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Estabilidade Financeira

No documento RELATÓRIO ANUAL. Banco de Cabo Verde (páginas 101-111)

Parte II. Atividades do Banco Central

Capítulo 8. Estabilidade Financeira

A Lei Orgânica do Banco de Cabo Verde consagra a promoção da liquidez e da solvência do sistema financeiro, bem como o seu funcionamento adequado, como uma das suas atribuições principais enquanto banco central.

Norteadas pelas recomendações do Acordo de Capital de Basileia II, as leis de bases do sistema financeiro e das atividades e das instituições financeiras, publicadas em 2014, ampliam as res- ponsabilidades do BCV em matéria de estabilidade financeira, enfatizando as suas competên- cias no que concerne à regulação, à supervisão prudencial e comportamental, e à averiguação e ação sancionatória de todo o sistema financeiro nacional.

Este capítulo sumariza a atuação do BCV na promoção da estabilidade do sistema financeiro em 2018.

Regulação

A atividade de regulação do Banco de Cabo Verde incidiu, em 2018, em larga medida, no acompanhamento do cumprimento e na consolidação das normas publicadas no quadro da re- gulamentação da Lei n.º 61/VIII/2014, de 23 de abril – Lei de Bases do Sistema Financeiro e da Lei n.º 62/VIII/2014, de 23 de abril - Lei das Atividades e das Instituições Financeiras. Neste quadro, o banco central privilegiou a publicação de normativos que, de modo comple- mentar, incidem e/ou clarificam a legislação previamente publicada, nomeadamente a:

─ Instrução Técnica n.º 195/2018, de 21 de dezembro, que define os elementos de infor- mação que devem ser reportados pelos bancos para o acompanhamento do crédito em risco e do crédito em incumprimento;

─ Instrução Técnica n.º 196/2018, de 21 de dezembro, que estabelece os elementos de informação referentes ao crédito reestruturado que os bancos devem reportar ao super- visor;

─ Instrução Técnica n.º 197/2018, de 21 de dezembro, que sistematiza e divulga os crité- rios de referência, bem como os princípios que suportam a avaliação das instituições sujeitas à supervisão do Banco de Cabo Verde, que utilizam as metodologias de cálculo de imparidade nos termos previstos do Aviso n.º 2/2007, de 25 de fevereiro de 2008, para avaliação do risco associado à carteira de crédito e à quantificação das respetivas perdas esperadas;

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─ Instrução Técnica n.º 198/2018, de 21 de dezembro, que aprova o mapa de reporte que os bancos responsáveis, pela prestação da informação em base consolidada, devem re- meter ao Banco de Cabo Verde, para permitir um melhor acompanhamento da carteira de crédito.

Relativamente à constituição do Fundo de Garantia de Depósitos, fixou-se em 0,117 por cento a taxa contributiva de base e em 75 por cento o limite do compromisso irrevogável de paga- mento a aplicar nas contribuições referentes ao ano de 2019, através das Instruções Técnicas n.º 199/2018 e 200/2018, respetivamente, ambas de 30 de novembro.

Ainda, no quadro da regulação bancária foi elaborado pelo BCV e publicado no quadro do Orçamento do Estado para 2019, o regime que estabelece a possibilidade da transformação de bancos de autorização restrita em bancos de autorização genérica. Foram, ainda, revisitadas e submetidas à consulta pública as propostas de avisos sobre:

i. a política de seleção e avaliação dos membros dos órgãos da administração e de fiscali- zação das instituições financeiras;

ii. a política de remuneração das instituições financeiras;

iii. a acumulação de cargos pelos órgãos sociais das instituições financeiras; e

iv. os códigos de conduta e política de prevenção e gestão de conflitos de interesses das instituições financeiras.

O Departamento Jurídico elaborou, também, uma proposta de diploma sobre o regime jurídico do contrato de garantia financeira.

No quadro da supervisão comportamental, o BCV publicou o Aviso n.º 2/2018, de 09 de março, que altera o Aviso n.º 1/2013, de 12 de abril, relativo às regras do preçário, assim como elaborou e submeteu à consulta pública os projetos de diplomas que estabelecem o regime aplicável aos contratos de crédito aos consumidores do sistema financeiro e as normas e procedimentos rela- tivos ao reembolso antecipado nas operações de crédito à habitação.

