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Nesse contexto, importante se faz analisar a inovação tecnológica no Estado de Pernambuco que criou em 1989 a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco - FACEPE, através da Lei Estadual nº10.401 com o objetivo de fomentar a C&T (hoje CT&I) visando o desenvolvimento do Estado, da comunidade científica, das empresas e da sociedade, estimulando a formação de recursos humanos, a realização de pesquisa básica e aplicada, a capacitação tecnológica, a propagação do conhecimento e a inovação (FACEPE, 2017).

Em Pernambuco, o Governador do Estado nos anos 2007 a 2014, Eduardo Henrique Accioly Campos, promulgou a Lei nº13.690/08, dispondo sobre os incentivos à pesquisa científica e tecnológica e à inovação no ambiente produtivo e social do Estado, instituindo assim o Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco. No ano seguinte, publicou a Lei nº13.976/09, trazendo alterações sobre a Lei nº13.690/08.

Vale destacar que com a promulgação da Lei nº 13.690/2008, restou garantido ao Estado o atributo de repassar recursos para financiar a inovação tecnológica, além de conceder às empresas os recursos financeiros sob a forma de subvenção econômica para o desenvolvimento de novas tecnologias.

Deste modo, teve início a concessão de apoio financeiro na modalidade de Subvenção Econômica à Inovação em Pernambuco operada através dos seguintes Programas:

• Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas na Modalidade de Subvenção a Micro e Pequenas Empresas - PAPPE Subvenção / PAPPE Integração: Programa destinado aos empresários individuais, microempresas ou empresas de pequeno porte (MEPP), visando o apoio financeiro para atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação,

chamadas públicas realizadas para selecionar propostas para processos e/ou produtos inovadores para o Estado;

• Programa de Apoio a Parcerias para Inovação Tecnológica e Formação Qualificada - PITEC: Programa de apoio financeiro complementar destinado aos projetos que tenham como propósito a execução de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação e/ou de programas de formação de recursos humanos altamente qualificados, realizados em parceria entre empresas e instituições científicas e tecnológicas - ICT ou de ensino superior - IES, situadas no Estado.

• Programa Pesquisador na Empresa de Pernambuco - PEPE: Programa que visa o apoio de projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação que pretendam contribuir substancialmente para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado, introduzindo mestres e/ou doutores nas empresas privadas de Pernambuco, possibilitando a inovação de produtos nas empresas.

• Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em MEPP na Modalidade Subvenção Econômica – TECNOVA: Programa que busca apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento de processos e/ou produtos inovadores que importem significativos riscos tecnológicos, objetivando o aumento da competitividade das microempresas e empresas de pequeno porte, em especial os projetos relativos aos temas e setores prioritários para o Estado.

Em 2017, com o objetivo de promover condições para maior competitividade das empresas do Estado e favorecer melhorias sociais por meio do conhecimento, aprendizagem e inovação, o Governador Paulo Henrique Saraiva Câmara, instituiu o Decreto Estadual nº45.314/17 que estabeleceu a Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para Pernambuco - ECT&I-PE, instituindo diretrizes na área para os anos de 2017 a 2022.

Por fim, em 2018, o mesmo Governador publicou o Decreto nº 46.155/2018 que modifica o Decreto nº 40.606/2014 que regulamenta o Fundo de Inovação do Estado de Pernambuco - INOVAR-PE, instituído pela Lei nº 15.063/2013, destinado ao fomento às diversas etapas do processo de inovação, podendo inclusive destinar recursos às atividades posteriores ao desenvolvimento de soluções inovadoras,

compreendidas pelo Comitê Deliberativo como necessárias para a consolidação do resultado da inovação no mercado (PERNAMBUCO, 2018).

2.4.1 Lei Estadual de Inovação – Pernambuco

Foi de grande importância para o Estado de Pernambuco a implementação da Lei Estadual de Inovação Tecnológica nº. 13.690/08 (atualmente revogada e substituída pela Lei Complementar nº 400 de 2018), pois este foi o primeiro passo para incentivar a cultura de inovação no Estado, impulsionando a interação da tríplice hélice (Estado – universidade – empresa) para o desenvolvimento econômico e social do Estado.

