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Estruturas textuais

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3.2 Jean Maugüé: O Ensino da Filosofia e suas Diretrizes – Uma análise

3.2.1 Estruturas textuais

Pelas estruturas textuais do artigo do Ensino da Filosofia e suas Diretrizes,

embasamos incialmenteEmbasado nas prerrogativas elementaresdos elementos pré-

textuais de Decca (2000) os22, ou seja, dados empíricos dodocumentais necessários para

construção de uma pesquisa constituída da narrativa historiográfica, o artigo não se

apresentam comoé um registro unicamente de Filosofia da Educação, mas considerado

um texto narrativo historiográfico, possibilitando uma nova possibilidade de pensar

epistemologicamente as condições do ensino filosófico no Brasil. Nos princípios

norteadores de análise de textos de Folscheid; Wenenburguer (2013), cumpre a aposta

22 Segundo Decca, a os elementos pré-textuais da narrativa historiográfica são, os dados empíricos (documentos) submetidos aos critérios de prova, uma exigência própria do campo das ciências [...] a

prova documental passou a ter um peso cada vez mais significativo na narrativa historiográfica e ele ainda hoje se mantém como elemento fundamental da credibilidade da história no campo do conhecimento (2000, p,21).

do sentido filosófico presente, sobretudo, como condições de inteligibilidade do problema filosófico concomitante a exposição da estrutura e dos dados da problematização como filosófico.

Para Decca (2000), a narrativa historiográfica possui além dos seus conteúdos formais elementares, estamos transportando ao artigo de Maugüé, os elementos modais de linguagem, como a metáfora, a sinédoque e a metonímia: 1) “Geometria de Euclides o novo “organon” (p.224), por exemplo. Relação da Ciência Matemática: Especializada (Geometria) e Teoria (Euclides) com principal obra de Filosofia referente aos domínios da Lógica, Organon do filosofo grego Aristóteles. Ora, Maugüé ao mesmo tempo aproxima Euclides e Aristóteles sob o aspecto de correlação entre princípios sistemáticos teóricos. Mas distancia-os a respeito da validade das Verdades, pois, Euclides fundam conjuntos de regras e fórmulas, enquanto Aristóteles não permiti a conclusão de uma premissa ou verdade já predeterminada. Sob estes aspectos, Maugüé propõe-nos analisarmos criticamente o (con) texto dos fenômenos da natureza, podendo serem divididos pela necessidade dos estudos restringem aos aspectos de analogia (Maugüé, p.225).

Para Decca estes aspectos prorrogativos, confirmam as distintas atividades humanas a filosofia em significados próprios do significante, referente à realidade a partir da pressuposição de que algo existe, na essencialidade. Filosofia institucionalizada, segundo Maugüé, intenciona este modo a especificar na identidade ou natureza própria, o seu significado.

Contudo, olhar para o passado, na tentativa de resgate da significação organização social e política, como atividade de memória coletiva do homem ou meros resultados de reflexos metafóricos para um presente de desafios, podemos observa, realizar e compreender problemas e possibilidades na construção da identidade humana pedagógica, é ainda, segundo Decca, como uma criação de efeitos de interpretação da realidade futura. Obviamente aspecto fundante no artigo de Maugüé como o caráter dialético estendido ao problema pela constituição triádica: Pensamento, Ensino e Formação, já é um esforço de síntese sobre a qual pudesse florescer uma paixão intelectual comunicável.

Nesta análise pré-textual, os termos Pensamento, Ensino e Formação, podem ser depreendidos de base aos significados ao contexto histórico, efeito comparativo entre as definições filosóficas e perspectivas pedagógicas, em relação otimização a contemporânea de Maugüé.

Segundo Lalande, (1999), o termo Pensamento, engloba todos os fenômenos do espirito, ou seja, alguém que perpassa pelo ato da dúvida entre a sabedoria, imaginar ou sentir sobre algo, na concepção cartesiana, propriamente dita, buscando uma possível certeza. Mas, podem também ser compreendido por todos os fenômenos cognitivos, sinônimos de inteligência no sentido, em oposição aos sentimentos e os desejos, preceito apreendido da razão: a percepção, a memória ou a imaginação, o que denominamos matéria do conhecimento. Em síntese, o termo Pensamento, é tudo aquilo tem o caráter de racionalidade e inteligibilidade.

