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CAPÍTULO II – ESTADO DA ARTE

2.1 – Objetivos

Este capítulo tem como principais objetivos:

 Defender a preservação dos edifícios históricos;

 Efetuar uma revisão bibliográfica de algumas técnicas construtivas relativamente a paredes constituídas por estruturas de madeira;

 Identificar algumas características de edifícios de tabique;

 Apresentar alguns tipos de paredes de tabique;

 Caracterizar alguns tipos de materiais utilizados na construção de paredes em tabique;

 Entender a constituição das diferentes camadas das paredes de tabique;

 Enunciar as vantagens e desvantagens das paredes de tabique;

 Estimular a preservação da construção de tabique;

 Mostrar e descrever alguns tipos de fichas de patologias.

2.2 – Introdução

A reabilitação está cada vez mais a adquirir uma maior importância na área da engenharia civil, face ao número elevado de edifícios existentes nos aglomerados urbanos que apresentam patologias. A necessidade em conservar a arquitetura histórica presente nas cidades Portuguesas aliada ao elevado número de edifícios construídos, fez aumentar o número de obras de reabilitação executadas em edifícios tradicionais. As paredes de tabique surgem como uma das técnicas presentes em alguns destes edifícios tradicionais. De forma a entender esta técnica construtiva centenária é necessário realizar uma revisão bibliográfica sobre esta temática e também no contexto da construção de madeira. Este capítulo irá incidir nos assuntos referidos anteriormente assim como se pretende mostrar algumas fichas de caracterização de patologias já existentes e que podem ser uma forma de inspiração para a definição de fichas de patologias de paredes de tabique exteriores e que serão analisadas detalhadamente neste trabalho de investigação.

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2.3 - A importância da reabilitação

É de extrema importância defender a preservação dos edifícios antigos, tanto os monumentos (palácios, conventos, igrejas, castelos) como os imóveis urbanos (habitacionais, comerciais e industriais) a fim de conservar a história associada a estes, sendo desta forma possível para as gerações futuras usufruírem da beleza e aprenderem com os métodos e técnicas de construção tradicionais de outros tempos. Apesar de em Portugal já existir uma preocupação com a reabilitação de edifícios, o mesmo não acontecia a alguns anos atrás, quando a reabilitação de edifícios se centrava essencialmente nos monumentos, existindo uma certa indiferença em relação à reabilitação de edifícios tradicionais correntes [25].

A conservação deste tipo de edifícios tem um cariz de grande importância a nível económico e ambiental, uma vez que é possível diminuir a utilização de recursos para construção de novas habitações, diminuindo desta forma a produção de resíduos. Este facto é importante para a preservação do meio ambiente e dos recursos. A reabilitação de edifícios antigos poderá ser dinamizador de atividade turística, uma vez que é possível uma determinada localidade evoluir a nível económico através do turismo. Estando a reabilitação por vezes muito associada ao aspeto arquitetónico dos edifícios históricos, como é o exemplo da cidade do Porto, cujo “amontoado” de edifícios altos e esguios lhe são característicos.

A execução de obras de reabilitação também resulta numa diminuição do número de pessoas desempregadas uma vez que é necessário mão-de-obra para as realizar, criando desta forma postos de trabalho na localidade onde estas ações são realizadas.

Apesar das necessidades exigidas, por parte dos habitantes dos edificados em outras épocas, serem distintos das atuais, como por exemplo, o fato de grande parte das habitações não possuírem casa de banho, quando são adotados bons métodos na prática de Engenharia Civil e respeitando sempre o edificado, ou seja, conservando o maior número possível de elementos originais, é possível tornar os edifícios antigos capazes de responder a todas as exigências associadas aos dias de hoje e não retirando ou atenuando as características da época [25].

Existem algumas ajudas monetárias que têm como função preservar edifícios antigos, um exemplo é o programa “Reabilitar para Arrendar – Habitação Acessível” lançado este ano pelo Governo Português. Este programa financia operações de

10 reabilitação em edifícios com idade igual ou superior a 30 anos que se destinem posteriormente a arrendamento habitacional, com regime de renda condicionada. Este programa encontra-se financiado pelo Banco Europeu de Investimento e pelo Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa [26].

