Estratégia de coleta de dados

Esta etapa é subdivida em 3 partes: formulação do questionário, coleta de dados e tratamento dos dados. A seguir é apresentada a forma que foi utilizada nesta pesquisa.

3.2.2.1 Formulação do questionário

Na revisão bibliográfica foram mostradas abordagens sobre características da estrutura organizacional e modelo baseado em processo (PCF). O objetivo é de correlacionar os métodos e técnicas utilizadas nas organizações. Desta forma, optou-se pela aplicação de um questionário como instrumento de coleta de dados.

Uma maneira de mensurar uma variável quantitativa é a escala diferencial semântica. De maneira geral ela consiste em um par de adjetivos ou frases antônimas com espaçamento entre si. Quanto mais próximo a resposta do entrevistado a uma frase ou adjetivo, maior a aproximação semântica e vice-versa. O número ótimo de categorias é de no máximo 7 níveis (HAIR, 2005; 2006).

De acordo com apresentação de Hair et al. (2005) o escala semântica são feitos para descrever indivíduos, objetos ou eventos com adjetivos ou advérbios opostos. Quando se preenche as questões os respondentes são orientados a verificar qual o seu posicionamento, entre o conjunto de adjetivo expresso, que melhor descreve seus sentimentos. Abaixo segue modelos que foram utilizados para elaboração do questionário (Figura 4). Para Becegato (2009), uma escala

bastante utilizada é a escala de intensidade, no qual se denomina para cada nível uma intensidade (figura 5).

Figura 4: Modelo de escala diferencial semântico. Fonte: Becegato, 2009.

Figura 5: Modelo de escala de intensidade Fonte: Becegato, 2009.

A formulação do questionário teve como base o questionário proposto pelo

projeto PRONUX1. Este questionário, apresentado no APÊNDICE A deste trabalho,

foi desenvolvido para todos os tipos de empresa, ou seja, qualquer empresa poderia respondê-lo. O objetivo inicial deste projeto era mapear todos os tipos de empresa gerando assim um banco de dados para análises.

O questionário desenvolvido para esta dissertação, apresentado no APÊNDICE B, teve como objetivo focar nas empresas entrevistadas, pois ela apresenta algumas peculiaridades.

O desenvolvimento teve como base principal a revisão bibliográfica apresentada no capítulo 2. O questionário foi composto por três etapas. A etapa 1 consiste na identificação do perfil da organização, entrevistado e característica básica das empresas entrevistadas (parte 1). A etapa 2 consiste na identificação da característica da estrutura organizacional – (parte 2 e parte 3). A etapa 3 consiste na

1

Projeto PRONUX, financiado pelo CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e liderado pelo professor Dr. Alfredo Iarozinski Neto com objetivo de desenvolver um sistema integrado de gestão da produção que seja adequado as necessidades específicas empresas brasileiras. O sistema é baseado nos softwares que disponibilizados dentro do conceito de software livre em sistema operacional Linux e Windows.

identificação dos níveis de desenvolvimento dos processos gerenciais de empresas de construção civil (parte 4). A seguir foi mostrado de forma sucinta o que cada etapa pretendia obter.

Parte 1 - identificação do perfil da organização/ entrevistado/

característica das empresas entrevistadas:

• Parte 1.1 - A empresa é identificada através do: nome; ano de fundação;

cidade; número de funcionários no Brasil; número de funcionários na unidade analisada; número de funcionários no mundo; tipo de constituição (limitada, SA capital aberto, estatal, SA capital fechado, capital misto ou outro); tipo de administração (familiar, profissional, mista ou outro) e se a empresa possui certificação; Característica das empresas entrevistadas: Em que tipo de empreendimento a empresa trabalha; quantas obras já foram entregues; em quantas obras a empresa está trabalhando atualmente.

• Parte 1.2 - O entrevistado é identificado através de: tempo de empresa; cargo

ocupado (direção, gerência, chefia, supervisão, engenharia, operação, estágio ou outro); área em que trabalha (administrativa, comercial, financeira, contábil, recursos humanos, produção, engenharia / desenvolvimento ou outro);

As características da estrutura organizacional foram separadas em 2 grupos:

Características do ambiente concorrenciais (parte 2) e Características

organizacionais (parte 3).

Parte 2 - características do ambiente concorrencial: As características do ambiente concorrencial tiveram como base as 5 Forças de Porter (1986), no qual se pretendeu abordar questões referente ao meio em que a empresa está inserida e seus stackholders (pessoas ou empresas que compõe a relação com a empresa). Foram elaboradas 30 questões relativas aos fornecedores, matéria prima, clientes, vendas, mercado e concorrentes. Estas questões refletiram de maneira direta em no desenvolvimento da empresa; essa escala varia de 1 a 7, onde 1 representa o maior grau e 7 o menor grau;

Parte 3 - características da organização: através do estudo dos modelos de maturidade organizacional e da teoria das organizações foram elaboradas 34 questões relativas ao tipo gestão, formalização de processos, treinamento, funcionários, integração de processos, controle, investimentos e políticas da

empresa. Estas questões refletiram de maneira direta em no desenvolvimento da empresa; essa escala varia de 1 a 7, onde 1 representa o maior grau e 7 o menor grau;

Parte 4 - níveis de desenvolvimento dos processos gerenciais de

empresas de empresas entrevistadas: através do estudo do PCF, que apresenta

os principais processos de gestão de uma organização empresarial, foram elaboradas 77 questões referentes aos 12 grandes processos de gestão. Os 12 processos são: Estratégia, Elaboração de projetos, Marketing, Produção e Logística, Gestão de serviço ao consumidor, Recursos Humanos, Tecnologia de informação, Gestão Financeira, Gestão do patrimônio, Gestão ambiental e de segurança, Gestão de relações externas e Gestão do conhecimento e aperfeiçoamento dos processos. Estas questões tiveram como objetivo a identificação dos níveis de desenvolvimento dos processos gerenciais de empresas de empresas entrevistadas e estão distribuídos em uma escala de 1 a 7 pontos.

