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Etapa 3 – Construção dos enunciados de diagnóstico, resultados e intervenções de enfermagem

2 REVISÃO DE LITERATURA

4.2 Etapas da pesquisa

4.2.3 Etapa 3 – Construção dos enunciados de diagnóstico, resultados e intervenções de enfermagem

Essa etapa teve como bases empíricas o banco de termos da linguagem de enfermagem relacionado à diabetes mellitus na atenção especializada do HULW/UFPB; à Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem - CIPE® Versão 2011; ao Modelo de Atenção Crônica e à Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta, e foi operacionalizada em

quatro subetapas: a) Construção dos enunciados de diagnósticos de enfermagem; b) Mapeamento cruzado dos diagnósticos de enfermagem construídos com os conceitos da CIPE® Versão 2011; c)Avaliação dos enunciados dos diagnósticos/resultados de enfermagem por especialistas quanto à utilização; e d) Construção das intervenções de enfermagem para os diagnósticos de enfermagem com índice de validade de conteúdo (IVC) ≥ 0,50.

4.2.3.1 Construção dos enunciados de diagnósticos de enfermagem

Na construção dos enunciados de diagnósticos de enfermagem, foram considerados o banco de termos da linguagem de enfermagem relacionado à diabetes mellitus na atenção especializada do HULW/UFPB; as orientações da CIPE® em consonância com a ISO 18.104 como a obrigatoriedade de incluir um termo do eixo Foco (área de atenção que é relevante para a Enfermagem. Exemplo: eliminação, conhecimento) e um termo do eixo Julgamento (opinião ou determinação clínica relacionada com o foco da prática da enfermagem. Exemplo: risco, anormal), podendo incluir termos adicionais de acordo com a necessidade, dos Eixos Foco, Julgamento ou de outros eixos; o Modelo de Atenção Crônica e a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta como orientadores na categorização dos enunciados de diagnósticos de enfermagem, de forma a fazer com que reflitam sobre os respectivos modelos teóricos, ou seja, o papel da Enfermagem no atendimento à pessoa com diabetes mellitus na perspectiva do Modelo de Atenção Crônica, a experiência da pesquisadora na área e o processo de raciocínio diagnóstico e terapêutico.

Assim considerando todas as recomendações e os direcionamentos para elaboração dos diagnósticos de enfermagem, foi construída uma lista de 115 diagnósticos de enfermagem possíveis de serem identificados nas pessoas com diabetes atendidas no Ambulatório de Endocrinologia.

4.2.3.2 Mapeamento cruzado dos diagnósticos de enfermagem construídos e os conceitos da CIPE® Versão 2011

Essa etapa foi efetuada, inicialmente, com a inserção dos enunciados de diagnósticos de enfermagem em planilhas do Excel, as quais foram normalizadas com base na CIPE® 2011

e, em seguida, importadas para o programa Access for Windows e submetidas ao processo de mapeamento cruzado com os enunciados de diagnósticos presentes na CIPE® 2011.

Como resultado desse processo, obteve-se uma lista com diagnósticos de enfermagem constantes e não constantes na CIPE® 2011. Para os enunciados não constantes, foi realizado um processo de análise quanto à similaridade e à abrangência em relação aos conceitos pré- combinados da CIPE®, utilizando os critérios propostos por Leal(80), que estabelece: se o enunciado da CIPE® é similar ao identificado, quando não existe concordância da grafia, mas o seu significado é idêntico; se o enunciado é mais abrangente, quando tem um significado maior do que o existente na CIPE®; se é mais restrito, quando o enunciado tem um significado menor do que o existente na CIPE®; e se não existe concordância, quando o enunciado é totalmente diferente do existente na CIPE®, ou seja, enunciados novos.

4.2.3.4 Avaliação dos enunciados dos diagnósticos de enfermagem por especialistas

Nessa etapa, para compor o grupo de especialistas, foram considerados aqueles que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: enfermeiros que tivessem, no mínimo, a titulação acadêmica de Mestrado, trabalhassem com diagnósticos de enfermagem e com a CIPE®, e tivessem como foco o diabetes na assistência, no ensino e/ou na pesquisa.

A seleção desse grupo de especialistas foi feita por meio da Plataforma Lattes, utilizando-se os termos por assunto: diabetes mellitus e Enfermagem e CIPE®, dando-se preferência a estudiosos do assunto e a produtores de artigos específicos sobre o tema em questão (CIPE®, diabetes mellitus, terminologias em Enfermagem). Depois de selecionar os 44 especialistas, foram encaminhadas, via web, cartas-convite aos 18 participantes, que preencheram os critérios de inclusão e que residiam no Brasil. Também foram selecionados os enfermeiros que trabalham no Ambulatório de Endocrinologia do HULW/UFPB, por meio de contato pessoal, e que também preencheram os critérios de inclusão. Na composição da amostra, foi solicitado que membros do grupo selecionado indicassem outros enfermeiros que atendiam aos critérios estabelecidos, para fazer parte do estudo. Dos convites enviados e contatos realizados, a amostra final nesta pesquisa consistiu de 13 especialistas.

