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2. OBJETIVOS E HIPÓTESES

3.9 A BORDAGEM M ETODOLÓGICA

3.9.1 Estatística Descritiva e Tipos de Distribuição

A investigadora transcreveu os dados recolhidos em papel para uma folha de cálculo do programa informático Microsoft Office Excel® 2010. Os procedimentos de análise estatística foram realizados através do programa IBM® SPSS® Statistics vs 22.0, considerando um nível de significância de 0,05, em todas as situações de inferência estatística.

Os dados foram recolhidos com intervalos específicos semanais de 7 dias, durante o período de: Baseline (B para os 5 grupos e B1 para os grupos C, D e E, após introdução do aparelho interoclusal); Tratamento Ativo (Tx1 a Tx4 – fim de um mês, Tx5 a Tx8 – fim de dois meses); Controlo dos dois primeiros meses (Fu1 a Fu4 – fim de um mês, e Fu5 a Fu8 – fim de dois meses para os 5 grupos) e Controlo para uma semana ao fim dos 6 meses (Fu6m). As variáveis constantes (ex: idade) foram analisadas utilizando metodologias de estatística descritiva, que incluíram a frequência de ocorrência, quer de número de observações, quer de intervalos temporais. Além das frequências, foram apresentadas as medidas de tendência central (média e mediana) e de dispersão (desvio-padrão), bem como os valores máximos e mínimos. Variáveis de categorias (ex: estado civil) foram analisadas por número e percentagem em cada categoria.

Num estudo prévio (Jadidi e col., 2007), o desvio-padrão para a atividade EMG durante o sono variou entre 5 e 12 eventos/hora, durante os vários períodos do estudo. A correlação entre os períodos foi de 0,80 ou mais. Assumindo que existiu uma diferença nos grupos de 5 eventos/hora, um desvio-padrão de 10 eventos/hora, uma correlação de 0.8 entre a semana de

baseline e a última semana de tratamento ativo, 80% de força e 5% em erro, então foram

necessários 24 pacientes por grupo para a análise de covariância.

As variáveis dependentes foram divididas em principais e secundárias, decorrentes da importância e objetivo na presente dissertação.

As variáveis dependentes principais foram analisadas por médias semanais. Após a realização do teste de normalidade (Kolmogorov-Smirnof), verificou-se que as mesmas poderiam ser comparadas por períodos de tratamento. Assim, os grupos foram comparados

por semanas de Baseline, fim de tratamento ativo (4ª e 8ª semana) e de controlo (4ª, 8ª e 24ª semana). Este método segue as técnicas estabelecidas na literatura existente.

As variáveis dependentes principais foram:

- o nível de dor individual médio/semana de estudo (com o registo dos 7 dias, no diário de dor); - o número de eventos de bruxismo por hora/noite (indicando a atividade EMG presente), durante no mínimo de 28 semanas após a fase de baseline;

- o nível de estímulo individual/noite, registado todas as noites em que a EEF foi executada; - a média de intensidade de rangido individual/noite, registada todas as noites no período de baseline e controlo.

As variáveis dependentes secundárias foram: - Presença de dor facial no último mês; - Localização da dor facial no último mês; - Amplitude de abertura da boca sem dor; - Amplitude de movimento lateral direito; - Amplitude de movimento lateral esquerdo; - Amplitude de movimento protrusivo; - Dor no músculo temporal;

- Dor no músculo masséter;

- Número de localizações musculares dolorosas no músculo temporal de masséter.

As variáveis dependentes secundárias acima mencionadas também foram categorizadas como variáveis independentes, no momento inicial do estudo, para caracterização da amostra. Os períodos de estudo estatístico corresponderam ao período de recolha da variável através da história clínica com o CDP/DTM (ver delineamento do estudo). Assim, foram apresentados os períodos: consulta de diagnóstico, fim de tratamento ativo (diferente de grupo para grupo) e período de controlo (4ª, 8ª e 24ª semana).

CAPÍTULO 3-METODOLOGIA

Tipo de distribuição: O estado de normalidade intergrupo e intragrupo foi testado pelo

teste Kolmogorov-Smirnof. Intergrupo (amostra total):

O estado de normalidade nas variáveis dependentes principais, no período de baseline (nível de dor, número de rangidos/hora/noite e intensidade de rangido), para os 5 grupos, ANOVA indicou:

 Nível de Dor - distribuição normal; não existem diferenças estatísticas entre os grupos (p=0,719);

 Número de rangidos/hora/noite - distribuição normal; não existem diferenças estatísticas entre os grupos (p=0,208);

 Intensidade de rangido - distribuição não normal; existem diferenças estatísticas entre os grupos (p<0,001), foram utilizados testes não paramétricos;

Intragrupo:

O estado de normalidade nas variáveis dependentes (nível de dor, número de rangidos/hora /noite e intensidade de rangido) foi revisto por grupo, durante todo o período de estudo:

 Grupo A:

Dor: distribuição normal K-S=0,098. Utilizou-se o Teste de Pearson.

