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5.3 D IMENSÃO A GROECOTURISMO

5.3.3 Estratégias de implantação adotadas pelos stakeholders

Nos relatos dos stakeholders referentes a esse tema, um dos principais desafios é basicamente a relação de parceria entre o poder público estadual, federal e municipal, sem deixar de lado o envolvimento dos empresários, das associações, das secretarias do município, bem como a comunidade, tanto da zona rural como da urbana. Muitos frisam que é necessário o trabalho de todos porque, para que haja desenvolvimento sustentável, as ações devem ser efetivas e a cidade funcionar como um verdadeiro centro turístico. Para o sucesso do projeto, é necessário que tanto os proprietários como os assentados sejam qualificados para o exercício da atividade turística, bem como a comunidade deve se apropriar do projeto em pauta, para que a participação seja ampla por meio dos mais diversos segmentos. Outros entendem que a divulgação da lei dos mananciais do Moreno é importante, pois poderá ser utilizada como produto de marketing para atrair os turistas. Alguns entrevistados alegam que é indispensável criar “mecanismos” de sustentabilidade para essa atividade. Um dos stakeholders argumenta que a produção agrícola é a base fundamental para a atração do Agroecoturismo; por fim alguns estão ansiosos para que alguma coisa aconteça. Abaixo, algumas sugestões feitas pelos entrevistados.

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“O envolvimento e a participação dos diversos atores. Quando falamos em envolvimento, precede a conscientização daqueles que têm a ver com o programa. Jamais podemos ter um programa de desenvolvimento de turismo, qualquer que seja ele, se não houver consciência da população de que é importante aquela atividade para o município. A comunidade precisa estar preparada para a recepção do turista. São várias atividades que devem estar vinculadas ao programa, como a infra-estrutura, a educação ambiental, a educação do povo, saneamento, tratamento dos resíduos sólidos. É um aglomerado de envolvimento, de princípios, de obrigações e de atribuições; é fundamental que todos conheçam. Para que isso aconteça, é necessário que, desde o processo de planejamento até a implantação efetiva de um programa como esse, haja uma participação ampla dos mais diversos segmentos não só dos proprietários, mas principalmente da comunidade rural e urbana. O nosso maior desafio é conscientizar a comunidade da importância de um programa como esse, sobretudo na sua execução. Quanto mais eles participarem, mais fácil será a implantação”.

“Em primeiro lugar, a união dos proprietários. Houve uma tentativa, mas ficou parada: tentamos fazer uma associação dos proprietários do Moreno, mas o projeto está parado. Em segundo lugar, o interesse da Prefeitura; o principal é o interesse público, porque a cidade do Moreno é feia, malcuidada; na hora em que começar a visita de turistas, tem que ter algo da cidade para mostrar; não tem centro cultural. A gestão deve preparar a cidade para receber o turista, e a cidade não está sendo preparada como as propriedades estão. Estamos com muito interesse de atender os turistas estrangeiros; hoje, eles já procuram muito essa atividade turística. A população deveria estar preparada para dar informação”.

“Eu conheço o projeto inicial que foi entregue à Secretaria15. Na minha visão, seria estruturar uma pequena área e a partir daí começar a expandir para outras áreas. Também os proprietários ter condições de ser agentes ativos e que eles tenham recursos para adequar a propriedade à atividade turística e ter qualificação para lidar com o turismo. Os assentados deveriam usar algum fundo de financiamento para estruturação do equipamento da produção agrícola, que é parte do atrativo do Agroecoturismo. Nas localidades, a

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produção agrícola é fundamental para o Agroecoturismo...se o proprietário não entende de turismo rural, deve existir empresas de capacitação como o Senac, Sebrae; a Secretaria de Turismo deve mobilizar para o município cursos de capacitação nas áreas de interesse e de acordo com o perfil da oferta local”.

“Particularmente, eu acho uma atividade cara e lenta. Nós (pernambucanos) temos um turismo de litoral muito bonito, ainda pouco acessado pela população. Considero que o volume de turistas ainda é pequeno se compararmos com outras regiões do mundo. Quer dizer, nós temos um potencial de litoral que ainda deve ser explorado, e esse aspecto dificulta a implantação do Agroecoturismo em qualquer cidade pernambucana. Mas a intenção dessa estratégia é, primeiro, fazer uma divulgação aproveitando a lei do manancial nos mananciais que existem em Moreno. O município é protegido por uma legislação, e hoje em dia, com toda essa divulgação da preservação do meio ambiente, temos que dar muito valor. Os países quando vêm financiar no Brasil exigem uma legislação rigorosa; Moreno já conta com isso. As estratégias passam por essa divulgação. Estamos elaborando alguns instrumentos que vão divulgar Moreno institucionalmente, porque se divulgarmos os equipamentos nós não temos infra-estrutura, ela é limitada. Só a partir da divulgação do Moreno é que as coisas devem ir andando nessa parte da infra-estrutura”.

“O primeiro passo é trabalhar com a comunidade e o empresariado. que estão motivados, envolvidos e ansiosos para que algo aconteça. Um dos grandes problemas que se tem são os acessos, a infra-estrutura . O poder público, em conjunto com os empresários, tem que trabalhar, dotar o município de alguma forma para atender o turista; deve envolver todo mundo num grande programa de oficinas; a comunidade tem que se apropriar desse projeto. A grande estratégia é trabalhar a comunidade e os empresários. Nesse projeto, um dos aspectos mais interessantes é o Engenho Pinto, onde o assentamento precisa muito do apoio do Incra e dos próprios assentados. Para explorar o Agroecoturismo, será preciso trabalhar nos assentamentos os aspectos de empreendedor e de gestão”.

“Era bom que o governo do Estado estivesse aqui dentro com o governo municipal e o federal. Eu creio que o poder aquisitivo da cidade não possibilite ir a fundo no que se queira. Então, o governo estadual por meio da Empetur poderia ajudar muito isto aqui,

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porque traz divisa para Moreno e, conseqüentemente, divisa para Pernambuco. A proximidade do Moreno com o Aeroporto, com o centro do Recife, com Suape e a intermediação entre o Agreste a atividade agroturística. Estamos a 30km da capital e a 20km de Caruaru. Quem vai a Fazenda Nova passa em Moreno; se tivéssemos um Agroecoturismo bem estruturado, poderíamos tirar proveito”.

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