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O espaço ficcional de Wessex foi se desenvolvendo à medida que Hardy escrevia os romances e contos. É mencionado primeiramente em Far from the Madding Crowd (1874) e daí em diante todos os romances se referem ou se passam nessa região. O termo “Wessex” foi escolhido a partir do nome do antigo reino anglo-saxão dessa área, no sudoeste da atual Inglaterra, e que hoje se refere essencialmente ao condado de Dorset, a região nativa do autor, e aos condados vizinhos. “Wessex” era uma denominação meramente histórica até fins do século XIX, quando Hardy o associou a sua obra, fazendo com que o nome se tornasse tão popular que fosse novamente usado para designar a região. Mais tarde, por ocasião da primeira publicação de sua obra completa, conhecida como Wessex Novels (1895-1896), Hardy revisou toda a topografia, homogeneizando os nomes, de forma a dar coerência à geografia, e elaborou um mapa70 identificando as cidades ficcionais, a maioria delas com um correspondente real como Casterbridge/Dorchester e Anglebury/Wareham, citados em TWA, ou o balneário de Solentsea/Southsea, mencionado em AIW. Em 1912, uma nova edição completa de sua obra foi publicada, a 1912 Wessex Edition, e Hardy revisou pela última vez o mapa, reproduzido na figura 1:

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A primeira versão publicada de um mapa de Wessex apareceu no frontispício de The Return of the Native, em 1878.

Figura 1: Mapa “Thomas Hardy’s Wessex”

Fonte: Thomas Hardy’s Wessex (2003). Disponível em: <http://www.st-

andrews.ac.uk/~bp10/wessex/evolution/maps/we.shtml>. Acesso em: 12 fev. 2011.

Além do propósito ficcional, a configuração de Wessex também mostrou-se importante para a vendagem dos romances, pois conferia às obras uma marca própria e uma unidade que contribuíram para a popularidade dos livros.

Hardy não estava, entretanto, apenas criando um cenário para suas narrativas e poemas, ou colocando-se como mediador na apresentação de um microcosmo rural, cultural e historicamente rico aos leitores urbanos. Para Patricia Ingham,

[Hardy] criou um reino mítico que desloca não só o espaço, mas também o tempo. Ele engloba tudo que está inscrito na paisagem: camadas de história, acontecimentos e artefatos. Na medida em que envolve uma comunidade mais antiga e estável, é elegíaco. Mas a nostalgia é apenas um único elemento em uma entidade complexa. Wessex é um lugar, uma história, uma celebração, uma elegia; não é apenas uma região, imaginária ou real. (INGHAM, 2003, p. 103)71

Esse caráter multifacetado de Wessex é reiterado em diversos momentos por Hardy, não só com a localização de momentos cruciais do enredo em lugares históricos, como a

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“He [Hardy] was creating a mythical kingdom which dislocates not only place but time. It involves everything that was and is inscribed in the landscape: layers of history, events, and artifacts. To the extent that it involves an older and more stable community it is elegiac. But nostalgia is only a single element in a complex entity. Wessex is a place, a history, a celebration, an elegy; it is not merely a region, imagined or real”.

captura de Tess em Stonehenge, ou com a associação mitológica de Egdon Heath à lenda do rei Lear, como também por meio dos constantes comentários histórico-sociais do narrador que registram as diversas mudanças que estavam ocorrendo no meio rural em razão da industrialização da sociedade. É assim com a migração dos trabalhadores rurais em Tess of the

d’Urbervilles ou com a fragmentação do prado de Egdon, que antes era de uso comunitário,

em propriedades privadas, comentário presente em “The withered arm” (§ 193).

Do ponto de vista social, na obra de Hardy, percebe-se que a representação das pessoas de Wessex foge ao lugar comum da gente rústica, estereotipada, do campo. Em “The withered arm”, por exemplo, apesar dos camponeses pouco contribuírem diretamente para o desenrolar do enredo, sua participação é precisa e fundamental. É por intermédio da conversa deles, no início do conto, que se dá a apresentação das personagens principais e das histórias delas, e também a informação a respeito das relações sociais entre os trabalhadores rurais e os donos da terra. Informações que nos fazem compreender as atitudes de Rhoda Brook e do fazendeiro Lodge.

