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6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS – O TURISMO NO ESPAÇO

6.8 ESTÁGIO DAS ATIVIDADES TURÍSTICAS DESENVOLVIDAS NAS

A fim de responder a um dos objetivos específicos ao qual esta pesquisa se propôs, foram resumidos em um quadro os estágios pelo qual a atividade turística passa em um destino de acordo com o modelo teórico desenvolvido por Butler na década de 1980 ─ ainda muito utilizado nos dias de hoje. Neste mesmo quadro, foram colocados extratos retirados das entrevistas realizadas com os proprietários rurais, que traziam informações importantes e valiosas para que se pudesse evidenciar em qual estágio a atividade turística se encontrava na região.

É importante ressaltar que nem sempre é possível encontrar todas as características de uma fase em um destino, pois se trata de um modelo evolutivo. Dessa forma, podem existir destinos que se encontram passando de uma fase para outra e ainda destinos que possuem algumas características de cada fase do modelo. O que vale é a predominância de características de um modelo para que se possa enquadrar o destino em tal fase.

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COREDE das Hortênsias

Satisfatórios Empatado Sazonal Bons

Pôde-se verificar que o primeiro estágio, da “exploração”, em que poucos turistas chegam até a região de maneira espontânea, estes normalmente são turistas alocêntricos, ou seja, turistas aventureiros, que não se preocupam com roteiros preestabelecidos, que procuram aspectos naturais e culturais, sem se preocupar com a infraestrutura, turismo de alto contato com os locais, sem influenciar o meio social e com pouco retorno econômico foi totalmente ultrapassado na região.

Já a segunda fase proposta por Butler (1980) é a do “envolvimento”, e nessa fase encontra-se a comunidade receptora do Corede das Hortênsias totalmente engendrada. Os motivos foram o início do envolvimento do setor público a fim de suprir as necessidades básicas de infraestrutura como acesso, abastecimento de água e luz, entre outras necessidades, certo aumento no número de turistas e na regularidade de visitas dos mesmos e certo grau de envolvimento da comunidade local que começa a enxergar no turismo alguns benefícios, principalmente econômicos, como a geração de emprego e renda extra.

Figura 3 - Estágio das atividades turísticas desenvolvidas

Fonte: (SOUZA, 2014).

Exploração: poucos turistas, turista alocêntricos que procuram aspectos naturais e culturais, sem infraestrutura, alto contato com os locais, sem influenciar o meio social e com pouco retorno econômico.

Envolvimento: ligeiro aumento de turistas com certa regularidade, os locais começam a se envolver com o turismo e começa a haver mudanças na vida local, iniciam os investimentos em infraestrutura e dá-se o início da publicidade turística.

Desenvolvimento: número de turistas igual ou superior à população, instalações de grandes dimensões de fora da localidade (redes hotéis) substituindo as originais, substituição da atratividade natural por artificial, menos envolvimento dos locais, mão de obra de fora, coloca em risco o meio ambiente e a cultura local e o turista começa a se tornar midcêntrico.

Pós-estagnação: subdivide-se em declínio ou rejuvenescimento. No declínio, o destino não teve sucesso em mudar sua imagem, o número de turistas decresce e os investidores passam para outro local. Já no rejuvenescimento o destino busca oferecer novas alternativas, novos produtos e assim se recoloca no mercado.

Estagnação: capacidade de carga atingida ou ultrapassada, impactos positivos no meio ambiente e cultura, imagem bem estabelecida, mas sem haver fascínio, repetição de visitas, investimento em eventos e congressos (estabilizar a sazonalidade). Excesso de leitos, muita artificialidade, resorts, turismo de massa, ou seja, turista psicocêntrico.

Consolidação: número total de turistas aumenta, mas a taxa de crescimento diminui, chegando a ultrapassar a população local, a economia principal é o turismo com grande descontentamento dos locais.

Não foi verificado nenhum exemplo para a atividade turística no espaço rural neste estágio, nas propriedades visitadas no COREDE das Hortênsias.

Não foi verificado nenhum exemplo para a atividade turística no espaço rural neste estágio, nas propriedades visitadas no COREDE das Hortênsias.

Não foi verificado nenhum exemplo para a atividade turística no espaço rural neste estágio, nas propriedades visitadas no COREDE das Hortênsias.

“Desde o começo, sempre trabalhamos com o boca a boca, assim um cliente chamou outro e outro. Aí começamos a arrumar um quartinho e depois outro. Fomos à prefeitura para pedir uma linha de ônibus que trouxesse o pessoal do centro, as coisas foram acontecendo aos poucos.” (Entrevistado n° 4). “Lá pela década de 1980 quando a região começou a receber mais turistas, alguns se vinham até aqui na linha 28. Eles gostavam de ver como era a vida no campo e principalmente eram atraídos pelas cachoeiras que temos aqui.” (Entrevistada n° 8).

Não foi verificado nenhum exemplo para a atividade turística no espaço rural neste estágio, nas propriedades visitadas no COREDE das Hortênsias.

O destino turístico começa a receber turistas (n° pequeno) de forma espontânea que são mochileiros atrás de um sonho e de uma nova experiência. Comunicação informal permitindo a convivência harmônica. Baixo retorno econômico, falta de planejamento e gerenciamento, sem infraestrutura e estruturação.

Governo começa a investir em infraestrutura. População local desperta para os benefícios do turismo e começam abrir empresas turísticas com as características: atenção voltada para o produto e o mercado; não foca no gerenciamento; comunicação interna informal; necessidade de controle , dá-se o início da publicidade turística no destino turístico.

Definição do tamanho da empresa e do destino turístico. Surge a necessidade de gerenciamento dos recursos humanos e a gestão mais formal. Na fase do desenvolvimento, surge a interferência no meio ambiente e na cultura do destino turístico. Menos envolvimento dos locais no destino e menos contato do proprietário com os clientes nas empresas.

Os sistemas se tornam complexos, criando burocratização nas empresas e no destino turístico, criando desconforto nas pessoas que fazem parte do ambiente. Tanto as organizações, quanto os destinos turísticos podem perder a capacidade de criatividade e de inovação.

Como consequência da estagnação, tem- se a colaboração. Pode-se inferir que a atenção e o tratamento adequado das características que marcam a fase da estagnação e da colaboração podem ser decisivos para a continuidade ou descontinuidade tanto do destino turístico quanto das organizações.

Na pós-estagnação, o destino turístico, se desejar o rejuvenescimento (soluções extraorganizacionais), poderá buscar novas alternativas/alianças com participações diversas e novos produtos. Tanto nas organizações quanto nos destinos turísticos, caso não ocorra o rejuvenescimento, poderá haver o declínio e adescontinuidade.