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Estimativa do Valor Econômico do Uso da Água pelo Método Ad Hoc

2 ASPECTOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS DA COBRANÇA PELO USO DA

7.4 Estimativa do Valor Econômico do Uso da Água pelo Método Ad Hoc

A demanda total foi obtida a partir do cadastro dos usuários de água subterrânea e a oferta foi calculada através dos resultados de ensaios de bombeamento existentes na SEMARH, bem como o orçamento total para a gestão do aquífero. Dessa forma temos:

I- Demanda total em termos de vazão:

Qd= 2.801,56 m3/h

II- Oferta em termos de vazão:

Qs = 10.937,64 m3/h

III- Como Qs > Qd, deve-se precificar o uso da água do aquífero para o conjunto dos usuários que dele vai se servir.

IV- Orçamento total:

OT = Custos + Investimentos OT = R$146.963,86/ano V- Preço médio: s méd Q OT p  3 / 005 , 0 $ m R pméd

7.5 Determinação dos Coeficientes de Ponderação

Natureza do Corpo D'água (Knat)

Na bacia do riacho Reginaldo, conforme os dados de outorga, não foram identificadas captações de água superficial no próprio riacho, entretanto há fornecimento de água superficial nessa área, através da CASAL proveniente de outros mananciais superficiais. Dessa forma, como não foi possível saber a quantidade de água superficial que atende a bacia, optou-se por utilizar os dados de outorga para a cidade de Maceió para obtenção desse índice.

As captações superficiais totalizaram um valor de 7,40 m³/s e as captações subterrâneas um total de 3,94 m³/s. A razão das captações de água subterrânea pela demanda total e a razão das captações superficiais pela demanda total resultaram no seguinte:

Índice subterrâneo = captação subterrânea total/demanda total = 0,4 34 , 11 94 , 3

Índice superficial = captação superficial total/demanda total = 0,6 34 , 11 40 , 7

Considerando a necessidade de coibir ou incentivar a captação em mananciais superficiais ou subterrâneos, conforme estejam ou não comprometidos, tomou-se o valor inicial = 1,0, sendo acrescidos a esse valor os índices (superficial e subterrâneo) obtidos.

Assim, para a água superficial, foi adotado o valor de 1,6 e para a água subterrânea, o valor adotado foi de 1,4.

Classe de Uso (Kclasse)

O cálculo do índice de classe de uso foi realizado para o Valor de Referência de Qualidade do sistema aquífero para o parâmetro nitrato, obtido através dos poços de monitoramento do projeto Asub da área em estudo:

Vpercentual = (16,18 – 1,53)/16,18 = 0,9

Para o cálculo desse coeficiente foi adotado o valor inicial 1,0, sendo acrescentado/diminuído a esse valor o percentual obtido:

i) Classe 1: Kclasse = 1,0 + Vpercentual = 1,0 + 0,9 = 1,9 ii) Classe 2: Kclasse = 1,0

Disponibilidade Hídrica (Kdisp)

Para a região em estudo foi verificado se o manancial que vem sendo, no momento, utilizado, encontra-se ou não comprometido em termos de disponibilidade. Dessa forma, foram analisados os seguintes cenários:

Cenário 1: não pode haver retirada das fontes superficiais, mas pode retirar das subterrâneas.

Condição: Qoututilizadasup <= Qcaptadasup e Qoututilizadasub > Qcaptadasub

Cenário 2: não pode haver retirada das fontes subterrâneas, mas pode captar das superficiais.

Condição: Qoututilizadasup > Qcaptadasup e Qoututilizadasub <= Qcaptadasub

Cenário 3: não pode haver retirada das fontes superficiais e subterrâneas. Condição: Qoututilizadasup <= Qcaptadasup e Qoututilizadasub <= Qcaptadasub

Cenário 4: ainda pode haver captação das fontes superficiais e subterrâneas. Condição: Qoututilizadasup > Qcaptadasup e Qoututilizadasub > Qcaptadasub

Onde:

Qoututilizadasup = vazão de referência para água superficial (Q90) Qcaptadasup = vazão outorgada superficial

Qoututilizadasub = vazão de referência para água subterrânea (vazão potencial dos aquíferos)

Qcaptadasub = vazão outorgada subterrânea

Para análise dos cenários descritos, da mesma forma que o coeficiente de natureza do corpo d’água, foram utilizados os dados da cidade de Maceió para outorgas superficiais e subterrâneas, bem como a vazão de referência dos respectivos mananciais que abastecem essa área (Tabela 35). A disponibilidade hídrica foi calculada pela Equação 18 (página 84).