Contudo, é necessário que esses atores se envolvam e se dediquem para que a Lei se torne um instrumento relevante de fomento à Inovação. Portanto, faz-se necessário ocorrer uma efetiva interação entre as esferas pública e privada, a comunidade científica e tecnológica e seus pesquisadores e criadores.

2.4.2 Programas PAPPE Integração e TECNOVA - Pernambuco

Conforme já mencionado, o incentivo à inovação nas MPEs é previsto na legislação brasileira, contudo, merece destaque neste estudo os artigos 21 e 27, inciso III da Lei da inovação, que estabelecem que as agências de fomento devem promover ações de incentivo à inovação para as MPEs através de programas específicos, assegurando a estas um tratamento diferenciado (BRASIL, 2004).

O PAPPE Integração e o TECNOVA são programas nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI, atualmente Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação - MCTIC, operacionalizados de forma descentralizada pela FINEP e pelas FAPs.

Em 2006, após a promulgação da Lei da Inovação, o PAPPE passou por mudanças, e as empresas que tinham seus projetos aprovados passaram a receber os recursos financeiros diretamente, sem a necessidade de um interveniente como ocorria anteriormente, e após essa mudança o Programa passou a ser chamado PAPPE Subvenção.

Em 2009, o PAPPE passou por uma nova reformulação, entrando em sua terceira etapa, passando a ser chamado de PAPPE Integração, destinados a apoiar

as MPEs das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste garantindo a destinação de 30% dos recursos do FNDCT (BRASIL, 2007).

O primeiro edital lançado nos moldes da nova Lei em Pernambuco foi o PAPPE Subvenção em 2008, financiado através da FACEPE e da FINEP, por meio de recursos não reembolsáveis como subsídio ao custeio de projetos de desenvolvimento de produtos e processos inovadores para as microempresas e empresas de pequeno porte. As empresas que tiveram seus projetos aprovados apresentaram uma contrapartida mínima de 5% do valor do projeto para contratar o Programa (FACEPE, 2008).

Tendo em vista os desafios advindos com o desenvolvimento do país e considerando os eventos anteriores, a FINEP lançou em 2012 o Programa TECNOVA, um programa de subvenção econômica, destinado a MPEs, aplicado de forma descentralizada pelos parceiros estaduais - FAPs.

O TECNOVA tinha como objetivo criar condições financeiras favoráveis e apoiar a inovação visando o crescimento acelerado de número significativo de empresas, com foco na inovação tecnológica.

Conforme observado no edital de seleção do TECNOVA, o programa desejava ainda alcançar e reforçar a estruturação e a consolidação dos Sistemas Estaduais de Inovação em sintonia com as estratégias do Sistema Nacional de Inovação; possibilitando a otimização, integração e descentralização, aumentando a capilaridade dos programas de concessão de subvenção às MPEs (FINEP, 2012).

Os Governos Estaduais indicaram os parceiros à FINEP, para que estes operacionalizassem os Programas com a missão de implementar, selecionar e acompanhar os projetos aprovados.

O objeto do Programa TECNOVA buscava apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento de processos e/ou produtos inovadores que envolvessem expressivos riscos tecnológicos, na busca de ampliar a competitividade das microempresas e empresas de pequeno porte (FACEPE, 2014).

Segundo a FACEPE (2017), o PAPPE Subvenção / PAPPE Integração ofertou no período de 2008 a 2017 cerca de R$15.000.000,00 (quinze milhões de reais) em 7 rodadas do Programa, enquanto o TECNOVA teve seu edital lançado em 2014 e destinou cerca de R$13.500.000,00 (treze milhões e quinhentos mil de reais) estando em execução até a presente data.

Os dois programas são considerados de grande importância para o Estado de Pernambuco, pois são formas de Políticas Públicas e contribuem para o desenvolvimento do Estado, porque apoiam e incentivam as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, além possibilitar a criação de mais empregos e automaticamente gerar mais salários, o que possibilita o aumento do consumo da população fazendo girar a economia do Estado.

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