• Nenhum resultado encontrado

Estudos com metodologia DEA utilizando indicadores contábil financeiros

No documento Download/Open (páginas 36-40)

ESTRUTURA DE CAPITAL DE ENDIVIDAMENTO

2.5.1 Estudos com metodologia DEA utilizando indicadores contábil financeiros

A seguir serão descritos alguns estudos, que como essa pesquisa, utilizaram a metodologia DEA a partir de indicadores contábil-financeiros.

 Santos e Casa Nova (2005) em seu artigo ” Proposta de um Modelo Estruturado de Análise de Demonstrações Contábeis, utilizam DEA a partir das informações contidas em demonstrações contábeis de empresas do setor elétrico brasileiro”, obtidas da base de dados Melhores e Maiores de Fipecafi-

Exame, para os anos de 1999 e 2000. Os escores de eficiência obtidos pela

aplicação do modelo foram comparados com o indicador de Excelência Empresarial de Melhores e Maiores e com o Retorno sobre o Patrimônio Líquido, indicador contábil tradicional, explorando-se vantagens e limitações. Os resultados preliminares apontaram para a complementaridade dos métodos

24 de avaliação de empresas apresentados. Ressalte-se a recomendação de utilizá- los conjuntamente, explorando as divergências entre os métodos e expandindo a compreensão dos fatores que influenciam a eficiência empresarial.

Os autores ressaltam que poucos estudos trataram especificamente da utilização da DEA em análise de demonstrações contábeis. O estudo de Smith (1990) é uma das poucas referências no assunto, utilizando DEA em conjunto com a análise tradicional de indicadores contábeis para incorporar as diversas dimensões do desempenho empresarial. Outro artigo foi apresentado por Fernandez-Castro e Smith (1994) na busca de um modelo não paramétrico de desempenho corporativo. Feroz et al. (2003) demonstraram que a DEA pode contribuir para a análise de indicadores tradicional, testando a hipótese nula de não há relacionamento entre a DEA e os indicadores contábeis tradicionais como medidas de desempenho de uma empresa. Os resultados obtidos rejeitaram hipótese nula indicando que a DEA traz informações para analistas que são complementares às advindas da análise de indicadores tradicional. No Brasil o estudo pioneiro relacionando DEA e análise de demonstrações contábeis foi apresentado por Ceretta em 1999. O estudo aplica DEA às empresas do setor de alimentos brasileiro com base em dados da revista Exame – Melhores e Maiores. Em 2001, Ceretta e Niederauer utilizaram o método de análise por envoltória de dados na análise da rentabilidade e eficiência de 144 instituições bancárias no país.

Na seleção das variáveis foi aplicado um procedimento que considerou as etapas: (1) determinar o par inicial de input e output com base na análise de correlação; (2) calcular os indicadores de eficiência para as empresas; (3) efetuar a análise dos critérios para inclusão de variáveis; (4) determinar variável a ser incluída, retomando do passo (2), enquanto sejam indicadas mais variáveis como relevantes para compor o modelo.

O modelo final considerou as variáveis: Outputs: Valor Adicionado; Liquidez Corrente; Crescimento de vendas em percentual; Aplicação no Imobilizado.

Inputs: PL Ajustado; Média de Empregados. O modelo tinha orientação input.

 Macedo et al. (2006), em seu artigo “Análise do Mercado de Seguros no Brasil: Uma visão do desempenho organizacional das seguradoras no ano de 2006”, apresenta uma proposta de modelagem da análise de desempenho organizacional, através da utilização da Análise por Envoltória de Dados (DEA). Busca-se um índice de performance relativa que seja capaz de conjugar indicadores financeiros de lucratividade e de risco na análise de desempenho organizacional. Em outras palavras, o índice de cada empresa é uma combinação integrada de vários vetores de desempenho e é função não só de sua performance, mas também do desempenho das outras empresas analisadas. Fizeram parte da amostra desta pesquisa seguradoras de quatro segmentos: 25 de automóveis, 10 de saúde, 13 de vida e previdência e 18 de coberturas diversas, que estavam em operação no Brasil em 2003, listadas no

ranking da Revista Balanço Financeiro da Gazeta Mercantil (2004), acerca do

desempenho das melhores seguradoras e outras instituições financeiras.

Foram escolhidos com output a rentabilidade do patrimônio líquido e a margem operacional e como input a sinistralidade. Esses indicadores foram escolhidos, pois dentre as informações disponíveis na publicação utilizada como fonte, eram os mais comuns na análise de desempenho de seguradoras. 

25 Em linhas gerais, neste trabalho propõe-se uma abordagem que, a partir de informações sobre esses indicadores de seguradoras em operação no Brasil, divididas em quatro segmentos distintos, procura medir a eficiência de cada seguradora em relação às outras que fazem parte do mesmo segmento e que fazem parte da amostra Em todas as análises utilizou-se uma orientação output e o modelo CRS.

 Ceretta e Ghilardi (2006), no artigo Avaliação Não-Paramétrica de Desempenho do Setor Bancário Brasileiro, apresentam a avaliação do desempenho econômico e financeiro dos 50 (cinqüenta) maiores bancos que atuam no Brasil, por meio da Análise Envoltória de Dados (DEA), aplicada às Demonstrações Contábeis e a outros dados relevantes.

A análise dos resultados do presente trabalho é feita sobre os dados evidenciados na aplicação da Análise Envoltória de Dados – DEA, através das fórmulas CCR (Retorno de escala constante) e BCC (Retorno de escala variável), ambos com orientação output, em comparação à classificação em forma de ranking dada pelo Banco Central do Brasil – BACEN e à Análise Financeira e de Balanços tradicional. A fim de evitar problemas de elevada correlação entre as variáveis das DMU’s e por serem pouco representativas no setor bancário brasileiro, para aplicação do modelo e análise dos resultados, foram excluídos da relação publicada pelo BACEN aqueles bancos que possuem apenas uma ou duas agências, ficando a amostra composta por 39 bancos, ou seja, apenas os bancos que possuem mais de duas agências.

