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A primeira parte dos estudos de caso, de análise de custos, é uma etapa complementar de análise da metodologia ora proposta neste trabalho, pois conforme dito no capítulo 1.3, um dos principais objetivos deste trabalho é realizar uma análise qualitativa e relativa entre as soluções, ficando a análise quantitativa de custo em segundo plano, já que esta requer estudos bastante aprofundados para se chegar em valores absolutos muito próximos do real esperado. Entende-se, portanto, que variações no custo calculado são aceitáveis, já que a mesma variação estará presente em todas as soluções propostas e, desta forma, a qualidade da análise qualitativa está assegurada. Porém, julga-se necessário em termos de qualidade do trabalho em questão observar qual o possível nível de variação que se pode encontrar utilizando a metodologia ora proposta.

Fez-se esta diferenciação entre análises de custos e análise geral da metodologia, pois durante a fase de coleta de dados deparou-se com a dificuldade de encontrar as informações de custo, em quantidade suficiente, das usinas hidrelétricas que são foco principal deste trabalho, ou seja, as usinas do norte do país. Porém, foram encontrados dados de custo de usinas hidrelétricas em outras regiões do país que são tecnicamente similares às usinas foco deste trabalho, ou seja, as usinas ditas de baixa queda.

7.1.1 Características da Usina Hidrelétrica Tibagi Montante

Os dados aqui ora apresentados são frutos dos trabalhos de “Revisão dos estudos de inventário hidrelétrico do rio Tibagi” que foram elaborados pela empresa CNEC Projetos de Engenharia S.A. para a Empresa de Pesquisa Energética - EPE, com respaldo no Contrato CT- EPE – 100, firmado em 30 de junho de 2008, e constitui mais uma etapa do esforço desenvolvido no sentido de avaliar o potencial hidrelétrico brasileiro, desta feita contemplando uma bacia hidrográfica com cerca de 24.920 km2, já estudada anteriormente e totalmente inserida no Estado do Paraná (EPE/CNEC, 2010).

A Usina Hidrelétrica Tibagi Montante é um dos empreendimentos estudados na bacia do rio Tibagi. O eixo do aproveitamento está situado no rio Tibagi, a cerca de 365 km da foz. O acesso é feito a partir da cidade de Tibagi, pela margem esquerda.

O NA Máximo Normal do reservatório está na cota 721,00 m, e o NA Normal de jusante na cota 702,00 m, resultando uma queda bruta de 19,00 m com uma potência instalada de 32 MW. O vertedouro de superfície é equipado com 2 comportas segmento e permite descarregar uma vazão de 3.221 m³/s, associada a um período de retorno de 10.000 anos, ou seja, esta é a vazão máxima que estima-se encontrar dentro de um período sequencial de 10.000 anos. A casa de força é do tipo abrigada, tem 26,35 m de largura e 23,08 m de comprimento, e equipada com 2 grupos hidrogeradores dotados de turbinas Kaplan com caixa semi-espiral de concreto. A adução é feita através de 2 unidades de tomada d’água incorporadas à sua estrutura, e por um canal de escavado de 215,00 m de comprimento médio e 24,35 m de largura na base. O barramento, em enrocamento com núcleo de argila, tem cerca de 308 m de extensão, crista com largura de 10,00 m na cota 725,00 m e inunda uma área de 7 km² no NA Máximo Normal. O volume total armazenado nesta cota é de 52 milhões de metros cúbicos (EPE/CNEC, 2010).

A Tabela 7 resume os principais dados de entrada para a obtenção do custo do empreendimento através do cálculo realizado pela ferramental computacional proposta.

Tabela 7 – Dados da Usina Tibagi Montante.

Tibagi Montante

Valor Unidade

Tipo de Turbina Kaplan [-]

Número de Unidades 2 [-]

Potência Instalada Total 32.000 [kW]

Nível Máximo Normal de Montante 721,00 [manm] Nível Mínimo Normal de Montante 721,00 [manm]

Nível Normal de Jusante 702,00 [manm]

Queda Líquida de Referência 18,69 [mca]

Tipo de Barragem (*) 3 [-]

Comprimento da Barragem 308 [m]

Altura Média da Barragem 21,50 [m]

Altura Média da Tomada d'Água 17,50 [m]

Tipo de Vertedouro (**) 3 [-]

Vazão Decamilenar - Vertedouro 3.221 [m³/s]

Vazão de Desvio do Rio 1.722 [m³/s]

Custo do Empreendimento (***) 154.597 [kR$] Fonte: Elaborada à partir de dados de EPE/CNEC (2010).