No tocante ao sector dos seguros:

i. foi finalizado o Decreto-Lei n.º 57/2018, de 14 de novembro, que altera o regime do Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel (SORCA);

ii. foi revisitado e submetido à consulta pública os projetos de proposta de normativos que:

a. estabelecem o novo Regime Jurídico do Seguro Obrigatório de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais (SOAT) e autoriza e propõe alteração ao có- digo marítimo;

b. alteram o Decreto-Lei n.º 70/2015, de 31 de dezembro, e o Decreto-Lei n.º 49/2013, de 4 de dezembro, que, respetivamente, aprova o regime do fundo de

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garantia automóvel e marítimo e cria a entidade reguladora “Agência Marítima e Portuária”; e

iii. foram atualizados os projetos de portaria: sobre o reembolso do valor de um plano de poupança; que aprova o regime de Fundo de Garantia Automóvel e Marítimo; e que regulamenta a tarifa do seguro obrigatório de responsabilidade civil marítimo.

No âmbito da promoção, supervisão e superintendência geral do sistema de pagamentos cabo- verdiano foram finalizados e publicados, em 2018: o regime jurídico aplicável à regulação, à gestão e ao funcionamento do sistema de pagamentos cabo-verdiano (Decreto-Legislativo n.º 7/2018, de 28 de novembro); o regime jurídico que regula a prestação de serviços de pagamen- tos e a emissão, distribuição e reembolso de moeda eletrónica em Cabo Verde pelas entidades legalmente autorizadas (Decreto-Legislativo n.º 8/2018, de 28 de novembro); e o regime jurí- dico que regula o acesso à atividade das instituições de pagamento e das instituições de moeda eletrónica (Decreto-Legislativo n.º 9/2018, de 28 de novembro).

No domínio dos mercados de valores mobiliários, merece destaque a publicação da Lei n.º 34/IX/2018, de 6 de julho – que aprova o regime jurídico do financiamento colaborativo, cuja modalidade de capital e de empréstimo está sob a supervisão da Auditoria Geral dos Mercados de Valores Mobiliários (AGMVM). Na sequência da aprovação do referido diploma, a AGMVM trabalhou o projeto de regulamento do financiamento colaborativo, nas modalidades de capital e de empréstimo, a ser publicado em 2019. Ainda, em prol da promoção e do desen- volvimento do mercado de valores mobiliários, evidencia-se a aprovação do Decreto-Lei n.º 43/2018, de 2 de julho – que estabelece as medidas de dinamização do mercado secundário de dívida pública –, um importante instrumento que contribui para o desenvolvimento das opera- ções regulares dos títulos de dívida pública na Bolsa de Valores.

Adicionalmente, a liberalização integral das operações cambiais e das transações económicas e financeiras do país com o exterior, preceituado, por iniciativa do Governo, no Decreto-Legis- lativo n.º 3/2018, de 22 de junho, requereu ao BCV a elaboração e publicação dos Avisos n.º 6/2018 e n.º 7/2018, de 27 de agosto, respetivamente, sobre o Dever de Informação sobre as Operações com o Exterior e as Operações Cambiais e sobre a Lista das Operações Económicas e Financeiras com o Exterior.

Supervisão Prudencial das Instituições de Crédito, Seguradoras e Auxiliares Financeiros No quadro da supervisão prudencial, o Banco de Cabo Verde identifica, avalia e monitoriza as fontes de riscos idiossincráticos e sistémicos que possam pôr em causa a estabilidade financeira do país.

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(DSF) priorizou:38

i. a avaliação da qualidade da carteira de crédito dos quatro maiores bancos comercias, através da realização de inspeções on-site, enquadrada na fase II do Programa de Inspe- ção Especial (SIP II, na sigla inglesa), com o recurso a uma empresa das designadas big four em auditoria e consultoria. Refira-se que o SIP II incidiu sobre o acompanhamento da implementação das principais recomendações do SIP I, no que respeita à conformi- dade dos modelos de imparidade aos princípios da Norma Internacional de Relato Fi- nanceiro 9, bem como à qualidade dos reportes periódicos das instituições ao Supervi- sor;

