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ESTRUTURA CONCEITUAL DA PESQUISA

1 INTRODUÇÃO

1.3 ESTRUTURA CONCEITUAL DA PESQUISA

A estrutura conceitual da pesquisa – categorias de análise relacionadas à pesquisa – abordará como construto central os novos rumos da biblioteca universitária, que tem como objeto principal a organização, o tratamento e a disseminação da informação, levando em conta suas relações com educação, universidade, conhecimento, Estado e sociedade.

a) Novos rumos

Estão relacionados às mudanças científicas, técnicas, sociais, econômicas e educacionais que, no decorrer da História, servem de termo de comparação com outros modelos (chamados, muitas vezes, de paradigmas) e influenciam as universidades e suas bibliotecas universitárias.

De acordo com Behrens e Oliari (2007, p. 54), os paradigmas oferecem um referencial que possibilita a organização da sociedade, em especial da comunidade científica, quando propõe continuamente novos modelos para entender a realidade. No entanto, quando há resistência ao processo de mudança e insistência em manter o paradigma conservador, isto pode ser fator limitante da visão que se tem do mundo.

Assim, a aceitação ou resistência a um paradigma reflete diretamente na abordagem teórica e prática da atuação dos profissionais em todas as áreas de conhecimento (BEHRENS; OLIARI, 2007, p. 54).

b) Universidade

É conceituada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394 /1996, como instituição pluridisciplinar de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, extensão e de domínio e cultivo do saber, com autonomia didático-científica. Caracteriza-se por produção intelectual institucionalizada tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto

regional e nacional; por integrar um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado e um terço do corpo docente em regime de tempo integral (BRASIL, 1996; BRASIL, 2010a).

c) Biblioteca Universitária

A biblioteca universitária faz parte da história da evolução da civilização, do contexto institucional do conhecimento científico. Ela vem sofrendo influências dos vários períodos históricos se constituindo em instrumento também de transformação da sociedade na medida em que deve propiciar um ambiente para a criação e comunicação da pesquisa e assegurar o acesso de informação adequada à comunidade universitária.

Tendo como objeto principal a preservação, a coleta o tratamento e disseminação da informação, a biblioteca universitária tem como missão atender às necessidades informacionais do corpo discente, docente e técnico das universidades, em consonância com seus programas.

d) Informação e conhecimento

A informação permeia todo o trabalho da biblioteca universitária e por ser um termo utilizado com vários significados em várias áreas do conhecimento, sua delimitação para esta pesquisa será a do enfoque da Ciência da Informação (CI), que trata o conteúdo da informação voltado para sua recuperação.

Borko (1968) conceitua a CI como uma ciência interdisciplinar, que investiga o comportamento da informação, as forças que regem o fluxo da informação, os meios de processá- la e que lida com um corpo de conhecimentos que vai desde a origem da informação até sua utilização.

Bates (1999) referencia a definição de Borko, que considera estável há pelo menos 30 anos e reconhece esta definição que explicita o entendimento do paradigma da CI. Para a autora, o uso da informação pela CI é diferente dos usos feitos na Educação, a qual utiliza a informação para sua competência pedagógica de transmitir o conhecimento aos alunos, e no Jornalismo, que a usa para transmitir notícias às pessoas.

e) Sociedade civil e Estado

O termo sociedade civil passou por uma série de significados, tendo sido, durante um longo tempo, confundido com o Estado. Mais tarde se distinguiu dele, concepção que permanece atualmente, embora com complexas discussões sobre a contraposição entre a sociedade civil e o Estado.

A despeito da contraposição no que se refere aos dois processos – do Estado que se faz sociedade e da sociedade que se faz Estado –, eles não se concluem e representam a figura do cidadão participante e do cidadão protegido em conflito na mesma pessoa: o cidadão que, por sua participação ativa, exige maior proteção do Estado e por meio dessa exigência reforça a posição do Estado como patrão (BOBBIO, 1987, p. 51).

Do ponto de vista de uma definição formal e instrumental, a condição necessária para que exista um Estado é que sobre um determinado território tenha se formado um poder que tome decisões, emane comandos para todos aqueles que vivem nesse território, que sejam efetivamente cumpridos pela grande maioria desse povo e, na maior parte dos casos, a obediência seja exigida (BOBBIO, 1987, p. 94-95).

Romano (2006a, p. 34-37) vai ao encontro do pensamento de Bobbio (1987) quando atribui ao Estado a responsabilidade em administrar e estabelecer limites a uma determinada comunidade.

A despeito das divergências de conceitos, considera-se Sociedade e Estado como esferas que ora se articulam, ora se antagonizam, ora se complementam, considerando, para este trabalho, as seguintes definições:

1) Sociedade civil – numa definição positiva, sociedade civil é o lugar onde surgem e se desenvolvem os conflitos econômicos, sociais, ideológicos e religiosos que as instituições estatais têm o dever de resolver por mediação ou por repressão (BOBBIO, 1987, p. 39).

2) Estado – um conjunto de instituições e normas, que hoje constitui o que se chama de Estado, é definido pelos juristas por meio de três elementos constitutivos: povo, território e soberania. Mas é essencialmente político. Agrega-se aos elementos do povo, território e soberania do Estado, mais um elemento, o governo, onde o poder é aspecto marcante no âmbito destas instituições (BOBBIO, 1987, p. 84-94).

f) Sociedade da Informação

O termo sociedade da informação remete à importância da informação na sociedade denominada sociedade da informação, sociedade informacional, sociedade do conhecimento e traz consigo conceitos como acesso igualitário à informação por meio das novas tecnologias de informação que fazem emergir com mais evidência os conceitos como rede, integração, cooperação, aprendizagem contínua, inovação, competitividade.

Considerada um fenômeno global, a sociedade da informação tem elevado potencial transformador das atividades sociais e econômicas, representa o processo evolutivo da sociedade industrial para a pós-industrial e tem como elemento vital a informação, utilizando-se do grande potencial das novas tecnologias, conceitos como integração, compartilhamento, cooperação, aprendizagem contínua em prol da melhoria da qualidade de vida e do conhecimento (TARAPANOFF, 2000; WERTHEIN, 2000; BORGMAN, 2001; CASTELLS, 2005).