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5.1 Resultados P1 (8ª Série)

5.1.1 Etapa 1

5.1.1.3 Etapa 1 / Filmagem

Foram filmadas onze aulas referentes a duas Unidades Didáticas (UDs), consecutivas, estabelecidas por P1. O título das UDs, a duração e uma síntese das principais estratégias de ensino utilizadas por P1 durante o desenvolvimento de cada uma das Unidades Didáticas está descrito no Quadro 7:

UNIDADE DIDÁTICA UD1 UD2

TÍTULO Potenciação e Radiciação de Radicais Racionalização de Denominadores

DURAÇÃO 7 aulas / 50 minutos cada 4 aulas / 50 minutos cada

SÍNTESE DAS CARACTERÍTICAS DAS PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS DE ENSINO DE P1 Aulas 1 e 2:

9 Organização física da sala (carteiras alinhadas em fileiras, recolhimento de papéis do chão, objetos que não seriam usados na aula guardados nas mochilas);

9 Exposição Oral e Escrita, das Propriedades de Potenciação para Números Racionais, seguida da Exposição Oral e Escrita das Propriedades de Potenciação para Radicais;

9 Exercício de Aplicação das Propriedades de Potência de Radicais;

9 Correção dos exercícios, de forma oral e escrita, na lousa pela professora;

Aula 3:

9 Organização física da sala; 9 Resolução de exemplos de cálculo de potência de radicais com índice maior que 2 e casos que representavam, segundo P1, níveis crescentes de dificuldade;

9 Exercícios de Aplicação, análogos aos exemplos.

Aulas 4 e 5:

9 Organização física da sala;

9 Correção de exercícios da aula anterior por P1;

9 Exposição Oral e Escrita, das Propriedades de Radiciação para Números Racionais, seguida da Exposição Oral e Escrita das Propriedades de Radiciação para Radicais;

9 Exercício de Aplicação das Propriedades de Radiciação para Radicais;

9 Correção dos exercícios, oral e escrita, na lousa por P1.

Aula 6:

9 Organização da sala;

9 Exercícios, sob a forma de prova

Aulas 1:

9 Organização física da sala;

9 Exposição, Oral e Escrita, de exemplos de frações nas quais os denominadores continham radicais;

9 Revisão de multiplicação de radicais, por um número Natural e por Radicais;

9 Exercício de Aplicação do conteúdo dado;

Aula 2:

9 Organização física da sala;

9 Correção dos exercícios da aula anterior, de forma oral e escrita, na lousa pela professora;

9 Exposição sobre como racionalizar denominadores;

9 Resolução de exemplos na lousa; 9 Exercícios de Aplicação, análogos aos exemplos.

Aulas 3:

9 Organização física da sala;

9 Correção de exercícios da aula anterior por P1;

9 Exposição Oral e Escrita, na lousa, de texto contendo casos específicos de Racionalização de Denominadores e respectivos exemplos, para os alunos copiarem nos cadernos

9 Exercício de Aplicação dos casos expostos;

Aula 4:

9 Organização da sala;

9 Os alunos são convidados a sentarem em dupla. Alguns alunos recebem a função de monitores.

Exercício de Aplicação de racionalização de denominadores. Esses exercícios seriam

escrita, valendo nota.

Aula 7:

9 Distribuição da prova corrigida; 9 Correção oral e escrita, na lousa por P1, dos exercícios da prova.

vistados e confeririam nota aos alunos; 9 P1 senta em sua mesa e diz que os alunos podem ir até ela, tirar dúvidas.

Quadro 7: Descrição sintética das principais estratégias de ensino utilizadas por P1, título e duração das

unidades didáticas registradas em vídeo durante as filmagens da ETAPA 1.

No filme das aulas (referentes as duas UDs) foi possível identificar comportamentos da professora que evidenciavam utilização de estratégias verbais, em que sempre ela mesma, responde.

Durante os episódios de instrução ou exposição de regras, em geral, as alunas indicadas não emitiram respostas de acordo com os objetivos propostos pela professora. P1 expôs conceitos e instruções sem evocar respostas orais nas alunas indicadas, diminuindo a possibilidade de obter medidas verbais dessas alunas que indicassem entendimento do que era exposto.

As estratégias, adotadas por P1, priorizaram resultados finais, mas não a devida identificação de topografias de controle de estímulo, ou seja determinar ou até mesmo lançar hipóteses sobre o raciocínio subjacente às respostas, não tendo medidas sobre o que os alunos sabem fazer e, conseqüentemente, decidir onde atuar. P1 se satisfazia com a observação da topografia da resposta, que consistia na forma da resposta, que muitas vezes é uma cópia de respostas emitidas por ela, não se interessando em identificar a função, que se refere às variáveis que determinam a ocorrência da resposta, que pode variar de aluno para aluno. A professora privilegiou o registro de resultados, sem a preocupação com fontes de controle de estímulo, ou seja não considerou a relação, que afeta sistematicamente a resposta do aluno pela presença e pela variação de estímulos, entre como ela é emitida e os antecedentes que a evocaram.

Todos os alunos tinham o caderno completo com exercícios corretos, porém não houve uma preocupação nítida em identificar como e porquê fizeram os exercícios. Apesar da resposta dos alunos, aos estímulos oferecidos pela professora, ter sido sensível ao ambiente de forma total (incluindo aspectos físicos, social, cultural e até mesmo os orgânicos do próprio aluno), ela (a resposta do aluno) provavelmente será influenciada por algum aspecto restrito da situação total, ou seja, as respostas tendem a ficar sob controle de um determinado aspecto em particular do ambiente, que não foi investigado por P1.

Havia pouca visibilidade para as medidas finais (tanto orais, quanto escritas) dos alunos indicados, pois as medidas produzidas por P1 são resultados de cópias da lousa de correção dos exercícios feitos em sala. Para tais alunos a exposição às aulas pareceu constituir-se em condição insuficiente para alterar repertórios de resolução já presentes, antes da exposição a tais aulas. A medida consistentemente produzida por P1 foi a cópia, a saber, a reprodução de registros previamente elaborados pela professora.

P1, aparentemente, realizou seu trabalho pedagógico desconsiderando o repertório de entrada das alunas indicadas, a saber, algumas características específicas (dificuldades) de desempenho de cada uma. A professora organizou toda a sua ação em função de emissão de respostas corretas, ou pelo menos as consideradas adequadas por ela e reproduzidas pelos alunos.

Em síntese, a professora apresentou um padrão de aula que se definiu por uma única condição de ensino em que o conteúdo foi exposto (P1 falava e os alunos ouviam) e em seguida, os alunos foram submetidos à resolução de exercícios. Durante a resolução eles foram convidados a realizarem sozinhos, mas a oportunidade de esperar e copiar a correção da lousa também existia. P1, possivelmente, adotou um padrão único de exigência e ofereceu as mesmas condições a todos os alunos, independentemente de suas necessidades.

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