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3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Pesquisa é o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos (GIL, 2002).

Este autor também explica que é possível classificar as pesquisas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: a) levantamento bibliográfico; b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com os problemas pesquisados; c) análise de exemplos que estimulem a compreensão.

Gil (2002) ainda cita que o delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla com ênfase nos procedimentos técnicos de coleta e análise de dados. Podem ser definidos dois grandes grupos de delineamentos: aqueles que se valem das chamadas fontes de papel e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo estão a pesquisa bibliográfica e a documental. No segundo, está a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e o estudo de caso.

Segundo Yin (2005), o estudo de caso conta com muitas das técnicas utilizadas pelas pesquisas históricas, mas acrescenta duas fontes de evidências que usualmente não são incluídas no repertório de um historiador: observação direta dos acontecimentos que estão sendo estudados e entrevistas das pessoas neles envolvidas.

Segundo este autor, hoje o estudo de caso é encarado como o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos.

A análise de um único ou de poucos casos de fato fornece uma base muito frágil para a generalização. No entanto, os propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o conhecimento preciso das características de uma população, mas sim o de proporcionar uma visão global do problema ou de identificar

possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciados (GIL, 2002).

A primeira palavra de aconselhamento que se pode dar é que, embora todos os projetos possam levar a estudos de caso bem sucedidos, quando você tiver escolha e recursos, é melhor preferir projetos de casos múltiplos a projetos de caso único. Os projetos de caso único são vulneráveis no mínimo porque você terá apostado todas as suas fichas num único número. Mais importante que isso, os benefícios analíticos de ter dois ou mais casos podem ser substanciais (YIN, 2005).

Yin (2005) ainda comenta que:

As evidências para um estudo de caso podem vir de seis fontes distintas: documentos, registros em arquivo, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos. A utilização de múltiplas fontes de evidência constitui, portanto, o principal recurso de que se vale o estudo de caso para conferir significância a seus resultados.

Uma das mais importantes fontes de informações para um estudo de caso são as entrevistas (YIN, 2005).

Este autor também considera que ao realizar uma visita de campo ao local escolhido para o estudo de caso, você está criando a oportunidade de fazer observações diretas.

Para ele, essas servem como outra fonte de evidências em um estudo de caso e podem ser tão valiosas que você pode até mesmo pensar em tirar fotografias do local do estudo. No mínimo, essas fotografias ajudarão a transmitir as características importantes do caso a observadores externos.

Outra opção interessante segundo Gil (2002) é a pesquisa participante.

Esta, assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas.

Para Gil (2002):

A pesquisa ação é um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

A observação participante é uma modalidade especial de observação na qual você não é apenas um observador passivo. Em vez disso, você pode

assumir uma variedade de funções dentro de um estudo de caso e pode, de fato, participar de eventos que estão sendo estudados (YIN, 2005).

Para este autor, na observação participante outra oportunidade muito interessante é a capacidade de perceber a realidade do ponto de vista de alguém de dentro do estudo de caso, e não de um ponto de vista externo. Muitas pessoas argumentam que essa perspectiva é de valor inestimável quando se produz um retrato acurado do fenômeno do estudo de caso.

Qualquer descoberta ou conclusão em um estudo de caso provavelmente será muito mais convincente e acurada se baseada em várias fontes distintas de informação, obedecendo a um estilo corroborativo de pesquisa (YIN, 2005).

Yin (2005) cita também que:

Não surpreendentemente, uma análise dos métodos utilizados pelo estudo de caso constatou que aqueles estudos de caso que utilizam várias fontes de evidências foram mais bem avaliados, em termos de sua qualidade total, do que aqueles que contaram apenas com uma única fonte de informações.

Assim, diante da questão da pesquisa e dos objetivos geral e específicos, a pesquisa caracterizou-se como qualitativa exploratória optando pelo estudo de múltiplos casos dentro de uma mesma área setorial do segmento eletroeletrônico, conforme já exposto no início do trabalho, de forma a enriquecer seu resultado, suas comparações e suas conclusões, uma vez que não se limitará a analisar um caso único.

Tanto o processo quanto o conteúdo da estratégia, abordados em vários trabalhos apresentados na literatura e no referencial exposto nesta pesquisa, apoiam-se em uma estrutura conceitual comum que considera a estratégia de produção como uma estratégia funcional, formada por prioridades competitivas e por áreas de decisão estruturais e infraestruturais da produção.

O conteúdo de uma estratégia de produção é o resultado de um estudo de dois elementos cruciais no processo de elaboração da mesma. Esses elementos são: as prioridades competitivas que são fundamentadas nos objetivos corporativos e as decisões nas áreas estruturais e infraestruturais da produção, que também correspondem aos objetivos de médio e longo prazo.

Essas áreas de decisão estão estreitamente relacionadas, sendo que o projeto do sistema de produção deve ser planejado considerando-se a perfeita

compatibilidade entre essas áreas para promover a sustentação da estratégica competitiva da organização.

Portanto, essa pesquisa tem como objetivo identificar as estratégias de produção utilizadas no setor delimitado anteriormente, levando em consideração seu conteúdo em relação às prioridades competitivas e às questões estruturais e infraestruturais, de forma a minimizar ou maximizar o impacto de fatores relevantes na definição destas estratégias.

Considerando, conforme opinião dos autores pesquisados, que as principais prioridades competitivas ou indicadores, utilizados pelas empresas são o custo, a qualidade, o desempenho das entregas e a flexibilidade, a Figura 15 ilustra de forma esquemática o foco da dissertação.

Figura 15 – Foco do projeto de dissertação

Fonte: Baseado nos autores (2011).