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CAMPUS AVANÇADO IPATINGA

8. ESTRUTURA DO CURSO

8.1. Organização Curricular

O Curso Técnico em Eletrotécnica, (Integrado) é ofertado na modalidade presencial, com regime de matrícula anual. O prazo de integralização do curso é de no mínimo 3 anos e no máximo 6 anos. O curso oferta 40 vagas anuais e funciona em período (integral).

A integração curricular, viabilizada pelo decreto n° 5.154/04, trouxe para as

instituições de ensino um grande desafio que nos oportuniza “renovar e inovar” os

processos educativos a partir da implementação de currículos de qualidade superiores, comprometidos com a articulação criativa das dimensões do fazer, do pensar e do sentir como base para a formação de personalidades críticas e transformadoras. Mas quais as possibilidades de realizar tais propósitos? O que é integração curricular? E quais seus aspectos legais? A partir dos questionamentos, antes de apresentarmos a organização curricular do Curso Técnico em Eletrotécnica faz-se necessário explicitarmos o que entendemos por currículo integrado e quais as possibilidades de sua realização.

Segundo Moreira e Silva (1995), o currículo deve ser concebido como um

“artefato social e cultural”. Sua construção é histórica, contextual e imparcial. Trata-se de

um processo conflituoso e imbricado por relações de poder. Conforme esses autores, o currículo transmite visões sociais particulares e interessadas, o currículo produz identidades individuais e sociais particulares. O currículo não é um elemento transcendente e atemporal – ele tem uma história, vinculada às formas específicas e contingentes de organização da sociedade e da educação (MOREIRA; SILVA, 1995, p. 8).

Nesse sentido, considerando a educação profissional de nível médio, durante anos, pautamo-nos em uma concepção dual de ensino e, consequentemente, do currículo. Em outras palavras, a educação profissional, por muito tempo, postulou um currículo segregado e limitado, evidenciando a formação do trabalhador – ora “submisso”, ora

“desvalido da sorte” –, em detrimento da formação para a vida e a cidadania. Segundo

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Esta marca atravessa a história da educação brasileira, desde os tempos em que a educação profissional era uma política para retirar do vício e do ócio os desvalidos da sorte; passando pelas políticas de equivalência e de compulsoriedade do ensino técnico; pelas lutas em defesa da escola unitária, derrotadas pela reforma conservadora do governo FHC, até chegarmos nos dias de hoje. A revogação do Decreto nº 2.208/97 e o advento do Decreto nº 5.154/2004 foi uma condição sine qua non para isso (RAMOS, 2010, p. 43). O decreto n° 5.154/2004 trouxe, portanto, uma necessidade de reformulação da educação profissional e do currículo. Agora, a educação técnica de nível médio pauta-se em um conhecimento mais abrangente e que objetiva não apenas a formação de um

profissional “adaptado” para encarar o mercado de trabalho -, mas muito mais que isso:

a formação de um sujeito preparado para enfrentar a vida, e que seja capaz de executar tarefas rotineiras, analisar, entender e transformar os processos produtivos no qual está inserido, de forma responsável e criativa. Desse modo, a presente proposta está atenta para a necessidade de se construir um ensino médio que integre trabalho, ciência e cultura, na perspectiva de uma formação unitária, politécnica e omnilateral (FRIGOTTO, 2010).

Neste contexto, a organização curricular do Curso Técnico em Eletrotécnica,

integrado, pretende superar a dualidade entre “cultura técnica” e “cultura geral”,

deslocando o foco de seus objetivos do mercado de trabalho para a pessoa humana. A ideia de integração, entretanto, vai além da forma. Segundo Ramos (2010),

Não se trata de somar os currículos e/ou cargas horárias referentes ao ensino médio e as habilitações profissionais, mas sim de relacionar internamente a organização curricular e o desenvolvimento do processo de ensino- aprendizagem, conhecimentos gerais e específicos; cultura e trabalho; humanismo e tecnologia. [...] O currículo integrado do ensino médio técnico visa a formação dos trabalhadores como dirigentes, tendo como horizonte a superação da dominação dos trabalhadores e perspectivas de emancipação (RAMOS, 2010, p. 51-52).

