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5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.3 Estimativa do grau de permeabilidade do solo

Na bacia foi possível identificar as seguintes classes de uso da terra: florestal, pastagem, campestre, cultura temporária e urbana conforme ilustrado no Quadro 7, conforme a tipologia do Manual de Uso da Terra do IBGE (2013).

Quadro 7. Ilustração das classes de uso e cobertura da terra

Fotos: Novaes (2015)

Elaborado por: Novaes (2015) Classe de uso e

cobertura da terra das classes de uso Ilustração e cobertura da terra Florestal Pastagem Campestre Cultura temporária Área urbanizada

As áreas de vegetação natural compreendem um conjunto de estruturas florestais e campestres abrangendo desde florestas e campos originais (primários) e alterados até formações florestais espontâneas secundárias, arbustivas, herbáceas e/ou gramíneo-lenhosas, em diversos estágios sucessivos de desenvolvimento, distribuídos por diferentes ambientes e situações geográficas.

A área de Pastagem é definida como a área destinada ao pastoreio do gado, formada mediante plantio de forragens perenes ou aproveitamento e melhoria de pastagens naturais. Nessas áreas o solo está coberto por vegetação de gramíneas e/ou leguminosas, cuja altura pode variar de alguns decímetros a alguns metros.

A categoria Campestre apresenta diferentes categorias de vegetação fisionomicamente bem diversa da florestal, ou seja, aquelas que se caracterizam por um estrato predominantemente arbustivo, esparsamente distribuído sobre um tapete gramíneo-lenhoso. As áreas campestres quando destinadas ao pastoreio do gado, são consideradas pastagens naturais, ainda que tenham recebido algum manejo.

Há também culturas temporárias de hortícolas, nessa categoria estão as culturas praticadas de forma intensiva, direcionadas à produção de alimentos, flores, gramas e plantas ornamentais. Em função de seus produtos altamente perecíveis, é desenvolvida, preferencialmente, próxima aos grandes centros consumidores e incluem hortaliças folhosas e de talos.

Na subclasse áreas urbanizadas considera-se as áreas correspondentes às cidades (sedes municipais), às vilas (sedes distritais) e às áreas urbanas isoladas. Compreendem áreas de uso intensivo, estruturadas por edificações e sistema viário, onde predominam as superfícies artificiais não agrícolas. Estão incluídas nesta categoria as metrópoles, cidades, vilas, áreas de rodovias, serviços e transporte, energia, comunicações e terrenos associados, áreas ocupadas por indústrias, complexos industriais e comerciais e instituições que podem, em alguns casos, encontrar-se isoladas das áreas urbanas.

Figura 23. Mapa de Classificação do Uso e Cobertura da Terra da bacia do Córrego Morumbi

A porcentagem referente à área de cada uso está na Tabela 9.

Tabela 9. Área referente aos usos da terra da bacia

Uso/Cobertura da terra Área em Km2 Área em %

Florestal 0,15 12

Pastagem 0,15 12

Campestre 0,16 13

Cultura temporária 0,008 0,6

Área urbanizada 0,8 62,4

Área total da bacia 1,26 100

Elaborado por: Novaes (2014)

Cada um dos usos e cobertura da terra irá interferir no grau de impermeabilização, no escoamento superficial de água, no equilíbrio hidrológico da bacia como um todo, sendo importante a identificação dos mesmos.

A partir da classificação do uso e cobertura da terra foi possível fazer uma estimativa da permeabilidade do solo na bacia, estimativa no sentido de cálculo aproximado, por se tratar de uma paisagem dinâmica, no tempo e no espaço.

De acordo com a metodologia de Costa et al. (2005) as classes Florestal, Pastagem, Campestre, Cultura Temporária são consideradas Muito Permeáveis por se tratarem de superfícies que não se encontram impermeabilizadas com materiais que possam selá-lo, como asfalto, concreto, grandes superfícies de rochas expostas, etc. Essa classe engloba áreas de vegetação natural, reflorestamento, culturas, pastagens e gramíneas em geral, ou seja, áreas sem cobertura impermeável. Nas áreas consideradas como Muito Permeáveis encontraram-se diferentes tipos de cobertura e uso do solo, como áreas florestadas, usos agrícolas e solos expostos, que possuem diferentes comportamentos em relação à infiltração da água (COSTA et al.,2005).

A classe Urbanizada é considerada como Impermeável por se tratar de áreas onde o adensamento urbano é alto e praticamente todos os espaços já foram edificados, com algumas poucas exceções, com padrão de ocupação variado (residencial, comercial e equipamentos urbanos).

A distribuição de áreas permeáveis e impermeáveis da bacia se encontra na Figura 24.

Figura 24. Mapa de Estimativa de Permeabilidade do Solo

Somam-se como área impermeável 62,4% da bacia e área Muito Permeável de 47%, de acordo com a metodologia de Costa et al. (2005).

Áreas permeáveis contidas no interior dos imóveis apresentaram dificuldades para ser detectadas pela imagem de satélite utilizada, o que foi possível de ser constatado a campo no momento da aplicação dos questionários. Para os imóveis residenciais, 78% não possuíam área permeável em suas residências em parte interna nem externa tal como terra, grama ou brita; 13% declararam possuir área permeável no interior de suas residências com no máximo 30% de permeabilidade e 9% possuíam área permeável na área externa, observando-se alguns poucos espécimes de árvores na calçada.

Verificou-se que 63% dos imóveis comerciais entrevistados não possuíam área permeável interna nem externa, 11% declarou possuir área permeável na área interna da propriedade, mas não ultrapassava em média 10% do terreno; e ainda 26% possuíam área permeável na área externa encontrando-se alguns poucos espécimes de árvores na calçada.

Há, portanto, um considerável percentual de área impermeabilizada tanto nas propriedades quanto nas áreas públicas, o que pode influenciar de forma direta no escoamento superficial e, por consequência, na incidência de enchentes e seus eventuais impactos.