3.2.2.2 Coleta de Dados

Para a coleta de dados, primeiramente foi estipulado à amostragem. O projeto de amostragem é parte do processo da pesquisa. Hair et al. (2005) menciona que o processo de planejamento da amostragem questiona: Qual é a melhor abordagem de amostragem? E que tamanho deve ter a amostra? Amostras representativas em geral são obtidas por meio de procedimentos bem definidos como: a definição do público alvo ou amostra; a escolha da estrutura de amostragem; seleção do método de amostragem; determinação do tamanho da amostra e implementação do plano de amostragem.

A definição do público alvo é o grupo completo de elementos relevantes, informações que o projeto de pesquisa se propõe a coletar para o projeto de pesquisa. Entretanto, é importante levar em consideração que outros aspectos práticos podem influenciar a definição da amostra. A escolha da estrutura de amostragem apresenta uma definição operacional do público alvo, ou seja, uma lista abrangente dos elementos de onde a amostra é retirada, uma lista precisa e

completa de todos os elementos da população objetivada pela pesquisa (HAIR et al., 2005).

A seleção do método de amostragem que deverá ser empregado depende de uma série de questões teóricas e práticas, que incluem a consideração da natureza do estudo, seus objetivos, o tempo e o orçamento disponível. Para Hair et al. (2005), os métodos de amostragem podem ser divididos em duas categorias: probabilísticos e não-probabilísticos. Os probabilísticos são baseados na premissa de que cada elemento da população-alvo tem uma probabilidade conhecida, mas não necessariamente igual, de ser selecionado para uma amostra; quando a amostragem probabilística é adequada ela garante a representatividade da amostra. Já na amostragem não-probabilística a inclusão ou exclusão de elementos em uma amostra fica a critério do pesquisador, isto quer dizer que nem todo elemento da população-alvo tem chance de ser selecionado para a amostra.

A determinação do tamanho da amostra é mais complexa, devido a muitos fatores que precisam ser levados em consideração simultaneamente. O desafio de acordo com Hair et al. (2005) é conseguir um equilíbrio aceitável entre diversos fatores como: variabilidade dos elementos da população alvo, o tipo de amostra exigido, tempo disponível, orçamento, nível de precisão e intenção de generalizar ou não as descobertas. Para esse procedimento as fórmulas, baseadas na teoria estatística, são usadas para calcular o tamanho da amostra, sendo que não importa o tamanho da amostra, mas se o tamanho e a qualidade são essenciais e suficientes para produzir resultados confiáveis em termos de precisão e coerência.

A implementação do plano de amostragem é realizada, após um consenso em relação aos detalhes da amostragem, onde o público alvo já foi definido, a estrutura de amostragem já foi escolhida, o método de amostragem foi selecionado e o tamanho da amostra foi determinado.

Desta forma o público alvo foi definido como empresas da construção civil. O método de amostragem foi definido como não-probabilístico e o tamanho do público alvo foi estipulado em 100 questionários.

Para a coleta de dados foi utilizado o método survey. A maioria das pesquisas chamada survey é um tipo de investigação, empregadas por agências privadas e as estatísticas oficiais, onde uma intervenção é feito utilizando instrumentos de coleta de dados, questionários e entrevistas pessoais. A metodologia da pesquisa visa identificar e relacionar o objeto de estudo. O

pesquisador deve levar em consideração o perfil do indivíduo e uma amostra maior do que em outros tipos de estudo, conhecendo as ferramentas certas para usar para encontrar respostas para o problema em questão, garantindo a qualidade da pesquisa levantamento de investigação é utilizado quando um problema é pretende descrever a situação atual, portanto, poderão perder a validade se for realizada em outro momento (FREITAS, 2000).

Primeiramente foram distribuídos 10 questionários para um pré-teste, dos quais, retornaram 5. Este pré-teste revelou algumas dúvidas que foram sanadas. Desta forma foram distribuídos na coleta final cerca de 250 questionários para entrevistados nas empresas entrevistadas dos quais retornaram 80.

A coleta de dados foi feita primeiramente nas seguintes universidades: Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Positivo e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Nestas universidades foram focados universitários que estavam no último ano de faculdade e pós-graduandos que estavam em empresas de empresas entrevistadas conforme delimitação apresentada no capítulo 1. Na segunda fase foi feito uma pesquisa a campo em empresas de construção civil na cidade de Curitiba. Foram entrevistados engenheiros, técnicos, arquitetos, coordenadores, gerentes e diretores destas empresas.

3.2.2.3 Tratamento dos dados

Após a coleta dos dados foi feita o tratamento dos dados para verificar onde os mesmos se enquadram e certificar-se de sua validade. Somente foram utilizados questionários preenchidos corretamente e dentro dos padrões estipulados para essa pesquisa. O próximo passo foi sua inserção no banco de dados, sua edição, codificação e transformação dos dados, etapas garantidas pela revisão dos dados.

Para a inserção no banco de dados foi utilizado o Microsoft Office Excel 2007. Esta ferramenta é utilizada para criar e formatar folhas de cálculo; analisar e partilhar informações; formatar tabelas de maneira ágil e criar gráficos estruturados. Além disso, o Excel oferece capacidade de importação de dados externos (EXCEL, 2009).