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Estrutura de estratificação das prioridades programáticas

No documento 53 o CONSELHO DIRETOR (páginas 137-141)

1. O Plano Estratégico estabelece esta estrutura para que sirva de instrumento-chave para orientar a alocação de todos os recursos disponíveis para a Repartição Sanitária Pan-Americana, incluídos os recursos humanos e financeiros, e para projetar a mobilização de recursos destinados à implementação do Plano Estratégico da OPAS 2014-2019. Esta estrutura está em conformidade com os princípios da Política do Orçamento da OPAS e com a sua estrutura de gestão baseada em resultados. São estabelecidos princípios gerais, inclusive critérios e um método científico, para orientar a aplicação da estrutura de uma maneira objetiva.

2. A estrutura se baseia no processo de estratificação de prioridades programáticas do Plano Estratégico da OPAS 2008-2013 e no processo usado projeto do 12o Programa Geral de Trabalho da OMS 2014-2019.

3. A metodologia da estrutura está alinhada com a estrutura de GBR da OPAS e, portanto, deve contribuir para a melhoria da prestação de contas e da transparência na alocação e mobilização de recursos usando um enfoque programático.

4. Os critérios e o método se aplicarão a todas as áreas programáticas (aprovadas pela Direção Executiva e pelo Grupo Consultivo dos Países) para identificar os níveis de prioridade (por exemplo, níveis de prioridade 1, 2 e 3).

5. Como a Categoria 6 (Serviços institucionais e funções facilitadoras) apoia a oferta de cooperação técnica nas Categorias de 1 a 5, inclusive a presença nos países, e depende do orçamento ordinário, é importante assegurar que os fundos necessários estejam disponíveis para custear essas funções. O nível do financiamento para esta categoria será determinado com base nas análises dos custos essenciais, nas eficiências e nas medidas com boa relação custo–benefício, entre outros fatores (a RSPA se encarregará dessas análises). Uma vez que os temas transversais da área programática 3.3 (gênero, equidade, direitos humanos e etnia) se aplicam a todas as categorias, os critérios usados para o financiamento dessa área programática são os mesmos aplicados às áreas programáticas na Categoria 6.

6. Levando em conta que a Organização já estabeleceu as áreas programáticas, representando as prioridades do Plano Estratégico 2014-2019, deve ser fixado um piso do orçamento ordinário para cada área programática. Isso garantirá uma cobertura mínima da Organização para manter os avanços e a capacidade de resposta institucional. O gasto histórico com base no orçamento ordinário nos dois últimos biênios será um dado fundamental para determinar o piso do orçamento por área programática (média a ser determinada pela RSPA).

7. Após os elementos dos parágrafos 5 e 6 terem sido custeados, a alocação dos recursos restantes será orientada pelo método de estratificação das prioridades e pelos critérios definidos nesta estrutura. Isso será complementado pelos critérios estabelecidos

no mecanismo de coordenação de recursos, incluída a brecha dos indicadores dos resultados intermediários (a distância entre a linha de base e a meta esperada a ser alcançada até o fim de um biênio), com base no cálculo dos custos do Programa e Orçamentos. A alocação dos recursos flexíveis mobilizados será feita segundo o nível de prioridade e a brecha programática. Essa metodologia oferece um meio para comparar os diversos temas em saúde usando uma estrutura relativa, e não absoluta, do modo mais equitativo possível e de uma maneira algo objetiva.

8. A metodologia é de natureza qualitativa e, nesse sentido, envolve juízos de valor individuais usados para chegar ao consenso. Os resultados refletem a percepção coletiva dos temas, aspectos ou problemas avaliados. Assim, a sua aplicação é beneficiada por um enfoque multidisciplinar.

Metodologia

9. A metodologia se baseia no Método de Hanlon para a definição de prioridades em saúde, que é bastante conhecido e amplamente aceito.

10. O método se baseia nos seguintes componentes: (a) magnitude, (b) seriedade,

c) eficácia e d) viabilidade (as definições de cada componente são apresentadas a seguir).

A ponderação é feita de acordo com o método modificado de Hanlon para a definição de prioridades (APEXPH/NACHO, 1991). Esses quatro componentes levam em consideração o setor público, em especial o setor da saúde. Além disso, o posicionamento estratégico institucional da Organização é considerado um quinto componente, abrangendo os critérios propostos por Musgrove (1999).