As variáveis utilizadas foram: output 1, que engloba as receitas de serviços e outras receitas operacionais; output 2, que representa o somatório das receitas de operações com arrendamento mercantil e as receitas de operações com títulos e valores mobiliários; input 1, representado pelo patrimônio líquido, e

input 2, representando o número de funcionários.

Esse trabalho mostrou a aplicação da técnica, avaliando a eficiência relativa e a eficiência gerencial dos maiores bancos que atuam no Brasil atualmente, comparada à análise das demonstrações contábeis tradicional. Nesta análise, foram englobados fatores tão próximos e aparentemente pouco uniformes como os que foram utilizados - receitas e número de empregados -, conseguindo um resultado global e possibilitando ampliar a análise sobre o desempenho de cada agência, de acordo com suas características.

 Sonza e Ceretta (2008), no artigo “Utilização do DEA para Análise da Eficiência nos Supermercados Brasileiros”, afirmam que devido a concentração do setor varejista de gêneros alimentícios em poucas empresas, estas detêm grande parte do faturamento, logo, as grandes redes varejistas de gêneros alimentícios possuem vantagem com relação às empresas de médio e pequeno porte em termos absolutos, mas essa lógica não é necessariamente evidenciada em termos relativos. O estudo buscou identificar a eficiência alocativa das DMU’s e realizar análise comparativa entre o porte e a eficiência das maiores empresas varejistas de gêneros Alimentícios do Brasil através do Cálculo DEA (Análise Envoltória de Dados). Através do teste Kruskal-Wallis, foi comprovado que as eficiências são significativamente diferentes para os três grupos de empresas (pequenas, médias e grandes). Através das diferenças entre Médias, foi comprovado que as empresas de grande porte são mais eficientes, e

26 que as empresas de médio porte possuem vantagem com relação às de pequeno porte, com exceção para as análises BCC e supereficiência através do modelo BCC, que identificaram superioridade das empresas de pequeno porte com relação às de médio porte.

Foram utilizados para a elaboração do trabalho, dados secundários retirados da revista SuperHiper, a qual elenca as 500 maiores empresas do Setor Varejista de Gêneros Alimentícios.

As variáveis utilizadas como inputs foram: i) Área de vendas por loja; ii) Número de Check-Outs por loja; e, iii) Número de funcionários por loja., e as de outputs foram: i)Venda bruta (R$) por loja; e, ii) Variação percentual do faturamento.

Foram utilizados 16 modelos de DEA para o estudo, são eles: i) CCR orientado para inputs - avaliação da eficiência global minimizando os inputs e mantendo inalterados os outputs; ii) CCR orientado para outputs - avalia a eficiência global maximizando os outputs e mantendo inalterados os inputs; iii) CCR sem orientação – avalia a eficiência global levando em consideração tanto os inputs quanto os outputs; iv) Supereficiência através do CCR orientado para inputs - analisa o aumento de inputs mantendo inalterados os outputs que cada DMU pode suportar sem deixar de ser eficiente; v) Supereficiência através do CCR orientado para outputs - analisa a diminuição dos outputs mantendo inalterados os inputs que cada DMU pode suportar sem deixar de ser eficiente; vi) Supereficiência através do CCR se orientação - analisa o aumento de inputs e a diminuição dos outputs que cada DMU pode suportar sem deixar de ser eficiente; vii) Fronteira Invertida através do CCR – identifica na análise do CCR se a DMU é realmente eficiente ou apenas apresenta uma falsa eficiência, ou seja, se a empresa é muito eficiente apenas em algumas variáveis, as quais foram atribuídos pesos maiores; viii) BCC orientado para inputs – avalia a eficiência técnica pura, a uma dada escala de operações, minimizando os inputs e mantendo inalterados os outputs; ix) BCC orientado para outputs - avalia a eficiência técnica pura, a uma dada escala de operações, maximizando os

outputs e mantendo inalterados os inputs; x) BCC sem orientação – onde são

considerados tanto os inputs quanto os outputs para o cálculo da eficiência técnica pura; xi) Supereficiência através do BCC orientado para inputs - analisa o aumento de inputs mantendo inalterados os outputs que cada DMU pode suportar sem deixar de apresentar eficiência técnica pura; xii) Supereficiência através do BCC orientado para outputs - analisa a diminuição dos outputs mantendo inalterados os inputs que cada DMU pode suportar sem deixar de possuir eficiência técnica pura; xiii) Supereficiência através do BCC sem orientação - analisa o aumento de inputs e a diminuição dos outputs que cada DMU pode suportar sem deixar de ter eficiência técnica pura; xiv) Fronteira Invertida através do BCC - identifica na análise BCC se a DMU apresenta realmente eficiência técnica pura ou apenas apresenta uma falsa eficiência, ou seja, se a empresa é muito eficiente apenas em algumas variáveis, as quais foram atribuídos pesos maiores; xv) Eficiência de Escala orientada para inputs

- considera, ao mesmo tempo, a eficiência Produtiva Global (CCR) e a

eficiência Técnica (BCC) minimizando os inputs e mantendo inalterados os

outputs; e, xvi) Eficiência de Escala orientada para outputs - leva em conta, ao

mesmo tempo, a eficiência Produtiva Global (CCR) e a eficiência Técnica (BCC), maximizando os outputs e mantendo inalterados os inputs.

27

METODOLOGIA

No documento Download/Open (páginas 36-40)

Documentos relacionados