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O estágio de Neonatologia no Curso de Enfermagem – UNIP

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 O estágio de Neonatologia no Curso de Enfermagem – UNIP

4.1.1 Inserção curricular, estrutura e organização

O Curso de Enfermagem da UNIP foi reconhecido em 1988. Autorizado pela Resolução de n° 4 de 1997, iniciou suas atividades em 2001 (<http://www.unip.br>. Acesso em 20 fev. 2006).

O reconhecimento do curso coincide, historicamente, com a vigência da legislação (decreto lei nº 87.497) que estabelecia a necessidade de organização dos campos de estágio, tendo em vista, o desenvolvimento, junto ao aluno, de iniciativa e responsabilidade em relação às ações em saúde. O mesmo decreto reformulado em 1987 já explicitava a realização desses estágios nas três áreas temáticas: Materno-Infantil, Saúde Pública e Médico-Cirúrgica (ANDRADE et al, 1989, p.22).

O início das atividades do curso em 2001, por sua vez, coincidiu com o estabelecimento das Diretrizes Curriculares (2001), que enfatizavam a formação do enfermeiro no atendimento às necessidades básicas no Sistema Único de Saúde (SUS) (CNE/CES Nº 3 de 2001). Desta maneira, o curso de enfermagem da UNIP comportaria a preocupação de formar os alunos no modelo da atenção primária de saúde, voltada aos problemas de saúde da comunidade (<http://www.unip.br>. Acesso em 20 fev. 2006).

De acordo com o referido site institucional, caberia à graduação de enfermagem na Universidade:

“Proporcionar o entendimento do cuidar como prática inerente ao enfermeiro, capacitando-o para avaliação clínica, investigação e tomada de decisão mediante a articulação dos conteúdos teóricos apreendidos com a capacidade de reconhecimento e atuação sobre uma nova situação”.

Diante destas disposições, o curso teria por missão “formar

profissionais de enfermagem generalistas, baseados nas competências gerais, desenvolvendo-as com criatividade, iniciativa e liderança”.

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Segundo a Coordenadora do Curso, os estágios, de forma geral, estão inseridos no currículo a partir do 3° semestre, com atividades práticas voltadas ao indivíduo normal. A instituição propicia visitas a creches, asilos, orfanatos e o envolvimento do aluno no desenvolvimento de Campanhas do Estado e da Prefeitura. No quarto semestre, além das unidades ambulatoriais, gradativamente, o aluno é inserido nas clínicas, desenvolvendo ações de enfermagem em nível primário, secundário e terciário. Estas práticas são condizentes com as disposições do ensino da enfermagem preconizados pela atual diretriz curricular (2001), que estimula a formação do profissional nos diferentes níveis de assistência.

Neste sentido, a Ementa (2005) define como objetivos específicos do estágio em geral as seguintes competências:

1. “Compreender e executar as fases do Processo de Enfermagem: Investigação, Diagnóstico, Plano Assistencial, Implementação, Avaliação”

2. “Analisar situações clínicas na literatura que demandem uma tomada de decisão”

3. “Buscar soluções clínicas na literatura especializada da Enfermagem”

4. “Administrar as necessidades dos pacientes como os dispositivos administrativos e operacionais da instituição”

5. “Relacionar e compartilhar a avaliação clínica e as intervenções programadas com os demais integrantes do grupo e com os profissionais do campo de estágio”

Atualmente, a grade curricular do curso está dividida por módulos temáticos semestrais. Estes módulos aproximam áreas que se relacionam no âmbito da Saúde da Mulher e da Criança, ressaltando-se o empenho junto ao aluno no sentido da realização de leituras, com vistas à elaboração de um artigo para publicação em cada módulo. A integração das disciplinas por módulos temáticos, permite ao graduando a experiência de assistência de enfermagem, fazendo com que este utilize conhecimentos anteriormente adquiridos nas ciências básicas, associando-os à parte profissionalizante. No caso da Neonatologia, a associação é feita nas áreas de Saúde da Mulher e da Criança, permitindo a realização da SAE junto ao binômio mãe-filho.