ii. o acompanhamento dos riscos de lavagem de capitais e de financiamento do terrorismo, através da participação: na segunda ronda de avaliação mútua do Grupo Intergoverna- mental de Ação contra a Lavagem de Capitais na África Ocidental - GIABA; nas reuni- ões trimestrais de compliance officers e do Grupo de Trabalho de Crimes Financeiros (GTCF); na Assistência Técnica do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e no Fórum das Unidades de Informação Financeira da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa. Adicionalmente, o DSF publicou as listas de sanções financeiras específicas, de acordo com a recomendação do Grupo de Ação Financeira Internacional – GAFI, apoiou o Ministério das Finanças no processo de implementação do FATCA – Foreign Account Tax Compliance Act e acompanhou as discussões com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para a implementação de medidas visando a retirada do país da lista cinzenta da União Europeia; e

iii. a avaliação geral de riscos dos bancos comerciais, como ferramenta da supervisão ba- seada no risco. Neste quadro, concluiu a primeira fase da avaliação de riscos e controlos dos dois maiores bancos de autorização genérica, realizou duas inspeções no quadro da prevenção e combate aos crimes de lavagem de capitais e financiamento do terrorismo e encerrou o ciclo de inspeções dos bancos de autorização restrita.

Ainda, em 2018, o DSF:

i. analisou, mensalmente, no âmbito dos acompanhamentos off-site, as informações sub- metidas pelas instituições financeiras e emitiu recomendações e determinações especí- ficas;

ii. elaborou e disseminou, trimestralmente, as estatísticas dos sectores bancário e segurador e produziu o Relatório de Estabilidade Financeira de 2017, que inclui os resultados dos testes de esforço aplicados aos quatro maiores bancos nacionais;

iii. emitiu cerca de centena e meia de pareceres, a maior parte dos quais relacionada com a avaliação da idoneidade dos membros dos órgãos sociais e de fiscalização; e

38 A nova orgânica do Banco de Cabo Verde separou a Supervisão Microprudencial da Macroprudencial de bancos e criou

um gabinete de Supervisão Comportamental, bem como um segundo de Supervisão de Seguros, Fundos de Pensões e de Gestão do Fundo de Garantia Automóvel e Marítimo.

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iv. procedeu ao licenciamento de duas sociedades, uma de capital de risco e outra de ga- rantia parcial de crédito, e à análise de dois processos de aquisição de participação qua- lificada.

Visando a maximização da eficiência do processo de supervisão das instituições financeiras, o DSF, em 2018, deu início ao processo de elaboração de relatórios de análise dos reportes finan- ceiros e prudenciais, do manual de procedimentos de inspeção e do manual de procedimentos de gestão da informação; revisitou os manuais de riscos financeiros e não financeiros; elaborou o manual do governo societário, de suporte ao sistema de avaliação de riscos e controlos; e deu início ao desenvolvimento do Sistema Integrado de Informação da Supervisão.

No concernente à supervisão das instituições de micro-finanças, o BCV, através do seu Gabi- nete de Micro-Finanças (GMF), centrou as suas atividades, em 2018, no processo de transfor- mação das instituições de micro-finanças, no quadro da Lei n.º 12/IX/2017, de 2 de agosto, que procedeu à primeira alteração do regime jurídico da atividade de micro-finanças e das respetivas instituições, estabelecido pela Lei n.º 83/VIII/2015, de 16 de janeiro.

Neste âmbito, o GMF procedeu à apreciação dos pedidos de inscrição, ao registo e à emissão de certificados a sete instituições da modalidade de cooperativas e mutualidades, ou seja, insti- tuições que recebem depósitos, captam poupanças exclusivamente dos seus membros e sócios e concedem créditos e prestam outros serviços financeiros, quer aos seus membros e sócios, quer a terceiros.

Complementarmente, o GMF:

i. produziu, para efeitos de regulação e supervisão das instituições, uma brochura de li- cenciamento, um manual de inspeção e um modelo de reporting de informações conta- bilísticas e prudenciais;

ii. promoveu, em julho, um fórum sobre a Regulação, Supervisão, Transformação e De- safios das Instituições de Micro-Finanças de Cabo Verde, que além de contar com a presença de todas as instituições de micro-finanças, contou com a participação de re- presentantes da Associação Profissional das Instituições de micro-finanças, da Coope- ração Luxemburguesa, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), entre outros convidados; e

iii. apresentou, no quadro da IV Semana de Micro-Finanças, em novembro, os resultados preliminares do Estudo do Mercado das Micro-Finanças, Sistema de Financiamento, Desafios e Oportunidades.