(*) A barragem é do tipo enrocamento com núcleo de argila. O código 3 é uma convenção da ferramenta computacional proposta, para este tipo de barragem.

(**) O tipo de vertedouro é denominado pela EPE/CNEC como VOAC-B = Vertedouro de Ogiva Alta Controlado – Bacia de Dissipação. O código 3 é uma convenção da ferramenta computacional proposta, para este tipo de vertedouro.

(***) O referido custo contempla os seguintes itens: Estruturas e Outras Benfeitorias; Barragens e Adutoras; Turbinas e Geradores; Equipamento Elétrico Acessório e Diversos Equipamentos da Usina. Estes custos estão de acordo com o documento denominado “Resumo OPE” (EPE/CNEC, 2010).

7.1.2 Características da Usina Hidrelétrica Cebolão Baixo

Os dados apresentados para a Usina de Cebolão Baixo são originários dos mesmos estudos de Inventário hidrelétrico do rio Tibagi, conforme já mencionado no capítulo anterior.

O eixo do aproveitamento está situado no rio Tibagi, a aproximadamente 122 km da foz. O acesso é feito a partir da cidade de Londrina, seguindo-se em direção ao Distrito de Maravilha. Para o melhor aproveitamento das condições topográficas locais, o arranjo foi concebido posicionando-se as estruturas de concreto na ombreira esquerda.

O NA Máximo Normal do reservatório está na cota 413,00 m, e o NA Normal de jusante na cota 384,00 m, resultando uma queda bruta de 29,00 m com uma potência instalada de 109 MW. O vertedouro de superfície é equipado com 4 comportas segmento e permite

descarregar uma vazão de 9.843 m³/s, associada a um período de retorno de 10.000 anos. A casa de força é do tipo abrigada, tem 37,26 m de largura e 33,28 m de comprimento, e equipada com 2 grupos hidrogeradores dotados de turbinas Kaplan com caixa semi espiral de concreto. A adução é feita através de 2 unidades de tomada d’água incorporadas à sua estrutura, e por um canal escavado com 285,00 m de extensão e 35,26 m de largura na base. O barramento, em enrocamento com núcleo em argila, tem cerca de 357 m de extensão, crista com largura de 10,00 m na cota 417,00 m e inunda uma área de 9 km² no NA Máximo Normal. O volume total armazenado nesta cota é de 94 milhões de metros cúbicos (EPE/CNEC, 2010).

A Tabela 8 resume os principais dados de entrada para a obtenção do custo do empreendimento através do cálculo realizado pela ferramental computacional proposta.

Tabela 8 – Dados da Usina Cebolão Baixo.

Cebolão Baixo

Valor Unidade

Tipo de Turbina Kaplan [-]

Número de Unidades 2 [-]

Potência Instalada Total 109.000 [kW] Nível Máximo Normal de Montante 413,00 [manm] Nível Mínimo Normal de Montante 413,00 [manm]

Nível Normal de Jusante 384,00 [manm]

Queda Líquida de Referência 28,42 [mca]

Tipo de Barragem (*) 3 [-]

Comprimento da Barragem 357 [m]

Altura Média da Barragem 37,69 [m]

Altura Média da Tomada d'Água 34,50 [m]

Tipo de Vertedouro (**) 3 [-]

Vazão Decamilenar - Vertedouro 9.843 [m³/s]

Vazão de Desvio do Rio 5.689 [m³/s]

Custo do Empreendimento (***) 401.766 [kR$] Fonte: Elaborada à partir de dados de EPE/CNEC (2010).

(*) A barragem é do tipo enrocamento com núcleo de argila. O código 3 é uma convenção da ferramenta computacional proposta, para este tipo de barragem.

