governo, por meio da aplicação de políticas públicas, quando nos anos 70 demonstrou interesse em implantar a ampliação de vagas, não foi suficientemente impositivo para fazê-lo, não demonstrou ter garantias de fato, para isso.

Por fim, percebemos que, nas falas dos depoentes, há um discurso de crise, que existiu pelas péssimas condições de trabalho impostas e pelo descaso com que foram tratados os profissionais da educação. Ao constatarmos a crise, observamos que ela ocorreu por que a sociedade, desinformada, atribuiu quase

No documento A MULHER PROFESSORA NA CIDADE DE SÃO PAULO (páginas 104-127)