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Estratégias de enfrentamento utilizadas pelos discentes de

Na avaliação das estratégias de enfretamento, a partir do IEC, as pontuações foram atribuídas aos itens, portanto não há uma medida geral para escala. A fim de identificar as estratégias de coping mais e menos utilizadas para população do estudo foi calculada a média dos itens que compõem cada fator. A seguir, os resultados do IEC são apresentados na Tabela 15 em valores máximos, mínimos, médias, medianas e desvio padrão.

Tabela 15 – Medidas descritivas dos fatores de coping. RS, 2012.

Fatores Média Mediana Min – Max DP

1.Confronto 0,78 0,83 0 - 2,33 0,49 2. Afastamento 0,96 0,86 0 - 2,14 0,49 3. Autocontrole 1,36 1,40 0 - 2,60 0,50 4. Suporte social 1,55 1,66 0 - 3,00 0,56 5. Aceitação de responsabilidade 1,54 1,57 0 - 2,71 0,56 6. Fuga e esquiva 1,49 1,50 0 - 3,00 0,91 7. Resolução de problemas 1,72 1,75 0 - 3,00 0,65 8. Reavaliação positiva 1,47 1,44 0 - 2,40 0,54

A resolução de problemas obteve maior média (1,72), portanto, o fator de coping mais utilizado pelos discentes. O confronto obteve a menor média (0,78), sendo assim o fator menos utilizado por esta população (Figura 7).

Figura 7 – Média, desvio padrão, valor máximo e valor mínimo dos fatores do IEC. RS, 2012.

Observam-se na Tabela 16, os itens mais e menos utilizados pelos discentes em cada fator de coping.

Tabela 16 – Identificação dos itens mais e menos utilizados nos fatores de coping. RS, 2012.

Fatores Mais utilizados Menos utilizados Confronto 28) De alguma forma extravasei

meus sentimentos.( × =1,28)

40) Procurei fugir das pessoas em geral. (×=0,52)

Afastamento 21) Procurei esquecer a situação desagradável.( ×=1,65)

13) Fiz como se nada tivesse acontecido. (×=0,48)

Autocontrole 15) Procurei encontrar o lado bom da situação.( ×=1,88)

43) Não deixei que os outros soubessem da verdadeira situação.( ×=0,66)

Suporte Social 18) Aceitei a simpatia e a compreensão das pessoas. (× =1,92)

22) Procurei ajuda profissional. (×=0,67) Aceitação de

responsabilidade 62) Analisei mentalmente o que fazer e o que dizer.( ×= 1,98)

29) Compreendi que o problema foi provocado por mim. (×=1,03) Fuga-esquiva 58) Desejei que a situação

acabasse ou que de alguma forma desaparecesse.( ×=1,58)

59) Tinha fantasias de como as coisas iriam acontecer, como se encaminhariam. (×=1,40)

Resolução de

problemas 46) Recusei recuar e batalhei pelo que eu queria. (×=1,90) 49) Eu sabia o que deveria ser feito, portanto dobrei meus esforços para fazer o que fosse necessário. (×=1,9)

26) Fiz um plano de ação e segui. (×= 1,40)

Reavaliação positiva

23) Mudei ou cresci como pessoa de uma maneira positiva. (×=2,16)

36) Encontrei novas crenças. (×=0,46)

Observa-se na Tabela 16 que a estratégia mais utilizada pelos discentes de enfermagem foi: “Mudei ou cresci como pessoa de uma maneira positiva”, e está incluída no fator reavaliação positiva. A estratégia de enfrentamento menos utilizada pelos discentes foi: “Fiz como se nada tivesse acontecido” e pertence ao fator afastamento.

Tabela 17 – Distribuição das médias e desvios padrão obtidos pelo IEC, por semestre. RS, 2012. Fat Sem 1 2 3 4 5 6 7 8 M DP M DP M DP M DP M DP M DP M DP M DP 1 0,75 0,5 0,79 0,39 1,26 0,42 1,34 0,46 1,58 0,59 1,53 0,95 1,79 0,59 1,47 0,38 2 0,71 0,49 1,07 0,54 1,27 0,45 1,59 0,51 1,55 0,58 1,56 1,02 1,75 0,66 1,52 0,51 3 0,80 0,55 0,87 0,41 1,45 0,64 1,57 0,54 1,59 0,65 1,57 0,95 1,67 0,72 1,47 0,66 4 0,78 0,40 0,95 0,51 1,41 0,56 1,85 0,50 1,42 0,39 1,15 0,66 1,75 0,52 1,58 0,56 5 0,97 0,61 1,11 0,45 1,30 0,45 1,42 0,65 1,64 0,43 1,89 0,88 1,51 0,58 1,45 0,44 6 0,83 0,49 0,97 0,43 1,52 0,40 1,62 0,57 1,64 0,53 1,36 0,80 1,95 0,47 1,40 0,46 7 0,62 0,28 0,83 0,42 1,18 0,50 1,24 0,59 1,17 0,56 1,33 0,78 1,38 0,78 1,11 0,58 8 0,81 0,47 1,10 0,57 1,48 0,43 1,78 0,34 1,66 0,40 1,40 0,86 1,91 0,51 1,67 0,46

Fator 1=confronto; Fator 2 = afastamento; Fator 3 = autocontrole; Fator 4 = suporte social; Fator 5= aceitação de responsabilidade; Fator 6 = fuga-esquiva; Fator 7= resolução de problemas; Fator 8 = reavaliação positiva

Constatou-se que o fator de coping mais utilizado para o primeiro, segundo, terceiro, sexto, sétimo e oitavo semestres foi à resolução de problemas, para o quarto semestre o suporte social e para o quinto semestre fuga-esquiva.

