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Estrutura e Funcionamento das Universidades

No documento Gestão de patrimônio (páginas 68-71)

2.3 UNIVERSIDADES PÚBLICAS NO BRASIL

2.3.2 Estrutura e Funcionamento das Universidades

O sistema de educação brasileiro é formado pelas universidades públicas (instituições mantidas pela União, pelos Estados e pelos Municípios) e instituições privadas de educação superior (mantidas pela iniciativa privada).

De acordo com a LDB 9.394/1996, em seu art. 19 Brasil, (1996), as instituições de educação dos diferentes níveis classificam-se em diferentes categorias administrativas:

a) Instituições públicas criadas e mantidas e administradas pelo Poder Público; e, b) instituições privadas mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, tendo como categorias:

b) Instituições comunitárias (instituídas por grupos de pessoas físicas ou uma ou mais pessoas jurídicas que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade);

c) Instituições confessionais (instituídas por grupos de pessoas físicas ou uma ou mais pessoas jurídicas que atendam à orientação, confessionais e ideologias especificas);

d) Instituições particulares em sentido restrito ( instituídas e mantidas por uma ou mais pessoa físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as características comunitária, confessional ou filantrópica); e,

e) Instituições filantrópicas na forma da legislação em vigor. O Decreto 2.306/1997, Brasil, (1996), que regulamentou a LDB, definiu o sistema federal de educação superior com a seguinte estrutura organizacional básica:

a) Universidades - instituições pluridisciplinares de formação de quadros profissionais de nível superior, caracterizadas pela

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indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão, mantidas pelo poder público com estatuto jurídico próprio;

b) Universidades especializadas - organizadas por campo do saber, com atividades de ensino, pesquisa e extensão;

c) Centros universitários - instituições pluricurriculares, abrangendo uma ou mais área de conhecimento, que devem oferecer ensino de excelência, oportunidade de qualificação do corpo docente e condições de trabalho acadêmico;

d) Centro universitário especializado - com atuação em áreas de conhecimento específico ou de formação profissional;

e) Faculdades integradas, faculdades e institutos superiores ou escolas superiores e centro de educação tecnológica - instituições especializadas para qualificar profissionais, realizando pesquisa e desenvolvimento tecnológico; e, f) Instituto superior de educação - destinados á formação inicial,

continuada e complementar de docentes da educação básica. Quanto à estrutura orgânica das instituições de educação superior (IES), há órgãos colegiados (Conselho Universitário; Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão; Conselho de Administração; Conselhos de institutos, de faculdades, de departamentos, de centros e de núcleos) e órgãos diretivos/executivos (reitor, vice reitor, pró-reitores, diretores de institutos, faculdades, de órgãos complementares, de centros, de departamentos, de núcleos, de unidades administrativas). Quanto aos aspectos organizacionais legalmente estabelecidos, as universidades gozam de autonomia legal para criar, organizar e extinguir, em sua sede, sub-unidades com cursos e programas de educação superior, em conformidade com as normas gerais da União (BRASIL, 1996).

Nas universidades as variações estruturais não são muitas e, algumas vezes, entrelaçam-se com a própria administração. Como um dos primeiros e principais fatores está a dependência das IES com organismos externos, especialmente quando se trata das ligadas ao setor público. Normalmente, há um órgão externo à IES que fixa parâmetros para a sua atuação acadêmica e administrativa, representado pelo Governo Federal, através do Ministério da Educação (MEC).

As condições ambientais em cada universidade é que poderão determinar o modelo de gestão que mais se adapte às suas realidades, pois não se aplica um modelo puro, mas sim mais de um modelo simultaneamente. A estrutura atual das universidades, permeada pela

burocracia e centralização, é o grande empecilho às inovações demandadas nos dias de hoje. Por mais que o ambiente das universidades seja marcado como um local de desenvolvimento de inovações, o mesmo não pode ser afirmado quando se refere aos processos administrativos e decisórios, como também à sua estrutura interna. Isto sinaliza para uma situação com obstáculos, pelas particularidades da estrutura burocrática e administrativa das IES, notadamente, as universidades públicas brasileiras, as quais são permanentemente desafiadas, levando as IES a buscar a melhoria e a reformulação de antigos padrões de funcionamento e organização acadêmica e administrativa (OLIVEIRA et al, 2011).

Com um conjunto de exigências referente à redefinição das suas finalidades e princípios, que traz implicações na estrutura e posicionamento perante as demandas sociais, as Universidades defrontam-se em contraste com a condição de sua complexidade organizacional, oriunda da execução de múltiplas tarefas com diferentes metodologias de trabalho. Como as mudanças são demandadas na administração pública em geral, nas universidades não é diferente. Surge, então, o gerencialismo, como tentativa de políticas de governo de formar um mercado na educação superior e adotar um estilo mais atual de gerir, com valores que buscam conviver com a complexidade do ambiente universitário. Acerca desta modalidade de gestão, Santiago et al (2003) apud Oliveira et al (2011) destaca que as ações são orientadas à captação de recursos (para reduzir dependências) e à definição de critérios objetivos de qualidade, sob a inspiração das práticas empresariais. Tais ações facilitaram a adesão das direções e dos atores acadêmicos a alguns princípios do gerencialismo. Para Bernardes (2006), a universidade deve criar meios para capacitar dirigentes, formando-os na área de gestão universitária para que possa administrar sistemas que interajam com a sociedade e com os variados setores, inclusive o empresarial. Destaque-se que o modelo baseado no gerencialismo apregoa a separação entre gestão acadêmica e gestão administrativa, com a necessidade de profissionalização dos gestores acadêmicos.

Assim, valorizar recursos humanos e investir em tecnologia de informação é imprescindível e urgente, pois no contexto atual é importante haver dirigentes que consigam gerir e conviver com os empecilhos burocráticos pertinentes à administração pública, além de ser necessário exercitar a capacidade de serem criativos. É indiscutível a importância da valorização do capital humano em qualquer tipo de

organização, entretanto, uma das causas da ineficiência encontradas na administração universitária, na visão de Fernandes (2002), é justamente a insignificância de implementação de diretrizes inovadoras à política de pessoal. A mudança de paradigmas é importante neste novo contexto mundial e a universidade precisa ter esta marca, de forma que percorra novos caminhos. Deste modo, as universidades em geral precisam repensar sua trajetória, preparando-se para uma nova adaptação ao ambiente em que estão inseridas.

No documento Gestão de patrimônio (páginas 68-71)