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ESTRUTURA DA POLÍTICA PÚBLICA DE EMPREGO, TRABALHO E

Apresentar um histórico sobre as Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda para a Juventude possibilita uma compreensão da abrangência das medidas adotadas pelos governos e seu impacto e evolução ao longo dos anos.

Será apresentada a estrutura das políticas em nível federal, procurando discutir a sua importância como estratégia para enfrentar os problemas da atualidade, como o desemprego, precarização do trabalho, e outros aspectos que impactam no ponto de vista econômico e social. Como elemento central deste trabalho, levar-se-á em conta principalmente como esse cenário impacta nos índices de desemprego da juventude. Nas previsões da OIT (2015), o desemprego para a parcela de jovens trabalhadores com idade entre 15 e 24 anos deve atingir 15,5%, um índice preocupante, que supera a média mundial com previsão de 13,1% e com possibilidades de agravamento por causa da piora do cenário econômico do Brasil.

Os dados da pesquisa Tendências Mundiais do Emprego de Jovens 2015 (OIT, 2015) são preocupantes, pois as estimativas em relação ao Brasil foram feitas antes do Fundo Monetário Internacional – FMI (2015) divulgar piora nas projeções e expectativas para a economia brasileira, prevendo que o PIB do Brasil terá retração de 3% em 2015, representando o dobro da estimativa divulgada em relatório anterior.

O reflexo desta retração apontada pelo FMI pode ser encontrado nos índices de perda de postos de trabalhos. Segundo os dados do CAGED (2015), foram perdidos em setembro 95.602 empregos celetistas, representando, na série ajustada, uma redução equivalente a 0,24% no estoque de assalariados com carteira assinada no mês anterior. Ao analisar os dados do acumulado do ano, os números mostram um decréscimo de 657.761 empregos (-1,60%). Ao passo que, ao considerar a série com ajustes, no período dos 12 meses verifica-se a retração de 1.238.628 postos de trabalhos, ou seja, um percentual equivalente à perda de 2,96% no contingente dos empregados celetistas do país.

GRÁFICO 2

Evolução do emprego formal na Bahia Período: 2003 a 2015

Fonte: CAGED Lei 4.923/65

De acordo com os dados da CAGED, uma síntese do comportamento do mercado de trabalho formal na Bahia em setembro de 2015, verifica-se a perda de 4.360 empregos celetistas, equivalente à redução de 0,24% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. Esse resultado é gerado pela redução do emprego nos sete entre os oito setores da atividade econômica, pontuando os índices da Construção Civil (-1.899 postos), no Comércio (-884 postos), na Indústria de Transformação (-621 postos) e Agropecuária (-611 postos). Ao analisar as informações ajustadas, que engloba os dados declarados fora do prazo, nos noves meses de 2015, houve um decréscimo de 40.471 postos, ou seja, reduziu em (-2,21%), sendo este o melhor resultado absoluto da Região Nordeste. Com a mesma perspectiva de ajustes, verifica-se nos últimos 12 meses uma retração de 3,55% no nível de emprego, atingindo o número de 65.909 postos de trabalho a menos na Bahia.

TABELA 2

Comportamento do emprego segundo Setores de Atividade Econômica Bahia – Setembro 2015 Setores de Atividade Econômica Saldo de Setembro de 2015 Variação Absoluta Variação Relativa % Extração Mineral -24 -0,16 Indústria de Transformação -621 -0,27

Serviços de Utilidade Pública –

SIUP -317 -1,45 Construção Civil -1899 -1,26 Comércio -120 -0,03 Serviços -884 -0,11 Administração Pública -124 -0,22 Agropecuária -611 -0,59 Total -4360 -0,24

Fonte: CAGED Lei 4.923/65

Diante do cenário com leve retração do emprego formal celetista na Bahia, como pode ser visto por setores específicos de Atividade Econômica, observa-se uma das maiores retrações com variação absoluta de -884 postos de trabalho no mês de setembro, perdendo apenas para o setor da construção civil com -1899 vagas e a frente de segmentos como Indústria de Transformação e Agropecuária.

Ao fazer uma análise sobre os demais trabalhadores que não se enquadram nessa categoria, verifica-se a grande disparidade entre os índices e variações da perda de postos de trabalho na Bahia.

GRÁFICO 3

Evolução dos saldos do emprego formal – Bahia – Ago. 2005-2015

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)–Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Dados sistematizados pela SEI/Dipeq/Copes, 2015. Nota: série sem o ajuste das declarações realizadas fora do prazo.

De acordo com dados do cadastro geral de Empregados e Desempregados (CAGED, 2015), sistematizados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), o estado contabilizou um saldo negativo de 6.853 postos de trabalho com carteira assinada no mês de agosto de 2015. Se comparado com o ano anterior, no mesmo períodos, o resultado situou-se em um patamar inferior que contabilizou +4.090 postos, representando o menor resultado da série histórica iniciada em 2005.

Analisando as condições de trabalhos perigosos para os jovens brasileiros, segundo o relatório da OIT (2015) há um número considerável de adolescentes entre 15 e 17 anos no Brasil que são submetidos a trabalhos considerados perigosos ou insalubres, com altos riscos de morte ou de enfermidades. A organização alerta sobre a preocupação em considerar que países como o Brasil, Bangladesh, Togo, Uganda e Vietnã estão no topo destas tristes estatísticas. Se tratando especificamente do Brasil, o relatório aponta que 12,5% dos jovens entre 15 e 17 anos realizam trabalhos apontados como perigosos, número este superior aos

registrados na Uganda. Já na Rússia, o índice de adolescentes em condições de trabalhos perigosos é de 6,3%, aponta o relatório da OIT.

O mesmo documento faz previsões alarmantes, apontando que deverá haver 206,6 milhões de desempregados em todo o planeta, atingindo mais de 2 milhões superior a 2014. E nada menos que 73,4 milhões são jovens com idade de até 24 anos. Esses dados são direcionadores para a formulação de Políticas Públicas para a juventude e necessidade de maior investimento para criar mais empregos decentes para os jovens em todo o mundo.