Outra característica importante é a maneira como Hardy, muitas vezes, integra a paisagem de Wessex à caracterização das personagens. Na sucinta descrição de Rhoda Brook, “uma mulher de trinta anos, magra e abatida” (TWA, § 6), o narrador enfatiza seu aspecto solitário ao apresentar o lugar onde a ordenhadora vive: “Seu caminho seguia à parte dos outros, rumo a uma edícula isolada bem acima das várzeas, e não muito longe da divisa do prado de Egdon, cuja fisionomia escura era visível à distância enquanto se aproximavam de casa” (TWA, § 14).

Dentre as paisagens descritas por Hardy, o prado de Egdon possui um lugar central. Formado por uma sucessão de prados e planícies, Egdon é mais um nome fictício que Hardy criou para integrar a geografia de Wessex. Referências ao lugar aparecem em toda sua obra, mas principalmente no romance The Return of the Native (1878), cujo primeiro capítulo é todo dedicado à descrição de Egdon. No prefácio a essa obra, Hardy define o lugar:

Sob a denominação geral de “Prado de Egdon”, que foi dado ao cenário sombrio da história, estão reunidos ou exemplificados os prados com vários nomes reais, no mínimo uma dúzia deles; estes sendo praticamente um em caráter e aspecto, embora a unidade original, ou parcial, esteja agora um tanto encoberta por faixas e pedaços intrusos, produzidos com a passagem do arado com vários graus de êxito, ou plantados com árvores.

É agradável imaginar que algum pedaço desse extenso terreno, cujo canto sudoeste é aqui descrito, possa ser o prado daquele lendário rei de Wessex – Lear. (HARDY, 2006, p. 5)72

Afora fornecer a descrição física da região, Hardy também estabelece as relações mitológicas e simbólicas de “Egdon”. Mais do que servir como cenário para toda a ação no romance, para Butler, o lugar assume um papel de quase um protagonista da história:

O prado de Egdon [...] é elevado a um status humano, até mesmo divino, para o qual seria difícil encontrar paralelo na história do romance.

O prado é estabelecido desde a primeira página como um ambiente maior, mais antigo e mais forte que seus habitantes. Hardy tinha a preocupação constante de apresentar a humanidade dentro de um panorama de vastas forças impessoais (o universo indiferente), e Egdon era uma oportunidade explêndida. (BUTLER, 1990, p. 33)73

Tanto em The Return of the Native, bem como em “The withered arm”, Egdon é um lugar mágico, misterioso e sombrio que atravessa o destino das personagens em suas jornadas físicas e psicológicas. Superando um simples cenário, Egdon serve como paralelo para as caracterizações e emoções das personagens, emprestando-lhes sua força permanente e selvagem, mas, como elas, também está sujeito às leis da natureza e da sociedade.

Os recursos usados na representação de Wessex parecem servir para relacionar as histórias de uma comunidade tão específica, como a do sudoeste da Inglaterra, a temas que remetem ao universal e ao mitológico, de maneira a descartar a classificação como meras histórias provincianas ou pastorais. Assim, ao mesmo tempo em que Hardy construiu um vasto corpus de romances, contos e poemas que remetem marcadamente a um povo e a um lugar específico, também procurou contrabalançar esse regionalismo, essa particularidade de espaço e personagens, associando-os a fatos e lugares históricos e/ou mitológicos e a temas (a mulher desonrada, a ascensão e a queda de um homem) e estruturas (balada, tragédia) recorrentes na literatura universal. O resultado disso, para W.J. Keith, foi que

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“Under the general name of "Egdon Heath," which has been given to the sombre scene of the story, are united or typified heaths of various real names, to the number of at least a dozen; these being virtually one in character and aspect, though their original unity, or partial unity, is now somewhat disguised by intrusive strips and slices brought under the plough with varying degrees of success, or planted to woodland.