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Segundo a Coordenadora do Curso de Enfermagem, as turmas se constituem de alunos trabalhadores. Aproveitando este perfil, os alunos são envolvidos nas práticas educativas junto à população. Em suas palavras, “(...)

esse aluno precocemente é envolvido nessa atividade, distribuindo material educativo, preenchendo fichas, ou simplesmente conversando com as pessoas”.

Diante destas diretrizes ganha importância, de acordo com a coordenadora, a questão da seleção de docentes. Tendo como requisito o título de Mestre e/ou de Especialista, a instituição visa à incorporação de profissionais aptos a desenvolver atividades teórico-práticas, ou seja, capazes de dar conta da teoria e do acompanhamento de estágios nos três níveis de saúde.

Segundo a Coordenadora do Curso:

“Nós procuramos escolher campos de estágios (...) que contemplem essas áreas todas. Nós buscamos trabalhar, cada vez menos, só em hospitais. Vamos em hospitais também, mas procuramos não fazer com que o aluno receba uma mensagem oculta, de nossa parte, de que o hospital é o melhor lugar para se trabalhar.”

Atendendo à diversidade das áreas de atuação, é levada em conta, ainda, a proximidade à Universidade na seleção dos campos de estágio.

Conforme as recomendações das Diretrizes Curriculares, a Universidade, de acordo com a Ementa (2005), incluiu no currículo atividades complementares, estimulando a participação efetiva dos alunos no processo de sua formação. Orientados por docentes de diversas áreas, os alunos pesquisam e participam em projetos de extensão universitária.

Na ausência de uma disciplina de Neonatologia e de um estágio específico na área, as vivências práticas relativas à assistência ao recém-nascido, segundo a docente entrevistada, inserem-se na área de Saúde da Mulher e, mais precisamente, na disciplina Prática Clínica do Processo de Cuidar da Mulher.

Tendo como proposta propiciar ao aluno vivências em situações como atendimento em sala de reanimação, alojamento conjunto, exame físico do recém-nascido e cuidados do binômio mãe-filho, fica implícito, nesta exposição, o objetivo da Enfermagem Neonatológica na instituição:

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“Proporcionar ao aluno o reconhecimento da fisiologia e das características dos recém-nascidos de baixo risco, estimular o aluno a realizar a sistematização da assistência, detectar problemas de aleitamento materno, coleta de exames do RN e prestação de cuidados imediatos na sala de parto.”

As informações “teóricas” de Neonatologia, inseridas na área da Saúde da Mulher, são oferecidas semanalmente por 3 horas, durante um semestre. Sendo já restrito o espaço referente à Saúde da Mulher, não há uma carga horária específica para os cuidados de enfermagem ao recém-nascido, ficando a ênfase a critério do docente.

De acordo com a docente entrevistada, os conteúdos de Neonatologia ministrados pelos professores se referem à “assistência imediata ao recém-

nascido na sala de parto e alojamento conjunto, cuidados com os recém-nascidos durante o banho, curativo do coto umbilical, coleta de exames, troca de fraldas e cuidados em fototerapia”.

As estratégias didáticas utilizadas envolvem aulas expositivas, leituras programadas de textos para discussão, vídeos, simulações práticas em sala de aula e estudos clínicos.

Segundo a coordenadora do curso e a docente da disciplina, a integração teórico-prática durante os estágios é realizada a partir de relatórios confeccionados diariamente pelos alunos. Discriminando as atividades realizadas, são discutidos os casos e intervenções de enfermagem que deverão concorrer para a elaboração de um trabalho científico no bloco da Prática Clínica na área temática.