Ideias semelhante concebidas por alguns teóricos contemporâneos da Educação, mas estritamente nos domínios da Psicologia da Educação, ao designarem a premência das competências e habilidades do pensamento, isto é, representação adequadas da realidade, explicando-a suficientemente, justificando as explicações, podendo ou não outorgar novos pareceres correspondentes e planeados entre si, significativos ou guias seguros do agir humano.

Para Maugüé, Pensamento é uma capacidade intelectual, uma atividade, uma compreensão convertida de dados empíricos transformados em conhecimento, expressa e sustentada por técnicas intelectuais. Uma constante ação entre o abstrato e o concreto, em base encetada dos fenômenos circundado ao espirito, visto como inteligência e princípios da razão. Verificaremos em maiores detalhes a seguir.

Quando analisamos filosoficamente termos bem próximos percebemos digressões como acontecem como em Ensino e Formação. Este entendido como Educação e como sistema de valores simbólico como processo correspondente da civilização expressa na Cultura. Um processo de criação emancipatório, menos doutrinário, possibilita ao sujeito conscientização de si e de sua realidade, para enfim, haver transformações sociais. Já o termo Ensino, a transmissão de ideia, conhecimento organizados sistemáticas em sintagmas. O processo de ensinar remete a relação do mestre e

Maugüé entende Ensino e Formação, como estruturas semânticas próprias do cultivo do Pensamento. Por isso, revela sua complexidade de procedimentos filosóficos, como tarefa inicial dos enfretamentos das mistificações e dos preconceitos, preliminarmente necessário ao discernimento, ou seja, capacidade de aprender no escolher bem entre aquilo que pode ser ou é adequado a orientação da melhor maneira de viver, na realização plena humana. A Formação contribui enquanto projeto de estruturação ao aprimoramento do social e do intelectual direcionado para o desenvolvimento dos princípios culturais.

Esta formalização acentuada entre os termos, breve, faze-nos compreendermos as marcas estruturais da história, daquilo que pode ser visto como uso da literalidade crítico linguístico.

Na concepção de Folscheid; Wenenburguer (2013), enquanto técnica da

contração, na estrutura do texto identificamos algumas articulações, principalmente no uso constante de alguns verbos de ligação, em premissas, tais como:

1. “ Filosofia é | o filosofo” (p.224)

2. “Filosofia é | entrar em contato com esta atividade” (p.225) 3. “Filosofia é | traçar a sua orientação” (p.225)

4. “Filosofia é | tornar a achar a Inteligência” (p.225) 5. “Filosofia é | sinal de identidade de origem” (p.226) 6. “Filosofia é | comunicável com o sentimento” (p.227) 7. “Filosofia é | reflexiva” (p.226)

Em primeiras linhas, o verbo de ligação é usado tanto para conceituação ou definição e movimento. Enquanto conceito, a preocupação em trazermos os aspectos constitutivos da Filosofia. Possivelmente, uma linearidade integral, no sentido objetivo, isto é, a Filosofia possui validade para as experiências de toda a humanidade, ainda que esta deseja nega-la ou afirma-la. No sentido concreto, a Filosofia é em si.

De um modo geral, podemos dividirmos a ideia de Filosofia sob o ponto de vista maugueriana em grupos. Por fins didáticos, reunimos por suas características especificas, e por isso, nomeamos de acordo coma as mesmas. Porém, advertimos eles funcionam na interpendência. Assim, temos o Grupo da Identidade nos itens 1; 5, o Grupo de Movimento ou Atividade nos itens 2; 3 e o Grupo de Ensino nos itens 4; 6; 7.

Por estes grupos observamos, a preocupação de Maugüé com a definição da Filosofia, como acréscimo do fato de pôr a uma coisa ou certas determinações em si próprias, com uma das formas de torna-la perceptível e inteligível como real e verdadeiro. Buscar a identidade humana, de si pela atividade, afim de propaga-la aos demais como sentido experiencial.

Em outros termos, para ele, ensinar Filosofia é como ele se apresenta em conjuntos de conhecimentos objetivamente transmissíveis, porém, Filosofia não possui objeto próprio para ser ensinado. Assim, Filosofia é sinal – aspectos dos sucessos na busca próxima a verdade total, obtido pelos filósofos em estilos, métodos e tradições em diálogo com outros conteúdos formais fundamentados cientificamente. Filosofo é um espirito, dedicado a atividade filosófica com movimento.