It is pleasant to dream that some spot in the extensive tract whose southwestern quarter is here described, may be the heath of that traditionary King of Wessex – Lear”.

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“Egdon Heath [...] is raised to a human – even a divine – status for which it would be hard to find parallels in the history of the novel.

The heath is established from the first page as an environment larger, older and stronger than its inhabitants. Hardy was constantly concerned to present mankind against a background of vast impersonal forces (the indifferent universe), and Egdon was a superb opportunity”.

Ao conceder à relação entre regional e universal um lugar bastante importante em sua ficção, [Hardy] chamava atenção para uma das tendências mais significativas da época... ele estava colocando o dilema regional no primeiro plano do pensamento contemporâneo. (KEITH, 1988, p. 88)74 Esse destaque para o plano regional significava que à limitação geográfica imposta pelo autor à sua obra não correspondia uma limitação filosófica ou literária. Para Raymond Williams, o espaço ficcional de Wessex está além do geográfico ou do correspondente a cidades e locais existentes, pois se situa-se naquela “terra fronteiriça em que muitos de nós vivemos: entre a tradição e a instrução, entre o trabalho e as idéias, entre o apego ao torrão natal e a vivência das mudanças” (WILLIAMS, 1989, p. 269)75. Williams enfatiza que Wessex é tanto um engajamento com a região quanto com o passado e, nesse engajamento, o ponto nevrálgico está nas experiências de transformações e nas complicações advindas daí, nos dilemas de escolha e de posicionamento nesse lugar fronteiriço.

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“By according the relation between the regional and universal so important a place in his fiction, he was drawing attention to one of the most significant trends of the age… he was bringing the regional dilemma to the forefront of the contemporary consciousness”.

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2 AS OBRAS TRADUZIDAS DE THOMAS HARDY

Este capítulo apresenta um mapeamento da obra traduzida de Thomas Hardy para o português, traçando primeiro um apanhado da situação de Hardy no sistema literário internacional, prestando atenção ao lugar de sua obra em Portugal e, depois, com mais aprofundamento, à situação das obras publicadas no Brasil.

Uma das razões para essa abordagem é que a situação da obra traduzida do autor na cultura de chegada faz parte do contexto maior de recepção de sua obra. Através das traduções, essa recepção revela não só o status de um autor (cânone e margem, por exemplo), mas também as poéticas e ideologias tradutórias de um determinado período. É o que enfatiza André Lefevere, quando afirma que “Dois fatores determinam basicamente a imagem de uma obra literária tal como ela é projetada por uma tradução. Esses dois fatores são, na ordem de importância, a ideologia do tradutor [...] e a poética dominante na literatura recebedora no momento em que a tradução é feita” (LEFEVERE, 2007, p. 73).76 Essa imagem projetada da obra literária pela sua tradução pode ser colhida através de dados, como a quantidade e a qualidade das edições, a diversidade de traduções, quem as traduziu e quando, entre outros.

Tais dados, na medida em que revelam uma série de valores inscritos no texto traduzido, fazem parte da historiografia da tradução, cujo estudo, segundo os organizadores de

Literatura traduzida e literatura nacional, “tem um papel de destaque na formação e

renovação das diferentes literaturas nacionais” (GUERINI; TORRES; COSTA, 2008, p. 9). Apesar de o objetivo aqui não ser estudar as influências diretas de Hardy no sistema literário brasileiro, perceber em que medida ele foi lido, estudado e reinterpretado na literatura nacional ajuda a compreender como sua obra foi retextualizada. Esse olhar para o que já foi feito permitiu que se avaliasse, com mais clareza, os desafios encontrados durante a feitura das traduções do capítulo 3, possibilitando o amadurecimento das escolhas tomadas e situando-as num quadro mais geral, para além da comparação textual entre o texto fonte e a tradução.

