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3. O ESTÁGIO SUPERVISIONADO I DO CURSO DE FÍSICA DO CFP/UFCG E AS

3.1 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO I DO CURSO DE FÍSICA DO CFP/UFCG

O Curso de Licenciatura em Física do CFP/UFCG é um tanto quanto recente. Foi fundado em 2011, tendo como justificativa para sua formação a forte demanda existente por professores/as na área da Física na Educação Básica, considerando também o contexto social e político e as tendências apontadas nas pesquisas em Ensino da Física da época. Com a extinção do Curso de Licenciatura em Ciências do CFP/UFCG em meados de 2009, o qual se podia ter habilitação na área da Física, essa demanda foi intensificada nessa época. Podemos dizer que tal demanda por professores/as da Física tem perdurado até os dias de hoje.

O curso é noturno, perfazendo um total de 2.895 horas, distribuídas em no mínimo de dez (10) Períodos Acadêmicos, e no máximo quinze (15) Períodos Acadêmicos. De acordo com seu projeto político pedagógico, o mesmo é caracterizado em sua concepção teórica baseada nos resultados apontados pelas Pesquisas em Ensino das Ciências e, em particular, da Física.

O perfil profissional proposto pelo curso, bem como seus objetivos e organização curricular, considera o que foi estabelecido no Parecer Nº. 1304/2001 (Diretrizes Nacionais Curriculares para o Curso de Física) do Conselho Nacional de Educação, o qual ressalta que:

O físico, seja qual for sua área de atuação, deve ser um profissional que, apoiado em conhecimentos sólidos e atualizados em Física, deve ser capaz de abordar e tratar problemas novos e tradicionais e deve estar sempre preocupado em buscar novas formas do saber e do fazer científico ou tecnológico. Em todas as suas atividades a atitude de investigação deve estar sempre presente, embora associada a diferentes formas e objetivos de trabalho. Dentro deste perfil geral, podem se distinguir perfis específicos, tomados como referencial para o delineamento da formação em Física, em função da diversificação

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curricular proporcionada através de módulos seqüenciais complementares ao núcleo básico comum:

[...]

Físico – educador: dedica-se preferencialmente à formação e à disseminação do saber científico em diferentes instâncias sociais, seja através da atuação no ensino escolar formal, seja através de novas formas de educação científica, como vídeos, “software”, ou outros meios de comunicação. Não se ateria ao perfil da atual Licenciatura em Física, que está orientada para o ensino médio formal. (BRASIL, 2001, p. 25, apud UFCG, Projeto Pedagógico, 2011, p. 28).

Para tanto, sobre o perfil que se deseja formar, considera-se ainda que:

O professor ou a professora da Física licenciado ou licenciada pelo Curso de Física do CFP/UFCG deve atender às necessidades formativas previstas também para o Ensino da Física no Ensino Fundamental. Com o fim do Curso de Licenciatura Em Ciências na UFCG, pretende-se que competências e habilidades também sejam construídas nesse sentido. Já se tem uma significativa discussão sobre o Ensino da Física no Ensino Fundamental e espera-se que as suas contribuições possam subsidiar a formação inicial do professor e da professora da Física para o ensino nesse nível da Educação Básica. Ele ou ela atuará de tal forma a produzir uma transposição didática adequada aos Estudantes e às Estudantes do 6º ao 9º Ano do Ensino Fundamental, considerando as possibilidades de aprendizagem dessa faixa etária da população escolar. (UFCG, Projeto Pedagógico, 2011, p.29).

Desse modo, percebe-se a preocupação quanto à aprendizagem da Física no Ensino Fundamental. Essa preocupação se evidencia no estágio supervisionado I, o qual se destina ao desenvolvimento de atividades em escolas públicas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.

O estágio supervisionado I é um componente curricular obrigatório no curso de Física do CFP, sendo este o primeiro de outros 3 estágios a serem realizados. Os estágios supervisionados, no âmbito do curso de Física, são realizados em instituições que possuem convênio com a UFCG, tem como objetivos gerais:

I – dar oportunidade ao aluno experienciar de forma direta e sistemática a realidade profissional, visando à concretização dos pressupostos teóricos, por meio da aplicação dos conhecimentos construídos no curso;

II – qualificar o aluno para atividades de investigação, análise e intervenção nas realidades das Práticas Pedagógicas do Ensino da Física na Educação Básica;

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III – viabilizar a realização de experiências em situações concretas, relacionadas com o Ensino da Física na Educação Básica;

IV – possibilitar ao aluno a participação na elaboração e na execução de projetos, estudos e pesquisas em Ensino da Física em Escolas Públicas da Educação Básica. (UFCG, Resolução,2013, p. 2)

O estágio supervisionado I, em particular, é ofertado cronologicamente no 5º período letivo, e quanto aos seus objetivos, os mesmos estão concentrados na perspectiva de que os discentes sejam capazes, ao fim dessa etapa, de:

 acompanhar criticamente a prática pedagógica do Ensino da Física (seus conteúdos em Ciências Naturais) em Escolas do Ensino Fundamental;

 planejar e executar atividades de ensino de conteúdos da Física nas escolas do Ensino Fundamental;

 avaliar as condições históricas e materiais da vida dos e das estudantes das escolas do Ensino Fundamental e seus impactos na aprendizagem dos conteúdos da Física;

 planejar a avaliação da aprendizagem dos e das estudantes das escolas do Ensino Fundamental conveniadas.(UFCG, Projeto Pedagógico, 2011, p.173).

Essa etapa tem como pré-requisitos o componente curricular “Prática do Ensino da Física no Ensino Fundamental”, que é ofertada cronologicamente no 3º período letivo, e busca desenvolver atividades práticas e teóricas relacionadas ao Ensino da Física no ensino de ciências. Embora tal componente seja trabalhado apenas no contexto da universidade, não deixa de ser de extrema importância para o desenvolvimento da prática dos estudantes durante o primeiro estágio, o qual é destinado à realização de atividades nesse nível de ensino. Para tanto, buscamos a seguir discutir de modo sucinto algumas perspectivas para a Física no ensino de ciências.

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