Com relação ao aproveitamento dos alunos, a coordenadora do curso informa que uma das tarefas da instituição é detectar o nível de satisfação dos alunos através de entrevista com o líder de sala. “Ele é o canal de comunicação

junto à coordenação”. Além desta estratégia, os alunos são estimulados à auto-

avaliação durante os estágios, ao lado de avaliações periódicas do aprendizado. Segundo a coordenação, foram apontadas algumas limitações do estágio disciplinar de Neonatologia relacionadas à abertura de campos de estágio para estudantes de graduação – ao contrário do que acontece com os cursos de especialização, cujas portas se abrem para incorporar estagiários, particularmente

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no espaço de berçários de baixo e médio risco. Diante deste impasse, a coordenadora comenta: “eu não vejo perspectiva de inserção do aluno de

graduação [num estágio específico] de neonatologia”, mas sim na área de

Alojamento Conjunto, vivenciando o cuidado ao binômio mãe-filho. Ela acrescenta ainda que os alunos “(...) ficam mais em alojamento conjunto, porque depende [da ocorrência] de partos daquele dia, para que eles vivenciem cuidados junto ao

recém-nascido”. Além disso, “o tempo é curto, [na medida em que] o estágio é vivenciado uma vez por semana, com 10 alunos, numa turma de 40 alunos”.

Entretanto a coordenadora do curso relata que, após as reestruturações do currículo em função das Diretrizes Curriculares (2001), a ênfase dos estágios voltados à atenção primária no âmbito do Estágio Curricular do último ano de graduação, em alguma das áreas temáticas, poderá apresentar novas possibilidades de contato com RN de baixo e médio risco - no caso do aluno optar pela área de Saúde da Mulher. “Como área de escolha no Estágio

Curricular, eu vejo uma possibilidade” de ampliação do contato com recém-

nascidos, para além do alojamento conjunto.

4.1.2 O estágio de Neonatologia na perspectiva dos graduandos

Tendo em vista dimensionar o estágio disciplinar de Neonatologia sob a perspectiva dos graduandos, foram oferecidos questionários auto-aplicáveis para alunos que estavam na terceira série da graduação, em 2005. Retornaram 21 (53%) questionários, porém, foram incluídos no estudo somente aqueles que já haviam realizado o estágio de Neonatologia. Nestas condições, a aplicação dos questionários se restringiu a 15 (38%) deles.

Havia somente 2 alunos (13%) que trabalhavam como técnicos de enfermagem na área de Neonatologia (Gráfico 1), ou seja, a maioria (87%) não tinha experiência prévia no cuidado com recém-nascidos.

Indagados sobre a participação em estágios extracurriculares, somente um aluno respondeu afirmativamente. Segundo os comentários dos graduandos, a negativa em relação à realização destes estágios justificar-se-ia pelo fato do aluno

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“não ter interesse de atuar nesta área” ou, ainda, devido à “imaturidade para atuar

nestes estágios”. De forma geral, eles referiram a “falta de oportunidade e disponibilidade [em função da] necessidade de trabalhar” e, em contrapartida, a

necessidade de esperar pelas “(...) férias para a realização do estágio

extracurricular”, evidenciando as dificuldades de compatibilizar estudo e trabalho.

Treze alunos (87%) referenciaram o aprendizado da Neonatologia no espaço da Saúde da Mulher (Gráfico 2) em conformidade com a disposição formal da estruturação do estágio na instituição. Dois (13%) mencionaram no da Saúde da Criança. Levando em conta a dificuldade de julgar a consistência destas informações, as duas respostas dissonantes refletem a indefinição do espaço da Neonatologia entre as duas áreas (RODRIGUES e OLIVEIRA, 2004)3.

Dentro dos temas mais relevantes ministrados sobre o RN normal, os alunos apontaram os seguintes conteúdos: “conhecimento dos parâmetros

classificatórios do RN normal; técnicas da recepção do RN ao Centro obstétrico; exames e cuidados; exame físico; cuidados relativos a amamentação; dados antropométricos; curativo do coto umbilical; teste do PKU: banho do RN e vacinação”.

Tais conteúdos são pertinentes aos objetivos da assistência de enfermagem ao recém-nascido normal - conforme as diretrizes curriculares dos cursos de enfermagem. Quanto aos conteúdos de baixo e médio risco, podemos observar que alguns assuntos como cuidados com oxigenoterapia para crianças

com desconforto respiratório; baixo peso e orientação sobre o uso de incubadoras

foram abordados - mesmo não estando explicitados nos objetivos da Disciplina

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13%

87%

Sim Não

Gráfico 1 – Experiência profissional como técnico (UNIP, 2005).

