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2. OBJETIVOS

3.5 ETAPAS DO TRABALHO

Primeira etapa: Descrição do processo de trabalho das equipes ESF A investigação foi desenvolvida em quatro etapas, sendo a primeira destinada à descrição do processo de trabalho das equipes da ESF. Para isso foram utilizados dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica – PMAQ, uma metodologia de gestão interna ou autogestão que tem como propósito a melhoria sistemática e contínua no processo de trabalho das equipes da ESF, buscando a melhoria da qualidade da assistência e do acesso aos serviços de saúde (BRASIL, 2012). Tais dados encontram-se reunidos no Apêndice E.

O PMAQ oi instituído pela Portaria nº 1.654 GM/MS, de 19 de julho de 2011, produto de um importante processo de pactuação das três esferas de gestão do SUS. (BRASIL, 2012)

Visa avaliar a qualidade dos serviços, permitir a tomada de decisão, fortalecer o compromisso com a melhoria das ações de saúde e aprimorar as ações de planejamento e avaliação da gestão. Implica repasse financeiro à Unidades, vinculado à melhoria do acesso e da qualidade da assistência oferecida pelas equipes da ESF (BRASIL, 2012). Tal avaliação representa uma mudança na lógica de repasse de recursos para a Atenção Básica e anuncia mudanças semelhantes no financiamento do SUS como um todo (PINTO; SOUSA; FLORÊNCIO, 2012).

O PMAQ é organizado em quatro etapas: adesão e contratualização; desenvolvimento; avaliação externa e recontratualização. A primeira é a adesão formal ao programa, acontece mediante a contratualização de compromissos e indicadores firmados entre as equipes da AB e os gestores municipais, e destes com o Ministério da Saúde. Envolve a pactuação local, regional e estadual e a participação do controle social (BRASIL, 2012).

A segunda etapa consiste no desenvolvimento das ações exploradas pelas equipes da Atenção Básica, gestores municipais, estaduais e o Ministério da Saúde, com a finalidade de promover transformações na prática, melhorando a acessibilidade e a qualidade das ações nesse nível de atenção.

A terceira é a avaliação externa em que se realiza um conjunto de ações para averiguar as condições de acesso e de qualidade da totalidade de municípios e equipes da AB participantes do Programa. Finalmente, a quarta etapa é a recontratualização (Brasil, 2012). Esse novo ciclo irá exigir um momento nacional tripartite de balanço e de ajuste de trajetória, ao mesmo tempo que tem sua dimensão local de repactuação de regras favorecendo os movimentos de mudança (PINTO; SOUSA; FLORÊNCIO, 2012).

Para conhecer o processo de gestão, foram feitas entrevistas individuais em profundidade com a coordenadora do Distrito Sanitário II e a

Gerente da AB para captar suas perspectivas sobre o trabalho das equipes ESF (Apêndice B). Na primeira oficina realizada foi aplicado um questionário com os trabalhadores de saúde . (Apêndice B)

Para tanto, foi elaborado um roteiro semiestruturado de entrevista, para caracterização do perfil profissional dos gestores e sua percepção sobre a gestão e o processo de trabalho das equipes (Apêndice A). As entrevistas foram realizadas pela própria pesquisadora, gravadas, transcritas e submetidas a análise de conteúdo.

Segunda etapa: Validação e problematização dos achados da primeira fase e apresentação da ferramenta da EPS

Após a consolidação do material empírico, os achados da etapa diagnóstica foram apresentados às equipes para validação e problematização. Para isso, foram realizadas oficinas de trabalho, tendo em vista a garantia de um espaço democrático instituído para a realização de debates, reflexão e construção de conhecimentos e propostas para transformação das práticas em saúde . (CHIESA; WESTPHAL, 1995).

São um recurso metodológico em que se utiliza um objeto intermediário concreto como recurso facilitador da reflexão e expressão, permitindo a discussão de temas tanto no que diz respeito aos condicionantes sociais como aos aspectos subjetivos relativos às vivências. (CHIESA; VERÍSSIMO, 2001, p.40)

As oficinas fazem uso de técnicas lúdicas, vivências e dinâmicas de grupo (THIOLLENT, 1986), o que possibilitou trabalhar concomitantemente e de modo articulado aos nós críticos apresentado os aspectos cognitivos, as atitudes e as práticas. A finalidade das oficinas foi sensibilizar os trabalhadores de saúde das UBSF para a importância da reflexão/ação por meio da ação educativa e ampliar sua compreensão sobre os problemas vivenciados no processo de trabalho. ( Apêndice D – Planejamento das Oficinas)

Todos os integrantes das equipes foram convidados a participar e a EPS foi-lhes apresentada como ferramenta de aperfeiçoamento da gestão.

O prosseguimento do trabalho foi pactuado com os gerentes e os trabalhadores. O momento de pactuação foi realizado após a apresentação da síntese dos dados objetivos do PMAQ apresentada aos participantes. Uma agenda de reuniões foi definida com o objetivo de operacionalizar o uso da EPS, pautada nas necessidades do grupo. Também houve definição dos conteúdos a serem trabalhados, que emergiram das necessidades das Unidades de Saúde. O único tema sugerido pela pesquisadora foi o da primeira oficina Os demais foram indicados pelos trabalhadores das equipes.

Terceira etapa: Implementação da EPS como ferramenta de aperfeiçoamento da gestão

O processo de EPS teve início mediante a adesão dos gerentes e trabalhadores das equipes, entendendo que essa prática só acontece com a anuência e a participação ativa do grupo que operacionaliza a EPS, no dia a dia. O comprometimento das gerentes foi essencial, pois a EPS requer uma nova visão no contexto do trabalho e da educação em saúde.

Quarta etapa: Avaliação do processo de EPS

A avaliação do resultado da EPS incidiu sobre os nós críticos trabalhados nas oficinas de trabalho. Questões específicas do instrumento PMAQ foram usadas para revisitar aspectos considerados críticos na avaliação inicial.

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