(**) O tipo de vertedouro é denominado pela EPE/CNEC como VOAC-B = Vertedouro de Ogiva Alta Controlado – Bacia de Dissipação. O código 3 é uma convenção da ferramenta computacional proposta, para este tipo de vertedouro.

(***) O referido custo contempla os seguintes itens: Estruturas e Outras Benfeitorias; Barragens e Adutoras; Turbinas e Geradores; Equipamento Elétrico Acessório e Diversos Equipamentos da Usina. Estes custos estão de acordo com o documento denominado “Resumo OPE” (EPE/CNEC, 2010).

7.1.3 Características da Usina Hidrelétrica Santa Branca

Os dados apresentados para a Usina Santa Branca também são originários dos mesmos estudos de Inventário hidrelétrico do rio Tibagi, conforme já mencionado nos dois capítulos anteriores.

O eixo do aproveitamento está situado no rio Tibagi, a cerca de 392 km da foz. O acesso é feito a partir da cidade de Tibagi, através da BR 153, sentido cidade de Alto do Amparo, dobrando-se à esquerda no km 216 e percorrendo cerca de 12 km até a travessia da balsa.

O NA Máximo Normal do reservatório está na cota 765,00 m, e o NA Normal de jusante na cota 721,00 m, resultando uma queda bruta de 44,00 m com uma potência instalada de 60 MW. O aproveitamento terá deplecionamento de 5,0 m, ocasionando um NA mínimo operacional na cota 760,00 m. O vertedouro de superfície é equipado com 3 comportas segmento e permite descarregar uma vazão de 2.661 m³/s, associada a um período de retorno de 10.000 anos. A casa de força é do tipo abrigada, tem 24,61 m de largura e 21,75 m de comprimento, e equipada com 2 grupos hidrogeradores dotados de turbinas Kaplan com caixa semi espiral de concreto. A adução é feita através de 2 unidades de tomada d’água incorporadas à sua estrutura, e por um canal escavado com 110,00 m de comprimento médio e 22,61 m de largura. O barramento, em enrocamento com núcleo de argila, tem cerca de 425 m de extensão, crista com largura de 10,00 m na cota 769,00 m e inunda uma área de 14 km² no NA Máximo Normal. O volume total armazenado nesta cota é de 147 milhões de metros cúbicos (EPE/CNEC, 2010).

A Tabela 9 resume os principais dados de entrada para a obtenção do custo do empreendimento através do cálculo realizado pela ferramental computacional proposta.

Tabela 9 – Dados da Usina Santa Branca.

Santa Branca

Valor Unidade

Tipo de Turbina Kaplan [-]

Número de Unidades 2 [-]

Potência Instalada Total 60.000 [kW]

Nível Máximo Normal de Montante 765,00 [manm] Nível Mínimo Normal de Montante 760,00 [manm]

Nível Normal de Jusante 721,00 [manm]

Queda Líquida de Referência 43,12 [mca]

Tipo de Barragem (*) 3 [-]

Comprimento da Barragem 500 [m]

Altura Média da Barragem 34,00 [m]

Altura Média da Tomada d'Água 21,20 [m]

Tipo de Vertedouro (**) 1 [-]

Vazão Decamilenar - Vertedouro 2.661 [m³/s]

Vazão de Desvio do Rio 1.428 [m³/s]

Custo do Empreendimento (***) 238.112 [kR$] Fonte: Elaborada à partir de dados de EPE/CNEC (2010).

(*) A barragem é do tipo enrocamento com núcleo de argila. O código 3 é uma convenção da ferramenta computacional proposta, para este tipo de barragem.

(**) O tipo de vertedouro é denominado pela EPE/CNEC como VEC = Vertedouro de Encosta Controlado. O código 1 é uma convenção da ferramenta computacional proposta, para este tipo de vertedouro.

(***) O referido custo contempla os seguintes itens: Estruturas e Outras Benfeitorias; Barragens e Adutoras; Turbinas e Geradores; Equipamento Elétrico Acessório e Diversos Equipamentos da Usina. Estes custos estão de acordo com o documento denominado “Resumo OPE” (EPE/CNEC, 2010).