13%

87%

Saúde da mulher Saúde da criança

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A Tabela 1, numa escala de 1 a 5, revela o nível de satisfação dos alunos quanto à aprendizagem de Neonatologia em relação ao RN normal e de baixo e médio risco. A distribuição da pontuação, no caso do RN normal, evidenciou melhores valores de satisfação do que no caso do aprendizado em relação ao baixo e médio risco – cuja pontuação se concentrou no nível insatisfatório, sofrível e regular.

Quanto aos conteúdos teóricos relacionados à SAE, 7 alunos (47%) responderam ter recebido informações sobre o assunto (Gráfico 3). Considerando a falta de consenso a respeito, cinco alunos, ou seja, 33% (um terço) pontuaram que o ensino foi bom, quatro alunos (27%), atribuíram regular e 3 (20%) insatisfatório (Tabela 2).

Com relação ao treino em laboratório, os alunos relataram não terem tido a oportunidade de vivenciar este recurso de treinamento, embora ressaltassem a valorização da importância de sua inclusão no curso (Tabela 3). Dentre as justificativas apresentadas, os alunos especificaram, ao lado da oportunidade de “aplicar a teoria”, a possibilidade de desenvolver “habilidade para

a realização do procedimento”, reiterando a oportunidade de desenvolver uma

“noção da prática”. Eles ressaltaram também a oportunidade “para [aprender] a

seqüência das técnicas de enfermagem”, dando condições de desenvolver

“segurança ao aluno”. Reafirma-se, nestas circunstâncias, a relevância da realização de práticas, tanto em laboratório como em estágio, apontada por vários autores, entre eles Lima (2004, p.135) e Friedländer (2005, p.15), como oportunidade de complementação e aplicação da teoria.

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Tabela 1 – Satisfação em relação aos conteúdos sobre o recém-nascido normal, de baixo e médio risco. UNIP, 2005

Satisfação Normal Baixo e médio risco

Nota % % 1.Insatisfeito 01 6,5 04 27,0 2.Sofrível 01 6,5 03 20,0 3. Regular 05 33,0 04 27,0 4. Bom 04 27,0 02 13,0 5. Muito Bom 03 20,0 01 6,5 S I 01 7,0 01 7,0 Total 15 100,0 15 100,0 47% 53% Sim Não

Gráfico 3 – Ensino sobre a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) ao recém-nascido. UNIP, 2005.

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Tabela 2 - Satisfação relacionada à aprendizagem da SAE. UNIP, 2005 SAE Notas % 1.Insatisfeito 03 20,0 2.Sofrível 00 0,0 3. Regular 04 27,0 4. Bom 05 33,0 5. Muito Bom 00 0,0 Sem informação 03 20,0 Total 15 100,0

Tabela 3 - Importância e treinamento em laboratório. UNIP, 2005

Importância Realização Especificação % % Sim 15 100,0 00 0,0 Não 00 0,0 15 100,0 Total 15 100,0 15 100,0

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Com relação ao estágio disciplinar de Neonatologia, o levantamento focalizou as condições materiais e humanas de sua realização da perspectiva dos alunos.

Quanto aos recursos materiais (Gráfico 4) 11 (73%) alunos acharam que eles eram insuficientes, não favorecendo a aprendizagem no estágio, mencionando a “falta de materiais como agulhas e luvas” e descrevendo um quadro de “precariedade do hospital”.

Nestas condições, os alunos atribuíram baixos níveis de satisfação (insatisfatório a regular) quanto à disponibilização de recursos materiais para a aprendizagem no campo. Conforme a Tabela 4, 5 alunos (33%) descreveram que o “local era horrível, precário”; não havia “recursos materiais no hospital X”; ou seja, as instalações eram “péssimas”, “não havia EPI” etc.