Magnitude da questão (tamanho da questão/problema)

(a) Contribuição relativa para a carga regional de doenças ou importância relativa

para a agenda regional da saúde (com base na Iniciativa Regional de Dados

Básicos de Saúde e Perfis de País, na publicação Saúde nas Américas 2012 e nos resultados principais do estudo sobre a carga global de doenças de 2010)

(b) Contribuição relativa para a carga global de doenças ou importância relativa para a agenda mundial da saúde (com base na Iniciativa Regional de Dados Básicos de Saúde e Perfis de País, na publicação Saúde nas Américas 2012 e nos resultados principais do estudo sobre a carga global de doenças de 2010)

(c) Bens públicos (fundamentais para melhorar a saúde pública e não

necessariamente atraentes para os mercados)

Seriedade da questão (gravidade e urgência da questão/problema)

(a) Natureza emergente do problema (b) Carga para os serviços de saúde

(c) Possibilidade de causar morte precoce e incapacidade

(d) Contribuição para a segurança em matéria de saúde regional e mundial (e) Ameaça ao desenvolvimento humano sustentável

(f) Impacto desproporcional sobre grupos populacionais que vivem em condições de vulnerabilidade

(g) Ameaça ao acesso universal à saúde

(h) Possibilidade de perdas econômicas para a pessoa ou comunidade

Eficácia das intervenções para abordar a questão (é possível resolver bem o problema, se é que é possível resolvê-lo?)

(a) Disponibilidade de intervenções com boa relação custo–benefício (incluídas as melhores práticas e as melhores opções)

(b) Possibilidade de colaboração com outros setores, organizações e interessados diretos para causar um impacto significativo sobre a saúde

(c) Demanda pública (abrange os aspectos políticos, a opinião pública, as pressões sobre os gastos públicos, entre outras questões)

Viabilidade de abordar a questão (conjunto de critérios conhecidos em inglês pela

sigla PEARL)

(a) Procedência: A questão se enquadra no mandato ou na responsabilidade do setor da saúde?

(b) Economicidade: Do ponto de vista econômico, faz sentido abordar a questão? Quais as consequências econômicas se a questão não for abordada? (abrange a proximidade da eliminação ou erradicação de uma doença ou infecção)

(c) Aceitabilidade: Os Estados Membros ou a população-alvo aceitará que a questão seja abordada? (abrange a existência de conhecimento com base em evidências, de ciência e de tecnologia para melhorar a saúde e a capacidade para aplicá-los) (d) Recursos: Existem recursos disponíveis para abordar a questão? (abrange a

capacidade institucional nacional, a participação de outros organismos ou parceiros que estejam abordando a questão e a disponibilidade de recursos financeiros de fontes nacionais ou estrangeiras)

(e) Legalidade: As leis, regulamentos e mandatos em vigor (em âmbito mundial, regional ou nacional) permitem que a questão seja abordada?

Posicionamento estratégico institucional

(a) Valor agregado da OPAS (abrange a relação custo–benefício da cooperação

técnica da OPAS para alcançar os resultados em matéria de saúde definidos no Plano Estratégico da OPAS 2014-2019)

(b) Fundamental para a governança e a liderança da OPAS

(c) Capacidade da OPAS para contribuir para o fortalecimento da capacidade nos

Estados Membros

(d) Questão indicada explicitamente como uma prioridade nas Estratégias de

Cooperação nos Países da OPAS (ECP) ou nas estratégias ou planos nacionais de saúde (estratégias ou planos provinciais ou estaduais no caso dos países federativos)

Aplicação

11. Uma matriz de estratificação de prioridades do tipo Hanlon adaptada para a OPAS foi usada por avaliadores para atribuir pontuações em iterações inicialmente independentes. Em seguida, foi definida uma pontuação geral para cada área programática computando a média aparada da distribuição das pontuações individuais (ou seja, excluindo os valores mínimos e máximos). O CCG validou a metodologia em um exercício-piloto feito em conjunto com a RSPA. Essa metodologia foi aplicada pelos Estados Membros como parte das consultas nacionais para o Plano Estratégico 2014-2019. Foi usada uma matriz de estratificação de prioridades como ferramenta para captar as pontuações de cada Estado Membro. Todas as pontuações foram integradas para obter as pontuações médias regionais para cada área programática (aparando os valores extremos), o que resultou nos três estratos ou níveis de prioridade descritos na metodologia acima.

12. As Representações da OPAS/OMS facilitaram as consultas nacionais em colaboração com a autoridade sanitária.

13. Os resultados foram incluídos no Plano Estratégico 2014-2019 e a sua aplicação no Programa e Orçamento foi submetida à aprovação dos Estados Membros.

No documento 53 o CONSELHO DIRETOR (páginas 137-141)