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ETAPAS DE UMA LICITAÇÃO SUSTENTÁVEL

O conhecimento específico do bem a ser adquirido ou do serviço a ser contratado e do mercado fornecedor é imprescindível para a realização de um licitação sustentável. Segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES (2013) o conhecimento detalhado do mercado fornecedor é fundamental, já que a inclusão de critérios de sustentabilidade somente será possível caso haja diversidade de fornecedores suficiente para assegurar a competitividade na licitação do objeto pretendido. E, uma vez confirmada a necessidade da contratação, deve-se verificar se há alternativa sustentável disponibilizada de forma competitiva no mercado. Ressalta ainda que tal verificação é realizada por meio de prospecção de mercado, a qual não deve se restringir à pesquisa nas empresas fornecedoras, devendo ser objeto de pesquisa também as contratações realizadas por outros órgãos e entidades da Administração Pública, bem como catálogos de bens sustentáveis.

Para tanto, recomenda-se a consulta, no mínimo, dos seguintes catálogos existentes no mercado e mencionados no Quadro 2 abaixo:

Quadro 2 – Catálogos com itens e critérios sustentáveis existentes no mercado

CATÁLOGO DISPONIBILIDADE

Itens Sustentáveis presentes no Catálogo de Materiais (CATMAT) do Sistema de Compras do Governo Federal.

<http://comprasnet.gov.br/acesso.asp?url=/Livre/Catmat/ Conitemmat1.asp>.

Guia de inclusão de critérios de sustentabilidade nas contratações da justiça do trabalho.

<http://www.csjt.jus.br/c/document_library/get_file?uuid =750deba9-30cc-4ead-a04c-

6fcf316c9e8e&groupId=955023>. Guia nacional de licitações sustentáveis da CGU/AGU

(Consultoria-Geral da União/Advocacia-Geral da União).

<file:///C:/Users/JUNIOR/Downloads/guia_nacional_de_ licitacoes_sustentaveis.pdf>.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. <http://www.abnt.org.br>.

Rótulo Ecológico ABNT. <http://www.abntonline.com.br/sustentabilidade/Rotulo/c riterios.aspx>.

Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.

<http://www.inmetro.gov.br>. Fonte: Elaborado pelo autor (2017).

Após esta etapa de “prospecção de mercado”, e desde que constatada a existência de alternativa sustentável disponibilizada de forma competitiva pelo mercado e com um custo- benefício vantajoso em relação ao produto ou serviço convencional, passa-se à especificação técnica definitiva do objeto a ser contratado, utilizando critérios de sustentabilidade por meio da elaboração do projeto básico ou termo de referência. Em seguida, realiza-se a pesquisa de preços, a qual servirá de base para a estimativa do valor da contratação. (BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL, 2013).

De fato, após a observação da necessidade de aquisição de um bem ou contratação de um serviço perante um Órgão Público, seguido do estudo de possibilidade de utilização de critérios sustentáveis para este tipo de aquisição junto ao Mercado e a outros Órgãos Públicos e verificado ser vantajoso para a Administração Pública a utilização destes critérios, passa-se então à etapa de elaboração do projeto básico ou termo de referência para realização desta aquisição. O inciso IX do art. 6º da Lei nº 8.666/1993 define o projeto básico da seguinte maneira:

Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: …

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto

ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos: a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

Já o termo de referência está previsto no Parágrafo 2º do art. 9º do Decreto Federal nº 5.450/2005 da seguinte maneira:

Art. 9o Na fase preparatória do pregão, na forma eletrônica, será observado o seguinte: …

§ 2o O termo de referência é o documento que deverá conter elementos capazes de propiciar avaliação do custo pela administração diante de orçamento detalhado, definição dos métodos, estratégia de suprimento, valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado, cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério de aceitação do objeto, deveres do contratado e do contratante, procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato, prazo de execução e sanções, de forma clara, concisa e objetiva.

Niebuhr (2015) ressalta que quem faz a requisição normalmente é o órgão, setor ou agente administrativo que disporá do bem futuramente licitado e contratado. E ressalta que a requisição deve ser redigida de forma clara, objetiva e precisa, para que o setor responsável pela elaboração do instrumento convocatório saiba o que o requisitante realmente pretende e precisa, evitando, assim, a contratação de objetos que não lhe servem e não atendem sua respectiva demanda.

Já Cypreste (2013) ressalta que a especificação do objeto consiste no melhor momento para a inserção de aspectos sustentáveis e que deve ser devidamente motivada, com prévia consulta de preços e realizada de maneira correta e adequada com o estabelecimento de critérios ambientais claros e objetivos, passíveis de verificação, a fim de evitar discriminações

desvinculadas do objeto da licitação, exigências desnecessárias, requisitos desproporcionais com as necessidades da Administração Pública e possíveis direcionamentos.

Por fim, recomenda-se, também, no mínimo, a consulta a toda legislação citada no item 4.2 deste trabalho, tanto para ciência de critérios e diretrizes de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens e execução de serviços ou obras pela Administração Pública, como para realizar a justificativa de utilização destes.

5 METODOLOGIA

Esta pesquisa é do tipo descritiva, pois busca mencionar e analisar aspectos relacionados às licitações sustentáveis. Na concepção de Gil (2002), a pesquisa descritiva objetiva, principalmente, descrever características de determinada população ou fenômeno ou, então, ao estabelecimento de relações entre as variáveis e está baseada na premissa que os problemas podem ser resolvidos e as práticas podem ser melhoradas através de descrição e análise de observações objetivas e diretas. Quanto à natureza, esta pesquisa classifica-se como qualitativa, pois tem como base a percepção do fenômeno em seu contexto.

Quanto às técnicas de pesquisa, serão utilizadas a pesquisa bibliográfica, por meio de consulta à legislação nacional vigente, jurisprudência do Tribunal de Contas da União e a literatura sobre o assunto, tendo sido relevante, também, a obtenção de dados pela via de acesso eletrônico de sites da internet, livros, artigos científicos, trabalhos de dissertação e de conclusão de curso que versam sobre a temática licitações sustentáveis. Segundo Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído, principalmente, de livros e artigos científicos.

Também foi realizada uma pesquisa no Portal de Compras do Governo Federal (Comprasnet), com o objetivo de realizar um diagnóstico sobre as licitações sustentáveis nesta referida Instituição. Os dados coletados foram os referentes ao período de administração da atual Chefia da Unidade, cuja Gestão iniciou em 20 de janeiro de 2014, até o dia 30 de junho deste ano. Foram analisados os editais dos processos licitatórios constantes no Comprasnet, neste referido período, afim de verificar a utilização de critérios sustentáveis relacionados no checklist constante no Apêndice A deste trabalho, onde foram listados vinte e cinco itens para verificação baseados nas IN’s nº 01/2010 e 10/2012 da SLTI/MPOG e Decreto Federal nº 7.746/2012.

Sendo assim, após a elaboração do referido checklist, foram consultados todos editais dos processos licitatórios da Embrapa Algodão constantes no Comprasnet no referido período de avaliação. Para, a seguir, atestar quais critérios sustentáveis presentes no checklist estão sendo utilizados nas licitações desta referida empresa, os que não estão e os que estão sendo de forma parcial. Após essa análise, foi um realizado um Plano de Ação a fim de se institucionalizar a prática de utilização desses referidos critérios nas licitações da Embrapa Algodão.

6 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL

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