A ordem estrutural lógica das ideias, possivelmente podem ser divididas em três: 1) aspectos introdutórios: a). Objetivos; b). Justificativa/ Tese e c) Conceituação; 2) aspectos desenvolvimento: a) condições do Ensino da Filosofia e b) Implicações e Possibilidades do Ensino da Filosofia; 3) aspectos conclusivos: a) o Brasil; b) Proposições do Ensino da Filosofia. Tais divisões serão trabalhadas como um conjunto do todo.

Nos aspectos introdutórios, Maugüé traça as perspectivas centrais da sua proposta

fixar as condições do ensino filosófico na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Em cadeias dedutivas apropria da forma como

demonstração do estudo da Filosofia como problema, criticando o ensino expositivo, dos princípios a priori.

Em tese, supõe uma possibilidade de articulação quando expõe, por exemplo, a potencialidade do conhecimento, onde os aspectos intelectivos separam a forma da matéria, ficando apenas com a relação da qualidade:

[...]. Em suma, se as ciências e as artes representam manifestações concretas do poder espiritual do homem, a filosofia é uma tentativa superior, de segundo grau. Ela pretende rehaver, na sua unidade abstrata, ou se se prefere, o sentimento desse poder. A filosofia é reflexiva. É o espirito ou a inteligência que se apreende a si m mesma. (MAUGÜÉ, 1954, p. 226)

Em outros aspectos, como um problema kantiano teórico e prático, compreende a possibilidade da metafisica como ciência e as categorizações em status da física e matemática como ciência. Para Kant, a ciência é a geometria euclidiana e a mecânica newtoniana, apontados como elementos da realidade como ponto de partida. Se a mecânica newtoniana é ciência, o conhecimento é de caráter universal e necessário, logo, a mecânica newtoniana é conhecimento necessário e universal. E assim, o conhecimento universal e necessário é a priori como possibilidade. Isso para Maugüé, é um direito de princípio a ser aplicado na Filosofia.

Por outro lado, as condições metafisicas e metafisicas como possibilidade de ciência, sabe-se a imaterialidade da alma humana ou existência de Deus não são compreensíveis pelos sentidos ou meramente pelo conhecimento racional.

Já as velhas metafisicas haviam dado deste fato uma interpretação, que não é inútil relembrar. Por uma espécie da fatalidade que explica pela ambiguidade da própria natureza humana, não podemos conhecer senão verdades dispersas. Parece até que o terreno espiritual é tanto mais seguro quanto mais limitado. As ciências especializaram-se; sabe-se, todavia, que neste domínio particular do saber, participam todas de uma verdade total que ultrapassa as forças do espirito do indivíduo, mas que seria compreensível por uma inteligência universal, por Deus, por exemplo. (MAUGÜÉ, 1954, p. 224-225)

No âmbito do Ensino da Filosofia, Maugüé pressupõe, que as verdades cientificas devem estar além da seleção material ou ordem, combatendo assim todos os esquematismos da concepção filosófica. Pois o filosofo é aquele que colhe os dados mundo concreto para só então em atividade de síntese recolher as questões que outros já colocaram ou já resolveram.

Assim, a representatividade da Filosofia pressupõe uma relação dinâmica e mutuamente dos estudantes e professores, dependentes, cuja qualidade do estudo interfere decisivamente no resultado do ensino e aprendizagem. Para isso, como projeto educacional nomeia como dois conjuntos de diretrizes: 1). Estabelecimento das linhas bases do encaminhamento do ensino filosófico visto pelos resultados de um determinado diagnostico feito sobre ensino superior no Brasil; 2). Pensava em enfrentar o desafio de organização dos conhecimentos racionais da Filosofia.

Para estes conjuntos, o papel do professor é atuar como é elucidar por meios de imagens e ideias as bases públicas do ensino, aprender em profundidade separando-se dos espíritos ignorantes com conteúdo interiores, descobrindo a si mesmo, na perspectiva socrática.

De uma maneira geral, o artigo filosófico de Maugüé nos fazem refletir sobre a trajetória do próprio aprendizado, pois, explana a nossa inserção em uma tradição filosófica concreta e, em particular o sentimento relacional com o mestre (professor) no momento de aprendizagem da filosofia com o discípulo (aluno). Ambos formam a uma escola e vinculam ao ensinado o verdadeiro núcleo da tradição viva a tarefa de compreensão da gênese de existência, transformando em novos mediadores críticos.

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