• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO IV A INSTITUCIONALIDADE DA REGIONALIZAÇÃO E DA COMISSÃO

4.4. O Estado do Paraná e a regionalização

A partir da gestão de 2011 adota-se no Estado do Paraná a Gestão de Resultados, portanto, um modelo gerencial de gestão. A partir desta diretriz se formalizaram diversos Contratos de Gestão entre o governo de Estado e os agentes públicos responsáveis pela gestão pública nos diversos órgãos. O gerenciamento dos contratos era realizado pela “Unidade de Gerenciamento dos Contratos de Gestão – UGCG” que foi instituída na estrutura organizacional do Estado pelo Decreto nº 3505 de 14/12/2011, e organização por área de atuação conforme Resolução nº 3961 de 09/02/2012.

66 Conforme o disposto no artigo 5º, incisos I a V do Decreto nº 7.508/2011.

67 O Decreto nº 7.508/2011 define Rede de Atenção à Saúde como: “VI – Rede de Atenção à Saúde – conjunto de

ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde”.

68 Registra-se, desse logo, que não se fará referência aos Consórcios Intermunicipais de Saúde, embora se

reconheça que no Estado do Paraná os Consórcios representaram um importante mecanismo para a regionalização da oferta pública de serviços de saúde. Deixa-se de aborda tal tema, considerando que o objeto do trabalho se restringe a análise da institucionalidade da CIB/PR e da regionalização nas dimensões já apontadas. Para análise da questão dos consórcios intermunicipais de saúde no Estado do Paraná, consultar: NICOLETTO, Sônia Cristina Stefano; CORDONI Jr., Luiz; COSTA, Nilson do Rosário. Consórcios Intermunicipais de Saúde: o caso do Paraná, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21 (1), pp. 29-38, jan.- fev., 2005.

Gráfico 1 – Organograma da Unidade de Gerenciamento dos Contratos de Gestão

Fonte: http://www.casacivil.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=116

Em todas as áreas indicadas foram elaborados e firmados os referidos contratos de gestão. Por exigência legal todos os contratos de gestão devem estar acompanhados de um plano de trabalho, em que o gestor público aponta as áreas que serão atendidas com prioridade. No Estado do Parará, no período de 2011 a 2015 não foi assinado nenhum Contrato de Organização de Ação Pública, instrumento que seria substitutivo dos contratos de gestão. A referência a este situação decorre do fato de que o COAP deveria ser o instrumento jurídico para conformação do processo de regionalização.

O Estado do Paraná com o objetivo de modernizar a gestão da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) instituiu a Fundação Estatal de Atenção à Saúde do Paraná (FUNEAS), pela Lei Estadual nº 17.959/2014 tendo como finalidade de ampliação de ações e serviços de saúde, desenvolvimento de estudos e pesquisas para geração de tecnologia em produção de medicamentos e insumos, e ainda, para fomentar a educação permanente. A FUNEAS considerando a área de execução se serviços é considerada uma ferramenta para o processo de regionalização, em especial, quanto à atenção secundária e terciária.

A Secretaria de Estado da Saúde - SESA está descentralizada em 22 Regionais de Saúde (RS), com sedes administrativas nas cidades pólos de cada região. Pode-se inferir que a política de saúde do Estado do Paraná, e, por conseguinte, o processo de regionalização teve como parâmetro a organização da política municipal, a oferta dos serviços e o desenvolvimento regional. Ou seja, a organização das Redes de Atenção à Saúde será realizada a partir da realidade local, microrregional, regional e macrorregional; de forma ascendente. O mapa abaixo ilustra as regionais de saúde:

Mapa 1 – Regionais de Saúde69: configuradas após a edição do Decreto nº 7.508/2011

Fonte: www.saude.pr.gov.br

A partir da divisão das Regionais de Saúde (RS), delimita-se o território da região de saúde, que integram as macrorregionais. Esta divisão político-administrativa é de fundamental importância considerando o fato de que no Estado do Paraná as regiões de saúde se conformam ao território abrangido pela divisão administrativa das regionais de saúde. Esta divisão, após a edição do Decreto 7.508/2011 foi reestruturada tendo sido pauta de pactuação na 7ª Reunião Ordinária de 2011 da CIB/PR que submeteu a deliberação e aprovação o desenho das regiões de saúde.

3.1 Plano Diretor de Regionalização => definição das regiões de saúde para atendimento do Decreto 7.508/2011: Isaías Cantoia Luis, Diretor de Apoio à descentralização/SESA, apresentou a proposta de organização das macrorregiões e das regiões de saúde no estado, quais sejam: Macrorregiões: Macro Curitiba, que inclui a 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª e 21ª RS; Macro Londrina, que inclui a 17ª, 18ª, 19ª, 16ª e 22ª RS; macro Maringá que incluiu a 15ª, 11ª, 12ª, 14ª, 13ª RS; e, macro Cascavel que inclui a 9ª, 10ª, 20ª e 8ª RS. Regiões: mantidas as 22 Regionais de Saúde. Informou que a proposta foi aprovada pelo Grupo Técnico de Gestão e Planejamento, vinculada aos trabalhos do Grupo Técnico que aprofundará as discussões no âmbito das regiões de saúde, organizando os níveis de referência das regiões, a capacidade real de atendimento, bem como, as responsabilidades nos encaminhamentos e na garantia do atendimento. [...] Definição: aprovado o desenho das macrorregiões e das regiões de saúde (2011 [7], p. 2).

No Plano Diretor de Regionalização, aprovado pelo Conselho Estadual de Saúde em 25/09/2008, para vigorar no período de 2008-2011, registrava que o Estado do Paraná, à época,

69 Advirta-se que não há que se confundir o conceito de região de saúde com as regionais de saúde, esta última de

caráter gerencial e administrativo, já que é ocorrer a constituição de uma região de saúde por entes federados que não integram a mesma regional de saúde. O que ocorre é que no Estado do Paraná a Região de Saúde tem seus limites territoriais estabelecidos de conformidade com os Municípios que integram a Regional de Saúde, o que não implica na desconsideração, do ponto de vista técnico, de que se trata de elementos distintos.

tinha 80 Micro-Regiões de Saúde; 22 Regiões de Saúde e 6 Macrorregiões. A configuração, após a deliberação na CIB/PR, foi redesenhada assumindo a configuração ilustrada abaixo.

Mapa 2 – Macrorregiões de Saúde

Proposta do Plano Diretor de Regionalização (PDR) - MACRO Curitiba inclui a 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª e 21ª - RS; MACRO Londrina inclui a 17ª, 18ª, 19ª, 16ª e 22ª – RS; MACRO Maringá inclui a 15ª, 11ª, 12ª, 14ª e 13ª – RS; MACRO Cascavel inclui a 9ª, 10ª, 20ª e 8ª RS.

Fonte: www.saude.pr.gov.br

O objeto de análise é a institucionalidade do processo de regionalização da saúde no Estado do Paraná, bem como a institucionalidade da CIB/PR, e se esta institucionalidade foi determinante para a ampliação das garantias de atendimento ao cidadão. A análise abrange o Estado do Paraná, ante o fato de que as pactuações e deliberações da CIB não se restringem a determinada região, mas abrangem a totalidade do território do Estado.

Documentos relacionados