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Supervisão Comportamental das Instituições de Crédito, Seguradoras e Auxiliares Finan- ceiros

O BCV, através do Gabinete da Supervisão Comportamental (GSC), supervisiona a conduta das instituições financeiras perante os seus clientes, estabelecendo regras específicas para a defesa dos direitos, garantias e interesses legítimos dos consumidores do sector financeiro na- cional. 39

Neste quadro, o GSC efetua a receção, o acompanhamento e o tratamento das reclamações dos clientes das instituições financeiras nacionais, registradas nos livros de reclamações das insti- tuições, ou apresentadas diretamente às instituições ou ao GSC, via e-mail, atendimento pre- sencial ou exposição escrita, relacionadas com os produtos e serviços financeiros negociados, oferecidos ou prestados, que não tenham sido resolvidas por uma autoridade arbitral, adminis- trativa ou judicial.

Em 2018, o então denominado Gabinete de Apoio ao Consumidor (GAP) recebeu e tratou um total de 178 reclamações, das quais 173 referiam-se ao sector bancário e os restantes cinco ao sector segurador. A intervenção do GAP resultou no ressarcimento de cinco milhões de escudos aos reclamantes do sector bancário. Face ao ano anterior, observou-se uma redução do número de reclamações na ordem dos 13 por cento e mais que uma duplicação do valor ressarcido. 40 As reclamações relacionadas às contas de depósitos continuaram a prevalecer no conjunto das matérias reclamadas, representando 31 por cento do total das reclamações. As queixas relacio- nadas às contas de depósitos em 2018, abrangeram desde a alteração unilateral das condições do contrato, por parte do banco, que se traduziram na redução da taxa de juro inicialmente contratada ou na descontinuação do produto, sem qualquer comunicação prévia ao cliente e antes mesmo do final do contrato; à cobranças de impostos sobre as contas de emigrantes; falta de diligência na resposta de pedidos dos clientes; erros no envio de extratos; à violação do sigilo bancário, através da divulgação de dados de clientes solicitados pelo tribunal; aos bloqueios ilegais de contas para garantir o pagamento das prestações de crédito.

As fraudes com os cartões de pagamento e as práticas indevidas nos trâmites do crédito habita- ção, do crédito ao consumo e das transferências foram, seguidamente, as matérias mais recla- madas, em 2018. Em particular, as queixas quanto à conduta dos bancos no que se refere ao produto crédito à habitação, que ascenderam a 13 por cento do total, estiveram relacionadas,

39 Na sequência da reestruturação orgânica do BCV, o Gabinete de Apoio ao Consumidor (GAP), que prestava aqueles ser-

viços em 2018, passou a designar-se Gabinete de Supervisão Comportamental, com aumento das suas responsabilidades.

40 O total das reclamações não inclui as referentes aos serviços de atendimento, que estão fora do âmbito da atuação e res-

ponsabilidade da supervisão comportamental. Por lei, o BCV não fiscaliza o tratamento do cliente por parte de banco, no que toca a questões de lisura, cordialidade, polidez ou diligência. Integram o escopo da supervisão comportamental os deveres de conduta, conhecimento do cliente, competência técnica (das instituições financeiras e seus colaboradores), de informação e de assistência, bem como a observação dos preceitos legais relacionados à comercialização de produtos e serviços financeiros e os referentes às caraterísticas dos referidos produtos e serviços. É conferida ao BCV, no âmbito da supervisão comporta- mental, poderes de fiscalização, intervenção coercitiva para a reposição da legalidade e de sancionamento de infrações con- traordenacionais.

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entre outras: à cobrança de imposto de selo para montantes iguais ou inferiores a sete milhões de escudos, que viola a Lei n.º 5/IX/2016, de 30 dezembro, que aprova o Orçamento do Estado para 2017; ao encarecimento do crédito após solicitação de atualização do plano financeiro, sem informação prévia ao cliente; à falta de diligência por parte do banco em situações de compra de dívida; à recusa de pedidos sem justificação; à não atualização das taxas de juro de créditos de contratos a taxas variáveis e indexadas às taxas de referência do BCV; e à cobrança de juros antes da data acordada.