A seguir serão apresentados os resultados referentes à Síndrome de Burnout.

5.5 Síndrome de Burnout entre discentes de enfermagem

A fim de verificar a ocorrência da Síndrome de Burnout na população estudada foi calculada à média de cada sub-escala que compõe o MBI – SS (Tabela 18). A partir desta medida dicotomizou-se as sub-escalas em “alto” e “baixo”. Foi considerado com indicativo de burnout o indivíduo que apresentou altas médias em exaustão emocional e descrença e baixa média em eficácia profissional.

Tabela 18 – Medidas descritivas das sub-escalas do MBI-SS. RS, 2012.

Sub- escalas Média Mediana Min - Max DP

1. Exaustão Emocional 2,82 4,00 0,8 – 6,0 1,04

2. Descrença 1,93 1,75 0,0 – 5,7 1,37

3. Eficácia profissional 4,68 4,83 2,6 – 6,0 0,77

Verifica-se na Tabela 18 que a sub-escala exaustão emocional apresentou média de 2,82, a descrença média de 1,93 e a eficácia profissional média de 4,68. Tendo em vista que a escala MBI-SS avalia a frequência com que ocorrem esses sentimentos, as médias obtidas sugerem a existência de desgaste emocional, pelos alunos, “algumas vezes ao mês”, sentimento de não acreditar no ensino “uma vez por mês” e que aluno se sente competente como estudante “algumas vezes por semana” (Figura 8).

Figura 8 – Média, desvio padrão, valor máximo e valor mínimo das sub-escalas do MBI-SS. RS, 2012.

Depois de calculada as médias da EE, D e EP os discentes foram distribuídos em baixo ou alto em cada sub-escala (Figura 9).

Figura 9 – Classificação dos discentes em cada sub-escala do MBI-SS. RS, 2012.

Evidencia-se na Figura 9 que 51,54% dos discentes possuem alta Exaustão Emocional, 53,85% baixa Descrença e 52,31% alta Eficácia Profissional.

A seguir as medidas descritivas das sub-escalas do MBI-SS por semestre estão apresentadas na Tabela 19.

Tabela 19 – Medidas descritivas das sub-escalas do MBI-SS, por semestre. RS 2012.

Sub-escalas Semestre

Exaustão

Emocional Descrença Profissional Eficácia Média DP Média DP Média DP 1 3,93 1,11 1,93 1,47 4,45 0,53 2 3,68 1,11 1,51 1,19 4,81 0,72 3 4,23 0,94 2,07 1,49 4,97 0,63 4 3,66 0,79 1,67 1,22 4,80 0,69 5 3,45 0,94 1,85 1,16 4,58 0,68 6 3,64 0,98 2,43 1,47 4,45 0,89 7 4,22 1,09 2,00 1,19 4,42 0,86 8 3,52 0,92 2,10 1,44 4,78 0,86

Verifica-se na Tabela 19 que os discentes matriculados nos oito semestres do curso de enfermagem apresentaram médias superiores a três na dimensão Exaustão Emocional, o que sugere que todos os discentes apresentam desgaste

emocional, no mínimo, “algumas vezes ao mês”. Verificam-se médias mais altas no terceiro e sétimo semestres, respectivamente, nesta sub-escala. No que se refere à descrença os acadêmicos no sexto e oitavo semestres apresentaram as médias mais altas, seguidos do terceiro e sétimo semestres, o que sinaliza sentimento de não acreditar no ensino “uma vez ao mês ou menos”. Quanto à eficácia profissional pode-se observar que os acadêmicos de todos os semestres obtiveram médias entre quatro e cinco, contudo, os do sétimo semestre apresentaram a menor média, ou seja, os alunos deste semestre são os que se sentem menos competentes como estudantes.

A seguir apresenta-se a distribuição dos indivíduos em cada sub-escala do burnout, por semestre (Figura 10).

Figura 10 – Distribuição dos indivíduos em cada dimensão do bunout, por semestre. RS, 2012.

Observa-se na Figura 10 que o maior percentual de discentes com alta Exaustão Emocional e alta Descrença no sétimo semestre. O primeiro semestre foi o que obteve maior percentual de estudantes com sentimento de baixa Eficácia Profissional.

Ao avaliar os discentes nas três sub-escalas do MBI-SS identificou-se 20,07% com indicativo de burnout, ou seja, estes alunos apresentaram altas médias em exaustão emocional e descrença e baixas médias em eficácia profissional.

A seguir a distribuição dos alunos com indicativos da Síndrome de Burnout por semestre (Figura 11).

Figura 11 – Distribuição dos alunos com indicativo de Síndrome de Burnout por semestre. RS, 2012.

Verifica-se na Figura 11 que o sétimo semestre foi o que obteve o maior percentual de discentes (25%) com indicativo de burnout, seguido pelo sexto (18%), terceiro (18%), primeiro (11%), quinto (7%), quarto (7%) e segundo (7%).

Os resultados referentes á Síndrome de Burnout demonstram que há um percentual significativo de discentes de enfermagem que poderão iniciar sua vida profissional e ou finalizar a vida acadêmica com indicativo de burnout e/ou risco para desenvolver.

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