2.4 - Técnicas de construção de paredes em madeira

2.4.1 - Técnica de Enxaimel

O enxaimel também denominado de “Fachwerk” é caraterístico dos países germânicos, Inglaterra e França. Em Portugal é possível observar uma variante desta técnica, principalmente em Lisboa, ainda que com umas ligeiras alterações, através da construção Pombalina [27]. Na técnica de enxaimel os edifícios são construídos através de um esqueleto de madeira utilizando barrotes dispostos na horizontal, na vertical e na diagonal, sendo os espaços vazios existentes entre eles preenchidos com tijolos de barro podendo estes estarem dispostos ou não em espinha. Em alguns casos, os tijolos podem ficar expostos, Figura 1. A Figura 1.a foi retirada de um site cuja empresa se dedica atualmente, à construção em enxaimel no Brasil (São Paulo). Na Figura 1 é possível observar diferentes disposições dos tijolos (do tipo burro) nos vãos de parede podendo estes estarem aplicados horizontalmente ou em espinha e como por exemplo na cidade de Werne, na Alemanha, Figura 1.b.

Para além de Werne, outras cidades ricas neste tipo de construção são Vernon e Troyes, ambas localizadas no Norte de França e a sul de Paris. Também nestas localidades

Figura 1 – a) Técnica construtiva de enxaimel [28] e b) edifício localizado na cidade de Werne na Alemanha [29]

11 existe um elevado número de edifícios construídos segundo esta técnica construtiva de enxaimel, inclusive um moinho, Figura 2.a. Todos os edifícios expostos na Figura 2 apresentam os barrotes de madeira visíveis nas fachadas, sendo os tijolos burros rebocados com emboço, e ao contrário da solução de acabamento da parede observada na figura anterior.

2.4.2 - Técnica da gaiola Pombalina

Na manhã de 1 de Novembro de 1755 ocorreu o maior terramoto alguma vez sentido em Portugal que causou grandes danos na cidade de Lisboa, tendo o incêndio que o sucedeu ajudado na devastação.

“Dois terços das ruas ficaram destruídas e apenas três mil casas das vinte mil existentes não foram gravemente afectadas após o incêndio. Das quarenta igrejas paroquiais, trinta e cinco desmoronaram-se, arderam, ou ficaram em ruínas, apenas onze conventos dos sessenta e cinco existentes ficaram habitáveis, embora com danos, nenhum dos seis hospitais escapou ao fogo e trinta e três residências das principais famílias da corte ficaram destruídas [FRANÇA, 1989]. Perderam a vida dez mil pessoas.” [11]

Após esta catástrofe o ministro Sebastião José de Carvalho e Mello (Marquês de Pombal) encontrava-se preocupado com a reconstrução da cidade, desta forma a 4 de Dezembro de 1755 recebeu, por parte do engenheiro-mor, o general Manuel da Maia, 6 possíveis plantas para reestruturar a cidade. Após análise das mesmas, foi a planta nº 5 da autoria de Eugénio dos Santos que foi selecionada, Figura 3.

Figura 2 – a) “O velho moinho de Vernon” [30] e b) vista das ruas de Troyes em França [31]

12 A técnica de gaiola pombalina foi muito utilizada para a reconstrução dos edifícios nesta época. As paredes resistentes que a constituem já existiam antes do terramoto, mas nesta época houve uma grande divulgação desta técnica, associada à necessidade de reconstruir a zona afetada [33]. A gaiola pombalina era construída acima do primeiro andar [11], sendo constituída por paredes resistentes denominadas frontais. Este tipo de paredes podem ser encontradas tanto no interior como no exterior dos edifícios, Figura 4.

