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3 – Percepções sobre os psicólogos escolares

4. Estudos de validade dos Questionários:

Com o objectivo de validarmos o conteúdo dos questionários construídos, procedemos à sua testagem, isto é, realizámos um estudo piloto (Eisman, Bravo & Pina, 2003, p. 35).

Este estudo piloto consiste na nossa investigação a uma pequena escala. O seu objectivo é detectar qualquer falha ou erro nos instrumentos de recolha de dados, quando elaborados pelo próprio investigador, como é o caso, ou mesmo nos procedimentos da investigação. Realiza-se sempre com um número reduzido de sujeitos, que têm as mesmas características que os sujeitos da população da qual posteriormente se seleccionará a amostra, i.e., os participantes.

O estudo piloto tem por finalidade melhorar a forma sob a qual se irão recolher os dados, melhorar os próprios instrumentos de recolha, corrigir possíveis falhas no

Capítulo II Método procedimento, familiarizar o investigador com os aspectos do procedimento, planificar as técnicas estatísticas mais adequadas, receber feed-back dos sujeitos de forma a melhorar o procedimento, aperfeiçoar a aplicação dos instrumentos, e os instrumentos em si (Eisman, Bravo & Pina, 2003, p. 35).

Para tal, consultámos um conjunto de 14 juízes independentes, isto é 12 professores e 2 psicólogos (a desempenhar actualmente a sua profissão nas escolas da ilha de São Miguel) aplicando-lhes o questionário conjuntamente com um outro instrumento que denominámos de “Teste ao Instrumento”.

Existiu a preocupação de formar um grupo de juízes heterogéneo e representativo do grupo profissional, nomeadamente em termos de género, idade, tempo de serviço, funções desempenhadas, e nível de ensino leccionado no caso dos professores.

Imediatamente após responderem a todas as questões do nosso instrumento, os participantes eram convidados a retorquirem às questões do teste que os interrogava designadamente quanto à compreensão dos itens, à acessibilidade da linguagem, à ambiguidade das questões, às ideias que consideravam estarem expressas no instrumento, à temática em análise, à presença ou ausência de elementos que considerassem necessários ao estudo do tema, e à ausência de opções de resposta que espelhassem as posições dos inquiridos face às questões.

A esmagadora maioria considerou a linguagem utilizada no instrumento acessível. Também, que os itens não expressavam mais do que uma ideia diferente, que não existiam outras temáticas relevantes não contempladas no questionário para estudo do tema em causa, e que não havia nenhum item em que não encontrassem uma opção de resposta que se aproximasse da sua posição. Para além disso, todos eles identificaram, sem expressarem dúvidas, a temática em análise.

Contudo, e tendo em conta o exame realizado às respostas dos participantes professores no instrumento de testagem do questionário, especialmente no que diz respeito à compreensão e ambiguidade dos itens, verificou-se a necessidade de introduzir e/ou alterar alguns destes.

Começou por se inserir o item relativo à situação actual quanto ao desempenho de funções (questão 6), nomeadamente se se encontram a desempenhar funções no

Capítulo II Método Conselho Executivo, no Núcleo de Educação Especial ou no Ensino Regular. Esta questão reveste-se de extrema importância uma vez que uma das suposições de partida é a de que estes profissionais, consoante a situação em que se encontrem, terão visões diferentes relativamente à execução do trabalho pelos psicólogos escolares. A assumpção inicial era de que o item relativo ao departamento a que pertenciam iria dar- nos esta informação pretendida, contudo tal não se verificou pelo que houve a necessidade da introdução desta questão específica.

Ainda, houve uma ligeira reestruturação dos itens relativos às tarefas desempenhadas pelos psicólogos escolares, isto é, os itens das questões 10 e 14, onde se questiona os auscultados quanto às suas concepções acerca da frequência com que os psicólogos desempenham as suas tarefas, e a frequência com que gostariam que os psicólogos desempenhassem cada uma das referidas tarefas, respectivamente. Assim, explicitaram-se os itens 5, 6, 11, 17, e 20 das questões 10 e 14, nomeadamente através da exemplificação das tarefas narradas. Também, introduziu-se um item relativo ao desenvolvimento de investigação-acção colaborativa entre professores e técnicos do SPO, na tentativa de aferir a frequência com que esta tarefa é realizada; e a introdução de um 22º item, que diz respeito à participação, por parte dos psicólogos escolares em actividades várias que constem do Plano Anual de Actividades, mas não directamente relacionadas com o trabalho do SPO, e que foram referidas por vários dos professores como sendo uma realidade na sua escola (por exemplo a apresentação da festa de Natal ou participação nas marchas populares).

Outro aspecto importante que foi considerado aquando desta re-análise do instrumento diz respeito ao facto de algumas das escolas terem apenas um psicólogo ao seu serviço e outras terem 2 e até 3. Assim, optámos por instruir os professores que respondessem ao questionário tendo em conta o trabalho desempenhado pelos vários técnicos, no geral, e não se focassem apenas em um dos elementos da equipa do SPO, quando é esse o caso.

Também, foi nesta fase do estudo que se introduziu a questão 16 do questionário (Sugestões/Comentários) já que se sentiu a necessidade de criar um espaço onde os professores pudessem expor alguma questão relacionada com o tema mas não tratada até então.

Capítulo II Método No que diz respeito ao caso dos psicólogos, os juízes foram dois elementos que trabalham em escolas que têm mais do que um psicólogo ao seu serviço, de forma a permitir, posteriormente, contemplar as suas escolas na amostra do estudo propriamente dito. Para além disso, um dos elementos é do sexo feminino e outro do sexo masculino, e possuem tempos de serviço também diferenciado (menos do que cinco anos de serviço e mais do que dez anos de serviço).

A única referência digna de nota efectuada pelos inquiridos com o papel de juízes dizia respeito aos itens 13, 14, e 15 das questões 5 e 9 (frequência com que consideram desempenhar as suas tarefas e frequência com que gostariam de as desempenhar), que se referem à Orientação Escolar e Profissional, uma vez que um dos inquiridos referia que não podia responder já que desempenha funções numa escola que lecciona apenas até ao 6º ano de escolaridade. Contudo, e tendo em conta o conhecimento que temos, através da caracterização das escolas, esta situação é pouquíssimo frequente, e ainda assim os inquiridos têm a opção de responder utilizando o qualificador 4 (Não faz). Assim, optámos por não proceder a alterações no questionário destinado a ser respondido por psicólogos, já que os inquiridos consideravam que tudo o resto estava em conformidade.

 

CAPÍTULO III

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E

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