• Nenhum resultado encontrado

Pijk = P (Yijk= 1|θjk, ζi) = Φ(aiθjk− bi) , (2.1)

Distribui¸c˜ao latente (parte estrutural)

θjk|ηθk∼ N(µθk, ψθk) , (2.2)

em que ζi= (ai, bi)te ηθk= (µθk, ψθk)

t. ´E digno de nota que (2.1) ´e uma reparametriza¸c˜ao do modelo original

probito de 2 parˆametros, veja Baker and Kim (2004). Na equa¸c˜ao (2.1) o parˆametro b representa b = ab∗, em

que b∗ ´e o parˆametro de dificuldade original. Al´em disso, de uma forma em geral, a parte (2.2) do modelo

pode, de fato, ser suprimida†. Isto equivale a considerar os tra¸cos latentes como efeitos fixos, veja Harwell et al.

(1988). Entrentanto, em termos do ajuste do modelo via MCMC, a mesma se faz necess´aria. Tais coment´arios s˜ao v´alidos para todo o desenvolvimento desta Tese.

Com rela¸c˜ao a distribui¸c˜ao dada em (2.2) algumas escolhas tˆem sido consideradas na literatura: normal padr˜ao, Bock and Aitkin (1981), mistura finitas de normais, Mislevy (1986), normal multivariada, Tava- res (2001) e normal assim´etrica, Baz´an (2005). Al´em disso, uma representa¸c˜ao n˜ao-param´etrica ´e poss´ıvel dividindo-se a densidade latente em um conjunto finito de pontos. Neste sentido algumas referˆencias im- portantes s˜ao Bock and Aitkin (1981) e Mislevy (1984). A suposi¸c˜ao de normalidade nos desenvolvimentos apresentados aqui ´e baseada em dois pontos. Primeiro, em algumas situa¸c˜oes ´e razo´avel a escolha de tal mo- delo para representar o comportamento dos tra¸cos latentes ou mesmo, tal modelo pode se mostrar robusto, veja Azevedo and Andrade (2007). Segundo, as estruturas de outras distribui¸c˜oes de interesse, e.g. normal assim´etrica, t e t-assim´etrica, podem ser facilmente desenvolvidas a partir da estrutura da distribui¸c˜ao normal, atrav´es de alguma representa¸c˜ao estoc´astica conveniente.

2.4

M´etodos de estima¸c˜ao

Sem d´uvida, um dos aspectos mais importantes com respeito a aplica¸c˜ao da TRI nos ´ultimos anos, tem sido o desenvolvimentos de m´etodos de estima¸c˜ao apropriados. Existe uma vasta literatura com respeito a esse segmento. Por exemplo, Baker and Kim (2004) mostram diferentes m´etodos e apresentam uma vis˜ao geral sobre a hist´oria desse t´opico. Azevedo (2003) discute alguns aspectos de relevˆancia e apresenta alguns pro- cedimentos alternativos aos usuais. Recomendamos a leitura de ambos para um aprofundamento no assunto.

Nesta se¸c˜ao discutiremos, brevemente, os principais m´etodos utilizados. De uma forma em geral, podemos dizer que existem trˆes grandes problemas com rela¸c˜ao ao ajuste de um MRI : a falta de identificabilidade, o grande n´umero de parˆametros (que aumenta com o aumento do tamanho da amostra) e a complexidade das FRI. Dessa forma, procedimentos de estima¸c˜ao conjunta dos parˆametros, num contexto frequentista, podem n˜ao produzir estimativas consistentes, veja Baker and Kim (2004). Isto, inclusive, pode ocorrer com certos procedimentos bayesianos, veja Lord (1986). Em alternativa `a essa abordagem alguns trabalhos foram desenvolvidos. Bock and Lieberman (1970) consideraram a obten¸c˜ao da verossimilhan¸ca marginal, atrav´es da integra¸c˜ao dos tra¸cos latentes, da´ı a nomenclatura m´axima verossimilhan¸ca marginal (MVM). Contudo, tal procedimento exige a ma- ximiza¸c˜ao de tal verossimilhan¸ca (marginal) conjuntamente com rela¸c˜ao aos parˆametros dos itens, o que torna este m´etodo limitado para testes com mais do que 15 itens. Na tentativa de solucionar tal problema, Bock and Aitkin (1981) consideraram a utiliza¸c˜ao de um pseudo algoritmo EM, vide Dempster et al. (1977), implemen- tado atrav´es das quantidades assim chamadas de dados artificiais. Nesta abordagem os parˆametros dos itens s˜ao estimados individualmente, a menos das quantidades artificiais, o que torna tal m´etodo potencialmente aplic´avel em um n´umero razo´avel de situa¸c˜oes. Al´em disso, algumas medidas de ajuste foram desenvolvidas com base nos resultados obtidos por este m´etodo, vide Zimowski et al. (1996). Mislevy (1986) desenvolveu um paralelo bayesiano da abordagem de MVM no sentido de que ele atribuiu prioris para os parˆametros dos itens e para os tra¸cos latentes. Note-se que, neste caso, a priori para os tra¸cos latentes, apesar de ser utilizada na constru¸c˜ao da verossimilhan¸ca marginal, ´e atribu´ıda atrav´es de argumentos bayesianos e n˜ao embasada em suposi¸c˜oes de amostragem, veja Andrade et al. (2000). Com rela¸c˜ao a estima¸c˜ao dos parˆametros dos itens tal m´etodo ´e conhecido como Moda Marginal a Posteriori (MMAP). Para a estima¸c˜ao dos tra¸cos latentes Mis- levy (1986) sugere a utiliza¸c˜ao da m´edia ou da moda a posteriori. Por outro lado, Mislevy and Stocking (1989) sugerem com maior ˆenfase, esperan¸ca a posteriori. Esses m´etodos s˜ao conduzidos em duas etapas no sentido de que primeiro se estima os parˆametros dos itens.Ent˜ao, de posse de tais estimativas, estima-se os tra¸cos latentes atrav´es de uma verossimilhan¸ca do tipo perfilada, Fraser and Reid (1989). Mais detalhes sugerimos a leitura das referˆencias supracitadas.

No contexto da TRI, a abordagem bayesiana plena (ABP), baseada em m´etodos de MCMC, veja Gilks et al. (1996), iniciou-se com o trabalho de Albert (1992). Em uma ABP via MCMC, as distribui¸c˜oes a posteriori, conjuntas e marginais, dos parˆametros de interesse s˜ao obtidas, de modo emp´ırico, ao inv´es de meras estimativas pontuais, como nas abordagens discutidas anteriormente. Neste trabalho, Albert utilizou um esquema de dados aumentados, veja Tanner and Wong (1987) e Johnson and Albert (1999) por exemplo, no modelo probito de 2 parˆametros (para um ´unico grupo), veja Baker and Kim (2004), desenvolvendo um esquema direto de simula¸c˜ao atrav´es do amostrador de Gibbs, vide Gilks et al. (1996). Este procedimento permite que modelos complexos sejam ajustados sem a necessidade da utiliza¸c˜ao de m´etodos num´ericos de integra¸c˜ao ou de maximiza¸c˜ao de fun¸c˜oes. Modelos como os longitudinais, veja Tavares (2001), ou multivariados, veja Matos (2001), necessitam se utilizar de m´etodos de integra¸c˜ao num´erica para a implementa¸c˜ao da abordagem via verossimilhan¸ca marginal. Apesar de m´etodos de quadratura adaptativa, vide Schilling and Bock (2005) e Gander and Gautschi (2000),

2.5 Verossimilhan¸ca de dados aumentados 19

Documentos relacionados