A partir das ideias de integração apresentadas acima, o currículo deve ser praticado sempre considerando as dimensões humana e profissional do sujeito, a concepção de conhecimento na perspectiva da totalidade e do trabalho como princípio educativo. Também o documento-base da educação técnica aponta para a necessidade de respaldarmos nossa prática curricular nesses princípios e ideias para propiciarmos a

formação de cidadãos capazes de “compreender a realidade social, econômica, política,

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técnica e politicamente, visando contribuir para a transformação da sociedade em função dos interesses sociais e coletivos” (BRASIL, 2007, p. 25).

Para a efetiva integração curricular, torna-se fundamental, portanto, o desenvolvimento de atividades e conteúdos relacionados ao trabalho, à ciência, à tecnologia e à cultura, preocupadas em atender às necessidades e características sociais, culturais, econômicas e intelectuais dos estudantes. Entretanto, pensar na possibilidade de desenvolver experiências nesse sentido é um desafio a ser vencido gradualmente e processualmente.

Esse documento atenta à nova perspectiva curricular e busca construir um currículo integrado à finalidade, muito mais que a formação específica do trabalhador, de modo a possibilitar a formação unitária, que contemple a formação profissional e humana geral. Não se trata de uma somatória de conteúdos desconexos, mas uma orquestração de conteúdos que se relacionam e permitem a concretização do processo educativo integral do sujeito.

A matriz curricular foi elaborada com base nos dispositivos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e suas alterações posteriores. O currículo abrange o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil, valorizando-se as características regionais e locais da sociedade, cultura, economia e dos educandos, os princípios de proteção e defesa civil e dos direitos humanos, a prevenção de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente e a educação ambiental, bem como o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena (BRASIL, 1996), tais temas serão abordados especialmente nas disciplinas de História, Português, Geografia, Sociologia, Filosofia, com possibilidades para trabalhos interdisciplinares entre as disciplinas, e também durante as Semanas de Arte e Cultura e da Diversidade Outros temas transversais, como inclusão, diversidade, direitos humanos e relações étnico-raciais podem ser trabalhados por meio de visitas técnicas, palestras e atividades organizadas pelo próprio corpo discente, como os coletivos, além de projetos de pesquisa ou ações de extensão que dialoguem com esses temas. Além disso, em atendimento às Leis nº 11.769/2008 e nº 13.006/2014, a música e o cinema nacional serão

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abordados de forma transdisciplinar, envolvendo principalmente as disciplinas Filosofia, Geografia, História, Língua Portuguesa e Redação, Língua Estrangeira (Inglês), Literatura e Sociologia, complementando, assim, o componente curricular Artes na matriz do curso.

A realização anual da Semana de Arte e Cultura objetiva promover a integração da escola aos espaços culturais, valorizando as diferentes manifestações culturais, a partir da interação entre cidadania, sociedade, cultura e educação. Esse evento de extensão permite que os alunos tenham acesso aos diferentes tipos de expressões artísticas por meio da participação em oficinas experimentais (Dança, Música, Desenho, Teatro, Fotografia e Cinema) e de exposições diversas. Nesse mesmo sentido, há a previsão de desenvolvimento de projetos de extensão e atividades inseridas no Componente Curricular de Artes. A organização curricular deverá ser executada num processo inter/transdisciplinar de forma contextualizada aos acontecimentos locais e experiências dos egressos, como base para uma formação integral do estudante. Além disso, em atendimento ao disposto no § 2º do artigo 3º do Decreto nº 5.626/2005, será ofertada a disciplina Libras, com matrícula optativa.

A proposta curricular do curso Técnico em Eletrotécnica atende ao disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei Federal nº 9.394/96, no Decreto Federal nº 5.154/04, nos Pareceres CNE-CEB nº 11/2012, nas Resoluções CNE-CEB nº 06/2012 e demais normas vigentes.

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8.1.1. Matriz Curricular

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