Foi utilizado o método de Índice de Validade de Conteúdo (IVC), que mede a proporção ou a porcentagem de juízes que estão em concordância sobre determinados aspectos do instrumento e de seus itens(81), nessa etapa, representado pelos enunciados de

diagnósticos de enfermagem, os quais foram avaliados quanto a sua utilização na prática de enfermagem no atendimento às pessoas com diabetes (APÊNDICE B).

Por meio desse método IVC, é possível, inicialmente, analisar cada item individualmente e, depois, o instrumento como um todo. Foi empregada uma escala tipo Likert, com uma pontuação de um a quatro. Para avaliar a representatividade de sua utilização na prática de enfermagem, as respostas podiam incluir: 1 = raramente (não significante ou não representativo), 2 = algumas vezes (item necessita de grande revisão para ser significante/representativo), 3 = muitas vezes (item necessita de pequena revisão para ser significante/representativo), 4 = sempre (item significante e representativo). O escore do índice foi calculado por meio da soma de concordância dos itens que foram marcados por “3” ou “4” pelos especialistas. Os itens que receberam pontuação “1” ou “2” deveriam ser revisados ou eliminados; e para os itens que precisavam de revisão, foi solicitado aos respondentes que apresentassem sugestões ou alterações. Foram considerados validados os diagnósticos de enfermagem que obtiveram uma concordância de, no mínimo, IVC ≥ 0.50, calculado pela seguinte fórmula:

Nesta pesquisa, dos 115 diagnósticos de enfermagem submetidos ao processo de validação, foram validados os diagnósticos que obtiveram IVC ≥ 0.50, o que resultou em 103 diagnósticos de enfermagem que, embora validados pelo escore estabelecido, quando analisados de acordo com o modelo teórico e categorizados de acordo com as necessidades humanas básicas de Horta, percebeu-se a necessidade de eliminar alguns desses diagnósticos por se apresentarem como características específicas de outros diagnósticos, ou por estarem contemplados com as intervenções de enfermagem de diagnósticos de enfermagem mais abrangentes, resultando, assim, em 66 diagnósticos de enfermagem, para os quais foram construídas as intervenções de enfermagem.

4.2.3.5 Construção das intervenções de enfermagem para os diagnósticos de enfermagem com IVC ≥ 0.50

Para a construção das intervenções de enfermagem, serviram de base os 66 diagnósticos de enfermagem validados na etapa anterior a CIPE® 2011 e as orientações da

IVC =Nº de respostas “3” ou “4” Número total de respostas

CIPE® como a obrigatoriedade de incluir um termo do eixo Ação e um termo Alvo, considerado como um termo de qualquer um dos eixos exceto Julgamento, podendo-se incluir também termos do eixo Ação e de qualquer outro eixo; o Modelo de Atenção Crônica; como também o cenário de atendimento da clientela, ou seja, o Ambulatório de Endocrinologia, direcionando intervenções com foco mais voltado para cuidados de manutenção (monitoramento, ensino, aconselhamento, indicação de referências e gerenciamento do caso); a experiência da pesquisadora na área e o processo de raciocínio terapêutico.

Posteriormente a esse processo de construção, as intervenções de enfermagem foram listadas em ordem alfabética e submetidas ao processo de normalização. Foram feitas correções gráficas, de gênero, número e grau, verificando-se frequência e retiradas as repetições. Essas intervenções foram dispostas em correspondência aos diagnósticos de enfermagem referentes e submetidas a uma avaliação de pertinência pelos mesmos especialistas já selecionados na avaliação dos diagnósticos (APÊNDICE D).

Essa avaliação de pertinência utilizou o mesmo método de IVC, nesse momento focado não mais nos diagnósticos, mas nas intervenções de enfermagem, quanto a sua pertinência em relação ao diagnóstico. Para tanto, foi empregada uma escala tipo Likert, com uma pontuação de um a quatro, em que, para avaliar a pertinência da intervenção no atendimento ao diagnóstico de enfermagem, as respostas podem incluir: 1 = nada pertinente; 2 = pouco pertinente; 3 = pertinente; e 4 = muito pertinente. O escore do índice foi calculado por meio da soma de concordância dos itens que foram marcados por “3” ou “4” pelos especialistas. Os itens que receberam pontuação “1” ou “2” devem ser revisados ou eliminados; e para os itens que necessitarem de revisão, foi solicitado aos respondentes que apresentassem sugestões ou alterações. Foram consideradas validadas as intervenções de enfermagem que obtiveram uma concordância de, no mínimo, IVC ≥ 0.80.

No fim desse processo, foi feita uma avaliação dos enunciados dos diagnósticos e das intervenções de enfermagem a compor o Subconjunto Terminológico da CIPE® para pessoas com DM, considerando-se as sugestões apresentadas pelos especialistas durante os processos de avaliações, quando os enunciados foram adicionados, eliminados ou revisados.