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2.4 Regulamentação

4.3.2 Estrutura da Base de Dados

As bases de dados foram um dos aspectos, durante a realização deste trabalho, que necessitaram demandaram mais tempo e esforço para ficarem devidamente definidas e implementadas. A dificuldade aqui prendeu-se sobretudo com a incerteza instaurada a uma dada altura, sobre qual seria a melhor solução ao nível das bases de dados para o projecto em curso.

Numa primeira fase do trabalho os dados disponibilizados pela aplicação eram os existentes nas bases de dados LCA (Life Cycle Assessment) de inventário presentes no SimaPro. O acesso a esses dados era realizado através da COM interface do SimaPro, o que resultava em alguns problemas, nomeadamente ao nível do tempo que estes dados demoravam a ficar disponíveis. Sempre que se pretendia associar um material ou um processo a um determinado componente, tinha de ocorrer um acesso remoto à base de dados LCA através da COM interface. Devido a esses dados relativos aos materiais ou processos não estarem disponíveis localmente, o que causava alguma demora na apresentação dos mesmos. Para além do tempo consumido, outra desvantagem do acesso remoto aos dados surgia pela falta de categorização dos mesmos. Como neste momento não existe nenhum método na COM interface do SimaPro que aceda aos dados por categorias, a não ser pelas livrarias a que estes pertencem ou pelo seu tipo, isto é, é possível listar todos os materiais existentes numa dada livraria, mas dentro desses milhares de materiais não é possível aceder só aos aços, ou aos ferros, plásticos, borrachas, etc. Isto resulta em que o utilizador por exemplo tenha de percorrer combo-boxes com milhares de elementos, sempre que pretender aceder a um dado material, processo, cenário de transporte, etc.

Visto o acesso remoto às bases de dados LCA não se apresentar como a melhor solução para este trabalho, pareceu óbvio que o caminho a seguir seria aceder às bases de dados LCA directamente, sem utilizar a COM interface do SimaPro como intermediária. No entanto essas bases de dados não podem ser acedidas ou abertas a não ser pelo SimaPro, encontrando-se os ficheiros relativos às mesmas codificados e num formato desconhecido. Isto não acontece por acaso, mas sim porque os proprietários do SimaPro assim o desejam, como forma de preservar a confidencialidade das suas bases de dados, sobretudo ao nível da sua estrutura, pois segundo eles é aí que reside a grande vantagem competitiva do SimaPro em relação à concorrência.

Devido à impossibilidade de se aceder directamente às bases de dados LCA e pelo acesso remoto às mesmas originar algumas desvantagens relevantes, a solução adoptada foi a construção da já referida base de dados local, construídas a partir dos datasets presentes nas bases de dados LCA do SimaPro. Essa construção da base de dados local é feita num módulo da SW2SP Main Application, desenvolvido exactamente para esse efeito. Visto que a sua elaboração manual iria resultar em ainda mais desvantagens para o utilizador, nomeadamente devido aos níveis colossais de tempo e de esforço que todo esse processo manual iria demandar.

A solução encontrada vai possibilitar a personalização e categorização das bases de dados por parte dos utilizadores da aplicação. O acesso às bases de dados LCA é executado apenas para retirar o nome e a livraria do dataset (materiais, processos, etc.) que se pretende adicionar à base de dados local, podendo depois ser-lhe associada uma categoria definida na altura pelo utilizador. Desta forma cada utilizador da SW2SP Main Application possuirá a sua própria bases de dados com os processos categorizados ao seu gosto, facilitando a sua manipulação dos mesmos e a interacção com a aplicação.

No estado actual da implementação, apenas se encontram definidas na base de dados local tabelas para os materiais, processos e cenários de transporte. Apresentando-se estes como prioritários em relação aos outros tipos de processos LCA considerados pelo SimaPro, como o consumo de energia, tratamento de resíduos, tipos de embalamento, cenários de fim-de-vida, etc. No entanto facilmente se consegue definir novas tabelas para os processos LCA em falta, a

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partir das funcionalidades disponibilizadas pela aplicação. Que é precisamente o que está previsto ser feito a curto prazo, no contexto de futuros desenvolvimentos.

Neste momento, a base de dados local construída a partir das bases de dados LCA, que é acedida pelo SW2SP Addin e pela SW2SP Main Application para a definição dos processos LCA associados a um determinado produto é constituída por três tabelas: “Materials”, “Processes” e “Transports”.

Ilustração 12: Estrutura da base de dados local ligada à aplicação

Os campos “name” (“subcategory” para transportes), “library” e “unit” presentes nas tabelas são retirados das bases de dados LCA, para quando estes forem enviados para o SimaPro sejam identificados e processados pelo mesmo, pois correspondem aos datasets presentes nas suas bases de dados LCA. Todos os outros campos das tabelas são definidos pelo utilizador, quer na fase de design do produto, quer na fase de definição do seu ciclo-de-vida.

Para além da base de dados ilustrada na Ilustração 12, existe ainda outro tipo de base de dados que está ligada à aplicação. Esta diz respeito aos ficheiros “.sdf” que são criados pelo SW2SP Addin para um determinado produto, durante a sua modelagem no SolidWorks e posteriormente carregados pela SW2SP Main Application. A base de dados definida em cada ficheiro “.sdf” contém todas as informações respeitantes a cada um dos componentes que compõem o produto modelado.

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Os campos “name” destas tabelas são retirados da base de dados local ilustrada na Ilustração 12, através do acesso às mesmas por parte do SW2SP Addin. Todos os outros campos ou são retirados automaticamente do modelo físico do produto projectado no SolidWorks, como a “mass”, “surface_area”, “volume”, etc. ou então são definidos pelo utilizador, como o “value”, “material”, “estimated_time”, “waste_destiny”, etc.

A ligação entre as duas tabelas deve-se ao facto de um componente constituinte de um determinado produto, poder estar sujeito à utilização de vários processos. No entanto não existe aqui uma ligação com uma presumida tabela “Materials”, visto que cada componente só pode ter um material, sendo o nome desse material armazenado no campo “material” da tabela “Components”. Quando estes dados são processados pela SW2SP Main Application, esta vai fazer a correspondência entre o nome presente nesse campo “material” com os materiais existentes na base de dados local relativa aos processos LCA (ver Ilustração 12), para lhe associar a respectiva unidade (“unit”), livraria (“library”), categoria (“category”) e tipo de desperdício (“waste type”). Sendo o mesmo procedimento utilizado para os registos da tabela “Processes”.

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