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4 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO MUNICIPAL DE SÃO

4.1 Estrutura e Funcionamento

O Sistema de Ensino Municipal de São Luís, vinculado à Prefeitura desta cidade possui uma estrutura organizacional, tendo como eixo de comando a Secretaria Municipal de Educação cuja ação abrange os setores administrativos,

técnicos e pedagógicos, conforme o documento denominado “Educação Municipal: relato de uma trajetória de compromisso com a escola pública”, elaborado pela sua equipe de assessores, em 2003. A referida Secretaria considerou os dados censitários de IBGE do ano 2000, para estabelecer suas metas e objetivos educacionais, observando, por exemplo, que, de uma população da capital composta por 870.028 habitantes 96% residem na zona urbana e 4% na zona rural.

Os índices, antes apresentados, remetem à compreensão de que, se naquele período São Luís já se encontrava com super população, atualmente, é possível que esse percentual de 96% tenha sofrido um acréscimo. Isso indica a existência de fatores sociais bem presentes no âmbito escolar, quais sejam: sobrematrícula, necessidade de um número maior de escolas e de professores e, nesse quadro, outros aspectos que interferem, como o desemprego e a questão da violência inclusive em áreas escolares.

No que se refere especialmente à Educação, os indicadores também do IBGE, obtidos através da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar - Pnad denunciam que a taxa de alfabetização, na faixa etária de 10 anos e mais, é de 93,1%, deduzindo-se que o analfabetismo é de 6,9% (SÃO LUÍS, 2003, p. 5). Entretanto, segundo os resultados de estudos, São Luís tem presenciado uma explosão demográfica, como foi dito, que pode ainda alterar essa taxa.

Os aspectos antes considerados têm sido contemplados nas discussões relativas ao ensino municipal e ao atendimento à população de São Luís por parte da prefeitura, através da Semed em observância à Constituição Brasileira de 1998, à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 - LDB, Estatuto da Criança e do Adolescente, ao Plano Decenal Nacional da Educação às Diretrizes Curriculares Nacionais para os níveis e modalidades. A Semed vem selecionando e aplicando alternativas sempre na perspectiva de alcançar um bom nível de qualidade do ensino oferecido, priorizando, nesse itinerário, as crianças, adolescentes e adultos.

Nessa perspectiva, a Semed vem, historicamente, enfrentando os diferentes desafios próprios da conjuntura dos fatos sociais que se multiplicam aceleradamente. Mesmo assim, o compromisso com a escola pública é o principal foco, conforme afirma o órgão principal do Sistema de Ensino de São Luís. Diante do elevado contingente populacional situado principalmente nas periferias da cidade, e os problemas dele decorrentes, a Semed tem efetivado significativas alterações no

sistema de ensino não só em nível de sua organização, mas no que se refere à sua estrutura, a fim de atender à demanda escolarizável, ampliando a rede de ensino e possibilitando o acesso de alunos na Educação Infantil, no Ensino Fundamental, na Educação Especial e Educação de Jovens e Adultos.

Para o atendimento educacional, o Sistema de Ensino Municipal possui uma estrutura com os seguintes níveis hierárquicos: Colegiado, Administração Superior, Assessoramento, Gerência Superior, Atuação Programática e os Órgãos Vinculados. Quanto à rede física de ensino, segundo os dados obtidos, o sistema, que, em 2006, contava com 162 escolas, atualmente dispõe de 166 unidades de ensino em funcionamento, conforme demonstrativo a seguir.

Tabela 1 - Número de escolas do Sistema de Educação Municipal, por nível de ensino. São Luís, 2006-2007

Nº de Escolas Nº de

Ord. Ano Educação Infantil Ensino Fundamental Total

01 02 2006 2007 76 78 86 88 162 166

Fonte: Superintendência de Informática/Semed, 2007

Salienta-se que, além do total de escolas antes apresentado, existem 38 associações comunitárias que recebem subsídios da Semed. Observa-se, pela tabela antes delineada, que houve, em 2007, um acréscimo de quatro escolas.

Diante [...] da realidade objetiva da educação escolar a SEMED passa por mudanças estruturais, conceituais e de relações de trabalho, despontando para uma educação que possibilite a todos os envolvidos, em especial dos educandos da rede, um avanço cultural de sustentabilidade à vida social, política e econômica para o exercício da cidadania. (SÃO LUÍS, 2003, p.4).

Conforme análise documental, a Semed informa que vem investindo na construção de novos paradigmas educacionais, com vistas às inovações escolares, a partir de ações articuladoras entre todos os que direta e indiretamente se encontram envolvidos com o sistema de ensino. Nessa direção, redefinem-se políticas cuja filosofia é no sentido da ressiginificação de todo o funcionamento do Sistema de Ensino no intuito de garantir-se, mediante uma cultura institucional descentralizada e democrática, uma educação com um alto padrão de qualidade para crianças, jovens e adultos.

No que se refere à afirmação relativa à cultura institucional descentralizada e democrática, é preciso que essa intenção seja também da escola, na medida em que, por ser um espaço social onde a convivência se encontra, as culturas se entrecruzam e, nesse processo, a troca de experiências, concepções, valores e os aspectos atitudinais consolidam a própria cultura da escola que, nesse continuum, conforme as pesquisas, deixam de ser algo prescrito que, em geral, não considera os universos culturais dos educandos dos diferentes níveis de ensino.

Segundo Candau (2000, p. 61), é preciso que haja um afastamento da concepção reducionista da cultura e se busque uma perspectiva mais abrangente, ou melhor: a cultura “como estruturante profundo do cotidiano de todo grupo social e que se expressa em modos de agir, relacionar-se interpretar e atribuir sentido, celebrar, etc.”. O cotidiano escolar, por abrigar um grupo social, a cultura é, na verdade institucionalizada pelos representantes da referida comunidade. Na concepção de Sacristán (2000), a cultura escolar, além de ser um produto sui

generis, possui significado específico. “A cultura escolar é uma caracterização, ou

melhor dito: uma reconstrução da cultura feita em razão das próprias condições nas quais a escolarização reflete suas pautas de comportamento e organização”. (SACRISTÁN, p. 34 apud CANDAU, 2000, p. 64).

Ainda no que concerne à ressignificação das políticas educacionais, no âmbito da Semed, encontra-se a questão dos recursos humanos necessários à consecução dos propósitos almejados, sobressaindo a categoria dos profissionais da educação os quais vêm sendo, nos últimos anos, admitidos através de concursos públicos.

Torna-se, portanto, significativa a admissão do pessoal do magistério na intenção de fortalecer-se técnico e pedagogicamente as atividades-fim. Assim é que, em 2006, a Secretaria de Educação do Município de São Luís já contava com 5.239 educadores, isto é, 4.675 professores e 564 especialistas, os quais contribuem com o sistema educacional desenvolvendo suas ações nas instituições escolares e, até mesmo, na própria administração superior (SÃO LUÍS, 2007).

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