Dito isso, uma das primeiras constatações é de que Hardy segue pouco conhecido no Brasil, quando é comparado o número de traduções publicadas de sua obra com a de outros autores ingleses do século XIX, como Charles Dickens, Emily Brontë e até mesmo George

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Eliot.77 Mas esse não parece ser o caso do cenário internacional, pois, a título de ilustração e sem o rigor de um levantamento bibliográfico exaustivo, foi verificada a existência de várias edições de antologias de contos nos países europeus de língua latina, como Espanha, França e Itália,78 e isso sem adentrar na questão dos romances, muito mais populares.

Na Itália, os romances centrais foram traduzidos e há, pelo menos, três volumes de poemas traduzidos (cf. MALLOZZI, 2008). Thomas Hardy parece ter também uma longa história na Romênia, onde era lido em traduções alemãs e francesas no século XIX e, a partir de 1920, recebeu traduções diretas para o romeno (cf. CARP, 1999). Além disso, o Japão, que possui sua própria Thomas Hardy Society of Japan e já conta com a realização de 53 eventos anuais,79 é um dos países mais entusiastas da obra de Thomas Hardy principalmente no meio acadêmico. Outros países que possuem uma associação dedicada ao estudo da obra de Thomas Hardy são os Estados Unidos, com a The Thomas Hardy Association80 – na verdade uma colaboração entre universidades americanas e britânicas –; a França, com a French

Association for Thomas Hardy81 e, claro, a Inglaterra, com a The Thomas Hardy Society.82 Em Portugal, é expressivo o número de traduções da obra de Hardy, ainda que os contos não tenham recebido uma edição própria. Primeiro, sobre os contos, sabe-se de uma tradução recente de “The distracted preacher”, publicada em 2008 pela já extinta Quasi Edições, em volume único, com o título de O pregador atormentado e traduzido por Vasco Gato. Outra publicação é Uma viagem aos contos clássicos ingleses, da Padrões Culturais Editora (2001), que apresenta os contos “O aniversário da infanta”, de Oscar Wilde; “O oficial prussiano”, de D. H. Lawrence; e “Os três desconhecidos” (“The three strangers”), de Thomas Hardy. O nome do tradutor dos contos não é mencionado.

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De acordo com Solange P. P. Carvalho (2006), há no Brasil nove traduções diferentes para Wuthering Heights, de Emily Brontë. No banco de dados de traduções da UNESCO, Index Translationium (pesquisa realizada em 29 de março de 2011), encontrei 35 entradas para publicações de Charles Dickens no Brasil, alguns títulos repetidos, mas que evidenciam o número variado de publicações. No mesmo banco, encontrei três traduções de romances de George Eliot e tenho conhecimento também de tradução de uma biografia da autora.

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Como dito na Introdução desta tese, os volumes consultados são os listados a seguir, mas há também várias outras edições: El brazo marchito y otros relatos. Trad. Javier Marías. Barcelona: Seix Barral, 1986; Sous le

regard du Berger.Organização de Pierre Coustillas. Vários tradutores. Lille: Presses Universitaires de Lille,

1984; I tre sconosciuti e altri racconti. Introdução de Giovanni Luciani. Organização, prefácio e tradução de Leonetta Bentivoglio. Milano: Garzanti, 2006.

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Cf. “News from the Thomas Hardy Society of Japan, 2010”. Disponível em: <http://www.st-andrews.ac.uk/ ~ttha/news/japan20110110.shtml>. Acesso em: 10 abr. 2011.

80

Disponível em: <http://arts.st-andrews.ac.uk/ttha/>. Acesso em: 10 abr. 2011.

81

Disponível em: <http://fathomhardy.fr/?lang=fr>. Acesso em: 10 abr. 2011.

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Uma breve comparação entre essa tradução portuguesa do conto de Hardy e a brasileira, traduzida por Afonso Arinos de Melo Franco,83 sugere que a primeira é uma apropriação indevida da segunda, com leves mascaramentos para dar um caráter lusitano ao texto e disfarçar a cópia. A título de ilustração, é feita uma breve comparação entre o original e as duas traduções, examinando o primeiro parágrafo e um trecho do terceiro parágrafo no início do conto, os quais descrevem a casa do pastor Fennel, onde se passa a ação da história:

Among the few features of agricultural England which retain an appearance but little modified by the lapse of centuries, may be reckoned the high, grassy and furzy downs, coombs, or ewe-leases, as they are indifferently called, that fill a large area of certain counties in the south and southwest. If any mark of human occupation is met with hereon, it usually takes the form of the solitary cottage of some shepherd. [...]

