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2. APENAS OS CORAJOSOS

2.4. Seja Estúpido

2.4.2. Estúpido cria

A peça consiste em um retângulo do tamanho da página em preto com uma moldura de um centímetro em verde claro, sem imagens, apenas letreiro em verde mais escuro que diz ‘Smart critiques. Stupid creates.’, em tradução literal, ‘Esperto critica. Estúpido cria.’ (ANEXO 25). Esta é uma peça na vertical e no canto inferior direito aparece o selo da campanha em verde ‘Be Stupid’ e o logo tradicional da Diesel em vermelho.

Começamos a análise da peça da Diesel por meio da categoria Comunicação que para Morin (2007a) é um fenômeno notável no sentindo que pode ter efeitos muito positivos que permitam comunicar, entender e trocar informações. A Diesel utiliza sua Publicidade para que seus consumidores possam entender as ideias da Marca. Na peça que estamos analisando isso aparece no conceito de toda a campanha que incita às pessoas a terem atitudes diferenciadas e criarem interesse em consumir a Marca.

A primeira subcategoria que utilizamos para complementar à Comunicação é Imagem. Segundo Barthes (2009), uma Imagem fotográfica é plena e produz vários significados. Apesar do uso da fotografia ser uma particularidade da Publicidade da Diesel, a peça apresentada no momento não possui modelos, nem cenário. Nos

mostra somente um retângulo preto com moldura em verde e um letreiro que diz, em tradução literal, ‘Esperto critica. Estúpido cria’.

O Studium neste caso é um retângulo preto onde estão escritas as frases

Smart critiques e Stupid creates. O Punctum aparece no sentido em que não

sabemos se este retângulo preto esconde alguma imagem ou é puro e simplesmente um fundo preto para dar destaque ao letreiro em verde.

O Estereótipo também ligado à Comunicação é utilizado na análise. Segundo Barthes (1975), falar por Estereótipo é se colocar ao lado da força da linguagem. O Estereótipo particularizar-se nas frases utilizadas na peça para conceituar a campanha. O texto se apresenta como se os espertos ou inteligentes soubessem apenas criticar, enquanto somente os estúpidos ou mais despreocupados pudessem criar. O Estereótipo é apresentado diretamente na linguagem do texto e não nas imagens como as demais campanhas da Diesel.

A terceira subcategoria que usamos para complementar à Comunicação é Marca. De acordo com Semprini (2006), a Marca possui uma rede de atributos simbólicos que fornecem um contexto dotado de sentido a uma experiência. Na Publicidade da Diesel, os atributos da Marca são apresentados por meio de conceitos que instigam o consumidor a querer comprar não só seus produtos, mas também as ideias e o estilo de vida proposto pela Diesel. Nesta peça, a Marca se utiliza de texto para expressar seu ponto de vista: que vale mais a pena ser um

stupid do que smart.

Destacaremos a partir de agora a categoria Mito que sob a ótica de Barthes (1980) não existe sem forma motivada. Nesta peça foram identificadas algumas figuras que o Mito carrega: a Vacina, que consiste em confessar o mal acidental de

uma realidade, para melhor camuflar seu mal essencial, no caso coloca duas frase somente sobre um fundo preto sem ao menos explicar como e porque estão ali; e a Tautologia, que consiste em definir o mesmo pelo mesmo, um refúgio para aquele que não encontram uma explicação, neste caso as frases estão definidas e colocadas aos leitores como se fossem a única verdade e assim não precisam ser explicadas.

O Poder que, para Barthes (1992) está em todo e qualquer discurso e em todos os grupos, é apresentado nesta peça publicitária por meio de forma incisiva em que as frases estão colocadas e como não possui Imagem alguma, não deixa escolha para quem a está lendo, a não ser refletir ou não sobre o discurso da Marca. Outra categoria que utilizamos para analisar a Publicidade da Diesel é Sujeito, que para Morin (2007c), se mune de signos e símbolos para construir seu próprio sentido das coisas. O Sujeito está inserido nesta peça publicitária da Marca no sentido em que precisa de seu intertexto para compreender as questões colocadas pela Diesel, refletir e decidir se concorda ou não, ou apenas em parte, com a forma de pensar da Marca.

A última categoria que estamos aplicando nesta peça publicitária é a Pós- Modernidade. Maffesoli (2005a) pondera que a interação simbólica comum, uma das marcas pós-modernas, acontece a partir de um processo complexo de atrações, repulsões, emoções e paixões, que tenham uma forte carga estética. Essa interação simbólica está constantemente presente na Publicidade da Diesel. A peça analisada no momento traz essa característica, principalmente, por não possuir uma Imagem fotográfica clássica com cenário e modelos e, sim apenas cores e palavras. A interação precisa ser maior para que a mensagem possa ser compreendida, ou não,

ou ser apenas deixada de lado sem receber importância alguma por parte de quem lê.

Na peça ‘Estúpido cria’, a Comunicação se caracteriza pela Publicidade utilizada pela Diesel para fazer com que seus consumidores possam entender as ideias da Marca; a Imagem, que normalmente é utilizada pela Diesel com modelos e cenários, desta vez é apresentada de forma diferente, somente com um fundo preto com moldura verde e com o texto ‘Smart critiques. Stupid creates’, como a fotografia é plena e produz vários significados, cada leitor faz a leitura a sua maneira; o

Studium é apresentado pelo retângulo preto com o texto citado anteriormente escrito

em verde, já o Punctum aparece no sentindo em que não sabemos se este fundo preto esconde alguma outra Imagem ou é, simplesmente, um fundo para dar destaque às letras que estão em verde; o Estereótipo é particularizado nas frases utilizadas no texto como se os espertos soubessem apenas criticar e somente os estúpidos pudessem criar.

A Marca é apresentada na Publicidade na forma do seu discurso apresentando, seus atributos no conceito da campanha que instigam o consumidor a querer comprar os produtos, as ideias e o estilo de vida proposto pela Diesel; as figuras do Mito apresentadas nesta peça são: a Vacina, que coloca as duas frases somente sobre um fundo preto e sem ao mesmo explicar o porquê de estarem ali, e a Tautologia, que define o mesmo pelo mesmo, neste caso o texto é definido e colocado ao leitor como se fosse a única verdade sem precisar ser explicado; o Poder está em todo e qualquer discurso, portanto também se faz presente na Publicidade da Diesel que coloca de forma incisiva uma afirmação, sem o acréscimo de Imagem, deixando o leitor sem escolha; nesta peça o Sujeito está inserido no sentido em que precisa da sua bagagem para compreender e refletir sobre a

questão colocada pela Diesel; a interação simbólica é uma característica pós- moderna apresentada, constantemente, na Publicidade da Diesel por se tratar de um processo complexo de atração e repulsão com grande carga estética, por não possuir uma Imagem fotográfica clássica com cenário e modelos, a interação precisa ser maior para que a mensagem possa ser compreendida por parte do leitor e ele decida se concorda ou não com o discurso da Marca.