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1 | METODOLOGIA

Quando se pretende compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos que envolvam factores diversificados, torna-se essencial abordar a questão sob o ponto de vista metodológico (Yin, 2008).

Segundo Fortin (1999, p. 131), “a fase metodológica consiste em precisar como o fenómeno em estudo será integrado num plano de trabalho que ditará as actividades conducentes à realização do mesmo trabalho”.

Ainda segundo o mesmo autor (Fortin, 1999, p. 72), a metodologia pode ser definida como “o conjunto dos métodos e das técnicas que guiam a elaboração do processo de investigação científica”.

1.1 | PRINCÍPIOS ÉTICOS

Fortin (1999, p. 116) define cinco princípios ou direitos fundamentais do ser humano que devem ser respeitados pelo investigador, a saber: “o direito à autodeterminação, o

direito à intimidade, o direito ao anonimato e à confidencialidade, o direito à protecção contra o desconforto e o prejuízo e, por fim, o direito a um tratamento justo e leal”.

Neste sentido, começou por se solicitar aos Directores Técnicos autorização para a administração do questionário aos funcionários das respectivas farmácias, numa carta de apresentação. Nesta, era explicado o objectivo da recolha de dados e o fim a que se destinavam esses mesmos dados (Anexo 1).

Por sua vez, no questionário (Anexo 2) foram dadas estas mesmas informações, tendo- se ainda garantido o anonimato e a confidencialidade dos dados recolhidos. Foi também garantido o não acesso aos resultados individuais.

1.2 | FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

É um facto que a homeopatia se tem difundido de forma expressiva, quer a nível europeu, quer mais particularmente em Portugal.

Sendo as farmácias o local primordial para a comercialização dos medicamentos homeopáticos, torna-se relevante perceber se os profissionais de farmácia estão a acompanhar esta nova “tendência terapêutica” e se revelam interesse nesta área, procurando investigar as suas percepções quanto aos respectivos conhecimentos sobre o assunto.

1.3 | TIPO DE ESTUDO

O presente estudo baseou-se no inquérito por questionário (Ghiglione e Matalon, 2001), logo, trata-se de um processo de avaliação centrado no auto-relato, em que, segundo os referidos autores, só temos acesso às informações que os indivíduos podem ou querem fornecer.

Assim, foi utilizada uma abordagem quantitativa que tem como objectivo “explicar e predizer um fenómeno pela medida das variáveis e pela análise de dados numéricos” (Fortin, 2006, p. 27).

Importa definir o meio onde decorre o estudo, uma vez que este é também um factor que pode condicionar os resultados. Este estudo foi conduzido em meio natural, ou seja, junto da população e no meio em que esta habitualmente se insere (Fortin, 1999). Assim, os participantes deste estudo, isto é, os profissionais de farmácia, foram inquiridos nos respectivos locais de trabalho, as farmácias.

1.4 | DEFINIÇÃO DE VARIÁVEIS

Carvalho (2002, p. 123) define variável como uma “classificação ou medida; uma

quantidade que varia”. Neste sentido, Fortin (1999) vai mais longe e acrescenta a

característica de conceito operacional que contém ou apresenta valores, discernível num objecto de estudo e passível de mensuração.

Assim, é importante que, num estudo, seja possível a identificação das diferentes variáveis.

1.4.1 | Variável independente

Esta é a variável que “influencia, determina ou afecta outra variável; é o factor

determinante; condição ou causa para certo resultado, efeito ou consequência; é o factor manipulado pelo investigador.” (Marconi e Lakatos, 1992, p. 172).

Neste estudo, assumem-se como variáveis independentes todas aquelas que vão condicionar as respostas às questões do grupo sobre percepções. Assim, estas englobam os atributos sócio-demográficos e a caracterização dos contextos académico e profissional.

1.4.2 | Variável dependente

Esta traduz “o fenómeno ou facto a ser explicado ou descoberto e ainda é o factor

influenciado, determinado ou afectado pela variável independente” (Carvalho, 2002, p.

123)

Aqui podemos definir a variável dependente como as percepções pessoais dos profissionais de farmácia quanto aos conhecimentos na área da homeopatia.

1.5 | POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população pode ser definida como “um conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum” (Lakatos e Marconi, 2001, p. 108).

Atendendo às limitações do estudo, quer a nível humano, de tempo ou mesmo financeiras, tornar-se-ia utópica a tarefa de administrar os questionários a todos os

Neste sentido, foi seleccionada uma amostra da população. Esta amostra era constituída por algumas farmácias, seleccionadas aleatoriamente, em cidades que, pela sua proximidade, tornariam mais viável a recolha de dados. Assim, esta recolha efectuou-se em quarenta farmácias do distrito do Porto, nomeadamente nas cidades do Porto, de Matosinhos, da Maia e de Gaia.

1.6 | INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS

Segundo Fortin (1999, p. 239), “a natureza do problema de investigação determina o

tipo de método de colheita de dados a utilizar”.

O instrumento de recolha de dados seleccionado foi o questionário (Anexo 2). Este foi planeado e construído de raiz para este estudo, com vista a facilitar uma selecção de questões com interesse para a investigação.

Concretizando, o questionário foi elaborado a partir de quatro eixos essenciais: caracterização sócio-demográfica, caracterização do contexto académico quanto à homeopatia, caracterização do contexto profissional quanto à homeopatia e percepções pessoais sobre os conhecimentos na área da homeopatia.

1.7 | PRÉ-TESTE

Com o intuito de verificar a adequação do questionário à população-alvo, este foi administrado a nove indivíduos que cumpriam as características da população pretendida, ou seja, a nove profissionais de farmácia a exercerem em farmácias localizadas nas cidades onde se pretendia vir a administrar o questionário.

Como resultado deste pré-teste não se verificou a necessidade de proceder a qualquer alteração.

1.8 | TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS

O tratamento dos dados foi realizado com recurso ao programa IBM SPSS Statistics, versão 21.

Para a análise dos resultados, recorreu-se a técnicas de estatística descritiva e de estatística inferencial (Pestana e Gageiro, 2008).

Foi fixado um valor limiar de significância de 0,05 para os testes de estatística inferencial.

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