Tabela 35 – Dados dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais

Manancial Demanda total (m3/ano) Vazão de referência (m3/ano) Disponibilidade hídrica Subterrâneo 124,3 x106 80,1x106 1,55 Superficial 233,3x106 55,5x106 4,20

Fonte: autora desta dissertação (2011)

Como:

Qoututilizadasup = 55,5x106 m³/ano < Qcaptadasup = 233,3x106 m³/ano, não pode haver novas retiradas de água superficial para o manancial em estudo.

Qoututilizadasub = 80,1x106 m3/ano < Qcaptadasub = 124,3x106 m3/ano, não pode haver novas retiradas de água subterrânea para a área em estudo.

O coeficiente de disponibilidade, Kdisp (Tabela 36) foi calculado considerando o valor inicial igual a 1,0, sendo acrescentados a esse valor os pesos de cada intervalo (Equação 24), esses pesos foram calculados através da relação entre a disponibilidade virtual da área em estudo e o índice de disponibilidade, onde esse índice foi definido pela Equação 25, sendo o percentual de disponibilidade, o valor médio dos intervalos de cada classe de disponibilidade.

Kdisp = 1 + pesos (24)

Índice de disponibilidade = (1-percentual de disponibilidade)*disponibilidade virtual (25)

A Disponibilidade Virtual corresponde à vazão anual que pode ser extraída do aquífero ou do sistema aquífero, sem que se produza um efeito indesejável de qualquer ordem. Na área em estudo a disponibilidade virtual é de 54,4x106 m3/ano. Dessa forma, o índice de disponibilidade foi calculado através da Equação 25:

i) (DHL<0,25) = (1- 0,25)*54,4 x106 = 40,80 x106 ii) (0,25<DHL<0,4) = (1- 0,325)*54,4 x106 = 36,72 x106 iii) (0,4<DHL<0,5) = (1- 0,45)*54,4 x106 = 29,92 x106 iv) (0,5<DHL<0,8) = (1- 0,65)*54,4 x106 = 19,04 x106 v) (DHL>0,8) = (1- 0,8)*54,4 x106 = 10,88 x106

Então, a relação entre o índice de disponibilidade de cada classe e a disponibilidade virtual da área em estudo, é definida a seguir:

i) (DHL<0,25) = (54,40x106 - 40,80x106)/54,40x106 = 0,25 ii) (0,25<DHL<0,4) = (54,40x106 - 36,72x106)/54,40x106 = 0,33 iii) (0,4<DHL<0,5) = (54,40x106 - 29,92x106)/54,40x106 = 0,45 iv) (0,5<DHL<0,8) = (54,40x106 - 19,04x106)/54,40x106 = 0,65 v) (DHL>0,8) = (54,40x106 - 10,88x106)/54,40x106 = 0,80

Tabela 36 – Coeficiente de disponibilidade hídrica

Índice de disponibilidade hídrica local Kdisp

muito alta (<0,25) 1,2

alta (entre 0,25 e 0,4) 1,3

média (entre 0,4 e 0,5) 1,4

crítica (entre 0,5 e 0,8) 1,6

muito crítica (acima de 0,8) 1,8

Fonte: autora desta dissertação (2011)

Como o índice de disponibilidade hídrica da área de estudo é da ordem de 0,41, o valor adotado para o coeficiente de disponibilidade foi de 1,4, ou seja, categoria de disponibilidade média.

Finalidade de Uso (Kuso)

São três as finalidades de uso da água para a bacia em estudo: humano, indústria e comércio. No entanto, têm-se diferentes tipos de indústrias e comércios, que utilizam água de acordo com as suas atividades desenvolvidas. Dessa forma, foi realizada uma separação por ramo de atividade.