Número de rangidos/hora/noite: distribuição não normal K-S=0,001. Utilizou-se o Teste de Spearman´s Rho.

Intensidade: Semana B, Fu4, Fu6m - distribuição não normal K-S=0,047, K- S=0,002 e K-S=0,012, respetivamente. Utilizou-se o Teste de Spearman´s Rho; Semana Fu8 - distribuição normal K-S=0,074. Utilizou-se o Teste de Pearson.  Grupo B:

Dor: distribuição normal K-S=0,200. Utilizou-se o Teste de Pearson.

Número de rangidos/hora/noite: distribuição não normal K-S=0,014. Utilizou-se o Teste de Spearman´s Rho.

Intensidade: distribuição não normal K-S ≤ 0,001. Utilizou-se o Teste de Spearman´s Rho

 Grupo C:

Número de rangidos/hora/noite: distribuição não normal K-S=0,184. Utilizou-se o Teste de Spearman´s Rho.

Intensidade: distribuição não normal K-S ≤ 0,001. Utilizou-se o Teste de Spearman´s Rho.

 Grupo D:

Dor: distribuição normal K-S=0,166. Utilizou-se o Teste de Pearson

Número de rangidos/hora/noite: distribuição não normal K-S=0,239. Utilizou-se o Teste de Spearman´s Rho.

Intensidade: Semana B, B1- distribuição normal K-S=0,200. Utilizou-se o Teste de Pearson; Semana Fu4, Fu8, Fu6m- distribuição não normal K-S ≤ 0,001. Utilizou- se o Teste de Spearman´s Rho.

 Grupo E:

Dor: distribuição normal K-S=0,163 Utilizou-se o Teste de Pearson

Número de rangidos/hora/noite: distribuição não normal K-S=0,217. Utilizou-se o Teste Spearman´s Rho.

Intensidade: Semana B, B1,Fu8 - distribuição normal K-S=0,200, K-S=0,058, K- S=0,002, respetivamente. Utilizou-se o Teste de Pearson; Semana Fu6m- distribuição não normal distribuição K-S< 0,001. Utilizou-se o Teste de Spearman´s Rho.

O estado de normalidade para a variável independente - nível de estimulação - foi revisto por grupo, durante todo o período de tratamento ativo:

 Grupo A: Tx4: distribuição não normal K-S=0,049. Utilizou-se o Teste de Spearman´s Rho.

 Grupo B: Tx4: distribuição normal K-S=0,200. Utilizou-se o Teste de Pearson.  Grupo C: Tx4: distribuição não normal K-S=0,002. Utilizou-se o Teste de

Spearman´s Rho.

 Grupo D: Tx4: distribuição não normal K-S=0,004. Utilizou-se o Teste de Spearman´s Rho.

CAPÍTULO 3-METODOLOGIA

Relativamente ao tipo de distribuição das variáveis dependentes secundárias, tendo apresentado distribuição não paramétrica (nominais e ordinais), os testes estatísticos foram adequados a cada situação.

Para correlacionar os dados dentro de cada grupo, utilizou-se o teste de Spearman’s Rho, que é o menos exigente, uma vez que existem dados não normais.

Para correlacionar grupos, verificou-se variável a variável, para ajuste o teste à categoria estudada.

Recodificações:

 Recodificou-se a variável de presença ou tipo de mordida, uma vez que esta se revelou uma variável pouco fiável. A resposta originou muitos falsos negativos, sendo a sua validade interna fraca, não espelhando a realidade. A recodificação realizou-se porque, quando cruzadas as variáveis tipo de mordida e trespasse vertical, se observou que havia 18 mordidas profundas verticais não assinaladas. Além disso, quando se cruzou trespasse horizontal e tipo de mordida, observaram- se 31 mordidas profundas horizontais não assinaladas. A medida dos trespasses verticais e horizontais revelou-se mais fiável, em termos de dados estatísticos.  Para execução dos diagnósticos de DTM por grupos:

a) Recodificou-se o grupo I, categorizando em “sem diagnóstico do grupo I” e “com diagnóstico do grupo I” , através da formula 0 e 1+2 da escala desta variável. b) Recodificou-se o grupo II, categorizando em “sem diagnóstico do grupo II” e “com diagnóstico do grupo II” , através da formula 0 e 1+2+3 da escala desta variável. c) Recodificou-se o grupo III, categorizando em “sem diagnóstico do grupo III” e “com diagnóstico do grupo III” , através da formula 0 e 1+2+3 da escala desta variável.  Para a execução do diagnóstico de DTM (qualquer grupo I e/ou II e/ou III ):

a) Para “existência de DTM”, recodificou-se com a soma dos resultados de “com diagnóstico do grupo I” e /ou “com diagnóstico do grupo II” e /ou “com

diagnóstico do grupo III”.

b) Para “ausência de DTM”, recodificou-se para “nenhum diagnóstico presente” em qualquer grupo.

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