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Etapa – Candidatura à Avaliação Externa

CAPÍTULO II – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

2.2. O PROCESSO DE CONTRATUALIZAÇÃO

2.2.2. Etapa – Candidatura à Avaliação Externa

Período em análise: De 30 Janeiro de 2006 a 25 de Março de 2006. Descrição do processo:

O Ministério da Educação, em 30 de Janeiro de 2006, enviou uma carta convite às Escolas e Agrupamentos (B1), para que constituíssem a sua candidatura ao Projecto- piloto da Avaliação Externa, até 21/02/06, havendo contudo para isso, um pré-requisito, o de já ter sido desenvolvido um processo formal de auto-avaliação.

A Ministra da Educação, por despacho (Despacho Conjunto 370/2006), procedeu à constituição de um grupo de trabalho, coordenado pelo Professor Pedro Guedes de Oliveira, com o objectivo de propor modelos de auto-avaliação e de avaliação externa, criando condições para o aprofundamento da Autonomia. Esse grupo de trabalho ficou conhecido como GTAE3.

O documento de candidatura (B2) foi elaborado pelo grupo de trabalho de auto- avaliação da escola, tal como previsto na Lei n.º31/2002, que aprova o sistema de avaliação da educação e do ensino não superior, de uma forma objectiva e rigorosa, tendo como base de reflexão, a qualidade e a natureza das aprendizagens dos alunos, bem como a inclusão de crianças com necessidades educativas especiais.

Faz parte integrante deste documento, a constituição da equipa de auto-avaliação e do grupo de focagem; o plano de auto-avaliação; a construção do referencial; aorganização do trabalho segundo indicadores de um Observatório da escola; as conclusões; os pontos fortes e pontos fracos e as estratégias de melhoria.

Os pontos fortes relacionam-se com os domínios de: organização e gestão; estrutura de orientação educativa; serviços administrativos, organização pedagógica; recursos físicos; projectos; avaliação doa alunos; relacionamento interpessoal; competências sociais;

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sistemas de informação e comunicação; interacções com o meio e formação. Contudo, mesmo nestes pontos fortes, a autoavaliação permitiu identificar algumas debilidades. Como pontos fracos identificaram-se: nas estruturas de orientação educativa (ausência de procedimentos sistemáticos na avaliação de projectos); nos recursos humanos (mobilidade do corpo docente); nos recursos físicos (sobrelotação da escola com falta de salas de aula e sala de alunos); nas aprendizagens (dificuldades de diferenciação de estratégias e insucesso na Matemática); na avaliação (predominância de avaliação sumativa); nos apoios educativos (ausência de serviços especializados).

Nas estratégias de melhoria, definiram-se as áreas de intervenção prioritária com vista à superação dos pontos fracos anteriormente assinalados4.

No dia 25 de Março de 2006, foi recepcionado um fax, do Coordenador do GTAE (B3), agradecendo a candidatura da escola, referindo o número de escolas candidatas, “ o

número de candidaturas recebidas ficou, pelos cerca de 10% 5do total das unidades de Gestão a quem o convite foi enviado”; confirmando os critérios de selecção já

anteriormente definidos; explicitando que o agrupamento fará parte do Projecto; informando da organização de um workshop, em Aveiro, dia 19 de Abril e ainda que as visitas às escolas, serão em Maio e terão a duração de dois dias e meio.

Síntese:

A análise cruzada dos documentos oficiais provenientes no Ministério e do GTAE, bem como dos documentos internos da escola, e das respostas dadas às questões colocadas à Directora, permitiu concluir que:

• O Ministério da Educação, em 30 de Janeiro de 2006, enviou uma carta convite às Escolas, para que apresentassem a sua Candidatura ao Projecto- piloto da Avaliação Externa.

• Na escola Básica Integrada da Charneca de Caparica, já tinha sido desencadeado, em 2005, através da criação da Comissão de Avaliação Interna, um processo formal de auto-avaliação, tal como previsto na Lei n.º31/2002, pré-requisito à candidatura ao projecto-piloto da avaliação externa.

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Ver o relatório de avaliação interna B2, p. 110. 5

De acordo com o estudo de Formosinho (2006), foram recepcionadas 136 candidaturas, pelo que se pode deduzir que o convite foi feito a 1360 estabelecimentos de ensino.

• Dos resultados obtidos na avaliação interna emergiram pontos fortes, pontos fracos e nas estratégias de melhoria, definiram-se as áreas de intervenção prioritária com vista à superação dos pontos fracos anteriormente assinalados. Elaborou-se, com base nesses pressupostos, um relatório que serviu de documento de candidatura ao projecto-piloto.

• Apresenta-se, no quadro 3, um resumo dos resultados da autoavaliação da escola, nos diferentes domínios.

Quadro 3 – Resumo dos resultados da auto-avaliação

Domínios Pontos fortes Pontos fracos

Organização e gestão

Regular funcionamento dos diferentes órgãos: Assembleia, Direcção Executiva e Conselho Pedagógico; participação efectiva de todos na identificação, discussão e resolução de problemas. Sobrelotação das instalações. Estruturas de orientação educativa

Efectiva articulação entre as diferentes estruturas de orientação educativa (Conselho Pedagógico Departamentos, Conselhos de Turma), com o órgão de gestão; exercício responsável de cargos e relacionamento com os Encarregados de educação.

Inexistência de acompanhamento e avaliação de projectos, de forma sistemática. Organização pedagógica

Constituição de turmas com critérios pedagógicos; distribuição do serviço docente de acordo com o perfil das turmas e do professor.

Grande mobilidade do corpo docente. Inexistência de um SPO. Realização do Ensino e das aprendizagens

Esforço de organização e de articulação o nível do PCT, Departamentos e CT. Dificuldades de diferenciação pedagógica; insucesso a matemática. Avaliação dos

alunos

Registos sistemáticos sobre o progresso dos alunos; realização de provas de aferição internas. Predominância da perspectiva de avaliação Sumatra em detrimento da avaliação formativa.

• A candidatura foi feita com o intuito de obter uma parecer externo, que permitisse comparar os resultados obtidos internamente, através da auto- avaliação, prática já comum na escola.

Comentário:

A Escola Básica Integrada da Charneca de Caparica foi um dos vinte e quatro estabelecimentos seleccionados, pelo GTAE coordenado pelo Professor Pedro Guedes de Oliveira e única na sua tipologia, para integrar a fase – piloto da avaliação externa. Questionada a actual Directora, então Presidente do Comissão Instaladora, acerca da

forma como o Ministério lançou todo este processo, considerou-a correcta e realçou o facto de não ter sido um processo obrigatório para as escolas, pelo menos na primeira fase, o que foi muito importante: «só responderam ao desafio, aquelas escolas que

acharam que estavam disponíveis, para serem sujeitas a uma avaliação externa». Um

dos critérios foi «a escola ter já um processo de avaliação interna que sustentasse

opções, essa parte foi correcta».

A escola já desenvolvia um processo de auto-avaliação, há doze anos, apesar de, só em 2005, o ter feito de forma formal, com a elaboração de um relatório, que serviu de documento de candidatura à fase-piloto da avaliação externa.

Apesar de cumprir o pré-requisito, a escola poderia não ter feito essa candidatura, o que foi também esclarecido durante a entrevista: «Só que em 14 anos de funcionamento

nunca tivemos um olhar externo e portanto, aquilo que eu pretendi com a candidatura foi exactamente obter um olhar externo e ver até que ponto é que ele era coincidente ou não com a nossa avaliação interna».