Figura 3 - Planta escolhida para a reconstrução de Lisboa [32]

13 Estas paredes tinham na sua constituição um esqueleto elaborado através da aplicação de madeira de castanho ou casquinha [33]. A estrutura de madeira adotada neste tipo de construção é constituída por um conjunto de elementos verticais (prumos), horizontais (travessanhos ou travessas) e diagonais (escoras) que formam as denominadas cruzes de Santo André, Figura 5. A ligação entre as diferentes peças de madeira era feita através de samblagens para facilitar a sua junção sendo posteriormente pregadas umas às outras, ao pavimento e ao frechal presente no topo da parede. Os seus vãos eram posteriormente preenchidos através de tijolo burro ou pedra de dimensões pequenas com o auxílio de argamassa de tijolo maciço, fragmentos cerâmicos ou de pedra irregular argamassada de cal [11].

Em casos onde era necessário deixar aberturas de vãos de janelas e/ou portas, eram então utilizadas barras de madeiras verticais e horizontais.

A partir do final do século XIX, este método caiu em desuso apesar da boa qualidade a nível funcional e estrutural, principalmente na presença de sismos. A qualidade da construção após este século diminuiu significativamente apesar das proporções causadas pelo maior terramoto alguma vez ocorrido em Portugal.

Após este período, as paredes de alvenaria começaram a ser construídas com tijolo simples o que diminuía o tempo de construção assim como os custos associados. Contudo, isto levou a alguns problemas uma vez que as ligações utilizadas anteriormente entre as paredes, pavimentos e cobertura foram negligenciadas levando praticamente à inexistência de contraventamentos em geral na estrutura. A estrutura do edifício ao estar toda interligada fazia com que fosse mais fácil a dissipação de energia em caso de ocorrência de um sismo, é por isso comum os acidentes em edifícios desta época que

14 juntamente com fracas fundações, que não se encontram devidamente ligadas, acabaram por ruir [33].

Apesar de as paredes divisórias não receberem diretamente esforços verticais também são importantes e faziam parte da gaiola pombalina, contribuindo para o travamento da estrutura. Uma vez que ao longo dos anos um edifício está sujeito a diferentes casos de carga e alterações comportamentais (seja pela ação de sismos, das sobrecargas, da fluência da madeira, do envelhecimento dos materiais) pode fazer com que uma parede divisória fique solicitada por cargas inesperáveis. Um exemplo do descrito poderá ser um pavimento que apresente flecha crescente e que comece apoiar-se numa parede divisória passando então esta a adotar uma função estrutural sendo capaz de suportar e direcionar corretamente estes esforços até às fundações para serem dissipados. Deste modo, é correto afirmar que estando os elementos estruturais interligados entre si (paredes, pavimentos e coberturas), podem formar um sistema estrutural que contribui favoravelmente para a estabilidade do edifício. Na Figura 6 é possível observar esquematicamente uma estrutura em madeira do tipo gaiola pombalina.

2.4.3 – Técnica de tabique

Características dos edifícios com paredes em tabique:

Estes edifícios são reconhecidos através da existência de molduras de portadas e de janelas em madeira, assim como da existência de peças de madeira ou de metal na divisão entre andares e nos contornos dos edifícios, entablamentos de madeira presentes

15 em varandas e beirais, por norma muito salientes e podendo apresentar o topo dos caibros à vista ou tapados por remates constituídos por ripas de madeira. Um edifício degradado presente em Chaves, Figura 7, revela os caibros expostos depois do remate em madeira ter colapsado.

Este tipo de construção apresenta normalmente os pisos inferiores constituídos por alvenaria de pedra no qual assentam as restantes paredes exteriores em tabique. Também existem edifícios construídos exclusivamente por paredes de tabique. Contudo, este facto não foi visualizado neste trabalho de investigação.

A existência de ampliações construídas ao nível do último piso também se revelava uma prática corrente estando muitas vezes, as paredes de tabique que as constituem, revestidas por chapas metálicas ou por soletos de ardósia. Outro elemento característico deste tipo de construção é a presença de mansardas na cobertura. Estas podem apresentar diversas formas, contudo a mais corrente pode ser observada na Figura 8. As paredes relativas às mansardas também são normalmente constituídas por tabique que muitas vezes se apresentam revestidas a chapas metálicas, Figura 8.b.

