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Estratégias de ações direcionadas à vitalidade física Tema A – Consulta individual

DSC: Faz o protocolo de puericultura, que preconiza a criança ao nascer,

com visita da enfermeira pelo menos 15 dias depois e com 30 a 40 dias vem a mãe e a criança na primeira consulta com o médico, com 2 meses passa com a enfermeira, até completar 6 meses, vem no quarto e sexto mês, e depois passa a ser de 3 em 3 meses, e 9 e 12 meses, depois passa para 6 meses, 18 meses e 24 meses. Na consulta de enfermagem você pesa, mede a criança, verifica reflexos, verifica a carteira de vacina, se está em dia, verifica se o peso e a medida estão de acordo, verifica se a criança está ganhando peso ponderal proporcional à idade e dá as orientações. As orientações são mais voltadas para a alimentação e as vacinas. Quando o agente traz alguma criança que está fora de dois anos de idade, acha que tem alguma coisa, então a gente agenda uma consulta de enfermagem. As crianças que eu identifico que tem dificuldade de ganhar peso ou que eu observo qualquer risco eu acabo pedindo pra agendar consulta de enfermagem. Quando chega um problema o enfermeiro dá uma avaliada

Tema B – Grupos

DSC: Para as crianças maiores, a partir de dois anos, a gente também tava

reforçando a questão da vacina dos quatro anos, checando essa parte da alimentação, esse crescimento e desenvolvimento. O grupo de peso também é indicado pra crianças acima de dois anos, que saem da prioridade, mas a cada seis meses faz parte da agenda que essas crianças passem pelo grupo de peso e pela avaliação de crescimento. O grupo de desenvolvimento infantil é para crianças na faixa etária de zero a um ano e de um a dois anos, para estar avaliando o desenvolvimento dessas crianças. E em pediatria como extras tem os mini-grupos, por exemplo, o de recém nascido, que vai orientar cuidados com o RN. Trabalho com a “mãe paulistana”, eu faço o banho do nenê, oriento amamentação e aleitamento para gestantes. No grupo também tem algumas crianças que junto com a anemia estão com verminose, aí a gente também tende a falar um pouco de verminose, dos cuidados de higiene. Então fica uma coisa bem da prática, bem da realidade. Estou fazendo avaliação de peso e altura, a gente dá uma olhada geral nas crianças, assim, palidez palmar, se tem alguma queixa, se está com pediculose, e estamos colocando cada criança no gráfico, fazemos uma palestrinha sobre pediculose. A gente faz orientações gerais sobre alimentação a todos. As pediatras pesam as crianças da creche e orienta, se alguém está precisando fazer coleta de fezes, a puericultura.

Tema C – Ações de Vigilância

DSC: Agora vacinação a gente pega tudo. Quando os exames são

necessários a gente coleta também, faz a coleta aqui do bloqueio, encaminha pro laboratório e, se tem alguma alteração, a gente faz o agendamento, orienta a mãe, e se for alguma coisa mais específica a gente encaminha para o médico. A vacina é minha para fazer bloqueio, fazer orientação e faço a visitação nas creches e bloqueio quando tem meningite e quando tem varicela. Aqui eu não sei muito da nossa população menor de cinco anos, mas na sala de vacina a gente faz tudo. Na campanha a gente pega tudo. A minha área é fazer bloqueio, fazer orientação, eu vou, às vezes tem problema com rotavírus, e faço a visitação nas creches. Orientação e bloqueio quando tem meningite, quando tem varicela, agora a última foi varicela, eu acabei de vacinar, são 5 creches e eu atendo fora. A gente só atende escolas e creches quando é necessário bloqueio. Fora da unidade a gente faz orientação de atividade na varicela todo o ano. Tem um surto? Nós é que vamos lá já pra estar intervindo que não haja mais casos e que aquele caso, vê o nome da criança, os comunicantes. A gente vai, faz a visita, a gente tem que ir atrás pra ver o que está acontecendo pra não perder o paciente em relação à imunização também, se tiver um caso na creche ou na escola qualquer, mesmo que seja particular uma suspeita de uma rubéola, por exemplo, a gente vai e faz o bloqueio.

Tema D – Atendimento de Enfermagem/ Triagem

DSC: As enfermeiras fazem um pré-atendimento. Se for urgente você pode

resolver o problema e orientar, resolver e dispensar. Se a criança chega, não tem consulta marcada, vai pra enfermagem que verifica a temperatura, se tem um broncoespasmo a gente já procura avaliar, chamar o médico, se for inalação, a gente faz inalação com soro fisiológico rapidinho. A gente avalia sinais de desidratação rapidinho, já aplica um pouquinho o AIDPI [Atenção Integral às Doenças Prevalentes na Infância] rápido. A gente faz visitas quando a gente tem alguma suspeita de alguma doença infecto-contagiosa, realiza a V.D. pra estar vendo a família, orientando o familiar e colhendo os exames. Temos os atendimentos de urgência e das orientações mais específicas.

Ao identificarmos as ações do enfermeiro direcionadas à população infantil, percebemos que os DSC apresentados anteriormente estão direcionados essencialmente ao aspecto curativista do atendimento de enfermagem, ou seja, as práticas se relacionam fundamentalmente aos programas assistenciais preconizados pelo governo municipal e federal, o que condiz com a visão curativa dos documentos oficiais norteadores da assistência em atenção primária.

Em relação ao atendimento individualizado, os enfermeiros demonstram um engessamento da prática, uma vez que atribuem este tipo

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de assistência àquelas crianças que se encontram na faixa etária denominada “prioridade” dentro do modelo assistencial. A puericultura, ou seja, o atendimento à criança entre zero e dois anos, continua a ser considerada como uma maneira de formalizar a assistência com a criança sem, necessariamente, compreendê-la na sua essência e como alternativa para explorar o ambiente individual do cuidado (Rizzini, 1993).

Há várias oportunidades que poderiam ser valorizadas no contato entre os profissionais enfermeiros e as famílias ou cuidadores. Os espaços de discussão coletiva, os grupos, podem ser considerados estratégias fortalecedoras de ampliação das habilidades individuais e das relações sociais intrafamiliar e com a comunidade, estimulando o reconhecimento do “patrimônio” familiar e da rede social (Chiesa, 2007).

Considerando as ações programáticas, as atividades de vigilância epidemiológica aparecem como eixo indissociável na assistência à população infantil. No entanto, o momento em que estas atividades são realizadas, pode se complementar com importantes contribuições da enfermagem na implementação de ações de caráter mais permanente, e não somente os contatos pontuais decorrentes da prevenção de doenças por meio da imunização ou do controle de surtos.

O maior problema encontrado a partir do discurso é a descrição das ações que se encerram nas mesmas e que não se articulam para ampliar o potencial de saúde.