Dos 15 alunos que integraram a casuística do estudo, 8 (53%) acharam insuficientes os recursos humanos disponibilizados pelo campo de estágio (Gráfico 5). Comentando esta afirmação, os alunos referiram, em meio à diversidade de expressões, a “falta da equipe e da enfermeira no campo de estágio”.

Em relação à satisfação correspondente a este quesito, a pontuação dos alunos se concentrou entre os níveis insatisfatório a regular, ressaltando-se que neste último nível, esta proporção foi de 40% (Tabela 5). Se estas limitações justificam a insatisfação dos alunos, também apontam para a dificuldade da estruturação dos espaços de ensino envolvendo o compromisso da instituição que fornece o campo de estágio com a aprendizagem do aluno numa escola com poucos anos de existência.

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27%

73%

Sim Não

Gráfico 4 – Disponibilidade de recursos materiais. UNIP, 2005

Tabela 4 – Satisfação com relação à disponibilidade de recursos materiais no

estágio. UNIP, 2005 Recursos materiais Satisfação Estágio % 1.Insatisfeito 05 33,0 2.Sofrível 04 27,0 3. Regular 04 27,0 4. Bom 01 6,5 5. Muito Bom 00 0,0 Sem informação 01 6,5 Total 15 100,0

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47%

53%

Sim Não

Gráfico 5 – Disponibilidade de recursos humanos no estágio. UNIP, 2005.

Tabela 5 – Satisfação com relação à disponibilidade de recursos humanos.

UNIP, 2005 Recursos humanos Satisfação Estágio % 1.Insatisfeito 02 13,0 2.Sofrível 04 27,0 3. Regular 06 40,0 4. Bom 01 7,0 5. Muito Bom 00 0,0 Sem informação 02 13,0 Total 15 100,0

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De acordo com o Gráfico 6, 14 alunos (93%) não consideraram a equipe multiprofissional acolhedora no campo de estágio, indicativo de que a presença do aluno no serviço implicaria alterações da ordem existente.

Na avaliação (Tabela 6) eles pontuaram as notas insatisfatória e sofrível, argumentado que:

“a enfermeira nem se apresentou a nós dando boas vindas”, acrescentando referência ao seu despreparo - ela "não nos forneceu informações concisas”. E ainda: a equipe “não favoreceu em nada a aprendizagem”, “(...) não demonstrou menor interesse em atuar com os estudantes”, mesmo porquê, “(...) não tinha tempo disponível para ensinar ou acolher o grupo”.

Estes dados evidenciaram a dificuldade de construção de uma interação entre a universidade e os serviços, conforme preconizam as Diretrizes Curriculares (2001), ressalvando-se a valorização positiva dos alunos em relação ao desempenho da supervisão de estágio realizada por uma docente da graduação. A maioria dos alunos 14 (93%) (Gráfico 7) – considerou que ela foi um facilitador, referindo, dentre os comentários, que a “supervisora [era]

excelente, atualizada”; “(...) demonstrou na prática o que havia dado em sala de aula”. Essa avaliação positiva, em contraste com as apreciações anteriores,

coloca em evidência as condições limitadas referentes ao campo de estágio. Segundo Friedländer (2005, p.33) deve existir um preparo cuidadoso do estágio com vistas a “minimizar os problemas que ocorrem com a chegada de

um grupo de alunos à unidade”, especificando-se as atividades que executarão,

evitando possíveis desencontros. Neste sentido, as informações disponibilizadas pelos alunos apontam uma área que comporta cuidados no sentido do aprimoramento do estágio. Normalmente, o professor entra em contato com o campo fazendo o reconhecimento. É neste momento que ele conhece a equipe e expõe seus objetivos, apontando as características do grupo que irá estagiar no campo. É importante também preparar a relação do professor junto à equipe multiprofissional no sentido de atender a aprendizagem do aluno. Tudo isto envolve um trabalho complexo que precisa ser aprimorado – a contar com a avaliação dos alunos a respeito.

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7%

93%

Sim Não

Gráfico 6 – Opinião do aluno sobre o acolhimento da equipe multiprofissional. UNIP, 2005.