16 Na Figura 9.a é possível observar, este tipo de mansarda em corte assim como a vista externa lateral na Figura 9.b.

Outro exemplo de mansarda, desta vez com a base em formato trapezoidal, encontra-se presente na Rua de Cima do Muro na cidade do Porto, Figura 10.

b )

c) a)

Figura 8 - Vista a) interior b) exterior e c) pormenor da parede da mansarda (Gondomar)

17 As paredes em tabique, referentes às fachadas, podem formar andares em ressalto, “encorbellement” em francês, ou apresentar as fachadas lisas. Os acréscimos que fazem parte dos andares em ressalto, podem ser suportados apenas pelo pavimento através da extensão das traves presentes nesse piso. Contudo também é corrente o suporte destes aumentos serem auxiliados pela presença dos socos de pedra, escoras oblíquas entre outros elementos [38].

Em algumas situações as paredes de tabique encontram-se acostadas a outras, como é o exemplo das paredes presentes nas laterais de varandas. Outro exemplo de paredes acostadas encontra-se presente na Figura 11, relativamente a uma parede de tabique interior. Do lado direito é possível observar um pormenor da fronteira relativa às duas paredes, sendo possível visualizar que não existe qualquer tipo de ligação entre estes dois elementos, encontrando-se apenas encostadas uma à outra.

Normalmente estes edifícios também possuem outros elementos em tabique como é o caso da caixa de escadas, Figura 12.

Figura 11 - Parede interior em tabique acostada (Gondomar) Figura 10 - Mansarda com formato trapezoidal na base (Porto)

18 Outros tipos de elementos em tabique, presentes neste tipo de edifícios, são os tetos. É possível observar um exemplo na Figura 13, onde o tabique foi posteriormente estucado e que habitualmente é designado de fasquiado.

Existem vários métodos para a construção destas paredes, existindo por isso diferentes tipos de paredes em tabique. Seguidamente serão exemplificados alguns desses métodos, sendo eles o tabique simples, duplo e suspenso.

Paredes em tabique:

Acredita-se que a construção em tabique é anterior ao século XVII mas uma vez que é um método pouco dispendioso e de fácil elaboração, sendo utilizado revestido de telhas, lousas ou chapas e para a construção de mansardas, acréscimos ou andares suplementares sendo corrente observar este tipo de construção no Douro, Trás-os-Montes e Entre-Douro-e-Minho [38].

Estas paredes eram por norma constituídas por tábuas costaneiras, devido ao seu baixo custo, onde era pregado um fasquiado levando posteriormente um enchimento que

Figura 12 - Tabique presente em escadas (Porto)

19 muda conforme o local de construção uma vez que depende do material disponível no local do edifício [33]. Segundo [34] o enchimento podia ser elaborado através da aplicação de barro ou com rebocos de argamassa de cal e saibro contudo em outras situações também foi possível observar a aplicação de palha, serrim e aparas de madeira [39].

Relativamente às paredes interiores estas tinham como objetivo separar as diferentes divisões do espaço interior, devendo por isso ser de baixa espessura, normalmente cerca de 10 cm [11], de forma a aumentar a área das divisões formadas [33]. Apesar de estas paredes não estarem a suportar as cargas atuantes no edifício são muito importantes para a estabilidade global do edifício, principalmente, no caso de sismo [14].

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2.4.3.1 - Tabique simples

Este tipo de parede de tabique era o método mais simples de ser utilizado, sendo elaborado através de um alinhamento de tábuas costaneiras não limpas dispostas na horizontal, tendo um comprimento máximo que variava entre 2.64 m e 3.50 m [34]. A seção das tábuas eram por norma de 18 cm x 5.5 cm ou 18 cm x 4.1 cm sendo pregadas na vertical com um afastamento mínimo de 1cm, e pregadas ao pavimento e teto através de calhas [33]. Na ilustração 1 é possível observar um exemplo esquemático de uma parede de tabique simples interior.

Posteriormente, as fasquias eram dispostas na horizontal e paralelamente entre si com um afastamento que varia entre 0.05 m e 0.03 m sendo pregadas às tábuas verticais [33]. O fasquiado era talhado de forma a obter uma secção trapezoidal, para quando se procedesse à pregagem a parte mais larga ficasse do lado de fora podendo desta forma a argamassa aderir melhor à parede.