A análise das propostas de preçários das instituições financeiras ou das suas alterações, e a sua fiscalização sucessiva, com vista a garantir a sua conformidade com o respetivo quadro legal, é outra atribuição do GSC. Em 2018, a atuação do banco central nesta matéria resultou na emis- são de recomendações às instituições financeiras, que incidiram, particularmente, sobre:

a. o cumprimento do dever de as instituições financeiras disponibilizarem o preçário com- pleto, com informação atualizada e expressa em linguagem clara;

b. a precisão, no preçário, dos serviços financeiros gratuitos e a informação sobre a sua gratuidade;

c. a informação sobre os procedimentos legais relativos às alterações dos preçários; d. a necessidade da transparência de informação na oferta de produtos e serviços financei-

ros previstos no preçário, bem como do cumprimento dos deveres de informação pré- contratual e as formas do seu cumprimento; e

e. o cumprimento dos deveres de assistência ao consumidor na contratação de produtos e serviços financeiros, e o cumprimento das normas legais relativas à emissão de cartões de pagamento.

No exercício das suas atribuições em matéria de supervisão comportamental, o BCV, por inter- médio do GSF, promove ações de fiscalização junto aos bancos, com vista à prevenção de si- tuações de incumprimento legal e à cessação de irregularidades detetadas. Neste quadro, em 2018, foram realizadas duas ações de inspeção a bancos comerciais, com o objetivo de verificar

Figura 16. Reclamações de Clientes das Instituições Bancárias

Fonte: Banco de Cabo Verde.

0 10 20 30 40 50 60

Cartões de pagamento (Débito e Crédito) ATM's Cheques Contas de Depósito Crédito ao Consumo Crédito ao Investimento Crédito à Habitação Transferências Fraudes Internet Banking Matérias Reclamadas 2018 2017

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o grau de cumprimento da legislação sobre: os procedimentos de análise e tratamento de recla- mações no âmbito do Aviso n.º 3/2014, de 17 de outubro; os procedimentos relativos ao livro de reclamações; e os requisitos de informação aos clientes nos preçários e na contratação de produtos financeiros (operações bancárias passivas).

Na sequência das ações de inspeção, o BCV emitiu duas Determinações Específicas, que inci- diram sobre o prazo para o tratamento e sanação das reclamações submetidas pelos consumi- dores e o dever de disponibilização do preçário na página de internet do banco, em língua por- tuguesa, em local bem visível, de acesso direto e de forma facilmente identificável.

A educação financeira é outra atribuição importante da supervisão comportamental, que con- tribui para uma melhor cultura financeira, resultando numa utilização mais eficiente e eficaz dos produtos e serviços financeiros colocados à disposição dos cidadãos. Com a educação fi- nanceira procura-se cultivar um relacionamento mais transparente entre o sector financeiro e a sociedade, contribuindo também para a estabilidade do sistema financeiro.

No quadro da educação financeira e por ocasião do Dia Mundial da Poupança, o BCV partici- pou na iniciativa da Escola de Negócios e Governação (ENG) que, em parceria com a Associ- ação de Promoção da Educação Financeira (PROFIN), realizou uma conferência para assinalar a data e consciencializar os estudantes universitários e demais participantes sobre a importância da poupança.

Ação Sancionatória das Instituições de Crédito, Seguradoras e Auxiliares Financeiros No exercício da sua ação fiscalizadora e com vista à cessação de irregularidades detetadas, o BCV, no quadro da supervisão comportamental, instaurou, em 2018, dois processos de contra- ordenação a bancos devido à prática de infrações da legislação relativas a regras de conduta a que estão sujeitas nas relações com os seus clientes, aos procedimentos relativos às reclama- ções, e ao cumprimento de Determinações Específicas do banco central.

O Departamento Jurídico, por seu turno, deu início à instrução de cinco processos de contraor- denação, que correm ainda trâmites, sendo um de natureza cambial e quatro por infração à legislação financeira de natureza não cambial, para além de ter dado continuidade à tramitação de dois processos iniciados em 2017.41

41 Registe-se que o Departamento Jurídico (DJU) presta serviços a todas unidades de estrutura do BCV, em todas as matérias

de relevância jurídica. No cumprimento da sua missão, o DJU emitiu 39 pareceres escritos, durante o ano 2018, respondendo

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