• Nenhum resultado encontrado

Estratégias (rotinas, espaços, tempo, materiais e grupo)

3. Análise reflexiva da intervenção em ji

3.2. Planificação

3.2.2. Processo de intervenção da PPS em JI

3.2.2.2. Estratégias (rotinas, espaços, tempo, materiais e grupo)

Em termos da organização do grupo, ao longo da PPS II, procurei dinamizar atividades em pequeno e em grande grupo, usufruindo das vantagens de ambas as organizações.

25 Com as atividades de pequeno grupo, além de as crianças poderem ter mais interação criança-criança e de poderem ser promovidas algumas interações que, de forma autónoma, as crianças não teriam, a interação criança-adulto pode também ser maximizada. Através desta estratégia, seria possível que as crianças desenvolvessem algumas competências sociais na relação com os outros e seria também possível que estabelecessem uma relação afetiva comigo, sentindo segurança e bem-estar. Através de um grupo pequeno, a criança é mais facilmente escutada e sente-se mais valorizada, o que fez parte das minhas intenções.

As atividades de grande grupo foram pensadas para que as crianças pudessem igualmente desenvolver mais competências sociais e emocionais, maximizando a capacidade de interação e o nível de bem-estar.

Foi minha intenção não promover com regularidade as atividades de carácter individual para que as crianças pudessem interagir frequentemente, desenvolvendo competências como a interajuda, a cooperação, o respeito, a capacidade de escutar o outro e de esperar pela sua vez e o sentido de partilha. No entanto, importa referir que, respeitei sempre as crianças que, por vezes, sentiam a necessidade de se refugiarem por alguns momentos em locais como a tenda da área do eu ou a cama da área do faz de conta.

A nível de rotinas, integrei as rotinas da instituição e da sala, de modo a respeitar toda a equipa, pelo que não estruturei esse aspeto. Nas planificações tive sempre a preocupação de respeitar o horário semanal do grupo e de tentar prever os tempos das atividades, de modo a que a rotina não fosse alterada. No momento da planificação, considerei sempre o tempo que conseguiria trabalhar com as crianças sem ultrapassar a sua capacidade de atenção e concentração e de modo a não promover momentos desagradáveis para elas.

No planeamento das atividades, procurei manter momentos para que as crianças pudessem brincar, sem que fosse exigida alguma atividade dirigida, em primeiro lugar, para que a criança sentisse prazer e bem-estar físico e emocional, sendo a brincadeira aquilo que a criança mais gosta de fazer e também um meio para o desenvolvimento e aprendizagem e, em segundo lugar, para que eu pudesse também, através de momentos lúdicos e espontâneos, participar na vida do grupo, criando uma relação próxima e segura com cada uma das crianças.

É importante referir que no planeamento, a partir de uma determinada altura, comecei a incluir as crianças, questionando-as diretamente sobre os seus gostos e vontades nas reuniões da manhã. Este processo foi sendo realizado ao longo do tempo, de forma progressiva, tendo em conta que as crianças estavam ainda numa fase de adaptação às novas rotinas do JI e nunca o tinham feito.

26

Na planificação da ação pedagógica, além de contar com a participação das crianças e da equipa da sala, procurei diversificar os espaços. Assim, levei as crianças a explorarem o meio social próximo e a frequentarem outros locais da instituição que não apenas a sala de atividades. Além do espaço interior, fiz questão que, sempre que possível, as crianças frequentassem o exterior, usufruindo de outras experiências e aprendizagens.

Além de querer envolver as crianças no planeamento da ação, quis também envolvê-las na avaliação e, por essa razão, como já referi, recorri à elaboração de um portefólio com uma criança.

Passei, ao longo da PPS II, como defende Silva (2016), pelo processo de observação, planeamento, avaliação para que pudesse adaptar a minha prática, tendo em vista o seu melhoramento. Com esse objetivo, recorri às notas de campo, reflexões diárias e reflexões semanais.

No estágio, dinamizei um projeto sobre os bombeiros, através do qual procurei promover o desenvolvimento das competências cognitivas, artísticas, sociais e motoras. Procurei atividades, no âmbito do conhecimento do mundo que, de forma holística, contribuíssem para vários saberes, por exemplo, a vivência imaginária de uma situação de incêndio em que trabalhámos as várias questões relacionadas com este assunto, mas também a atividade motora e o jogo simbólico, a construção de um carro dos bombeiros em que as crianças puderam não só conhecer características e funções dos diversos carros, mas também explorar algumas técnicas da expressão plástica, entre outros.

Com o intuito de fazer uma melhor gestão do grupo, em articulação com a equipa da sala, promovi uma atividade nos momentos de transição que se intitulava de “saquinha das surpresas” em que levava materiais didáticos diretamente relacionados com a área música (canções, rimas) e com o desenvolvimento da linguagem (rimas, enciclopédias), mas que conseguiam estabelecer uma relação com a matemática e as ciências naturais.

Estes materiais estavam guardados num local específico e as crianças já sabiam qual a sua finalidade. A nível de outros materiais trazidos ou elaborados pelas crianças, fiz sempre questão que se encontrassem disponíveis para elas, de modo a que pudessem ser autónomas.

No que respeita à autonomia na restante rotina, sempre que as crianças me procuravam para resolver os seus problemas, fossem na interação com os outros ou problemas pessoais, procurei que, primeiramente, as crianças tentassem e explorassem o que pensavam que não conseguiriam fazer. Procurei dar-lhes sempre o tempo de que precisavam, respeitando o tempo de cada uma.

27 Para melhor se compreender as estratégias utilizadas para a concretização das intenções, veja-se o Anexo E, em que consta o portefólio da prática que reúne não só as planificações pedagógicas, mas também as notas de campo e respetivas reflexões. Para atingir os objetivos com as famílias, procurei conversar com elas sempre que possível nos momentos do acolhimento ou da despedida e, para atingir os objetivos com a equipa, procurei manter uma postura humilde, atenta e reflexiva que permitisse respeitar o trabalho por ela realizado, aprender estratégias de intervenção eficazes e debater ideias e dúvidas em relação à prática.

Documentos relacionados