Incentivando a população a utilizar a rede de abastecimento público o valor do sistema público adotado foi igual a 1, sendo acrescidos a esse valor os índices obtidos de cada categoria. Os índices foram obtidos através dos dados de vazão, onde foi dividido o valor da vazão de cada atividade pelo valor total da vazão da parte industrial e comercial (Tabela 37).

Tabela 37 – Ramos de atividades da bacia do Riacho do Reginaldo

Usos Tipo das indústrias e comércios Vazão (m³/s) Kuso

Alimentícia 0,019316 1,80

Ind. Água mineral 0,004884 1,20

Comércio s Supermercado 0,008611 1,30 Lavagem de Veículos 0,003377 1,12 Água mineral 0,005070 1,18 Concessionária 0,008088 1,28 Transporte urbano 0,001389 1,05 Vidros 0,000556 1,02 Limpeza urbana 0,001528 1,05

Fonte: autora desta dissertação (2011)

Sazonalidade (Ksaz)

Com base nos dados da normal climatológica do período de 1974-2004 para a precipitação no município de Maceió, calculou-se a média mensal para o período chuvoso e seco. Para os cinco meses chuvosos a média anual foi de 1.157,80mm e para os sete meses do período seco a média anual de 525,70 mm. Dessa forma, o percentual do período chuvoso corresponde à 68,77% e para o período seco 31,22%. A razão do período chuvoso pelo seco e vice-versa resulta nos seguintes resultados. Chuvoso = precipitaçãoperíodoseco/precipitaçãoperíodochuvoso Chuvoso = 31,22% / 68,77% = 0,45 Seco = precipitaçãoperíodochuvoso/precipitaçãoperíodoseco Seco = 68,77% / 31,22% = 2,20 Característica do Aquífero (Kaq)

Diante da falta de informações a respeito da área em que o aquífero é livre ou confinado para área em estudo, utilizou-se o índice do grau de confinamento do aquífero do método GOD proposta por Foster et al. (2002). Esse método se baseia na correspondência de índices entre 0 e 1 a três variáveis que são as que denominam esse modelo: G – Grau de confinamento do aquífero, o qual pode classificar em confinado, semiconfinado ou livre (Tabela 38); O – litologia da cobertura e D – profundidade do lençol d’água ou teto do aquífero.

Para o cálculo do Kaq foi considerado o valor inicial igual a 2,0, sendo diminuídos desse valor os índices de cada grau de confinamento do aquífero (Equação 26).

Kaq = 2,0 – índice (26)

Tabela 38 – Coeficiente característica do aquífero

Grau de confinamento Índice Kaq

Surgente 0 2,0-0=2,0

Confinado 0,2 2,0-0,2=1,8 Semiconfinado 0,4 2,0-0,4=1,6 Não confinado coberto 0,6 2,0-0,6=1,4 Não confinado 1,0 2,0-1,0=1,0

Fonte: autora desta dissertação (2011)

Localização do Usuário (Kloc)

O coeficiente de localização, Kloc foi calculado pela Equação 27, nessa equação foi adotado o valor inicial igual a 1,0 sendo acrescidos a esse valor os pesos obtidos de cada intervalo. Esses pesos foram definidos através do valor médio dos intervalos de cada faixa de valores do índice de vulnerabilidade natural do aquífero do método GOD (Tabela 39). Esse método se baseia na correspondência de índices entre 0 e 1 a três variáveis que são as que denominam esse modelo: G – Grau de confinamento do aquífero, o qual pode classificar em confinado, semiconfinado ou livre; O – litologia da cobertura e D – profundidade do lençol d’água ou teto do aquífero.

O índice final integrado da avaliação de vulnerabilidade a contaminação de aqüíferos “GOD” é o produto dos valores obtidos para cada um dos parâmetros, variando de 0,0 (desprezível) até 1,0 (extrema).

Kloc = 1,0 + pesos (27)

Tabela 39 – Coeficiente localização do usuário

Classe Intervalo Kloc Fora da zona desfavorável Desprezível 0 – 0,1 1,0 Baixa 0,1 – 0,3 1,2 Dentro da zona desfavorável Moderada 0,3 – 0,5 1,4 Alta 0,5 – 0,7 1,6 Extrema 0,7 – 1,0 1,9