Tabela 6 – Satisfação com relação ao acolhimento pela equipe multiprofissional.

UNIP, 2005 Recursos humanos Satisfação Estágio % 1.Insatisfeito 5 33,0 2.Sofrível 9 60,0 3. Regular 0 0,0 4. Bom 1 7,0 5. Muito Bom 0 0,0 Total 15 100,0

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7%

93%

Sim Não

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Convidados a se pronunciarem sobre as oportunidades de vivências do cuidado com RN normal durante o estágio, de acordo com a Tabela 7, 15 alunos (100%) destacaram a realização de técnicas de aleitamento materno e aferição de sinais vitais, 12 alunos (80%) relataram ter feito o curativo do coto umbilical e a aferição de dados antropométricos, 9 alunos (60%) fizeram aspiração de secreções e banho; 3 (20%) realizaram coleta de exames e 1 aluno (7%) relatou ter executado a administração da vitamina K e o teste do PKU.

Os dados da Tabela 8 expressaram um bom nível de satisfação em relação à realização destas técnicas no estágio de Neonatologia, sendo que 11 alunos (74%) atribuíram a nota muito bom. Os alunos, entretanto, referiram que “faltou oportunidade e tempo para a realização de [outros] procedimentos”. Além disso, apontaram a dificuldade de “realizar a prática” tendo, inclusive, retomado o argumento de que o “laboratório facilitaria” na hora de executar as técnicas de enfermagem no neonato.

Indagados sobre vivências propiciadas no contato com RN de baixo e médio risco (Tabela 9) 73% dos alunos responderam afirmativamente, ficando em 13% o número de alunos que referiram ter contato com RN de médio risco. Estes dados reafirmam respostas anteriores sobre terem recebido informações no curso teórico relacionadas ao RN de baixo e médio risco, distorcendo os objetivos explícitos da disciplina na instituição.

O reconhecimento da aprendizagem da SAE, agora, por referência ao estágio, reafirma os limites sinalizados no tocante ao ensino deste quesito e as dificuldades de sua realização na ausência de campos próprios de estágio. De acordo com o Gráfico 8, somente 5 alunos (33%) afirmaram ter realizado a SAE no estágio. Dentre os comentários disponibilizados pelos alunos, registrou-se referências especificando que “aprendemos o básico”. Na verdade, o “aprendizado ocorre durante a prática”, ou seja, houve a abordagem teórica do assunto, mas, os alunos consideraram a necessidade de aprender mais durante o estágio. Coerentemente com estas informações, 9 alunos (60%) (Gráfico 9) relataram dificuldades de concretização em termos do ensino e, particularmente, em relação ao treinamento prático.

Resultados e Discussão 49

Tabela 7 – Técnicas de Enfermagem realizadas durante o estágio. UNIP, 2005 Sim Técnicas % Aspiração 09 60,0 Aleitamento 15 100,0 Administração Vit. K 01 7,0 Banho 09 60,0 Curativo do Coto 12 80,0 Coleta de exames 03 20,0 Dados antropométricos 12 80,0 Sinais vitais 15 100,0 Teste PKU 01 7,0

Tabela 8 – Satisfação relacionada à realização de técnicas no estágio. UNIP, 2005 Realização de técnicas Satisfação Estágio % 1.Insatisfeito 2 13,0 2.Sofrível 1 6,5 3. Regular 1 6,5 4. Bom 7 47,0 5. Muito Bom 4 27,0 Total 15 100,0

Tabela 9 – Atendimento ao recém-nascido de baixo e médio risco. UNIP, 2005. Risco Baixo Médio Vivência Cuidado % % Sim 11 73,0 02 13,0 Não 04 27,0 13 87,0 Total 15 100,0 15 100,0

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33%

67%

Sim Não

Gráfico 8 – Realização da SAE no estágio. UNIP, 2005.

62% 19%

19%

Sim Não Sem inform.

Resultados e Discussão 51

Observa-se no Gráfico 10 que 11 alunos (73%) opinaram positivamente quanto à necessidade de atuação no espaço ambulatorial durante o estágio de

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