Higher Crowstairs, as the house was called, stood quite detached and undefended. The only reason for its precise situation seemed to be the crossing of two footpaths at right angles hard by, which may have crossed there and thus for a good five hundred years. Hence the house was exposed to the elements on all sides. (HARDY, 2009b, p. 9)

Entre os poucos aspectos da Inglaterra agrícola que guardam ainda a mesma aparência, apenas modificada pelo decorrer dos séculos, devemos contar os altos, verdejantes e tojados vales, ou “campos de aluguel”, como são indiferentemente chamados, que cobrem uma grande área de certos condados no sul e no sudoeste. Se vestígio de ocupação humana é aí encontrado, toma usualmente a forma da cabana solitária de algum pastor. [...]

Higher Crowstairs, como era chamada a casa, lá ficava inteiramente destacada e indefesa. O único motivo da sua localização parece ter sido a proximidade imediata de duas veredas que ali se cruzavam em ângulo reto, havia bem quinhentos anos. A casa era exposta aos elementos de todos os lados. (Afonso Arinos de Melo Franco, 2004, p. 81)

Entre os poucos aspectos da Inglaterra agrária que ainda conservam a mesma aparência, só ao de leve modificada com o correr dos séculos, cumpre-nos incluir os vales, altos, verdejantes, cobertos de tojeiras, ou “campos para alugar”, como lhes chamam indiferentemente, que preenchem uma grande área de certos condados do Sul e do Sudoeste. Se aí se nos depara algum vestígio de ocupação humana, o aspecto que toma usualmente é o da cabana solitária do pastor. [...]

Higher Crowstairs, assim se chamava essa casa, estava inteiramente isolada e sem defesa. A única razão de sua localização afigura-se ter sido a proximidade de duas veredas que ali perto se cortavam perpendicularmente, desde há uns bons quinhentos anos. De todos os lados se encontrava exposta aos elementos. (Padrões Culturais Editora, 2001, p. 35-36)

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Publicada primeiramente em O livro de bôlso dos contos inglêses (196?) e reeditado, em 2004, sob o título

A primeira coisa a se notar é a substituição por sinônimos na tradução portuguesa de termos utilizados na tradução brasileira. Assim, “agricultural England” é “Inglaterra agrícola” e “Inglaterra agrária” ou como visto no exemplo de toda uma expressão: “but little modified by the lapse of centuries” é “apenas modificada pelo decorrer dos séculos” (Arinos, grifo meu) e “só ao de leve modificada com o correr dos séculos” (Padrões Culturais, grifo meu). Em segundo lugar, há marcas bem distintas da escolha do tradutor Afonso Arinos, que são também reproduzidas na tradução da Padrões Culturais: “which retain an appearance” é traduzida por “que guardam ainda a mesma aparência” (Arinos, grifo meu), o uso de “ainda” e “mesma” denunciando uma inserção do tradutor que é repetida pela Padrões Culturais: “que

ainda conservam a mesma aparência”. É possível apontar também para a omissão da tradução

de “downs” (colinas sem árvores que servem de pasto, típicas do sudeste da Inglaterra) nas duas publicações, havendo apenas a tradução de “coombs”84 por “vales”; a opção de traduzir “grassy”,85 nos dois casos, por “verdejantes” e a semelhança estrutural entre as traduções da frase “The only reason for its precise situation seemed to be the crossing of two footpaths at right angles hard by, which may have crossed there and thus for a good five hundred years”: (Arinos) “O único motivo de sua localização parece ter sido a proximidade imediata de duas veredas que ali se cruzavam em ângulo reto, havia bem quinhentos anos” / (Padrões Culturais) “A única razão da sua localização afigura-se ter sido a proximidade de duas veredas que ali perto se cortavam perpendicularmente, desde há uns bons quinhentos anos”

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