Como foi referido anteriormente de forma às tábuas verticais se fixarem no teto e pavimento era necessário a presença de calhas. Estas calhas possuíam uma abertura com a mesma espessura da tábua que a iria receber e com uma profundidade de 2.5 cm tendo as calhas no total uma profundidade de cerca de 4 cm. [39]

21 Quando estas paredes têm comprimentos considerados elevados é necessário proceder à colocação de travessanhos. Os travessanhos assemelham-se às calhas e assim como elas têm função de receber as tábuas verticais através de aberturas. Para se obter uma estrutura mais sólida recorre-se à colocação de prumos inseridos nos travessanhos. Para se reduzir o peso próprio da parede utilizam-se aspas [39]. Na Ilustração 2 encontra- se outro exemplo de uma parede de tabique simples, neste caso com a presença de prumos e travessanhos.

O tabique simples apenas era elaborado após o soalho estar assente [33].

2.4.3.2 - Tabique duplo

Este tipo de tabique, também denominado tabique de duas faces, assemelha-se muito ao tabique simples, contudo apresenta duas fileiras de tábuas costaneiras, uma de cada lado da parede [39]. Para se proceder à sua conceção era necessário fazer a estrutura com os prumos e os travessanhos, anexando as tábuas costaneiras na diagonal, com a ajuda de pregos, nos dois lados da estrutura e em sentidos contrários, como é possível ver na Ilustração 3. Posteriormente era colocado o fasquio.

22 O fasquio era aplicado da mesma forma que no tabique simples, na Figura 14 é possível observar o fasquio, assim como a constituição de uma parede de tabique duplo.

Ilustração 3 - Esquema de uma parede de tabique duplo, alçado, planta e corte (adaptado de [39])

23 Assim como acontece no tabique simples, também o duplo poderá eventualmente necessitar de aspas, que funcionam como escoras introduzidas na diagonal de forma a aliviar o peso da parede [39] e resistir a ações horizontais.

2.4.3.3 - Tabique suspenso ou aliviado

As paredes de tabique suspenso ou aliviado são construídas em locais de um edifício que não apresentem capacidade resistente ao peso próprio deste tipo de elemento construtivo. A sua estrutura global faz com que as cargas relativas à parede (estrutura e reboco) sejam encaminhadas para as paredes laterais [39].

A primeira fase da construção de paredes de tabique suspenso ou aliviado é o assentamento do frechal superior, que será pregado ao vigamento do piso superior. Posteriormente, serão construídas as duas aspas que seguem para as vigas do pavimento inferior, na diagonal, perto das paredes laterais, e uniam-se através de uma barra anexada junto à calha superior, na parte central da parede de tabique. Estas duas aspas são então apertadas através de uma peça de madeira presente no topo da parede. Relativamente à parte inferior, as aspas unem-se uma à outra através de um travessanho que se encontra 5 cm acima do pavimento [39]. A união das aspas às vigas que se encontram inferiormente dá-se sob a forma de samblagens [39]. As tábuas verticais são então colocadas entre as aspas, travessanhos e calhas, seguidas do fasquio que ficará sobreposto a todos estes elementos de madeira, procedendo-se depois ao enchimento e à aplicação do reboco. O descrito anteriormente é visível na Ilustração 4.

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Ilustração 4 - Esquema de uma parede de tabique aliviada, alçado e corte (adaptado de [39])

No caso da parede apresentar um vão de porta, os prumos, que servem de ombreiras na porta, poderão fazer-se acompanhar de aspas que irão fixar-se no vigamento, e tal como é visível na Ilustração 5.

Os prumos, presentes na Ilustração 5 com a letra “a” associada, encontram-se unidos à viga superior através de malhetes, Ilustração 6, e na base do prumo termina em respiga, Ilustração 7.

25 Na Ilustração 8 é possível observar diferentes tipos de respigas utilizados para a união de peças de madeira.

Ilustração 6 - Exemplos de malhete [40] [11].

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